Reika e Takatsuki #17 (+18)


Reika ouviu o tecido deslizar exasperado pelas coxas e arregalou os olhos, observando-o estupefata, enquanto tinha os pulsos segurados, até um pouco doloridos.
- Takatsuki... Põe essa porra no lugar. Tá machucando meu pulso, caralho!

- Não! Eu quero tocar você!
Ele falou a ela e estreitou os olhos, estava chateado, magoado talvez e deslizou uma das mãos ao meio de suas pernas, sentindo-a úmida ali, porém fora empurrado pela mão que havia soltado e percebeu que não tinha outra alternativa se não segurá-la novamente, suspirou, segurando-se entre os dedos e guiou-se para ela, roçando-se em seu corpo e logo voltou a segurar seu pulso, quando adentrou seu corpo, devagar e gemeu, dolorido, era a primeira vez que o fazia em alguém, e era gostoso, quente.

- Não!
A oura retrucou o amigo, e sentiu os dedos tocarem suavemente o sexo, certamente umedecido pela excitação do sexo anterior, com ele. Ainda que não recebesse seu toque, sentia-se facilmente excitada por ele, embora ele parecesse não saber disso. Ainda que não fosse lhe dizer em todas as palavras. Mas sentiu um gelo no estômago que denunciava receio ao vê-lo tocar a si mesmo após ter-lhe estapeado a mão.
- Nem tente, caralho!
Disse ao amigo e sentiu novamente o toque de sua mão, que daquela forma, evidenciava, pela primeira vez, o fato de que era realmente um homem, e que para ele, era facilmente uma garota. Teve de suspirar ao pensar sobre aquilo, mesmo enquanto sentia seus quadris entre as coxas, e aquele toque que nunca havia sentido entre as pernas, que por sinal tentou fechar, mas o tinha perto demais para ter espaço possível a juntar as coxas e bloquear sua investida. Fechou os olhos, e então não gritou, na verdade, estava tão descrente daquilo que ficou em branco e ruiu um rouco e abafado protesto.

O maior observou seu rosto, tão perto, tão bonita e droga, sentia as lágrimas nos olhos, não queria chorar, mas era uma bicha mesmo como ela taxava. Queria que ela gostasse de si, mas parecia estar fazendo aquilo errado, ou para si, era certo, tocá-la como queria, tê-la de todas as formas possíveis e estava sentindo prazer, mesmo sendo um cretino. Moveu-se, contra ela e logo estava inteiro em seu corpo, era gostoso, nunca achou que fosse sentir alguém daquela forma, e por ser ela, era ainda melhor.
Ela franziu o cenho sobre os olhos bem fechados. Filho da puta! Pensou e com certeza diria após se sentir menos infeliz com aquela penetração forçada. Claro, não era mais virgem, então não era tão dolorido. Foi assim que agradeceu o fato de não ser um homem. Porém ainda assim não tinha costume, e podia sentir seu sexo passar por toda parede do íntimo e preenchê-lo até o fundo, arrancando por fim um suave protesto vocal.
- Ah... Takatsuki, filho da puta...

- V-Vou fazer você se sentir bem, Rei...
O outro murmurou e fechou os olhos, unindo as sobrancelhas e passou a se empurrar em direção a ela, queria realmente agradá-la, não só a si e piscava algumas vezes para sumir com as lágrimas que tinha nos olhos ao pensar que ela iria embora logo, também tinha a pressão psicológica de pensar que era podia interpretar aquilo como se realmente a estivesse estuprando, e não era bem assim para si.
- Vai fazer um caralho, Takatsuki!
Reika resmungou entre dentes. Maldita fosse aquela frase, não por já tê-lo dito, mas sim por sua certeza de falar que conseguiria causar algum bem estar quando estava fazendo aquilo sem que o houvesse permitido. Voltou a fechar os olhos quando finalmente fez um movimento. Odiava aquilo, odiava saber que podia ser pega daquele modo desprevenido até por aquela maldita bicha, filho da puta. Cerrou firmemente os dentes e continuou a encará-lo, mesmo enquanto ele piscava, fechando os olhos, como se não visse a feição de desagrado no rosto. Mas, no fim ainda podia gritar, podia dar-lhe um chute, mas de algum modo, não estava fazendo isso. 

O maior sentia raiva dela, mas ainda queria que ela se sentisse bem realmente, queria que ela entendesse porque queria tocá-la, era um homem, mas não era um lixo, era o melhor amigo dela, amante e queria ser mais do que isso. Não queria que ela abandonasse a si, não queria outra pessoa se não ela, mesmo mulher, mesmo que fosse daquele modo. Abaixou-se e observou-a de perto, sua face irritadiça e ao se aproximar de sua orelha, lambeu-a ali, dando uma pequena mordidinha no lóbulo e murmurou.
- Rei, feche os olhos.

- Não faça isso...
Ela resmungou ao sentir o mordisco e encolhia-se aflita com o toque na orelha, não gostava de estímulos ali. E ele sabia disso, portanto não tinha certeza se aquilo era uma provocação.
- Ah, quer que eu feche o olho e o que, uh? Finjo que esse negócio é um dedo?
Ele riu baixinho e negativou, fechando os olhos e sentiu uma estranha dor no peito, como se quisesse dizer tanta coisa a ela e não pudesse. Sentiu as lágrimas presas à marca d'água mesmo de olhos fechados e ao se afastar, observou-a, sentindo as pequenas gotas deslizarem pela face enquanto iniciava um suave movimento de vai e vem.
- Eu estou tocando você, Rei, finalmente.
- ... Egoísta.
Ela disse, embora quisesse lhe dizer muito mais. Já havia tocado a si, já havia estado com sua maldita cabeça entre as próprias pernas, já havia colocado os dedos dentro da própria roupa, ainda que não houvesse sido por muito tempo, ou que fosse penetrado. Sabia que estava triste, mas aquilo não era motivo para que o tivesse entre as coxas, com o pau dentro do próprio corpo. Mas não lhe diria, que no fim não sentia asco com ele. E voltou a fechar os olhos, sentindo o corpo sem espaço com o dele. De algum modo até gostaria de saber porque ainda tinha uma ereção. Era mulher, e ele era um homem passivo, talvez nem com um homem ele fosse ativo, não entendia o motivo daquilo. E suspirou, sentindo seu corpo num ponto tão fundo, e a pele úmida junto a dele. Gemeu, sem voz, num suspiro. 

Takatsuki fechou os olhos, unindo as sobrancelhas e abaixou a cabeça escondendo a face no pescoço dela enquanto continuava a se empurrar contra seu corpo, ah e era gostoso, estranhamente, gostava de sexo de outro modo, mas daquele modo também era tão bom, estava ereto, pulsando em meio as paredes dela, e temia não poder se conter daquela forma, já que virgem.
- Rei... E-Eu...
Reika suspirou e puxou os braços, tentando uma ou duas vezes antes de conseguir desvencilhar o toque do amigo e segurou por um instante os lençóis às laterais do corpo, apertando, e podia senti-lo se mover, investindo com um vaivém que deslizava apertado no corpo, mas sem dificuldade.
- Não faça.
Disse e levou os braços em torno de seus ombros, abraçando o amigo. E pressionou as unhas não muito compridas em sua pele, subindo até a nuca, sentindo os suaves fios de cabelo próximos ao pescoço. E é, talvez estivesse confusa, mas talvez só não quisesse admitir.
Ele assentiu, observando-a de perto e de fato havia perdido boa parte daquele sentimento de raiva que tinha, só se concentrava agora em fazer ser bom para ela, os movimentos, os toques e deslizou uma das mãos por seu corpo ao soltá-la, tocando-a no seio e apertou suavemente, porém logo soltou ao senti-la puxar a si, sentindo seus braços ao redor do pescoço e sorriu de canto, talvez não fosse tão ruim de cama assim. Empurrou-se para ela, sentindo-a a fundo e gemeu prazeroso, abaixando a cabeça e cessou ao sentir uma das gotas que escorreram da face a pingar sobre o rosto dela, se até então não havia percebido que chorava, agora havia.
Quando fez a ele menção de fitá-lo, Reika piscou em reflexo ao sentir o gotejo no rosto, próximo a pálpebra inferior. Ergueu o olhar a ele e franziu o cenho, inevitavelmente afetada pela penetração, sentindo seu corpo no fundo, junto ao próprio. Sentia ainda que não gostava de homens, sentia ainda que certamente não iria querer aquele tipo de toque com um garoto, mas ao mesmo tempo sentia que nutria algo por ele que tornava o que faziam, prazeroso.
- Por que está chorando, idiota? - Resmungou entre os dentes, soou mais grave que o normal, rouca. - Eu quem deveria estar.
Completou e o trouxe mais por perto, beijando seus lábios, sem muito durar.
- Desculpe...
Ele murmurou e suspirou, tentando se recompor, mas era difícil, estava meio mexido por ela de fato, sabia disso já há alguns dias, e não sabia como dizer, mas agora, ouvir que ela ia embora era um baque e tanto na própria cabeça. Retriuiu seu beijo, que não durou muito tempo, mas fora gostoso de qualquer forma.
- Rei... Eu vou gozar...
Murmurou novamente, indicativo, mas obviamente não o faria dentro, avisava somente devido ao fato de que havia se excitado com ela tanto a ponto de atingir o ápice. Empurrou-se com mais força contra ela e finalmente retirou-se, guiando uma das mãos ao próprio membro e estimulou-se até finalmente atingir o ápice, deixando-se sobre seu abdomen, como tinha costume de fazer há alguns dias. Uniu as sobrancelhas e abaixou-se novamente, selando os lábios dela.
- Daisuki.
Reika tinha uma leve sensação de distração e no entanto, interrompeu ao sentir o toque no rosto, dando uma leve estaladinha na pele ao ser segurada. Voltou então o olhar a ele após a pergunta, que voltou a dizer sua frase, ou melhor, sua palavra e que pensava não ter ouvido muito bem. Ainda assim, pensava que ele não sabia o que dizia, que estava confuso, talvez tão desesperado na ideia de ficar sozinho, que confundia sexo com sentimento. E ao mesmo tempo, sabia que podia não ser isso, já que tinha consigo aquela mesma confusão. E ao mesmo tempo a raiva com a razão de pensar no que ele acabara de fazer consigo, sem consentimento, ao mesmo tempo, a sensação que tivera de fazê-lo, que não era só de prazer. Acabou que no fim nem conseguiu lhe dizer nada.

Ele se manteve a observá-la durante um tempo, e quando dissesse aquilo a primeira vez, esperava ouvir uma retribuição, o que não veio, e não entendia, ela não gostava de si da mesma forma então? Sentiu o embrulho no estômago e o aperto no peito e saiu de cima dela, finalmente, deixando-a livre para se mover e sentou-se na cama, cabisbaixo.
- Não diga bobagens.
Ela disse, observando o amigo por suas costas nuas dadas a si conforme se sentou em sua própria cama. Fez o mesmo, sentando-se. E viu-se por fim inteiramente nua, lembrando-se novamente das circunstâncias.
- Não acredito que estava tão desesperado a ponto de me comer a força, Takatsuki.
Disse e na verdade tentava soar o mais descontraído possível, ainda que por dentro não estivesse assim tão tranquila.
O outro desviou o olhar a ela meio de canto e deu um sorrisinho apenas, levantando-se e seguiu até o banheiro, ainda silencioso.
- Você que força e eu que sou insensível?
O maior se virou a observá-la e negativou.
- Não te chamei de insensível.

- Está agindo como se me dissesse, ainda que não abra a boca. Eu não tenho culpa, Takatsuki. Eu não tenho escolha.
- Nesse caso você tem.
- Ah, eu tenho? Me explique como resolver então, Takatsuki.

- Diga que também gosta de mim.
Ela fitou o amigo. Tão logo deu atenção as próprias roupas, vestiu-as, com um pouco de dificuldade sobre as pernas trêmulas, mas não era sensível, portanto não teve resmungos ainda que a ocasião fosse um pouco desconfortável. Por fim, ajeitou a camisa, abotoando-a, assim como recolocou todo o restante da roupa e ajeitou os cabelos medianos com os dedos mesmo.
- Eu gosto de você.
Disse e bem, queria evitar aquela situação, já que a ocasião nunca seria propícia, e foi assim que optou por deixar seu quarto sem prolongar o assunto. Falou tão facilmente, que quando saiu de lá, mordiscou o lábio inferior e suspirou, percebendo o quão verdadeiro havia sido, mesmo que tivesse retrucado somente para ser mais rápida, não era mentira.

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