Nowaki e Tadashi #5


Tadashi acordou num pulo algum tempo depois, e já havia sido colocado no próprio quarto, na clinica, as roupas haviam sido trocadas visto que sujas e o cabelo havia sido limpo, devido ao ataque que tivera. Observou o local ao redor, a dor no corpo ainda presente, mas como havia dormido por quase dois dias inteiros, havia passado um pouco. Levantou-se, observando a sala branca e correu em direção à saída, tentou abrir a porta, porém trancada e bateu contra ela, meio apavorado por ficar sozinho, odiava a sensação, principalmente em meio àquele branco.

- Nowaki! Nowaki!
Nowaki se voltou em direção a porta, onde ouvia ser chamado, embora não precisasse da gritaria, não tivera tempo de avisá-lo que um único botão era eficiente para fazer aquilo. Sua porta estava fechada, na verdade não sabia exatamente o porque, já que não era horário de dormir. Abriu-a com o crachá e então observou o paciente, um pouco agitado. 
- Hey, acalme-se. Parece que finalmente acordou, uh? 
Disse e tocou-o no rosto, pressionando o polegar a puxar sua pálpebra inferior para baixo, conferindo a coloração da linha d'água. Com o estetoscópio conferiu seus batimentos regulares, constando tudo de acordo. Tadashi acalmou-se tão logo o viu e permaneceu a observá-lo, a respiração ainda descompassada porém não se moveu enquanto ele checava a si. Ao fim, aproximou-se rapidamente e abraçou-o, apertando-o nos braços.
Nowaki surpreendeu-se com o movimento rápido, deveras inesperado ao sentir o abraço. De início, tinha o reflexo de afastá-lo afinal, não tivera uma experiência tranquila com ele noutro dia, no entanto somente ergueu as mãos e por fim o tocou nos ombros. 
- Qual o problema, uh? 
- Não quero ficar sozinho... 
O menor respondeu e abaixou a cabeça, repousando a face em seu ombro a sentir as lágrimas presas aos olhos. 
- Você não está sozinho. 
Disse o outro e tocou seu cabelo claro e irregular e claro que já não se surpreendia com suas mudanças repentinas de comportamento, vezes tão maduro, vezes infantil, outras agressivo e agora sensível.
- Estou com frio... Nowaki... 
Murmurou o pequeno, aconchegando-se em seus braços tão quentes.
- É bom que se deite, Tadashi. 
Disse o maior, sentindo-o se acolher aos braços como uma criança que quer colo. E levou a mão até sua testa, conferindo sua temperatura. O outro negativou, porém soltou-o devagar e observou-o, evidentemente quente devido a pouca febre.
- Nowaki... Por favor, deite comigo, ou só sente se tiver medo que eu faça alguma coisa... 
- Não posso me deitar em serviço. - Sorriu a ele, mas levou-o consigo até a cama. - Deite-se, vou me sentar ao seu lado. E você está com febre, vou medicar você. 
- Ninguém vai ver, tudo bem. 
- Não posso, preciso ficar prontificado pra atender aos outros, como atendi você. - Disse, colocando-o em sua cama. - Quando se sentir melhor poderá conhecer o lugar. 
- Iie, Nowaki... Nowaki, por favor... 
Tadashi falou a ele e estremeceu pelo frio que sentia, e visivelmente o corpo começara a tremer.
- Não posso, Tadashi. Posso perder minha licença médica caso alguém veja isso. - Disse e no entanto após medicá-lo, sentou-se ao lado dele. - De todo modo estou aqui e você já vai melhorar. 
Tadashi assentiu ao ouvi-lo e esticou a mão, segurando a dele e sentia até os dedos tremendo de frio, só um cobertor, não era suficiente para si, porém manteve-se a observá-lo, e embora estivesse chateado, tinha medo, de ficar sozinho, de acontecer alguma coisa, de morrer, não sabia, talvez fosse só um ataque de pânico e tudo que tinha, era ele, e era o suficiente para si, embora soubesse que ele não gostava de si realmente. Após introduzir com a seringa sua medicação, Nowaki tornou a se sentar próximo a ele, e embora não fosse se deitar com ele, segurou sua mão em meio as próprias, aquecendo-a. 
O menor gemeu dolorido pela agulha colocada na veia, dolorida, encolheu-se ainda mais abaixo do edredom e uniu as sobrancelhas enquanto apertava a mão do outro.
- Não me deixe, Nowaki, por favor. 
- Estou aqui. 
Disse e a mão livre usou a tocar os cabelos do pequeno, afagando suavemente, como alguém que tranquiliza uma criança. E era exatamente assim que o via naquele momento, só não conseguia entender o porque. Afinal, não estava sob efeito de drogas ou medicamentos. Tadashi fechou os olhos ao ouvi-lo e assentiu, sentindo a suave carícia nos cabelos e chegou a se assustar com o toque, já que ele não costumava tocar a si de outra forma como aquela. Suspirou, e se ele estivesse monitorando o próprio coração, veria que aos poucos se acalmava e respirava mais devagar, a medida que o medo passava.
- Descanse. 
Disse, soando baixo e continuou a acalmá-lo com um suave carinho nos cabelos. O menor assentiu e virou-se de lado, deitando-se sobre sua mão e quase a abraçava, sentindo o calor gostoso vindo dela. Assim o maior se manteve, deixando-o adormecer no lugar, mesmo embora certamente fosse precisar tirá-lo dali, mas por hora estaria por lá. 
- O frio já vai passar. - Falou baixinho. 
Tadashi suspirou e assentiu, cansado, porém ainda o ouvia e sentia um peso enorme no corpo, por isso acabou adormecendo logo, esperava sonhar, e de fato o fez, com ele, como queria e sonhou que estava deitado consigo na cama e aquecia a si com o calor de seu corpo, porém o que realmente ocorria, fora a febre abaixando.

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