Kazuma e Asahi #42 (+18)


- Tem certeza que viu ele vir por aqui? Cara, acho que estamos perdidos.

- Claro que não, eu o vi sim!
- Você é um idiota, isso sim, perdeu ele de vista.
- E você também, como se tivéssemos que proteger Sakurai-san aonde ele vai.
- Não é proteger idiota, ele pediu para avisar quando achássemos quem raptou o padre.
O menor desviou o olhar a ele ao permanecer em silêncio, e logo viu ali a figura dos dois rapazes, fardados do exército dele e pararam em posição de sentido imediatamente ao vê-lo.
- S-Senhor! Desculpe senhor, não sabíamos que...
Kazuma franziu os olhos, tentando amenizar a claridade que aos poucos, junto ao cômico falatório ia se tornando mais próximo. Encostou os braços à beira da termal, como quem se recosta num sofá, esperando despudoradamente ser notado pelos homens. Com um maneio da cabeça, permitiu descanso aos soldados.
- Diga, Soldado.  - Retrucou e fitou o padre ao lado, era pequeno, mas ficara ainda menor.

Asahi uniu as sobrancelhas ao ver ambos os soldados ali e guiou uma das mãos sobre o tórax abaixo d'água, assim como a outra, guiou entre as pernas, tampando o próprio corpo da vista deles, e tentou suavemente se afastar do outro, como se aquilo deixasse menos pior o que estavam fazendo.
- S-Sim senhor. Padre. - O rapaz falou num cumprimento. - Encontramos os soldados responsáveis por raptá-lo, da última vez, só sobraram três, os outros dois se jogaram de uma ponte quando perceberam que estávamos perto.
- E onde estão agora? - Kazuma indagou aos homens e voltou a observar o padre, ainda menor.
- Na base senhor, estão presos. Também trouxemos algumas coisas que estavam com eles... E que... Provavelmente usaram para machucar o padre.
Asahi desviou o olhar, e como ele mesmo havia dito, estava minúsculo ali, e se sentia ao menos um pouco mais seguro agora, sabendo que estavam presos, mas as lembranças ainda doíam na cabeça.
- E como é que vocês não pensaram no que fazer com isso ainda? - O maior retrucou, a resposta soava óbvia para si. - Bem, de todo modo pedi que me informassem. Tem algum interesse em tortura, padre?
- Não senhor, até pensamos em usar, mas os rapazes pediram que deixassem eles para o senhor.
Asahi desviou o olhar a ele rapidamente e negativou, veementemente.
- J-Jamais, isso é contra as leis da igreja.

- Claro. - Disse o moreno ao menor, ainda em sua pequenez, muito encolhido. - Deixe-os presos. Os questione, logo estarei lá.
- Sim senhor. Com licença.
Disse o rapaz a virar-se e seguiu com o outro para fora, manteve-se em silêncio e pode ouvir os passos como uma marcha até se distanciarem.

- O padre estava pelado com ele mesmo?
- Cala a boca!
Kazuma ouviu o falatório, de quem tentava forjadamente ser discreto. Fitou o padre, um tanto risonho.
- Estão provocando você.

O menor sentiu a face se corar, quase automaticamente ao ouvi-los e negativou, rindo baixinho em seguida.
- Eu... Não gosto de ser visto assim pelos seus soldados, quer dizer... Eu sou um padre.

- Assim como? Sem roupas?
- Também... Digo... Padres não fazem sexo.
- Asahi, você passa noites no meu quarto, já foi encontrado nu lá dentro. O que acha que eles pensam?
- Eu sei que pensam isso, mas me incomoda...
- Te incomoda que saibam que você é gay, Asahi? - Kazuma indagou, um sorrisinho talvez provocativo.
- ... Eu não disse isso! E eu não sou gay!
- Claro que você é gay, Asahi.
- Você também é.
- Uh, precisa verificar isso pra se sentir melhor, ah?
- E-Estou constatando.
- Está tentando se sentir melhor. Você é mesmo muito engraçado padre. Não quer que saibam que está fazendo sexo. - Riu. -  Não é gay, só gosta de transar com homens e não tem desejo por mulheres. Não foi você quem pediu pra ser fodido depois de uns golinhos de vinho?
Asahi desviou o olhar a ele, arregalando os olhos e uniu as sobrancelhas.
- Q-Que absurdo!

- Não te obriguei a dizer.
- Do que está falando?!
- É Padre, pediu por ser comido. Implorou por sexo rude e ainda disse que queria se casar comigo. E não é gay, ah?

- Não sou como seus homens que tem tendências homossexuais!
O loiro falou alto a ele, e se antes estava encolhido, agora estava quase de pé na piscina, observando-o. 
Kazuma arqueou juntamente ambas as sobrancelhas, notando a exaltação do garoto. E claro, ao relaxa-las deixava evidente o fato de que não estava gostando da conversa.
- Ah, então você não tem tendências homossexuais, Asahi?
Indagou e ao se erguer suavemente, esticou a mão e o puxou para água como antes estava. Tomou-o de costas, colando seu dorso contra o tronco.
- Então você não tem?
Disse a ele, defronte, no colo e tocou o próprio sexo, o qual roçou em sua bunda.
Asahi a
rregalou os olhos ao senti-lo puxar a si, e sabia que havia falado demais, aliás, falado algo ruim, tinha esse costume, falar pelos cotovelos quando se irritava. Uniu as sobrancelhas, e sentiu-o colar o corpo ao próprio, estava dolorido devido aos toques recentes dele, ainda sentia aquela sensação por um tempo após terem terminado, não sabia se o suportaria de novo, nunca o havia feito, certamente iria arder, mas ele não parecia se importar com isso.
- ... K-Kazuma...
Vamos ver qual é a verdade, Asahi. 
O maior disse a ele, ainda tomado pela cintura, sem dificuldade para tê-lo. E os dedos sobre o próprio sexo, cujo roçava em sua pele e nádegas, onde íntimo, onde a pouco tocava. Por sorte estava aberto o suficiente, embora não fosse facilmente deslizar em sua falta de lubrificação. E ainda que estivesse contrariado, não estava furioso como ele poderia pensar, apenas calaria sua boca falante mentirosa, e foi por isso que ao deslizar, embora firme, talvez ainda tivesse algum cuidado. Mas não precisou de muito, entrou rapidamente.
- Hum... Parece que seu corpo não rejeita isso, Asahi.

O menor sentiu-o ajeitar a si sobre o colo, o sexo que roçava em meio as nádegas, e sabia que era uma grande mentira, sabia que era homossexual a partir do momento se deitou com ele a primeira vez, assim como também era um masoquista, lembrava-se de tudo daquela noite, lembrava-se de cada palavra vergonhosa e baixa que havia dito, havia pedido que fodesse a si, o havia pedido em casamento, havia pedido que fosse mais forte, mais rápido, havia gritado, ah, e aquilo arrepiada cada centímetro de pele, nas duas noites em que ele não esteve, fora horrível controlar a si sozinho naquele quarto pensando naquelas palavras e também, naquelas reações, no estalar do chicote, ainda podia ouvir, e os pensamentos foram cortados ao senti-lo deslizar para dentro do corpo, que ardeu como fogo, ainda mais sem nenhum lubrificante e gemeu, alto como havia feito naquele dia, guiando as mãos as dele sobre a própria cintura e tentou se soltar, talvez pelo pouco orgulho que ainda restava em si.
- M-Me solte!

- Padre, você mesmo disse, você não pode mentir.
Kazuma disse a ele, usando contra si suas palavras. O que não tinha de chicote físico, tinha com um chicote verbal. E até soava mais suavemente, de modo proposital é claro. Com um movimento firme, deu a primeira investida, sentindo-se ser apertado por seu corpo recém utilizado.

Asahi uniu as sobrancelhas e negativou, mordendo o lábio inferior e recusava-se a se entregar para ele, recusava-se a dizer que ele tinha razão, mesmo que sentisse prazer ao ser penetrado por ele, mesmo daquela forma rude.
- E-Eu não sou gay!

- Hum, então seu corpo é quem escolhe o que você quer, padre mentiroso?
O maior indagou, e tornou a estocar uma vez mais. Sentindo seu corpo quente e apertado, talvez inchado, mas por sorte, o sexo anterior havia sido brando o suficiente para não acabar com ele naquelas investidas mais firmes. 

- Ah! - O gemido deixou os lábios do pedre novamente, alto e moveu os braços mais uma vez na tentativa de se soltar. - N-Não sou mentiroso!
- Então se não está mentindo, você não vai gozar.
Kazuma retrucou e não prosseguiu com a conversa, tinha algo melhor para fazê-lo se punir, dar prazer a ele e ganhar prazer em seu corpo. Tinha o braço ainda envolto, mesmo que ele tentasse empurra-lo. Vigorosamente passou a se mover, o estocando firmemente, buscando aquele ponto seu que bem conhecia e que sabia encontrar.

Asahi uniu as sobrancelhas e abaixou a cabeça, não desviaria o olhar a ele, sentia-o quase rasgar o próprio corpo, dolorido em cada um de seus movimentos, e o pior de tudo, é que estava ereto, e nem por um momento havia perdido a ereção, era um maldito masoquista mesmo, sabia disso. Mas como poderia querer uma coisa se o corpo pedia por outra? E a cada investida dele, sentindo-o tocar a si bem naquele ponto prazeroso, sabia que iria gozar, por isso negativou e mordeu o lábio inferior, com tanta força que certamente se pudesse sentir dor causada por si, sentiria a fisgada.
- P-Pare!

- Parar o que? De te dar prazer? De te lembrar que você gosta mesmo do meu pau, hum?
O moreno retrucou e no entanto não parou, continuava a penetra-lo, empurrando-se para ele, estocando seu ponto sensível insistentemente. Não era rápido demais, mas não era lento, era firme. 

Asahi negativou novamente, agarrado ainda nas mãos dele, sentindo-o se empurrar, dolorido em direção a si e pulsava no baixo ventre, rápido demais e estranhamente, os movimentos dele, as palavras dele, eram o melhor estimulante que podia ter, e ele sabia.
- P-Pare Kazuma, p-por favor!

- Não sei do que está falando, Asahi. Me pediu pra fazer amor com você agora a pouco.
O maior fez-se forjadamente desentendido, prosseguiu com o ritmo, e podia sentir cada espasmo de seu corpo facilmente excitado, denunciando a proximidade de seu clímax e consequentemente ressoou o riso soprado pelas narinas. 

- A-Ah!
O gemido mais alto deixou os lábios do menor, e não aguentaria muito tempo, já podia sentir o cheiro do próprio sangue, e imaginava como estava para ele sentir aquele cheiro, era um sádico no fim de tudo, então combinava consigo, talvez gostasse do fato de ter o sangue para lubrificar sua passagem para dentro e fora do corpo, e novamente, gozou, sentindo o corpo todo estremecer.

Tal como pensava ele, talvez a ideia de seu lubrificante natural fosse de fato agradável para Kazuma, se não fosse por ser tão facilmente retirado junto a água agitada da fonte, o que era uma pena, poluir um lugar como aquele com fluídos sexuais. No entanto, tinha algo além para dar atenção, e era justamente a seu pequeno corpo entre os braços, bem talvez não tão pequenino, porém menor que si, com músculos quase inaparentes, era magro, mas tinha um corpo bonito. Com a última firme investida, o fez atingir o auge de seu limite e gozar, novamente dando resquícios para a água onde seu prazer fora disperso.
- Ora Padre, não podia gozar, senão vou saber que tem tendências homossexuais...

Asahi ouviu-o falar consigo, e negativou a ele, as sobrancelhas unidas e abaixou a cabeça mais uma vez, estava tonto, não sabia se devido aos movimentos, ou ao nervosismo, ou a água quente, talvez as três coisas juntando o prazer que havia sentido. Estremecia nos braços dele e tentou novamente puxar suas mãos.
- I-Iie... P-Pare Kazuma... E-Eu estou implorando... Eu não aguento mais...

- Não vou continuar, Padre. Foi a última vez que te mostrei sua falta de tendência gay.
O loiro uniu as sobrancelhas e desviou o olhar a ele, meio de canto.
- Vou deixar você ser um padre homossexual reprimido, já que tem tanta vergonha de imaginar como as pessoas sabem que você transa comigo.
- Iie, Kazuma.... Você não....
- O que? Eu não deixaria você ter que enfiar os dedos no seu rabo porque prefere gozar escondido? Deixaria sim.
Asahi uniu as sobrancelhas.
- Mas você vem atrás de mim porque tem vontade.

Kazuma franziu o cenho sem entender o intuito daquela frase.
- Vai conseguir ficar longe de mim também? Só pra me irritar?
- Pra te irritar, Padre? Por que isso te irritaria?
- ...Porque eu gosto de você seu idiota!
- Ora, mas você não é como meus homens homossexuais.
- ... E-Eu sou um padre! O que você quer que eu diga? Que eu quero me casar com você, que nem quer ficar comigo, que eu vou deixar a igreja por você pra morar na rua? Que eu gosto de fazer amor com você sendo que você se quer me ama? Quer que eu assuma meus sentimentos como, se você se quer assume os seus?
O loiro falou a ele e levantou-se, saindo da água e enquanto o fazia, tentava conter as lágrimas, procurando as roupas e sentindo as pernas que fraquejavam, forçando a si a se ajoelhar.

Kazuma escutou o que dizia o garoto até que terminasse. Era conflituoso demais, não tinha firmeza sobre o que dizia, ou talvez tivesse, embora sentisse medo de expor. Deixou a água logo como ele e o pegou pelos ombros fazendo se levantar, dadas suas costas conta si.
- Nunca disse pra fazer uma declaração de amor, só disse o quão estúpido é você dizer que não é homossexual, que não é como os meus homens, que não podem saber que você faz sexo. Ninguém se importa com o que você faz na cama, ninguém se importa se você é um padre que está transando, porque no fim todos estão vivendo suas vidas como se fosse o último dia. É por isso que não tem porque negar que sente prazer ou dizer o que você realmente ama, porque em tempos como esses, as pessoas só querem fazer o que elas sempre quiseram mas não tiveram forças o suficiente. Se amanhã a guerra acabar, tudo o que houve com ela, termina com ela, ninguém vai se importar se transou, se amou um homem, porque todos estarão mais preocupados em reencontrar quem os espera, do que se importar com um padre gay. E também nunca disse pra largar tudo, até 
porque, esse tudo não existe, na guerra não temos nada e o que resta é só a esperança de que termine. Uma vez que isso acabar, aí então você pode dizer o que você levará e o que deixará para trás, seja suas "tendências" homossexuais ou mesmo a igreja onde cresceu. E eu nunca disse que não me importo com você, o ajudarei sempre que precisar.
Asahi ouviu-o em silêncio durante tudo o que disse, e ele tinha razão, não podia tirar a razão dele, o problema é que era confuso demais, não sabia lidar com os próprios sentimentos, havia crescido na igreja, então tudo que aprendera com ele era novo, tinha vergonha, de muitas coisas, principalmente de ser quem era, de que as pessoas vissem quem era, e era gay, e gostava dele, estava ferrado. Virou-se, observando-o e sentiu uma das lágrimas deslizar pela face, fora quando o abraçou e apertou-o contra o corpo, repousando a face em seu ombro.
- Não me deixe Kazuma...

O moreno fitou-o ao se virar e tocou seu cabelo parcialmente molhado enquanto abraçado por seus braços de pouco músculo. Até o pegou no colo sem dificuldade. O loiro sentiu seu abraço, e as palavras não vieram, aquilo sim era inusitado, nenhuma lição de moral, nenhuma bronca, nenhuma palavra rude, ríspida, ele... Só estava retribuindo o abraço. Ergueu as pernas, fracas, deixando-o pegar a si no colo, e não reclamou, não reclamaria se ele quisesse levar a si daquele modo para seu acampamento ou para dentro da igreja, simplesmente não se importava mais, e deixou que as lágrimas escorressem pela face, enquanto sentia seu abraço quente, e o cheiro dele que tanto gostava.
Kazuma moveu-se sutilmente de um lado a outro e deu-lhe um tapinha sem força, na nádega.
- Ok bebê, quer tomar um pouquinho de leite? - Disse e caminhou com o menor, buscando suas roupas.

Asahi desviou o olhar a ele e riu baixinho, agarrando-se ao outro ainda e indicou a sacola que havia trazido, onde as velas estavam.
- Tem uma toalha...

- Hum, isso é bom.
O maior retrucou e buscou a toalha que ao pegar, colocou em suas costas, deixando absorver a água. Não era bom com crianças, pensou.

O loiro secou o corpo com a toalha dada por ele e sorriu. Quando seco, tateou sobre o peito dele, secando-o igualmente e ao terminar, colocou a toalha em suas costas igualmente, por sorte, era bom com crianças.
- Vem de novo pra igreja... Eu posso fazer um bolo pra você. Ou uma torta salgada

Kazuma fitou-o de soslaio em seu comentário aleatório, já deixado de lado a conversa anterior e mesmo seu choro. Teria negativado a si mesmo, mas não fez, evitando ser questionado, não queria responder perguntas.
- Salgado talvez.

Asahi assentiu, e de fato, queria mudar de assunto para não tornar aquilo pior, não queria perdê-lo, queria tê-lo perto de si até o fim da vida se pudesse, se morresse no dia seguinte nos braços dele teria sido feliz. Após secar o corpo, vestiu as roupas, ajeitando os botões da camisa e parou em frente a ele apenas para ajudá-lo a vestir a farda, não que ele não soubesse, mas queria tocá-lo um pouco mais. Desviou o olhar a ele em seguida, aproximando-se de seus lábios e num selo, murmurou contra eles.
- Talvez eu possa abrir uma exceção sobre tortura hoje.

- Não, meus soldados resolverão isso.
Kazuma retrucou ao rapaz, já vestindo suas roupas e não estava diferente, finalizando apenas os botões da farda, que por ele tomou lugar e deixou, quase sem perceber.

- Hum, hai. Está muito elegante. Como estava na primeira vez em que vi você.
Asahi murmurou, deslizando ambas as mãos pelo tórax do maior e novamente lhe selou os lábios, quase nem percebeu, mas esposa que havia perguntado a ele se tinha, era a si agora. Era si, que esperava ele todas as noites, que se preocupava, que pensava nele. E de fato, não se importava em dizer, já havia dito uma vez, embora fosse difícil e selou os lábios dele, mas a frase sumiu na garganta e murmurou somente para si.
- Vamos... Vamos voltar.

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