Ryoga e Katsumi #14


Ryoga caminhou pelo quarto em silêncio enquanto observava-o adormecido na cama, na própria cama desta vez. Dormia pesado, como um bebê após o leite materno. Portava na mão uma taça de vinho temperado, e na outra um cigarro, que vez outra tragava. O horário indicava que o jantar logo seria servido, e ele deveria acordar para que comesse igualmente, mas ainda assim somente o observou, esperando que acordasse. 

Katsumi se moveu na cama, sonolento ainda e piscou algumas vezes, estranhando o local e a sensação meio dolorida no corpo, talvez tivesse adormecido na cozinha, no chão. Desviou o olhar ao local, tentando reconhecer e estranhamente estava na cama dele, conhecia o lugar. Estreitou os olhos e sentou-se, porém ao voltar a si, buscou-o por ali, encontrando-o sentado à poucos metros.
- Ryoga! ... Ryoga... O que eu faço aqui?
- Bem, até agora você estava dormindo. Então o que fazia aqui? Dormia. Te trouxe a morar aqui, já que aceitou a bebida, suponho que é porque estava com uma gravidez. E se bebeu, porque existe a gravidez. Então apenas seja obediente e permaneça por aqui. Quero cuidar do meu filho, assim como cuido do Erin. Se ajeite e vamos jantar.
O menor arqueou uma das sobrancelhas ao ouvi-lo, relevando como sendo um pedido para que ficasse e talvez um pequeno "gosto de você", negativou, estava delirando. Levantou-se e assentiu.
- Certo.
- Espero que tenha entendido e você pode ficar na minha cama, se é o que você queria antes. Pode conversar comigo, mesmo se estou trabalhando, e o Erin existe, não tem como se sentir sozinho com ele.
- Eu sei. Se não quiser dormir comigo, não precisa. Sei que faz isso só pelo bebê.
- Não seja dramático, você não tinha bebê quando dormiu na minha cama pela primeira vez ou quando transou comigo.
- Certo.
- Não acredito que se apaixonou a ponto de fingir gravidez e por cima engravidar logo depois.
- É ridículo, eu sei.
- Vem jantar. Esta com fome, não?
- Um pouco.
- Então vamos lá. 
O maior disse e tragou mais do cigarro, tal como da própria bebida e deixou o copo vazio no criado ao lado do assento. Katsumi assentiu e esperou-o se levantar, levantando-se a seguir com ele para fora.
- Ah... É menino.
- O Erin vai ter um companheiro então. - Ryoga disse e sorriu canteiro.
- Hai. - Sorriu igualmente.
Ryoga seguiu com o moreno até a sala de jantar e observou o filho, numa cadeirinha mais alta, já mordia um pedacinho de frango em molho, e como sempre, o abandonou das mãos quando viu a si, buscando fingir o uso dos talheres. Katsumi riu baixinho ao ver o garotinho e deslizou uma das mãos por seus cabelos, acariciando-os.
- Oi pequeno.
- Você pode comer o frango com a mão, Rin. - Disse e sentou-se à mesa.
- Coitado, parece que está em ditadura militar.
- Ele precisa aprender a comer com os talheres.
- Quando crescer ele vai aprender, afinal, é um vampiro bem criado.
- Não mude o que eu considero certo, Katsumi. Ele precisa aprender.
- Certo, desculpe.
- Come. 
Disse o maior e serviu-se, dando início ao jantar. O outro assentiu e igualmente iniciou a refeição, observando o pequenininho vez ou outra e sorrindo a ele. 

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