Fei e Hazuki #4 (+18)


As horas passaram, voando, na verdade. Hazuki passou o tempo com os clientes que devia ter atendido antes e logo pôde sair do quarto, liberado pelo último cliente da noite que voltou-se a si e colocou o dinheiro dentro do quimono que já voltava a vestir ao termino da relação. Suspirou quando de volta ao próprio quarto, deixando as notas no chão e sentou-se em frente ao pequeno espelho colocado ali, limpando o corpo e logo pegando a escova sobre o móvel a pentear os cabelos, ajeitando-os em seu devido lugar, bagunçados pelos rapazes com quem estivera.
Gemeu baixo ao se levantar, fechando o obi e deixou o quimono pouco aberto, expondo um dos ombros, estava calor, não precisava fechá-lo corretamente. Dirigiu-se à saída do local e não ouvia mais nenhuma voz por ali, provavelmente a maioria já dormia, pensou estar sozinho e no silêncio gostoso da noite, podia escapar um pouco, pensou, quando sentiu o leve puxão no próprio quimono e virou-se, observando o rapaz parado ali, e dono do local.
- K-Katsuragi?
- Não se atrase tanto novamente, hum.
Hazuki assentiu e fez uma reverência, morria de medo do outro, sua expressão autoritária, tão jovial mesmo já tendo seus trinta e poucos anos, sabia que ele passava as noites com o loiro, tinha essa certeza e estranhava agora o fato do amigo ter vindo procurar a si quando tinha o outro tão perto e disponível. Virando-se novamente, caminhou para fora do local, observando o céu bonito e o pouco vento que bagunçou os cabelos recém penteados, gostava daquele clima sutil, nem frio nem calor, agradável. 
- Me desculpe, tenho serviços a fazer, minha senhorita.
A voz talvez soasse aos fundos da grande casa medieval, afinal, era aquele um bordel de luxo. Os dedos passearam sob a rosada e fria bochecha da mulher, e cessou o carinho ao alcance de seu fino queixo, o qual segurou e deu a ele um apoio para se curvar e lhe selar os lábios. Despedia-se da quinta cliente da noite, e era típico ter de inventar explicações àquela jovem, que insistia em pernoitar ali. Hora atrás já havia se livrado do homem o qual já mencionado ao amigo, e se perguntava porque aqueles malditos insistiam tanto em passar a noite num quarto com um prostituto se o sexo já haviam feito. Quando ao fim pôde se livrar da relutante moça, voltou-se à Hazuki. Fosse aquela a primeira vez que presenciava a si com uma mulher, pensou ao recordar da conversa de horas antes. Seguiu caminho ao interior da casa, de modo que pareceu ignorar a presença do amigo, e assim subiu ao próprio quarto. A roupa substituiu por limpas, um quimono azul floral de branco, o obi preto era quase frouxo na cintura, e as clavículas salientes estavam á
 mostra, assim como as pernas a cada passo. Queria sentir o frio da noite, e tornou descer ao exterior de onde viera minutos antes. Numa das mãos carregava a cigarrilha longa chinesa, e nela a essência de cereja que exalou pelo lugar conforme tragada. Desceu nas esperança de vê-lo ainda ali, e assim o fez ao encontrá-lo próximo ao lago no fim direito da casa, num jardim oriental, talvez submerso aos pensamentos, enquanto se voltava ao céu escuro, iluminado pela grande lua no alto. Caminhou devagar, e não se fez necessário consta-lo que ali estava, carregava o fumo que denunciava a presença, com o doce cheiro que jazia pelo corredor de madeira.
Os passos calmos guiavam Hazuki pelo local, observando as flores e logo voltando novamente o olhar ao céu, queria ir a algum lugar que pudesse ver melhor as estrelas que sumiam devido as luzes da cidade, queria fugir dali, mas não podia, não teria para onde ir de qualquer maneira e Katsuragi mandaria certamente alguém buscar a si com um chicote. Sentiu o aroma do cigarro do outro e nem ao menos virou-se para vê-lo como de costume, escondendo-se o máximo que podia dele após ter sido atacado naquela tarde.
- Deveria voltar ao quarto e dormir um pouco...  

- Por que me dá conselhos que nem ao menos segue? - Retrucou.
- Não estou com sono...
- E eu também não.
- Ora, e o seu cliente que passa a noite contigo?
- Ele já foi embora.
Hazuki assentiu.
- Por que está incomodado?
- Você é meu amigo.
- E daí?
- Por que eu? - Ele cruzou os braços, desviando o olhar ao lago. - Não podia ter voltado ao quarto e atendido um cliente, ou ter ficado com outra pessoa?
- E por que não você?
O moreno virou-se de frente a ele, aproximando-se e expôs o tórax a mostra pelo quimono aberto, algumas marcas sobre o ombro e no peito bem visíveis e algumas expeliam pouco sangue, quase invisível pela pouca luz do local.
- Te conheço desde criança, você nunca olhou pra mim com outros olhos... Não assim...

- Não te pedi em casamento, eu apenas queria te beijar, e usei uma de suas mãos. Olhe só - Ao elevar de uma das mãos que apenas lhe direcionou. - Se negou a me ver como um cliente que só lhe tomou um beijo, quando aceita até mesmo pessoas que lhe comem feito um cachorro.
Hazuki l
evou a mão até a face do outro, lhe dando um tapa que ressoou pelo local e estreitou os olhos.
- Um cachorro?! 

Visto que estalou seu toque contra o rosto, os longos cabelos do loiro decaíram na face que se voltou ao oposto lado estapeado. Erguera as orbes cinzentas novamente a direção, enquanto ouvia-o indagar.
- Como uma cadela, então.

- Você é um idiota!
- Olhe só pra você. Veja-se no espelho, cheio de unhas e marcas. Isso não só o machuca, como afeta seu serviço com outros clientes. 
O moreno se virou de costas ao outro, observando o lago novamente, sem atenção realmente na paisagem.
- Por que está agindo dessa maneira?
- Não estou agindo de maneira alguma.
- Não me irrite com essa frase. Não pode simplesmente olhar em meu rosto e dizer-me que não mais o faça? Você está acostumado a se deitar com os outros não é como se eu houvesse lhe roubado a virgindade, eu nem ao menos fui pra cama com você.
- Eu disse que não e mesmo assim o fez.
- Não disse que não queria.
- Eu não podia..
- E por que não?
- Você é meu melhor amigo... Sei que outros homens me tratam como... Cachorro. Mas você é meu amigo, não um desses homens...
- E o que faz isso ser um motivo plausível para mim não poder te beijar?
- Não estava só me beijando, e amigos não beijam amigos.
- Mas ser um amigo faz com que um beijo seja proibido?
Hazuki virou-se novamente, observando-o.
- Por que estava excitado?

- Eu simplesmente estava.
- Me diga a verdade.
- Ya, o que acha? Acha que eu estava me excitando com seu corpo?
- Só estou perguntando.
- Eu estou lhe respondendo que somente estava excitado, assim como acordo por vezes no período da manhã. Eu gosto de sexo, apesar de ser uma profissão, eu gosto de transar, gosto de beijos, de toques. Tão simples, mas diz que estou mentindo. Acaso está achando que estava excitado por sua causa?
Hazuki uniu as sobrancelhas, negativando e aproximou-se do outro, beijando-lhe a face.
- Esqueça.

- Não sei porque o levou tão a sério. Faz sexo com homens que não conhece e um beijo o faz chorar.
Fei se desviou do outro após seu beijo na face. À beira do lago, sentou-se no solo de madeira, permitindo que um dos pés fosse arrastado na fria água e tornou tragar a cigarrilha. O menor s
uspirou e caminhou até o outro, sentando-se ao lado dele e levou uma das mãos até a água, mexendo na mesma com o dedo indicado a formar círculos.
- É porque você não é um homem qualquer...

- Já ouvi mil vezes que sou seu amigo.
- Você é quase meu irmão...
Fei afastou o filtro de metal dos lábios corados de sutil vermelho, e voltou-se ao outro ao tê-lo ouvido e deste modo o fitou por longos minutos.
- Ya, certo. Foi a unica vez, não é como se eu fosse agarrá-lo sempre que estivermos tomando banho. Primeira e última.
Ao dizer-lhe, virou-se novamente a direção do lago, fumou, tendo-se disperso na vista do céu tão infinito. Hazuki o o
bservou e uniu as sobrancelhas, assentindo, porém viu seu rosto de perfil, e era tão bonito, nenhum outro homem podia se comparar a ele daquele modo, gostava dele daquele modo mesmo, casual, com os cabelos soltos e quimono aberto, mas nunca o havia visto daquele modo, talvez aquele banho... Tivesse mudado algo. Foi então que o menor se aproximou e lhe selou os lábios, porém logo voltando a se afastar e dar atenção a água.
- Meiyo. - Disse o outro ante seu pequeno toque em lábio. - Não daria selinho em seu irmão.
Ele riu num abafado som, já tornando a ter a cigarrilha em meio aos lábios sutilmente tingidos. 

- Obrigado por se importar comigo.
Hazuki sorriu e pegou pouco da água com uma das mãos, levando-a ao tórax, sobre as feridas e molhou a pele, retirando os sinais de sangue por ali.

- Não me importa que se machuque assim, afinal... Os clientes não gostam de brinquedos com defeito, desta forma ficará sem nenhum e eles virão com lucros pra mim, Princesa. 
- Idiota. Não tenho defeitos... Esse cliente sempre deixa marcas em mim, embora eu sempre camufle elas muito bem... Hoje não tive paciência... Mas não quero mais atendê-lo... Ele vai acabar me machucando de verdade.
- É...
Fei murmurou talvez de modo tão despreocupado, fosse o contrário. Tornou tragar o fumo tão doce, sentindo o leve eriçar da pele nas pernas que expunha entre os tecidos do quimono, e de vistas dispersas ao horizonte, ainda observava a noite. O moreno d
esviou os olhos às pernas do outro, voltando o olhar ao lago em seguida e suspirou.
- Quantos clientes hoje?

- Apenas cinco. - O loiro soprou entre os lábios sem espessura, a fumaça cinzenta que era nítida as vistas e não se voltou a outro lugar que não fosse aquele céu, perdido, distraído na figura noturna. - Mas estou cogitando a ideia de atender mais um.
- Hum, vai me abandonar aqui? - Hazuki riu baixinho.
- E você, quantos atendeu?
Fei o indagou, e finalmente se voltou ao rapaz lhe estendendo a cigarrilha, oferecendo-a a ele. Hazuki d
esviou o olhar ao outro, aceitando o objeto e levou aos lábios, sugando a fumaça que logo expeliu, sem costume de fumar, entregando novamente a ele.
- Quatro.

O loiro aceitou-a de volta, e uma longa tragada deu, aspirando a fumaça de aroma tão agradável.
- Hum, estou ganhando. Mas é compreensível, afinal, em todas as transas você é passivo, não?
Hazuki assentiu.

- Tenho cara de menininha afinal, hum? - E riu.
- Bom, quem sabe uma hora alguma perdida bissexual não venha realizar fantasias com você, hum? - Fei riu e se voltou a observar a lua cheia. - No entanto, acho que ela traria algum acessório pra usar em você...
- Ai... Que horror... Eu não fico com mulheres, hum.
- Então será sempre passivo, não acho que venha algum homem procurá-lo para ser ativo.
- Não ligo, eu gosto de ser passivo. Ah sim, tive cinco clientes. Alias, ainda está me devendo dinheiro. - Riu.
- Venha ao meu quarto buscá-lo.
- Olha que depois eu apareço hein.
- Deve ir. Quando lhe devo, Princesa?
- Hum... Não sei... Não vou lhe cobrar 300 só por um beijo e o uso de uma das mãos a força... Bem, quer terminar o que começamos e assim você me paga os 300, docinho? - Abriu pouco mais o quimono, expondo o tórax e riu, voltando a ajeitar as roupas. - Estou brincando. 
- Hum...
Fei se virou sob a madeira polida onde se sentava. Uma das pernas manteve dentro da fria água, enquanto a outra se tinha dobrada, e sob o joelho deu apoio a um dos braços, o mesmo que passou a levar a cigarrilha chinesa a boca, o qual tragou e ao expelir a fumaça, jogou-a ao rosto do amigo.
- Poderia me cobrar mais que isso, sua boca certamente faz um ótimo trabalho. 

Hazuki fechou os olhos, pigarreando ao ouvi-lo e logo o observou.
- Hum... Quer descobrir em que outro lugar ela faz um ótimo trabalho?

- Poderia me contar.
O menor riu baixinho e negativou. 
- Então mostre.
- Também não posso.
Fei lhe deu um risinho e tornou se virar a direção frontal da casa.
- Que entediante.

Hazuki desviou o olhar igualmente, unindo as sobrancelhas.
- Esse lugar não parece meio... Assustador a noite?

- Me parece excitante.
- Excitante?
- É. Suponho que fazer sexo aqui seja um tanto prazeroso. Mas é claro, se Katsuragi não estiver por perto.
Hazuki riu.
- Por que?

- Katsuragi corta meu objeto de trabalho se o fizer. 
- Não gosta dele, não é?
- Do Katsu?
- Hai.
- Hum, só na cama.
- Hum?!
Fei tornou direcionar as vistas ao rapaz ao lado esquerdo do corpo, com queixo apoiado a palma da mão, e a cigarrilha nos lábios.
- Já transou com ele?
O loiro tirou o objeto de meio aos lábios e abaixou a perna, inclinou-se próximo ao amigo e lhe piscou uma das pálpebras.
- Segredo. - Sussurrou a expelir a fumaça aos poucos.

- Ahn... - Hazuki negativou. - Que horror...
Fei tornou a lhe dar o risinho, e voltou a postura de antes.
- Ah, minha essência está acabando. Deveria ir buscar mais no quarto. Aproveitar ver se o Katsuragi dorme, posso arrastar um dos clientes pra fazer sexo aqui.

- Acho que eu vou pra casa de banho.
- Vá, Gong Zhu
- Mas dá medo a noite...
- Não tenha medo. Aqui está mais perigoso que a casa de banho.
Ele estreitou os olhos.
- Não está não.

- Está. Minha cliente injetou afrodisíaco na minha virilha, poderia transar a noite inteira.
- Ah, você é nojento... - O moreno se levantou.
Nojento por que?
- Aposto que está sem nada por baixo do quimono.
Fei postou o objeto de fumo nos lábios e desenlaçou o obi, separando as laterais do quimono e lhe expôs a nudez total abaixo do fino tecido de seda. Riu, divertido e levou uma das mãos a cigarrilha já apagada, tirando-a de fronte a boca e deixou-a de lado.
- Adivinhou... - Murmuriou cantarolando.

O moreno uniu as sobrancelhas.
- Eu realmente adoro essa sua ferramenta de trabalho.
Riu, observando-lhe o corpo e caminhou ao redor dele. O loiro t
ornou a rir no mesmo riso safado e abafado entre os lábios que continuavam fechados e fechou o quimono, enlaçando o obi negro a cintura, costumava brincar com ele daquela forma mesmo, eram prostitutos afinal.
- Seja bonzinho com o Aniki e vá pegar mais essência no meu quarto, hum. 

- Ah, como quiser.
Hazuki se abaixou atrás dele e deslizou uma das mãos pelo tórax do maior onde evidente, descoberto pelo quimono, aproximando-se do ouvido dele.
- Mas seria mais gostoso de essa ferramenta estivesse em outro lugar hoje ao invés de roçar no meu abdômen...
Murmurou, rindo malicioso e levantou-se, virando-se e caminhou ao quarto do outro.
 
- É... Certamente seria. - Fei comentou a jogar-se deitado no solo de madeira. Cruzou os braços atrás da nuca, cerrando as pálpebras a esconder os olhos felinos atrás da tênue película. - Mas um beijo já o mata o suficiente.
Comentou a si mesmo quando teve-se sozinho na área de jardim. Incômodo sentiu o sexo, talvez fosse aquele maldito afrodisíaco ou a ajuda de Hazuki e levou uma das mãos a apertá-lo em leve massagem acima do sedoso tecido de roupa.

O moreno pegou o que o outro havia pedido sobre o móvel e desceu a escada devagar e em silêncio, voltando-se a ele no lado de fora e entregou o pedido a ele.
- Hum... Não consegue parar de se tocar nem um segundo?

- Consigo, mas estou com esse afrodisíaco, até você se está me excitando.
O loiro se sentou novamente após tê-lo ouvido e mesmo o respondido, estendeu a mão à essência e preparou o fumo, voltando a tragá-lo. Hazuki riu apenas.
- Que horror, hum? Estou só brincando.
O menor retirou o obi do próprio quimono apenas para irritá-lo e colocou ao redor do pescoço dele, afastando-se e caminhou em direção a casa de banho, mesmo com o quimono aberto.

- Cuidado, lobo mau vai te pegar.
Dizia-lhe o outro com a silhueta que seguia o caminho se afastando.

- Não tenho medo do lobo mau. - O menor riu, adentrando o local escuro e riu baixinho, fechando o quimono com ambas as mãos. - É... Isso aqui da medo mesmo.
- Ya, como é medroso. - O maior se levantou e em passos despreocupados seguiu ao outro, tragando o fumo doce, contaminando os pulmões de modo lento. - Pronto, vá tomar seu banho. Ficarei vigiando a princesa.
- Da pra ao menos entrar aqui? É meio incomodo ficar sozinho no escuro...
- Acenda uma lamparina. 
O moreno caminhou pelo local, procurando a maldita lamparina no escuro e por fim tropeçou.
- Aai! ... Droga.

Fei riu, maldoso.
- Por que não vai pro inferno, Fei? Sério, não tô enxergando.
- Tenho velas aromáticas no meu quarto. 
- NÃO! não me deixa sozinho aqui!
- Então vá pegar.
O menor caminhou até a porta novamente, observando-o, mesmo que o quimono estivesse aberto e o corpo exposto. Levou uma das mãos ao braço dele, cutucando-o antes de sair. Fei erguera a face, jogando a fumaça aos ventos e ante o toque do alheio, desceu as vistas em sua nua figura correndo-a, porém se voltou em sua face.
- O que? Você acabou de ir lá.

- Vou te puxar pelos cabelos. - Puxou-lhe pelo braço para que adentrasse o local consigo e caminhou cuidadoso. - Onde tem uma lamparina aqui?
- Custa subir ao quarto e pegar as velas? - O loiro caminhou pela escuridão da sala, sendo guiado pelo braço que era puxado. - Próximo a prateleira de toalhas.
A mão livre do moreno ia a frente do corpo tentando encontrar as coisas e tocou uma das toalhas.
- Achei... Acende pra mim?

Fei elevou uma das mãos a tocar o braços do alheio, e correu a extensão da pele até alcançar sua mão e tocá-la no que tinha entre elas.
- Cadê?

- Calma... Aqui estão as toalhas. - O menor levou a mão dele a tocar a lamparina e sorriu. - Há!
O loiro alcançou o objeto e trouxe-o a si, buscou novamente a mão do amigo.
- Cadê a mão? Vem, deixei o isqueiro lá fora.

- Hai. - Hazuki segurou-lhe o braço.
Fei tornou o caminho meticuloso até a saída e entregou-lhe a lamparina quando na claridade da noite. Voltou-se sozinho a plataforma de madeira próxima, a pequena passarela e no chão pegou o isqueiro, regredindo à sala de banho e acendeu o objeto de iluminação. Hazuki soriu a ele, observando-o a acender a lamparina e iluminar o local, caminhou, já tendo iluminação suficiente e voltou-se a sala onde estavam antes.
- Vem.

O loiro entrou na pequena sala, iluminada por uma pouca e agradável claridade. Encostou na porta e sentou-se ao lado oposto a área de banho. O moreno caminhou ao local do chuveiro, retirando o quimono e expôs o corpo ao outro novamente, mesmo de costas e igualmente estava sem a roupa intima. Fei cruzou as pernas seminuas, e com um dos cotovelos sob a coxa, levava a cigarrilha aos lábios e fumava, de vistas voltadas as formas magras e esguias do outro enquanto tirava suas roupas.
Hazuki sentiu a água quente escorrer pelo corpo, molhando os cabelos igualmente e pegou o sabonete nas mãos, deslizando-o pelo corpo, limpando-o e gemeu sutil ao sentir a ardência dos machucados pequenos na pele, feitos com a unha.
- Você cresceu.
Comentou o loiro em uma nova tragada, e ao fim da essência na cigarrilha, deixou-a no assento onde se acomodava e levantou-se, desenlaçando outra vez a obi e pousou o tecido macio junto ao objeto de fumo, e o mesmo fizera ao quimono, que caiu aos ombros e lançou o tecido ao lugar, caminhando ao banho junto do outro. Hazuki s
orriu ao ouvi-lo e virou-se, observando-o e lhe deu espaço para se molhar, embora meio apreensivo devido ao feito dele mais cedo.
- É mesmo? Para o Katsuragi, continuo sendo uma criança.

- É porque se tornou exigente demais com os clientes, ele não gosta disso.
Fei pôs-se abaixo d'água, voltando a molhar o corpo e igualmente aos cabelos que criaram peso com a água que os encharcou.

Queria o que? Que eu aceitasse esses sádicos? - Suspirou. - Eu não sou tão exigente assim... - Aproximou-se do outro. - Não terminou de me dar banho mais cedo...
- Diga isso ao Katsuragi e não a mim.
O maior voltou-se aos vidros enfileirados e pegou o shampoo de ervas naturais, despejou o liquido de cor verde clarinho, quase nem vista e levou em seu longos e negros fios de cabelo. O pequeno se v
irou de costas novamente, deixando-o lavar os próprios cabelos e suspirou.
- Não quero mais falar desses clientes por hoje, hum?

- Isso, aproveite o banho.
O menor assentiu e o loiro pressionou a ponta dos dedos sobre o couro cabeludo do outro, massageando leve e correu ao comprimento dos fios, os lavando até criar uma generosa camada de espuma. 

 - A água quente... A luz baixa... Isso sim me excita. - Riu. - Não sou tão pervertido como você, coisas românticas me excitam...
- Não sou tão pervertido. Querer sexo no jardim não é pervertido. Feche os olhos.
E dito isso, o postou embaixo da água, massageou-lhe os cabelos até livrá-los de toda branca espuma. Hazuki a
ssentiu e fechou os olhos, sentindo a espuma ser retirada aos poucos dos cabelos com sua massagem suave e Fei Deslizou os dedos entre os fios, torcendo-os até limpá-los da espuma.
- Venha.
O maior pegou outro dos vidros e nele o condicionador de aroma doce. O levou as melenas negras, condicionando-as, sentindo a textura sedosa dos fios lisos e a
ssentindo, o menor acompanhou e esperou de olhos fechados até que passasse o condicionador nos cabelos e os enxaguasse. 
- Ok, deixe eu lavar os seus cabelos agora. - Pegou o vidro com o shampoo. - Feche os olhos.
- Hai, Hime-sama.
O loiro sorriu ao outro e lhe deu as costas, fechou os olhos a deixá-lo lavar os cabelos igualmente. Hazuki o
bservou o corpo do outro e abriu o potinho com o shampoo, hesitante em colocá-lo nas mãos ou não, por fim fechou o mesmo e levou ao seu lugar novamente, porém fingiu ter pego o líquido nas mãos e levou-as vazias aos cabelos dele, acariciando-os apenas. Deslizou as mãos pelo corpo dele finalmente, demonstrando as intenções, tocando-o, acariciando-o e deu a volta, ficando de frente ao maior. Era o próprio amigo, quase um irmão, mas sabia que ele estava excitado por estar perto de si e por algum motivo, aquilo pareceu excitar a si também, e não aguentou. Ajoelhou-se em frente a ele mesmo embaixo do chuveiro e uma das mãos lhe alcançou o membro ereto, apertando-o suavemente entre os dedos e o guiou devagar aos lábios, onde introduziu logo na boca, sugando-o enquanto a outra mão deslizava pelos quadris dele, acariciando-o apenas.
Fei sentiu o toque nos fios compridos, porém ainda rijos pela falta do shampoo e estranhou, porém sem comentário algum, sentiu o suave toque de sua pele a correr as costas e deslizar as laterais físicas. Os olhos já havia descerrado e o assistiu se postar fronte ao corpo. Breve foi o encarrar de sua face afeminada e ainda sem pronuncia lhe fitava os feitos, ajoelhado via-o adornar o sexo, o que fizera a si acomodar a coluna contra a fria madeira da parede, e sofrera um sutil espasmo de músculo abdominal e suspirou pesaroso num sopro pelas narinas, no entanto calado, ouviu ao próprio suspirar junto da água calma que descia dos orifícios no chuveiro e brigou com as pálpebras em busca de mantê-las abertas quando finalmente sentiu a calidez dos lábios em torno do órgão acordado, e as semicerrou, dando curta visão aos olhos acinzentados, gemeu rouco com o delicioso toque.
Hazuki sentiu o corpo se arrepiar ao ouvir o gemido do outro, tão prazeroso para si, fazia com que quisesse ouvi-lo gemer novamente. Retirou-o da boca e a língua deslizou por toda a ereção do amigo, massageando-o com a mão no local onde não podia tocar.
O loiro entre dentes cerrados sugou ar a boca. Com cenho franzido tão sutil era evidente o prazer num quase sensual traço nas feições faciais e minuto depois foi em que jogou o oxigênio à fora, o qual não intencional havia preso e abandonando num segundo gemido, baixo, porém audível ao comodo de quatro paredes que fechava aos dois dentro dele. E de vistas ainda quase cerradas, observava o sexo sendo deliciado pelo outro.
O moreno desviou os olhos à face do outro, observando a expressão de prazer e apertou-lhe os quadris com a mão livre, excitando-se ao vê-lo daquele modo ainda mais ao ouvir o novo gemido. Colocou-o na boca novamente e sugou-o com vontade, retirando-o dos lábios e logo voltando a colocá-lo, iniciando os movimentos, lentos, enquanto o mostrava o outro lugar que era bom com a própria boca.
- Ha...zuki
Fei proferiu baixinho entre dentes e guiou a mão em suas longas madeixas negras, entrelaçando-as aos dígitos e se voltou ao rosto de bochechas rosadas e mornas. Com o polegar lhe roçou o lábio inferior, com boca bem descerrada a correr em todo comprimento sexual espesso, e limpou dela a tênue risca que saliva que desceu no canto dos lábios do outro jovem. Com leveza empurrou o quadril a sua direção facial, dando o início de ritmo. Correu a mão a própria coxa e subiu ao quadril, lhe encontrou a mão livre o qual entrelaçou os dedos. O pequeno s
orriu ao senti-lo entrelaçar os dedos aos próprios, voltando a atenção a ereção do outro e continuava os estímulos, seguindo-o com os movimentos do quadril, com cuidado para que não engasgasse. A mão soltou-lhe o membro e deslizou pela coxa dele, acariciando a pele macia e arranhou-o no local, deixando pequenas marcas que logo sairiam.
- Pegou mania do cliente, hum?
Indagou o mais alto, com a voz baixa, num tom rouco e lhe deu um risinho sem muita atenção enquanto sentia as unhas correrem na pele. O quadril movia sinuoso, afundando o máximo do sexo em que fora capaz sem fazê-lo engasgar. Pendera a cabeça para trás, ao recostar na parede e fechou os olhos. Os ofegos eram notáveis, assim como os gemidos sem altura que agora seguiam consecutivos unidos aos suspiros.

- Eu não aguento os seus gemidos... São gostosos demais...
Murmurou o menor e logo voltou a colocá-lo na boca, sugando-lhe o membro e a língua novamente passou pela ereção dele, dando mais atenção à sua ponta.

- Hum...
Fei grunhiu a mordiscar o inferior entre os dentes e tornou visá-lo. A glande entumescida de prazer, quase via as veias salientes ao longo do falo, já a limitá-lo em prender o ápice insistente. Desencostou-se na parede, seguiu a briga contra as vistas que buscavam um apreço veemente a fechar os olhos e mantinha-as pouco abertas, inalterados cenhos que continuavam intactos e franzidos. Os dentes expostos entre o descerrar dos lábios e firme cerrados, soprando a ofegância, junto de sutis gemidos abafados, que sempre faziam-no separar os dentes e liberá-lo com avidez a cada rastro do prazer. Maior rapidez deu aos quadris ao sentir-se dolorido de prazer, e fê-lo engolir o membro duro, moveu-se ligeiro e ainda minucioso o bastante até gemer de prazer e gozar em sua boca, liberando o sêmen acima da língua tão quente, e aos poucos fora diminuindo a vigorosidade dos tais.

Hazuki acompanhava os movimentos dele do quadril, sempre procurando se afastar pouco. Fechou os olhos, concentrado nos estímulos dados ao maior e logo o sentiu se empurrar na própria boca, afundando o membro e deu-lhe uma pequena mordida no local, sugando o liquido quente a engolia o mesmo, retirando-o dos lábios ao final de seu ápice e lambeu a ereção, limpando-a e logo desviou os olhos a ele, sorrindo.
Seus clientes passam muito bem. - Comentou o maior despudorado e levou o dígito polegar ao canto esquerdo de seus belos lábios rosados, limpando o rastro sutil que nele restou. - Se chateou tanto por um beijo e acabou me beijando.
Hazuki riu baixinho.
- Era só pra mostrar onde eu também sou bom com os lábios.

- Ah, é mesmo?
- Uhum. - Levantou-se. 0 E tambem porque seu corpo é perfeito, e adoro seus gemidos...
- Então uma amostra grátis dos serviços, ah?
- Exatamente. - Riu.
- Amostras são dadas quando a intenção é vender o produto. - Fei lhe tocou o peito, o guiando à parede, onde antes se instalava, onde horas antes o tinha posto. Curvou-se de modo que se pôs face contra face e lhe encarou as orbes azuis. - E se eu quiser comprá-lo?
O menor uniu as sobrancelhas, sentindo a face pouco vermelha e manteve as mãos ao lado do corpo na parede.
- Bem... O que eu poderia fazer pra impedir?

- O que fez mais cedo?
- Eu sei... Ainda... Me parece errado...
- Não o acharia se soubesse como é sentir o meu corpo sobre o seu. 
- Não diga isso... - O pequeno sentiu o leve arrepio pelo corpo, suspirando em seguida.
- Já fez amor, Gong Zhu?
- Ora... Faço todos os dias, que pergunta boba.
- Meiyo. Você transa, faz sexo, não faz amor.
- Hum... - Uniu as sobrancelhas. - Fazer.. Amor?
- Me deixe tomá-lo, lhe farei amor. 
- Hum... - Hazuki observou-o por um pequeno tempo, hesitante.
- Pense. Se quiser, te espero em meu quarto amanhã à noite após o banho.
- Mas... Katsu vai ouvir...
- Certamente achará que estou com o cliente que costuma dormir comigo.
- Mas ele conhece a minha voz, Fei.
- Ya, e não pode achar que está com algum cliente? Uma vez na cama, Katsuragi só se levanta quando é manhã.
- É, nisso você tem razão... Tudo bem, ne.
- Ou prefere realizar meu desejo e fazer na passarela do lago?
- O-Onde você quiser, hum.
- Como foi mudar tanto uma idéia?
- Quero fazer amor com você... Quero que me mostre como é.
- E sua amizade?
- Quer que eu desista?
- Que pense.
- Vou pensar... Eu amo você... Mas como amigo, como irmão que chegou aqui. Eu não gosto de sexo, estou aqui porque sou obrigado... Não quero fazer algo contigo desse modo, algo que eu não aprecio, que eu vejo como uma profissão... Mas... - Deslizou uma das mãos pelo corpo dele, apreciando a pele quente pelo banho. - Não acho que estar contigo seja igual a estar com um cliente vadio que eu mal conheço...
- Você é uma confusão, Gong Zhu-sshi. Devemos correr e dormir, temos aula de dança e já é madrugada. Mas pense como pensou hoje mais cedo. Mesmo que seja amizade, eu quero tomá-lo por uma noite, vou aquecê-lo mais que o abraço que tem quando dorme em meu quarto. Quero seu corpo embaixo do meu.
Fei inclinou-se ainda mais em aproximação de seu rosto. A ponta da língua lhe roçou os lábios, e introduziu-a na boca, passeou-a, saboreou-a, serpenteou-a em movimentos sem rapidez e sem lentidão. Hazuki assentiu ao ouvi-lo, levando uma das mãos ao ombro dele e apertou suavemente o local numa massagem, retribuindo os toques dos lábios, mesmo pouco hesitante ainda sobre o feito.

- Por que hesita? - O loiro indagou quando enfim lhe soltou o lábio inferior preso entre dentes. - Acabou de me chupar.
Os braços, feito horas atrás o elevou no colo. O prendeu contra a parede, erguido ao colo e tornou tomar sua boca, o beijou vigoroso, o pequeno r
iu baixinho ao ouvi-lo e ajeitou-se, levando as pernas ao redor da cintura dele a retribuiu o beijo, levando uma das mãos que antes em seu ombro, até a face do outro, segurando-a entre os dedos.
Ambos os braços do loiro continuavam um firme enlace na estreita cintura do moreno. Tinha-o contra o corpo e pressionado ao frio da parede, compensando pela água aquecida que caía sobre ambos os físicos, e junto a baixa luz, o agradável som da água a correr por todo o corpo, e de olhos fechados tornou beijá-lo, passeando vagarosamente a boca do garoto. Uma das mãos do pequeno deslizou pelos cabelos loiros dele, acariciando-os e retribuía seu beijo, saboreando os lábio dele.
Fei limitou-se aos longos minutos de um beijo que perdurou num serpenteado e leve brincadeira ingraciosa. A esquerda se dirigiu a cintura magra do rapaz entre os braços e deslizou a coxa posicionada a própria cintura, e no aparte de toque entre língua, sugou o músculo do alheio e abandonou o beijo num leve estalo, onde sutil fora a levar os beijos em seu pescoço e descer à clavícula, mordiscando a pele. Hazuki sentiu os lábios dele a beijar o pescoço, suspirando e puxou-lhe levemente os cabelos entre os dedos, desviando o olhar ao próprio corpo e notou o membro ereto contra o abdômen dele, novamente.
- Ah... Fei... Me solte, hum? Vamos dormir.

Fei empurrou a região abaixo, levando ao alheio o corpo a pressioná-lo e comprimir entre o robusto abdômen seu órgão entumescido, roçá-lo a pele como horas antes era feito a si mesmo, e sugou a pele aos lábios a manchá-la de um leve tom arroxeado. Hazuki gemeu baixinho, observando-o e uniu as sobrancelhas, puxando-lhe os cabelos como punição, observando-o em seguida.
- Não marque...

- Já o marquei.
Sussurrou ao demais, enquanto em leve iluminação os cinzentos lhe encaravam as orbes azuladas de nítida cor. Hazuki estreitou os olhos, desviando o olhar a ele, porém cessou por um instante, sorrindo a ele.
- Você é tão lindo...
- Eu deveria deixá-lo ir, Princesa?
- Hum? - Hazuki uniu as sobrancelhas e assentiu, retirando as pernas da cintura do outro. - Me solte, hum.
O loiro afrouxou os braços que antes firmes envoltos a cintura magra do cortesão. O postou no chão, com vistas que ainda se tinham fixas em si e se pôs no chuveiro, deixando a água quente cair ao longo dos cabelos. Hazuki sorriu e caminhou até o outro, abraçando-o e sentiu a água molhar ambos os corpos. Ergueu a face, selando-lhe os lábios e logo afastou-se, caminhando até a prateleira a pegar uma das toalhas, secando o corpo com a mesma.
- Ainda quer dormir junto a mim essa noite, hum?
Fei virou-se abaixo do chuveiro, ainda deslizava os dedos entre as mexas de cabelo e provia-se da água morna.

- Claro, seria ótimo.
- Acho que devo lavá-los sozinho já que a princesa se esqueceu de fazer isso.
Um meio riso o maior lhe deu, e como típico abafou numa curva sem mostra dos dentes bem alinhados. Numa das mãos servia o shampoo, que levou aos cabelos longos em massagem no comprimento os lavando.

- Ah perdão... - O moreno voltou-se a ele, deixando a toalha sobre o próprio quimono e caminhou até o outro, levando as mãos aos cabelos dele, massageando-os. - Deixa que eu faço.
- Meiyo. Vá se deitar, Gong Zhu-sshi.
Hazuki negativou.

- Vou contigo.
O loiro enxaguou os fios e deles tirou toda a camada da branca espuma que os revestia e novamente com o pequeno vidro, o condicionante de doce aroma, levou a palma da mão e a voltou aos cabelos, fazendo-o por si só. Entre dígitos a maciez dos fios entrelaçados, correu o excesso do creme com a água, limpando-os e ao tê-lo feito, usou a macia esponja de banho pelo corpo, ensaboando, o lavando. Hazuki uniu as sobrancelhas, observando-o a terminar.- Não queria que eu o fizesse?
- Não precisa afetar suas lindas mãos, Princesa.
Fei o provocou e após ter-se fora do banho, o chuveiro desligou a cessar a água e caminhou a prateleira de toalhas, como não havia previsto o banho, sem o roupão disponível, optou por secar-se com a felpuda toalha de tecido rosa e enrolou-a aos cabelos, torcendo as longas melenas douradas e vestiu-se sem formalidades com o quimono azul antes trajado e já reposto.

- Não... Vai molhar o quimono, você se seca de qualquer jeito...
Hazuki pegou outra das toalhas no local, retirando o quimono dele e levou a toalha a secar o tórax do maior, observando-lhe a face e passou-a delicadamente pelo corpo dele, amarrando-a em sua cintura. O loiro b
aixou as vistas conforme os modos do alheio, e igualmente lhe fitava o rosto quando despido outra vez e seco pela toalha delicadamente tateada ao corpo e envolta a cintura.
- Não tem problema que o molhe, não vou usá-lo mesmo.

- Vou lavá-lo amanha. - Hazuki sorriu a ele, erguendo-se e lhe beijou o rosto, usando a toalha para secar novamente o corpo e envolveu-a na cintura, pegando o próprio quimono no chão. - Vamos? 
- Oh, se faz questão, Gong Zhu. - O maior levou uma das mãos ao ombro de inferior estatura a própria, em sinal ao caminho que traçou. - Deveria se vestir, estará frio lá fora.
Hazuki negativou.
- Vamos apenas passar por ali rápido ne. - Segurou-se no braço do outro como costumava fazer. - Vem, Fei. 

- Ya.
Fei deu-lhe apoio costumeiro sob o braço e seguiu a saída da casa de banho, com pés molhados secos ao pequeno tapete na entrada. Já sentia o vento frio tomar conta do peitoral, dos braços, e não estaria tão gelado se não fosse pelo recente banho. 
Hazuki saiu junto com ele do local, encolhendo-se devido ao frio e puxou-o consigo até a porta dos fundos da casa, adentrando o local e subiu devagar as escadas, esperando não acordar aos outros.
O maior logo seguiu caminho da escadaria na luxuriosa casa de bordel, não se incomodou e nem se deu ao trabalho de ser meticuloso ao caminho sem ruídos e subia marchando pelas escadas ao corredor de bonito e vermelho tapete em veludo. Arrastou a porta oriental a dar passagem pelo próprio quarto onde entrou. Hazuki voltou-se ao próprio quarto, pegando um dos quimonos simples no local e vestiu-o, amarrando o obi branco e fechando-o em frente ao corpo. Ajoelhou-se e pegou a escova que tanto gostava, prateada com pequenas pedras enfeitando-a e penteou os cabelos, observando-se no espelho.
No móvel de belo artesanato oriental, nas peças de roupas para dormir, o maior pegou a vestimenta íntima de cor branca, assim como o quimono simples de seda champanhe, que alcançavam apenas a altura pouco abaixo dos joelhos, sem o comprimento e adorno das peças de cortesão, mas ainda tinha uma beleza pouco erótica masculina, o contrário dos quimonos de trabalho, afinal, clientes por vezes pernoitavam, e a beleza deveria ser intacta mesmo enquanto dormia, e já era acostumado, não viveria de outra forma mesmo livre dos serviços de um oiran. Fronte ao espelho, ajeitou as louras cabeleiras ao longo de seu comprimento, alisando os fios com escova de dentes largos e abandonou-a na penteadeira. Um meio riso deu a si mesmo quando não era acostumado a pentear-se solo, tinha o jovem garoto que sempre fizera o serviço a si, assim como os mais populares garotos daquela casa, assim como era quando recém chegou no bordel, tratava dos cuidados dos mais belos cortesões, e agora estava ali. Engatinhou ao abandonar a escova de cabelos, e se acomodou na maciez do lugar. Um dos braços dava um leve descanso a nuca, enquanto a outra das mãos, livre, levava novamente a cigarrilha já preparada em doce aroma de baunilha e cravo, que se apoderou com seu cheiro por todo o quarto. Fitava o teto despreocupado, e através da porta aberta à área, sentia os jatos leves de vento que vinham a si.
Logo que terminou de ajeitar os cabelos, Hazuki caminhou ao quarto do outro, abrindo a porta com uma das mãos e adentrou o local, sem muitas cerimônias, trazendo consigo a pequena caixinha em uma das mãos. Sorriu a ele, ajoelhando-se ao lado do maior e colocou a caixinha no chão ao lado dele.
- Pra você, ne.

Os olhos cinzentos do maior correram à porta ante seu movimento. Observou o rapaz a invadir o quarto e lhe sorriu de canto a soprar dos lábios a fumaça doce. Ergueu pouco do tronco em apoio ao cotovelo no futon e virou-se sutil ao lado de si a observar o objeto que fora trago e dirigido a si.
- O que é?

- Pode... Parar de fumar um pouco, hum? Não gosto dessa fumaça toda. - Murmurou o pequeno e deitou-se ao lado dele, segurando a caixinha. - Abre.
Sorriu e entregou-a a ele, dentro trazia o pequeno enfeite de cabelo dourado com as pequenas pedras vermelhas, já que sabia que o outro gostava da cor. Fei s
orriu de canto e deu de ombros ante o comentário. Pôs a cigarrilha entre os lábios e com ambas as mãos dera abertura a caixa enfeitada, observando a bonita presilha de cabelos em quase mesma cor que eles. Curvou os lábios cerrados e lhe entregou o acessório, mudo pedido a sê-lo colocado ali. O menor sorriu, pegando o pequeno enfeite na caixinha e levou aos cabelos do amigo, prendendo uma das mexas dele e aproximou-se, beijando-o na face.
- Gostou?
Ficou bom?
Hazuki assentiu e riu baixinho.
- Então está bom.
O loiro lhe sorriu em retribuição e tornou ao trago na cigarrilha, sugando a essência cheirosa. Sutil inclinou-se em aproximação ao alheio, e soprou-a ao encontro de seus lábios os quais tinha mínima distância. Hazuki t
ossiu ao aspirar a fumaça no próprio rosto e pegou a cigarrilha das mãos do outro, levantando-se.
- Chega, vai acabar me matando com isso.

Fei riu em divertimento e tentou agarrar novamente a cigarrilha de prata.
- Se você houvesse agido um pouco mais sensual, talvez não se afogasse em fumaça. É só abrir a boca e tragar a fumaça que o passo.

- Ah... Que horror. Me dá. - Estendeu a mão a ele.
- Ya, Gong Zhu-niai. Certo, certo... - O loiro apagou a cigarrinha, deixando-a ao lado do futon. - Feliz? 
Hazuki se ajoelhou ao lado dele.
- Não vai me dar?

- Para quê? Já a apaguei.
O menor resmungou, deitando-se e virou-se de costas a ele.
Wan shang hao, Gong Zhu.
Murmuriou o loiro e não dar atenção e acomodou-se à cama, ajeitando-se no macio futon.

- Não entendo você.
- Boa noite, Princesa.
- Vem cá, hum...
E o maior revirou-se ao lado em que tinha a figura corporal a dar-lhe as costas. Uma das mãos elevou a deslizar a ponta dos dedos sob seu braço coberto pela comprida manga do quimono, mesmo que fosse justa.
- O que quer?

- Um abraço. - Inclinou pouco o corpo para trás, aproximando-se do maior.
Fei dirigiu a mão à cintura, do braço desviou a ela, posta ao abdômen, o empurrou para trás a aproximá-lo consigo. O pequeno sorriu ao sentir o corpo do outro tão junto ao próprio e fechou os olhos.
- Você é quente...

Breve o loiro o desvencilhou do abraço e levou a mão a presilha de cabelo. Retirou-a e deixou-a ao lado do leito, junto a cigarrilha apagada, e voltou ao abraço, pousando o braço sobre sua curva cintura. Hazuki aconchegou-se entre os braços dele como costumava fazer e suspirou, permanecendo em silêncio junto do outro até que adormecesse.

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