Nowaki e Tadashi #28


Tadashi sorriu ao rapaz atrás do balcão, o qual mexia na máquina no dia e limpou a bancada, estava feliz, havia dormido com ele e mesmo que se levantasse cedo para ir trabalhar, fora de bom humor. Bebeu uma dose de café, meio entediado e pensava no que faria com ele mais tarde, eram tantas coisas que poderiam fazer, podia até viajar com ele se quisesse, agora não tinha mais impasses, podiam ficar juntos, seria dele, finalmente. A atenção fora desviada ao amigo, que logo viu o rapaz entrar na cozinha, observando a si.

- Tem alguém querendo ver você. 
Sorriu e assentiu, era ele, tinha que ser, embora o horário não batesse muito e ao sair, o sorriso murchou aos poucos, observando a mulher ali sentada, de frente a si e não havia como fugir já que ela já havia visto. Caminhou até ela e sentou-se em sua frente, notando sua expressão firme, mesmo os cabelos, maquiagem suave e as roupas bem alinhadas, tudo que não possuía, tudo que não era.
- Posso ajudar?

- Obrigada por me receber.
- Bem, eu não te recebi, você veio ao meu trabalho, como eu ia te expulsar?
- Hum, você não tem bons modos mesmo.
- O que quer?
- Quanto tempo faz... Que está dormindo com o Nowaki?
- ...
Tadashi uniu as sobrancelhas a observá-la, não entendeu a pergunta, era extremamente discreto, não havia como ela ter descoberto e ela notou o silêncio pensativo, porque ergueu a própria roupa intima, retirada de sua bolsa, expondo a si.
- Isso não é meu...
- Não é? Não se parece com nenhuma roupa do Nowaki, e bem, é um tamanho menor que o dele.

O menor uniu as sobrancelhas mais uma vez e desviou o olhar.
- Bem, não sei do que está falando.
Sorriu, tentando disfarçar, quando sentiu a roupa ser jogada contra si e assustou-se, desviando o olhar em direção à ela.

- Fique longe do meu marido. Você está entendendo? Eu tenho dinheiro, mando matar você se aparecer lá de novo. Já não tenho mais paciência pra essa brincadeira, nosso casamento já está marcado e um pirralho não vai estragar a minha vida, nem a do Nowaki. Você acha que ele vai querer ter um drogado na casa dele? Mexendo nas coisas dele? Ele já me disse que tem nojo de você.
Tadashi arqueou uma das sobrancelhas.
- Aposto que isso foi antes, ele não diria isso agora.

- Ah e você acha que mudou muita coisa? É comigo que ele ainda dorme, é comigo que ele diz estar casando, você é só uma distração, acha que ele está apaixonado por você? - Ela riu. - Você é muito ingênuo.
- Você não sabe de nada, ele se quer está saindo com você ainda.
- O que acha que eu fazia naquela hora na cada dele? Não estávamos jogando xadrez, garoto, eu estava jantando com meu noivo.
- E você acha que só você pode ter o Nowaki?
- Ele é meu, e é assim que funciona, você não é nada, é um moleque, um pivete, foi achado na sarjeta, ele nunca vai amar você, nunca poderá fazê-lo feliz ou dar um filho a ele.

O garoto desviou o olhar, irritado com o dito por ela e estreitou os olhos, não podia mandar ela sair da loja, mas podia sair. Levantou-se e levou consigo a roupa intima jogada, saindo da cafeteria mesmo sem avisar nada a ninguém e seguiu para a própria casa, sempre fora daquele modo mesmo, meio inconsequente, por isso mesmo era difícil manter um emprego ou uma vida normal, mas era sensível e não gostava de expor a sensibilidade que tinha a ninguém, preferia fazer isso sozinho. 

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário