Nowaki e Tadashi #4


Tadashi acordou com a luz do sol, forte contra os olhos e o pessoal que dormia consigo no abrigo já havia levantado, se sentia aéreo e com o estômago embrulhado, afinal, havia usado mais algumas doses de cocaína antes de adormecer. A comida que tinha no estômago do jantar, já não estava mais, havia posto para fora na noite anterior e esperava o amigo chegar com a heroína que havia saído para buscar. Observou o local e a moça que estava sentada ali na beira da cama.
- Tadashi, não sei o que fazer com você... Eu te trato como um filho, mas você só se acaba mais.
O garoto uniu as sobrancelhas a tentar observá-la e só então notou que era a dona do local onde estava, uma senhora de quarenta anos que havia oferecido um local para ficar. Sentiu a mão dela sobre o próprio pulso, sentindo os batimentos e suspirou.
- O médico, aquele bonito veio te procurar hoje cedo.

- O que... O que você disse pra ele? 
- Que estava dormindo.
- ... Não quero mais saber dele, se ele vier, diga que eu morri. 
- Mas por que? Ele se importa tanto com você.
- Apenas diga.

Nowaki observou a mulher e cumprimentou-a com um aperto de mão, não era realmente responsável por tal, mas de algum modo, ela havia procurado o médico responsável pelo tratamento dos garotos em reabilitação. Indicou a ela o assento no consultório e após fechar a porta, seguiu até o outro lado, sentando-se a fim de prosseguir com o motivo de sua visita. Tinha um pouco mais de quarenta anos, vestia-se de forma bonita porém simples, mas parecia ter se arrumado o suficiente para ter uma boa impressão e tão logo, iniciou com ela uma conversa a respeito do tratamento para os jovens, e supôs que talvez seu filho ou parente precisasse de ajuda. 
- Muito obrigada por me receber aqui, senhor. Eu tenho alguns garotos que vivem no abrigo onde eu gerencio como o senhor já deve saber, vários deles já foram internados várias vezes e um deles até veio a falecer no mês passado, isso tem me preocupado bastante, mais sobre um deles do que os outros, porque esse garoto faz quase parte da minha família, ele é muito importante, e não quero ver ele morrer. O rapaz assentiu ao que ela dizia, tinha certeza que era uma boa causa para estar ali. Explicou a ela todos os benefícios e modos de tratamento de desintoxicação, tal como hábitos incluídos no programa e acompanhamento psicológico, mas suspirou ao fim.
- Eu entendo que é algo importante, assim como você eu gostaria de conseguir colocá-los em tratamento, tenho muitos jovens teimosos e que eu realmente gostaria de ajudar, mas infelizmente, eu só consigo colocá-los aqui, desde que alguém seja legalmente responsável por eles e assinem a documentação para interná-los.
Eu não posso pagar para todos os garotos ficarem internados, mas esse é realmente especial pra mim, e ele está se matando, só hoje já usou mais cocaína do que já vi alguém usar em uma semana e um dos rapazes está trazendo heroína pra ele... Posso assinar como responsável, desde que o ajude , por favor. 
- O tratamento não é pago. É pago pelo governo desde que o paciente tenha um histórico de passagens pelo hospital. Você pode assinar somente se for parente dele. É seu filho? 
- ... Não. Mas eu preciso muito colocá-lo aqui, por favor. 
- Eu sinto muito, senhorita. Eu posso autorizar a internação do rapaz, somente com um tutor legal. O que eu posso sugerir é que consiga contato com os pais do rapaz e peça que assine. Caso não estejam de acordo, eu sugiro que procure algum órgão legal, explique a situação do jovem e tente a guarda como tutora legal. 
- Mas doutor... Até eu fazer isso, o garoto já morreu... 
- Mas infelizmente precisamos disso. Do contrário, não posso forçar o rapaz a ficar aqui. O que eu posso sugerir foram as opções que dei antes, ou que faça uma visita a mãe do rapaz e consiga uma procuração, passando a tutoria para você, ou mesmo assinando o papel para internação do paciente. Você pode trazê-lo, colocarei ele em alguns tratamentos simples, para adiantar que ele fique fora da rua, enquanto você consegue a procuração e traga pra mim o mais rápido possível.
Disse e já no entanto preenchia uma folha com informações necessárias onde precisava ser assinado pela mãe do paciente.
- Você precisa fazer com que assine isso. Caso consiga a tutoria, você mesma pode assinar. 

A mulher assentiu a observar a folha, mesmo apreensiva e pegou-a em mãos.
- Eu vou fazer ela assinar, não conseguiria trazer ele aqui nem tentando muito. Obrigada, doutor. 

- Nós podemos pedir que alguém o busque uma vez que quiser iniciar o tratamento. 
- Posso ligar para o senhor?
- Claro que sim.
Disse ele estendeu a ela o cartão com nome, especialidade e telefone. Ela a
ssentiu e pegou o cartão, guardando-o no bolso em segurança.
- Obrigada novamente, doutor 

- Espero que dê tudo certo, hum?
Nowaki se levantou, acompanhando-a até a saída do consultório e despediu-se com o aperto de mão. 
E a mulher se levantou e seguiu em direção à saída, apertando a mão do doutor e sorriu a ele, porém com o papel em mãos, o primeiro lugar que iria era a casa do garoto e sabia que ela estaria alterada, então assinaria sem reclamar. Adentrou a casa pela porta da frente sem bater, visto que amiga da família.
- Yoko? Você está em casa? Yoko?!
Arqueou uma das sobrancelhas, porém ouvira barulho vindo do quarto, então caminhou em passos calmos até o local e ao abrir a porta, como imaginou, encontrou-a com a garrafa de cerveja, embora ainda não tão alterada.
- Bom, pelo menos não é Whisky. Como está?

- Hum, indo. Você tem visto o Tadashi?
- É sobre isso que eu quero falar, Tadashi já teve umas quatro quase overdoses, ele vai se matar, Yoko. Preciso da sua autorização para colocar ele numa clínica.
- Não posso, sabe que eu não gosto de ninguém se metendo com as minhas coisas.
- Yoko, não me faça te forçar a assinar esses papéis. Sempre fomos amigas, preciso que faça isso pelo bem do seu filho, ou eu vou te entregar para a polícia. 
- ...Você não faria.
- Ah, eu faria.
Estendeu a folha e
a viu ponderar alguns segundos, a amiga e mãe do garoto, obviamente não era só alcoólatra, também era uma das traficantes da região, e por isso, não seria muito bom ter contato com a polícia, pelos problemas com a bebida, ela não tinha ninguém ao lado para defender, então faria tudo que mandasse, e fora o que fez, assinando os papéis para levar o garoto ao local.

Assim que o amigo chegou, Tadashi se sentou na cama, esperando pela dose da droga prometida a si e após ter o braço perfurado, deixou um pequeno gemido escapar, dolorido e logo voltou a se deitar, piscando algumas vezes a sentir o efeito estranho da droga que percorria o corpo e sentiu alguém se deitar ao lado de si, provavelmente o garoto, que estudava consigo na época, e amigo que conseguia as drogas. Desviou o olhar a ele e tentou focalizar seu rosto, porém impossível e começou a imaginar coisas, já não via mais seu rosto como do amigo e sim do médico que gostava e virou-se a observá-lo mais de perto, tocando-o no rosto, porém sentiu o amigo recuar com o toque e uniu as sobrancelhas, idiota, por que estava fazendo aquilo? Ah, era sua esposa, claro. Levantou-se rapidamente e negativou consigo mesmo, sem conseguir enxergar nada corretamente pelo quarto, e era a primeira vez com aquilo no corpo em que ficava completamente acordado. Caminhou alguns passos, tentando fugir do companheiro de cama irritado consigo e caiu sobre a cadeira de madeira, que obviamente se partiu em vários pedaços.

- Tadashi! Deus... Tadashi, você está bem?
O garoto desviou o olhar à mulher que havia retornado e uniu as sobrancelhas, não a reconhecia e tentou se levantar, porém fora carregado por dois enfermeiros que ela havia chamado da clinica para buscar a si.
- Me soltem! Solta! Eu não quero ir! Não! Akemi, me ajude! Não deixe eles me levarem!

Bipado, Nowaki se levantou atrás da mesa e seguiu até a saída do consultório, recebendo o rapaz, já cansado de vê-lo ali, porém, se seguia igualmente a companhia de jovem senhora que visitara a si anteriormente e quebrou a pequena distância que tinha de si.
- Ele é seu garoto?
Indagou a ela que assentiu prontamente e parecia preocupada, visto que o menino dormia, afetado demais pela química e indicou o leito, o qual um dos quartos disponíveis, ainda no ambulatório e não na clinica onde seria logo colocado.
- Conseguiu a autorização? 

- Sim. Eu fiz com que a mãe dele assinasse. - Ela disse a entregar o papel nas mãos do médico. - Me prometa que ele vai ficar bem. 
- Isso, eu posso prometer que farei o possível. Mas ficar bem depende dele. Já que não vou deixá-lo aqui para sempre.  
Ela assentiu, e era suficiente.
- Obrigada... 

- Agradeça no fim do tratamento. Afinal, seu garoto é bem difícil.  
- É, eu sei. Ele gosta de você, então, quem sabe ajude ele.
- Não o suficiente pra ouvir conselhos. - Sorriu a ela no entanto. - Se me der licença, preciso verificar o estado do seu menino. Preciso que preencha mais algumas coisas a respeito do Tadashi. A enfermeira lhe dará a ficha. 

Ela assentiu, porém antes que ele se retirasse, segurou a mão dele.
- Doutor, por favor, faça o melhor por ele, sei que ele é irritante, mas é um doce de menino quando sóbrio, ele já sofreu muito, cuide bem dele. 

Nowaki suspirou mas sorriu.
- Eu sempre faço o melhor para os meus pacientes.  

- ... Obrigada. - Ela falou a ele e virou-se, seguindo em direção a saída. 
- Hey, hey, saída não, junto com a enfermeira. Não vai querer vê-lo antes de colocá-lo na clínica? 
- Hai... Desculpe. 
- Fique calma. Quer um chá, café? 
- Um chá, por favor. 
- Vou pedir que tragam pra você. Pode se acomodar.
Ele sorriu a ela, notando sua preocupação e alívio em junção. Sentia-se feliz por ela, mas sabia que deveria lidar com o rapaz, complicado demais e ainda tinha desagrado a respeito de seus ataques no último "encontro" que tivera com ele. Seguiu para a sala, observando o rapaz, que recobrava consciência, no entanto, já ligado aos aparelhos que regulavam seu estado, limpando-o pela quinta vez em que estivera por lá. 

Tadashi havia acordado após algum tempo, sendo limpo das drogas novamente e irritado, encolheu-se na cama a virar-se de costas para a porta, sabia que ele não queria ver a si e não estava diferente, o problema é que sempre carregavam a si para o mesmo local. Após sair dalí, planejava sumir por uns tempos, viajar, morar em outro lugar, longe de todos que já conheciam a si, talvez fosse bom para esfriar a cabeça e quem sabe encontrar alguém realmente bom para si. Tinha enjoo, e antes dele chegar já havia passado bem mal junto as enfermeiras, acostumadas, mas agora, mantinha-se agarrado aos joelhos, coberto e desconfortável.
- Você precisa se deitar corretamente. ?
Nowaki disse ao rapaz, oculto pelos lençóis da cama e verificou o aparelho, notando seus batimentos, o nível de sua medicação e o nível químico em seu sangue. Aplicou com a seringa a medicação em sua bolsa de soro.
- Sente alguma dor? 

O loirinho manteve-se deitado de mesmo modo e em silêncio, a voz dele era gostosa de ouvir, o que irritava a si de alguma forma, se sentia confortável, ao mesmo tempo que o coração batia mais forte conforme a proximidade que tinha de si.
- Tadashi, por favor, preciso que deite corretamente.  - Disse e voltou-se ao monitor de batimentos, ouvindo cada palpitar simulado em toques do monitor que aumentavam aos poucos. - Me diga, sente dor em algum lugar?  

O garoto ajeitou-se na cama, justamente para que ele não falasse novamente, porém ainda mantinha a face virada contrário a dele.
- Sim. 

- Aonde dói? - Indagou e parou ao lado dele. 
- Você não consegue fazer parar de doer onde dói. 
- Tadashi, fale direito. Preciso medicar você se algo estiver errado. Seu estômago dói? 
O garoto assentiu.
- A cabeça também. 

- Certo.
Nowaki disse e aplicou a nova medicação no soro que seguia para sua veia. No entanto, segurou o lençol que o cobria, abaixando até o nível dos quadris.
- Com licença.
Disse, segurando sua roupa hospitalar, subindo-a até o nível de seu peito a descobrir seu abdômen. Tadashi arqueou uma das sobrancelhas ao senti-lo puxar o lençol e quase se fundiu a cama, agarrando-a, sem entender o porque e sentiu-o descobrir o corpo. Estava frio, por isso a pele se arrepiou visivelmente. Era magro, mas não em demasia apesar de passar muito tempo sem comer quando usava drogas, ainda tinha algum sinal de músculos no corpo, embora frágeis, os braços tinham várias marcas de perfuração, e por isso virou-o, já que era o contrário ao perfurado na veia, não queria que ele visse, o problema é que não eram muito piores do que as de dentro feitas com um uma lâmina qualquer e decidiu deixá-lo ver a parte mais óbvia. Observou-o, tão bonito como sempre e obviamente os batimentos aumentaram consideravelmente ao tê-lo tão perto do tronco nu.

Nowaki fitou em seu braço as marcas, as que já sabia e mesmo as que não sabia e via de relance, porém nada disse a respeito de tal. Notou seu corpo magro, evidentemente afetado pelo uso das drogas, parecia frágil, mas estava certamente muito melhor do que a maioria dos pacientes que cuidava no início do tratamento. Juntou as mãos, e fitou no entanto o monitor, aumentando cada "pi" que simulava suas batidas.
- Se acalme.
Disse ao rapaz e com os dedos pressionou suavemente seu abdômen, na altura do estômago. 

Tadashi suspirou ao ouvi-lo, desviando o olhar da face dele, ou só ficaria pior e fechou os olhos a senti-lo pressionar o local, e Deus, as mãos dele eram tão quentes que até imaginou, mesmo sem intenção ele tocando outras partes do próprio corpo. Pigarreou e negou com a cabeça.
- N-Não faça isso. 

Nowaki pressionou a região, apalpando a sentir o interior, superficialmente.
- Dói ou sente algo diferente quando pressiono aqui? - Indagou e negativou. - Preciso fazer isso. Fique relaxado, Tadashi. Está comprimindo o abdômen. Não fique ansioso. 

O menor assentiu ao ouvi-lo, e desviou o olhar novamente, tentando não ficar nervoso.
- Está doendo... Não faça isso ou eu vou vomitar. - Falou a ele e mordeu o lábio inferior sutilmente, esperando que ele não notasse. - Suas mãos... São quentes.
- Não sinto nada anormal. Provavelmente faz parte dos efeitos da droga e da medicação. A desintoxicação fará náusea e vômito, portanto tem o recipiente ao lado, onde pode ficar a vontade caso não consiga aguentar o enjoo.
Disse o maior e no entanto cobriu seu corpo despido com aquele tipo de camisola de hospital, voltando a acomodá-lo abaixo do lençol. E não disse nada, sobre seu comentário, que, talvez fosse um elogio. Tadashi d
esviou o olhar a ele ao ouvi-lo e assentiu, era incomodo o fato dele agir tão seriamente, parecia um robô sem sentimento algum, e era chato gostar de alguém assim. Fechou os olhos ao senti-lo colocar de volta a própria roupa e não se lembrava qual fora a última vez que alguém havia tocado a si de qualquer modo, mesmo só um toque no braço, na pele.
- Você está bem?
Perguntou o maior ao vê-lo fechar os olhos e puxou para perto o assento estofado, de couro branco. Tadashi assentiu.
- Bem, você será encaminhado para clínica após terminarmos sua desintoxicação.
E logo desviou o olhar a ele, pasmo.
- O que? 
- O que eu disse. Sua mãe assinou uma documentação de internação, você passará algum tempo na clínica. 
- Minha mãe o que? Minha mãe nunca faria isso! 
- Mas ela fez. Tenho documentos suficientes para colocá-lo na reabilitação. Passará algum tempo na clínica.  
- ... E o que vou fazer lá sozinho? 
- Não estará sozinho. Existem outros pacientes e sou o médico responsável por lá.  
- ... Não vou poder sair?
- Não vai além do campus do hospital.  
- Então não vou poder usar droga nenhuma? Cigarros? 
- Não vai. - Disse e demonstrou evidentemente o fato de que não havia gostado da pergunta. - Você é teimoso e estúpido, não sei o que fazer com você. 
O garoto arqueou uma das sobrancelhas ao ouvi-lo e assentiu, voltando a se deitar, encostando a cabeça sobre o travesseiro.
- Me ajude. 

- É o que estou tentando fazer desde que passou aqui pela primeira vez.  
- Desculpe...
- Bom, sua tutora virá em algumas horas. Descanse enquanto isso e bem, está aqui.
 Disse, indicando onde poderia utilizar caso sentisse enjôo.

Tadashi assentiu a observá-lo, porém o segurou pelo pulso antes que saísse.
- Não quero ver ninguém. 

- Por que não? - Indagou sem interrompê-lo no contato. 
- Por que não. Só quero ver você. 
- Terá suas visitas durante esse período. Pode escolher nos dias de visita se quer vê-los ou não. 
O garoto assentiu.
- Precisa de algo pra comer?
Nowaki disse ao se levantar novamente. Verificando os aparelhos ligados ao rapaz. 

- Iie, estou bem... 
- Certo. Durma. Precisa de um calmante ou consegue dormir? 
- Consigo. 
- Ok. Qualquer coisa pode me bipar através do botão ao lado da cama. 
Tadashi assentiu e fechou os olhos, porém aos poucos ouviu a voz dele se afastar de si, ficando distante, e os batimentos aumentaram conforme perdia a consciência e tinha uma nova convulsão. Nowaki seguiu até a saída, no entanto ouviu o aparelho bipar a medida em que igualmente acelerava a batida no próprio monitor cardíaco e virou-se habilmente, buscando o rapaz. Virou seu corpo de lado sobre o macio leito, e travesseiro já sujo, mesmo ante os fortes espasmos de seu corpo e posteriormente seguiu com a ampola de onde buscou e a seringa, inseriu a dose do remédio diretamente na veia de seu braço já tão perfurado pelas doses de heroína, e via-o aos poucos se acalmar. Certamente estaria dolorido quando finalmente recobrasse a consciência e após acalmá-lo com a medicação, voltou a virá-lo após tirar todo o líquido de sua boca.

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