Atsushi e Kaoru #16


- E estamos de volta com Atsushi, vocalista do Buck-tick, e finalizando nossa entrevista. Eu quero perguntar pra você sobre uma fofoca que andou rolando por algumas revistas, mas que foi desmentido logo depois, dizendo que vocês fizeram um fan service, mas todos nós somos curiosos então... Rolou ou não rolou alguma coisa com o Kaoru-san do Dir en Grey?

Atsushi assentiu enquanto aguardava a pergunta ser formulada, era habitualmente muito sério nas questões principalmente pessoais, e os próprios apresentadores já sabiam disso, e imaginava que era justamente por não julgarem como algo pessoal, que a fizeram e acabou sorrindo, achando graça, tanto pela pergunta, como pela desculpa que deram ou o fato de que sendo verdade teria evitado, mas agora falava. 
- Nós somos bons amigos, sou um fã do trabalho da banda. Tivemos uma saída de folga, percebemos facilmente a chegada dos fãs ou mesmo de fotógrafos, somos habituados a isso, então eu brinquei com Kaoru-san, que sempre muito sério, ainda assim acabou levando a brincadeira.
- Entendi, vocês parecem bem soltos juntos, por isso os fãs acharam que era verdade, quase pude ver a esperança deixando os olhos deles. - A moça riu. - Hoje cedo nós recebemos a notícia de que o Kaoru-san está passando por uma fase meio difícil no casamento, você deve estar dando apoio a ele pelo término que está enfrentando, não?
O maior fitou a apresentadora, continuava a assentir enquanto ouvia-a falar, assentiu até mesmo na pergunta, embora fosse somente em compreensão. Surpreendeu-se, fosse pela forma como aquilo havia chegado ao público, assim como até mais do que podia saber, sobre uma possível separação, acabou deduzindo no entanto que era notícia falsa, embora a turbulência da relação não fosse. 
- Etto... Isso não cabe a mim comentar, são notícias pessoais, eu suponho que nem tudo que chega à imprensa chegue como realmente é. Mas ele é um grande amigo, o ajudaria se fosse necessário.  
- Entendi. Vocês fariam um casal bonito se fossem um. - Ela riu. - Mas isso encerra nossas perguntas, e agradecemos por ter vindo. - Fez uma pequena reverência.
Atsushi sorriu a ela, e não comentou nada mais, apenas se curvou, uma, duas vezes, despedindo-se brevemente e acenou à plateia, despedindo-se, dando fim ao trabalho por ali e seguiu com o agente e seu falatório de sobre como as coisas haviam corrido tão bem e assentia, bebericou a água e seguiu com ele para o carro, deixaria-o no estúdio e depois partiria para casa, onde com certeza conversaria com ele sobre o trabalho daquele dia.

- Haruna, por favor, não comece. 
- Kaoru, me diz, porque você chega sempre com esse perfume em casa? Não é a toa que você me vem com esses papéis.
- Haruna, é a terceira vez, assine os papéis, por favor.
- Quem é ele?
- Não é ninguém.
- Claro que é, me fala!
- ...
Kaoru suspirou, deslizando uma das mãos pelos cabelos e já não sabia mais o que fazer, era a terceira conversa que tinha com ela sobre aquilo, a terceira conversa que tinha que sustentar sobre todos os problemas que tinha e simplesmente queria sair, ir embora.
- Atsushi.
O silêncio tomou conta do local assim que fora dito, ela observava a si, os olhos arregalados e boquiaberta, até se aproximar e bater contra o próprio corpo, o peito e teve de segurá-la.
- Haruna! Para!

- Você me traiu com o meu vocalista favorito? Seu desgraçado!
- Eu nem sabia que ele era seu vocalista favorito. Eu não...
- Foi de propósito! Me fala! Não acredito que você fez isso comigo! Você tinha esses planos já faz tempo! Quanto tempo está saindo com ele?!
Kaoru franziu o cenho e tentava segurá-la enquanto sentia seus movimentos firmes, tentativas de bater em si e negativou.
- Pare! Haruna... Haruna! Eu gosto dele, inferno. - Disse na pausa dada por ela. - Eu gosto dele, ta legal? Não foi de propósito. - Observou a outra, notando o rancor bem expresso em seus olhos e negativou, entregando a ela a caneta. - Assine, você vai ficar com a casa, vai ficar com todas as coisas que quiser de lá, eu só vou levar o carro e as coisas da banda. Mas por favor, me deixa ir.
Kaoru encarou a esposa, e fora por um longo tempo, era evidente que ela estava ressentida por tudo aquilo, e que precisava refletir, havia pego ela num momento difícil visto que sua mãe estava doente, mas não podia esperar ela voltar, não podia esperar mais. Assim que assinados os papéis, fez uma pequena reverência a ela, organizando os documentos que levaria consigo de volta para Kyoto.
- Adeus Haruna.

- Kaoru... Pode... Pode me dar um último beijo?
Desviou o olhar a ela, e ponderou, era a própria esposa, havia passado quase vinte anos com ela, mas já não a amava mais e não conseguia fingir que amava, não conseguiria nem respondê-la se ela iniciasse aquela frase.
- Desculpe, Haruna.
Falou e saiu, levando consigo a chave do carro alugado, e voltaria para o aeroporto, voltaria para Kyoto e voltaria para ele. Não se importou em passar em casa, teria dez dias ainda antes de retirar as próprias coisas, fora direto para a casa dele, e chegando lá, foi direto para o banho, e lavou os cabelos, até sentou-se por um tempo, e só então deixou que as lágrimas deixassem os olhos. Não era emotivo, mas aquilo tudo era estressante, a situação era, e esperava, como Kyo havia dito, não estar agindo de modo impensado.

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