Fei e Hazuki #46


- Fei... - Hazuki murmurou a observar o outro ao lado de si, selando-lhe os lábios. - Está dormindo? 

- Hum? - Murmurou o loiro num tom grave, sonolento. - Meiyo.
O menor riu baixinho, abraçando-o de lado como pôde.
- O que há? - Fei indagou mais baixo desta vez e o ajeitou próximo.
- Logo da a hora de irmos visitar seus pais... Temos que acordar. - Murmurou.
- Hum... Temos que tomar outro banho.
- Uhum... - Suspirou.
- Mas eu estou com vontade de ficar em casa e fazer amor com você.
- Temos que ir, amor. Já adiamos bastante... - Disse o menor. - Vamos, vamos tomar banho, não podemos ficar enrolando. - Riu a lhe selar os lábios.

- Está pronto?
Fei indagou pós banho, o que tomou separadamente do moreno. Ainda ajeitava o cabelo, porém sem demasiada formalidade. Hazuki a
ssentiu, ajeitando os cabelos com o enfeite de cerejeira, um pequena flor azul, quase chegava a ser da cor dos próprios olhos, mesma cor do quimono. Selou os lábios do outro a ajeitar o casaco ao redor do corpo.
- Quanto azul.
O menor riu num riso que foi abafado conforme o selo de seus lábios. As vistam se voltavam a porta conforme logo a presença do outros dois moradores da casa.

- Mas nãos estou bonito?
- Claro que está.
Hazuki sorriu e segurou a mão do maior, adentrando o veiculo junto dos garotos. Fei acomodou-se no assento estofado, lado aos demais que igualmente o fizeram e permitiu a locomoção, seguida para a casa dos pais o que não era muito distante dali.
O moreno segurou a mão do outro, repousando a face sobre o ombro dele e logo observou o loirinho a frente puxar o ruivo para si. A mão, Fei levou num ato descontraído até o rosto do moreno, acariciando-o mesmo ao lado e observou o loirinho, sorrindo com discrição. Hazuki sorriu ao maior e suspirou a fechar os olhos, descansando por poucos segundos, agradecendo por não ter mais que usar maquiagem.
- Você parece animado pro jantar, ohime.
- Estou. - Sorriu. - Embora eu esteja com medo...
- Já chegamos. - Disse o loiro conforme a parada do veículo.
Hazuki assentiu e logo desceu do veiculo junto dos outros, segurando a mão do maior, apertando-a sutilmente.
- Não precisa ter medo.
O maior ditou e ajeitou a roupa como podia quando já tinha a mão segurada pelo outro. O moreno a
ssentiu novamente e logo seguiu junto do outro em direção ao portão do local.
Fei entrou pela residência, e prontificada recepção dos pais. Cumprimentou-os pela segunda vez no dia, de descontraidamente debateu sobre o cancelamento do almoço no mesmo dia. Hazuki cumprimentou os pais do outro com uma reverência e ficou atrás do loiro enquanto falava sobre alguns assuntos, inclusive os garotos.
Quando devidamente cumprimentados, mesmo sem muitas palavras, afinal os mais jovens ainda não haviam criado o costume com a língua do país. Fei observou-os confusos e quase chegou a rir, no entanto não o fez. Continuou o caminho pela residência, ao caminho prontificado até a sala de jantar. Hazuki seguiu junto dele ao local, sentando-se na cadeira ao lado do outro e manteve-se em silêncio como de praxe, não falava muito bem chinês.
- Ele já está aprendendo o básico do chinês. - Fei dizia aos pais, dando por continuidade a conversa.
- Hum... É mesmo?
Dizia o homem de fios com sua tonalidade semelhante à própria, enquanto voltava-se por vez a figura do moreno, aguardando por algum resultado.

Hazuki observou os pais do outro a ouvir a conversa e assentiu.
- Sim senhor. - Sorriu, no chinês pouco arranhado.

- Eu vejo. - Disse o mesmo com um cortês sorriso em seu rosto. - Também vejo que muito provavelmente têm alguma notícia sobre o bebê. Uh.
O murmuro soou de si, visto que não era necessário especificar o que se referia um dos pais.

- S-Sim... - Hazuki murmurou a levar a mão a barriga. - Está tudo muito bem com ele... Só queremos saber logo se é menino ou menina. 
Seu olhar decaiu com suavidade, e como se houvesse algo fronte seus olhos, fitava Hazuki por cima.
- E quais suas condições neurológicas a lidar com uma criança? Tal como senso de responsabilidade.
Ele falou, o que fora necessário a tradução de algumas palavras próprias ao moreninho.
- Hazuki tem se dado bem desde que viera aqui, mesmo como um estrangeiro, por sorte igualmente oriental, os costumes não são muito diferentes, convivendo comigo e com dia-a-dia chinês, não mais que três meses até que esteja fluente. Quanto a responsabilidade, a casa tem sido de total organização por si.
Fei o fitou como habitual, já o outro homem observava silencioso e de braços cruzados em análise da conversa até se pronunciar.
- Penso que seja uma boa notícia, contanto que a estabilidade de vocês estejam indo nos conformes e tenha certeza de bem educar uma criança. Até porque futuramente, futura administração de negócios deverá ficar nas mãos de alguém, e desde seu desaparecimento, não providenciamos uma 
nova criança. Ocupamos o tempo cuidando do trabalho e da busca sem sucesso por uma criança irresponsável.
Concluiu ele, e apenas desviou a direção mútua de suas vistas, silencioso ao comentário por si feito.

Hazuki observou o rapaz enquanto falava consigo e antes que respondesse algo o maior respondeu por si. Deslizou a mão pela própria barriga a acariciá-la sutilmente, abaixando a cabeça a manter-se em silêncio ao ouvi-lo até o fim, desviando o olhar a ele em seguida.
- Senhor, com todo o respeito, se o Fei não tivesse saído de casa, não teríamos nos conhecido... Eu... Meio que... Agradeço por ele ter saído... E agora ele esta de volta... Então...
Murmurou e cessou a fala, mesmo sabendo que talvez existiam alguns erros no que havia dito.

- Se cale, rapaz. - Completou o louro sem grosseria em suas palavras. - Saberá o que diz somente quando esse feto se tornar sua criança e vê-lo sumir de suas vistas. Pois o ama desde o momento em que o sentiu em sua barriga. - Retrucou num tom calmeiro, porém ainda que sua gentileza tivesse prevalecido; o repreendia. - Espero que suas experiências o façam um bom pai.
Hazuki assentiu, abaixando a cabeça novamente a manter-se em silêncio, não diria mais nada a ele.
- De toda forma, lhes desejamos os parabéns como havíamos dito antes.
Ditou o homem mais velho e de negros fios de cabelo. Um maneio formulou com a cabeça, assentindo em gratidão. Hazuki a
ssentiu novamente, mantendo a cabeça baixa.
- Obrigado.

Fei observou o moreninho, e com discrição se voltou a indagá-lo.
- Erga a cabeça.

Hazuki ergueu a face a observar a mesa em frente a si. O loiro sorriu ao moreno e beijou-lhe a bochecha com suavidade. O moreno sorriu ao outro igualmente e segurou uma das mãos dele.
- Não precisa ficar tão nervoso.
- Não estou nervoso. - O menor falou baixo, e perfeitamente agora no japonês que já estava acostumado. - Estou chateado.
- Com o que?
- Depois...
- Me diga, eles não compreendem.
- Sua mãe me mandando calar a boca...
- Ele não foi grosseiro, ele quis dizer a se calar quanto ao assunto, que não compreendeu.
- Hai...

- É o jeito deles, chineses em boa parte são assim.
- Tudo bem...
- Não fique assim.
Hazuki assentiu, aproximando-se a repousar a face sobre o ombro do outro. O chá foi servido antes de dar início ao jantar. O líquido rubro preencheu a xícara, e o mel num pequeno bule de porcelana, servia para adoçá-lo. O açúcar igualmente como opção e a colher de chá deitada sobre a mesinha oriental. Hazuki pegou a pequena colher a escolher o mel e adoçou o próprio chá, mantendo-se em silêncio enquanto o fazia.
- Ohime, se ficar assim eu vou preferir ir embora antes mesmo do jantar.
O maior disse a servir do próprio chá, igualmente adoçando com mel.

- Estou me sentindo meio tonto... Não almoçamos hoje ne...
- Está com fome?
- Bastante... - O menor murmurou a beber mais um gole do chá.
- Já será servido.
O menor assentiu, atencioso aos detalhes da mesa, e sentia-se um pouco desconfortável embora não quisesse dizer, tudo ali estava um pouco confuso, estar na casa dele com os pais dele, ainda não havia se acostumado, ainda se sentia um prostituto indigno sentado numa mesa com pessoas importantes, ainda se sentia como se só existisse para divertir pessoas que tinham dinheiro para pagar, mesmo assim, tentou se manter próximo ao loiro e nada disse a ele, somente aproveitou o jantar, enquanto tentava se adequar ao chinês improvisado em algumas palavras.

- Está tudo bem?
- Hai... - Disse o menor, se ajeitando para dormir.
- Não tem que ficar chateado com o que aconteceu lá, Ohime.
- Eu não estou, estou bem.
- Parece meio amuado.
- Não com isso... É que eu ainda me sinto um estranho no ninho, sabe? Como se eu não devesse estar aqui.
- O que quer dizer?
- Bem, vocês são todos nobres, e eu... Sou só um prostituto. Nosso filho é considerado um bastardo.
O suspiro deixou os lábios do loiro.
- Não diga isso, nem se quer pense nisso, entendeu? Estamos juntos hoje e já somos um casal, não pense nesse tipo de coisa, todos estão nos recebendo bem.
- Não acho que sua mãe goste muito de mim.
- Ele gosta sim, você logo vai ver, quando começarem a se entender. Ele só está meio chateado comigo porque fui embora.
- Promete?
- É claro.
- Hum...
O moreno abriu um pequeno sorriso e deslizou a mão pela barriga numa suave carícia.
- Agora vem, vamos descansar com nosso menino.
- Ou menina.
- É, ou menina. - Fei sorriu.

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