Broken Hearts #3


Hideki o segurou, porém o soltou logo e descansou a mão sobre seu ombro, guiando-o pelo corredor até as escadas e desceu com ele até a sala de jantar, onde tinha sido servido com algo de preferência própria, assim como a dele, como humano. Observou a mesa, Kana que terminava de servi-la e já se acomodava ao lado de uma cadeira, esperando para que pudesse se sentar e Matsumi, igualmente ali e que fitou o garoto, com curiosidade, porém não parecia muito feliz com a ideia.

Yori seguiu-o pela casa, em passos tranquilos e por fim observou a mesa posta, também mais pessoas desconhecidas, se sentia desconfortável com aquilo, mas nada disse. Observou a humana ali e arqueou uma das sobrancelhas suavemente, estranhando-a e igualmente a expressão que ela dava a si.
- Posso me sentar?
- Fique a vontade.

O menor se sentou e desviou o olhar pela mesa, observando a garota que observava a si igualmente, e parecia meio irritada.
- Quem é ela? - Murmurou a ele.

Hideki observou-o aonde seus olhos indicavam.
- Matsumi, quem me serve seu sangue.

- E você tem algo com ela?
- Sim, ela é minha serva.
- Mas... Fazem algo... Sexual?
- Não, isso incomoda você?
- O que?
- Se eu fizer sexo com ela.
- Ah... Não.
- Como eu disse antes, há distinção entre criados e você.
- Eu... - Suspirou. - Se eu fosse ficar, não estou dizendo que vou, e se fosse mesmo seu amante, acho que não iria querer ela aqui. 
- Isso nós falaremos mais tarde. Coma alguma coisa.
Yori arqueou uma das sobrancelhas, mas assentiu e observou a mesa, não tinha fome, mas não sabia como dizer isso a ele. Serviu-se de suco, e tinha um aroma tão bom que o experimentou antes do que qualquer coisa, em seguida servindo a si com apenas um pedacinho de carne.
Hideki serviu-se com vinho tinto e que não era puro. Bebeu, experimentando-a e assim como ele, comeu somente carne. Yori comeu dois pedacinhos de carne, tentando disfarçar a cortar o pedaço todo que colocara no prato e bebeu mais do suco.
- Estou satisfeito...

- Quer algo doce? - Disse o maior, notando que não tinha interesse na comida. 
- Não estou com muita fome... Desculpe.
- Tudo bem. Você pode subir e se preparar para dormir se quiser.
- Dormir? Mas...
- Sabe onde fica o quarto.
Yori assentiu por fim e levantou-se.
- Com licença.
Disse a observar a todos, e a garota principalmente, não conseguia evitar devido ao olhar de desprezo que recebia. Virou-se a seguir em direção ao quarto, no andar de cima. Adentrou o local e seguiu em direção ao banheiro, onde retirou a faixa do pulso e lavou o machucado, que doía já que o outro havia apertado tantas vezes o local, refez os curativos já que havia ali uma pequena bolsa de primeiros socorros e procurou por ali as roupas de dormir, deixadas sobre uma poltrona ao canto do quarto. Tudo já estava preparado para si. Analisou o quarto, e sabia, ele queria que dormisse com ele, nada de bom poderia resultar daquilo. Num rápido movimento, se voltou para a janela, e analisou a altura dali até o chão, não conseguiria pular sem se machucar, era muito alto, teria que conversar com ele, ou enrolá-lo o quanto fosse preciso, e ouviu o barulho de passos na escada. Vestiu-se e deixou dobradas as roupas usadas antes, sentando-se na cama a observar todo o local e tentar processar as informações, o que havia acontecido, ele era simpático, parecia uma boa pessoa, só meio grosseiro, sem poder esconder, embora tentasse. Ele havia salvado a si, mas agora, oferecia uma espécie de cárcere em troca disso, sabia, não pertencia a ele.

Após mais algumas taças da bebida, Hideki finalmente terminou o jantar. Levou consigo o bolo de natal, coberto em um glacê que parecia a neve que começaria a cair logo, levou para ele como havia sido comprado mais cedo pela governanta. Junto ao prato de porcelana clara tinha também uma pequena colher de sobremesa. E adentou o quarto, observando-o na cama. Caminhou até ele, sentando-se à beira.
- Aqui, você não quer? - Disse, indicando a ele o pratinho com o bolo.

Yori observou-o a adentrar o local e abriu um pequeno sorriso, nervoso e sem saber lidar com a situação, ainda mais ao pensar em toda a trajetória que fizera até chegar ali, até estar perdido.
- Obrigado, quero sim.

O maior entregou-lhe o bolo e observou-o experimentar a sobremesa. Levantou-se após, e tirou a camisa, assim como a calça e não dobrou as roupas, deixando-as esticadas, ajeitadas no encosto da poltrona. Caminhou de volta a cama, deitando-se ao lado do garoto.
Yori observou-o enquanto se despia, era um homem bonito, mas era estranho, já que não costumava achar nenhum homem bonito, talvez estivesse enlouquecendo. Comeu o bolo, sem nem perceber, até o último pedaço e sorriu a ele, lhe entregando o pratinho vazio. Sentia uma vazio estranho no peito, e queria preenchê-lo com alguma coisa, nunca havia tido ninguém de fato, nenhuma companhia, de certo modo, poder fazer aquilo com ele parecia interessante.
- Você... Nasceu aonde, Hideki? É Hideki, não é?

Hideki ajeitou-se abaixo do cobertor, embora não sentisse frio. Aceitou o pratinho de sobremesa que deixou de lado, acima do criado mudo que portava um abajur.
- Estava gostoso? - Perguntou ao notar a louça sem rastros do bolo. - Kyoto.

- Estava sim... Sério? Eu também...
- Talvez tivéssemos nos cruzado se por acaso você tivesse nascido há mais de cem anos atrás. Era uma época agradável em Kyoto.
O maior disse e virou-se, pouco, suficiente para lhe tocar o rosto e correr os dedos a seus cabelos e segurá-lo. Virou-se, um pouco mais e beijou seus lábios, antes a lambê-los de leve e penetrou-lhe a boca. Yori m
anteve-se em silêncio, processando os cem anos ditos por ele e por fim observou-o, vendo-o se aproximar de si quase tão rápido que nem pôde perceber. Uniu as sobrancelhas, assustado e afastou-se, tentando se livrar da imposição daquele beijo estranho.
Hideki apagou a luz, e deixou somente o abajur ligado. Sentia que o garoto tentava evitar o toque, mas queria de alguma forma fazê-lo retribuir, e o pouco mais que se virou, colocou-se acima dele. Deslizando a mão de seus cabelos pelo pescoço e ombro e alcançou a cintura, no fim da camiseta por onde tocou a pele rente ao cós de sua roupa inferior, acariciando-o com o polegar.
O menor estremeceu conforme o sentiu se inclinar sobre si, sentia no corpo uma sensação estranha, a pele se arrepiava, o corpo retribuía os estímulos dele, mas não o queria, não poderia, mal o conhecia, como poderia querê-lo? Era estranho, e novamente era inclinado a recusá-lo, virando a face de lado.
- P-Pare!

Hideki continuou o beijo, ou tentava, prosseguindo com o mesmo ritmo de selos em seus lábios enquanto o polegar acariciava sua pele em círculos e logo invadiu o elástico do cós da roupa de dormir e deslizou-o por seu quadril, abaixando-o aos poucos como deu, suficiente a altura das coxas, pouco abaixo do fim da roupa íntima.
Yori assustou-se com o toque num pequeno sobressalto, o afastou e manteve-se a observá-lo. Uma das mãos tinha sobre o ombro dele e nem havia se dado conta de que estava ali, apertando-o firmemente.
- O que... Está fazendo?!

- Vou tirar sua roupa. - Hideki respondeu-o da forma mais sincera que poderia responder.
- Mas... Por quê?
- Pra tocar você. Fazer sexo com você.
- Mas... É minha primeira vez...
- Sim, tem que haver uma primeira vez.
- Não... Não quero fazer isso... Eu mal te conheço.
- Eu o trouxe aqui com uma finalidade.
- Eu não quero ficar aqui.
- Quer pular da ponte de novo?
- Não... Quero ir pra casa.
- Você não tem mais casa.
- Tenho sim!
- Não, você não tem! Sua casa é aqui!
O menor se encolheu ao ouvi-lo, agarrando-se ao travesseiro e colocou-o sobre o corpo a medida em que os olhos do vampiro se coloriram em um vermelho vivo, era o cheiro do sangue que havia no pulso dele, era o cheiro de vida que corria em suas veias, era a vontade que tinha de beber dele, de possuí-lo.
- Certo, não quer se deitar comigo, que seja. Durma.
Disse Hideki a se levantar e alinhar as roupas novamente, seguindo em direção a porta, saindo do quarto e deixou o menor sozinho. 

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1 comentários:

  1. Carai! To crendo nisso não! Yori cu doce do caramba! Pega o bofe meu bem! Manow...Hide-chan tem paciência de sobra hein? Eu já estaria espumando de raiva! Poxa! Fez a ceia, tentou o manter num ambiente agradável, teve bolo, levou bolo para ele, conversou, explicou, o SALVOU e mesmo assim o Yori tá de cu doce? Really? -.-" e essa Matsumi ai? Ela tá com cara de que vai aprontar, to falando...nao curti nem um pouco esse olhar intimidador! Se fosse comigo já falava " gostou? Tira uma então para guardar" vai encarar assim na casa da abóbora vai! Menina tosca..é serva de sangue e se acha o pah do baguio...ah me poupe u.u"

    Um lindo cap! Mesmo sendo curtinho ç.ç obrigada mesmo! A cada cap que se passa a história fica melhor!
    To amando <3
    Você é demais Kaya!!!!

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