Kyo e Shinya #26


Kyo entrou na própria casa, tragando o cigarro negro levemente mentolado, "poluindo" a casa com tal aroma. Passou pela sala em frente a alguns cômodos, desceu as escadas até adentrar o próprio quarto. Com os pequenos olhos orientais, via o corpo sobre a cama, debruçado em meio ao monte de lençóis brancos, onde seu corpo nu era coberto somente na região envolta ao quadril, tapando somente a parte mais íntima. As costas lisinhas assim como as pernas firmes, pouco bronzeadas. A face amena do parceiro era pousada sobre os braços cruzados sobre o travesseiro, também na cor branca. Os fios dourados daquele loiro caíam em pouca quantidade sobre o rosto dele. Aproximou-se de onde o baterista dormia, sentando-se a beira da cama, uma das mãos acariciou a pele lisinha de uma das pernas do rapaz, este possuinte um corpo maior que o próprio, mas não mais forte, era exatamente o oposto, um corpo talvez tão delicado quanto o de uma mulher.  

A outra mão, ainda segurava o pequeno cigarro e também uma caixinha em veludo negro, deu um último trago na bituca de cigarro e jogou em direção a janela. Abriu a pequena caixinha, de onde tirou uma pequena corrente, tornozeleira, esta em ouro branco adornada somente por uma única estrela em brilhante, em movimentos bem divagantes para não acordá-lo envolveu-a no tornozelo do parceiro, e esta pareceu realmente ser algo feito exatamente a ele. Após, levantou-se, deixando a caixinha sobre o criado-mudo ao lado da cama e deixou novamente a casa, voltando ao trabalho.
Shinya dormia profundamente, estava cansado e esperava que ainda dormisse ao lado do outro, mas ele havia levantado cedo e quanto a si, havia dormido demais, nem ao menos lembrava-se de que era o próprio aniversário, ou ao menos não queria se lembrar. O cheiro do cigarro do menor nem ao menos incomodou a si, já estava acostumado e o cansaço não o deixou acordar ao sentir a carícia do menor sobre a pele delicada que possuía. Após algum tempo, acordou devagar e sentou-se na cama, esfregando os olhos e assim se virou para o lado em que o outro costumava se deitar, na esperança de que pudesse encontrá-lo ali, mas nada encontrou, a cama estava vazia. Ajeitou os próprios cabelos e deitou-se novamente, passando uma das mãos pelo local onde o amado se deitava, sentia a falta dele ali e nem ao menos se deu conta do pequeno objeto no tornozelo, virou-se novamente e suspirou, assim viu o pequeno objeto no móvel ao lado da cama, sorriu e pegou a caixa, abrindo, porém estranhou que a mesma estivesse vazia então sentou na cama, só então viu a corrente. Uma das mãos foi até a mesma, deslizando pelo fecho onde o menor havia tocado para colocá-la no local, e sorriu.
- Ele se lembrou...

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