Kyo e Shinya #12


O loiro caminhava pela casa, o silêncio parecia incomodar e até mesmo sufocar sem o baterista por ali, havia adquirido o costume de ficar junto dele, mas depois da briga, não haviam se falado por dois dias, e não tivera notícias, porém, a notícia agora vibrava em cima da mesa, o celular indicando a chamada do guitarrista ruivo, e achou não ser nada demais quando levou ao ouvido.
- Die? E aí?
- Kyo? Você está em casa?
- Estou, algum problema?
- Então, Shinya está aqui comigo, acho melhor você vir buscá-lo, ele não quer ir pra casa e não quer que eu o leve.
- Que porra ele está fazendo aí?
- Bem, estávamos bebendo um pouco...
- Shinya não bebe, Die.
- É, esse é o problema.
- Seu filho da puta, como você faz uma merda dessas? Você não... Puta merda! Estou indo aí, mantenha ele acordado, caralho.
Ao desligar o telefone, o vocalista pegou o casaco preto, que cobriu o corpo impedindo que o vento frio atingisse a pele e seguiu em direção a saída, pegando as chaves do carro. O caminho que fez dali até a casa do amigo, fora praguejando o nome do baterista, sabia que havia sido um pouco duro demais com ele, consigo mesmo até podia dizer, mas sair pra beber com outra pessoa era uma idiotice tremenda, ainda mais quando era sensível a bebida.
Ao descer do carro, fora diretamente para dentro da casa do guitarrista, entrando sem bater, já que já havia avisado que iria e encontrou ali o amigo de cabelos longos e loiros, sentado no sofá e o sorriso meio desajeitado nos lábios, sinais da bebida dada pelo outro.
- Eu devia arrebentar você na porrada, Die.
- Calma, eu só queria que ele se sentisse melhor, ora, estava chateado.
- O cacete que você queria, vamos Shinya.
O loiro desviou o olhar ao vocalista e assentiu, levantando-se devagar.
- Falei pro Die não te ligar, eu estou bem, não precisava disso.
- Está bem sim, dá pra ver a distância. Vamos.
E ao sair, o menor adentrou o carro, junto do amigo, e agora namorado, deu partida e seguiu em direção a própria casa, silencioso no caminho todo enquanto o observava de relance, e embora quisesse conversar sobre o ocorrido, achava melhor simplesmente esquecer.
Ao chegar em casa, saiu do carro e carregou consigo o baterista, que insistia em dizer que podia andar sem ajuda, mas achava melhor dar apoio a ele, não sabia quanto o guitarrista engraçadinho havia achado engraçado embebedá-lo. Pelo pulso, o menor o guiou até o banheiro no andar de baixo, ajudando-o para que o outro conseguisse descer as escadas. Assim que se fizeram dentro do cômodo, começou a despir o loiro, tirando primeiramente a camisa deste, para depois tirar a calça conjunto com a roupa íntima. Por pouco tempo deixou-o apoiando-se sobre o lavatório e fora ligar o chuveiro, logo em seguida guiando-o para baixo d'água.
- Está fria!
O maior reclamou, apoiando-se na parede e tentava esconder o corpo sutilmente com ambas as mãos.
- Mais é assim para que não tenha uma puta ressaca amanhã, senhor Terachi.

Kyo pegou o sabonete liquido espalhando-o na esponja de banho, passando-a suavemente sobre o corpo alheio
- ...Nem acredito que estou fazendo isso.
Passeava com tal utensilio com delicadeza, não sabia fazer aquilo, mas queria ajudá-lo, dar alguma atenção depois do ocorrido. Assim que terminara, afundou a cabeça do mais novo em baixo d'água, erguendo-o pelo queixo a face para que a água fria caísse sobre a mesma, segurando-o firmemente impossibilitando-o de se mover.
O baterista fechou os olhos, tentando se situar do que ocorria, mas estava muito cansado para impedi-lo de fazer alguma coisa, então apenas deixou que ele guiasse a si naquele banho estranho que nunca pensou que iria tomar. 

Kyo logo desligou o chuveiro, pegou uma das toalhas sobre o lavatório, felpuda e escura, tirou o excesso de água do corpo magro do mais alto, e logo envolveu esta na cintura fina do mesmo, puxando-o, guiando-o até o quarto, assim que adentrara o cômodo , deixou o mais alto sentado na cama, e fora até o guarda-roupa. Pegou uma das roupas do outro, que já era deixada por lá, jogando-a para ele.
- Consegue se vestir?
- Hai...
Meio desajeitado, ele tentava vestir as roupas, peça por peça, sentindo-se um pouco tonto.
- Ah... Está tudo rodando...
Disse e se deitou na cama, mesmo na dele, cobrindo o rosto com uma das mãos.
- Durma por aí, depois conversamos, depois eu vou dar na cara do Die também.
- Iie, eu aceitei a bebida.
- Ele não tinha que ter te oferecido.
- ... Você está bem?
- Estou. Durma.
- Vai estar aqui quando eu acordar?
- Vou... Durma.

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