Tsuzuku e Koichi #15


O sapateado prosseguia por suas sandálias da madeira barulhentas, Katsuragi balançava um leque preto e vermelho que parecia adorar, talvez lhe tivesse algum valor afetivo, se é que o dono dos escravos detinha algum sentimento.
- Koichi. - Chamou uma vez que sua voz não soou tão brusca, com o leque fechado dera algumas batidas contra o ombro do garoto que dormia. - Acorde, moleque.

Koichi abriu os olhos aos poucos, desviando o olhar ao rapaz em pé, levantando-se rápido a esfregar os olhos e observá-lo.
- Hai...

- Tome banho, arrume o cabelo e vista suas roupas, pegue suas porcarias e despeça-te do lugar ou de qualquer um que quiser. 
- Mas não faz uma semana...
- Completará uma semana amanhã.
O menor assentiu e levantou-se.
- Por que... Por que o Tsuzuku não veio essa semana?

- Ué, como eu vou saber da vida do cara?
- Hai... Desculpe. Vou me aprontar em cinco minutos...
- Vai logo, tem gente esperando. Pelo menos é um loiro bonito e tem dinheiro.
O menor assentiu e levantou-se a buscar as próprias roupas, vestindo-as.
- Você deveria agradecer, se não fosse por trabalhar aqui estaria vivendo uma vida miserável e não teria bons homens pra você.
- E-Eu sei, Katsuragi... - Falou baixo e logo pegou a mala no chão.
- Você sequer durou aqui. Quanto existem outros que já estão por mais de um ano, Mizuki é um deles, também se iludiu muito com Tsuzuku, tanto quanto você, mas a ficha dele caiu logo.
O pequeno uniu as sobrancelhas e assentiu.
- Só a sua que não caiu, mas continua tendo sorte. Vá logo, boa sorte.
Koichi assentiu e aproximou-se do outro a lhe dar um breve beijo do rosto, seguindo o caminho para fora do local. Um cabelo curto, mas não muito, adornava um breve contorno do rosto numa franja longa que não atingia a testa, não a cobrindo, somente descia pela lateral da face branca. Olhos tão rasgados, mas bem se via sua tonalidade rubra e vigorosa. Encaminhou o loiro até a porta traseira do veículo, abrindo a porta ao jovem de róseos cabelos.
- Como vai, Koichi?

O menor observou o rapaz loiro e abriu um pequeno sorriso que logo sumiu, deixando a própria bagagem no banco ao lado de si.
- Bem...

- Não prefere que as coloque lá atrás?
- Iie... Assim está bom.
- Certo.
O rapaz caminhou ele até a frente do carro, onde acomodou-se atrás do volante acima do banco de couro negro. Não demorou a dar a partida, atencioso ao caminho que traçava, porém vez outra limitava-se a observar o dançarino pelo retrovisor do carro. Koichi d
esviou o olhar pela janela a encolher-se no casaco preto que usava, o casaco que pertencia ao moreno e encostou a cabeça ao vidro do carro.
- Logo estaremos lá. Você tem fome?
- Estou bem.
- Cá estamos. Não se preocupe, nosso senhor pode ser rude e sério, mas é quieto e calmo. Um pouco brusco vez outra, mas não o fará nada sem necessidade. Espero que possa aproveitar sua nova moradia, Koichi, seja um bom servinte.
Retirou-se o louro do veículo, seguiu a sua porta que abriu, dando vista da noite que já não mais era tão escura.
- Por hora, Tsuzuku-sama não estará em casa, viajou por uns dias e voltará somente na terça-feira da próxima semana. Todavia, acomode-se em seu novo quarto.

O menor saiu do carro a pegar a própria mala e acompanhou o outro, ouvindo-o com atenção em cada palavra, não imaginava que ele fosse um empregado, visto que tão bem vestido e arrumado, mas iria servir outra pessoa de qualquer modo, quer dizer, achava que ia, até ouvir o nome dele, e processou várias vezes, unindo as sobrancelhas, mas por fim não pôde acreditar.
- Você... Você disse Tsuzuku?

- Sim, seu novo dono, ou chefe, como preferir.
- Ele me comprou?
- Uh, se está aqui, eu suponho que sim. - Sorriu o louro motorista a ele.
Koichi sorriu, um sorrisinho que cresceu aos poucos nos lábios até ficar enorme e correu ao outro a abraçá-lo forte embora não o conhecesse, sentia uma imensa alegria com a notícia dada por ele e o beijou na face.
- Obrigado! Muito obrigado.

O rapaz franziu o cenho diante do abraço recebido pelo dançarino, expressão esta que ficou evidente nos traços do louro serviçal.
- Uh... - Riu baixo e abafado. - Não fiz nada, apenas o busquei como foi instruído, agradeça a Tsuzuku-sama. Claro, dentro de uma semana.

- Hai... Até logo.
Koichi sorriu e acenou ao outro a adentrar a casa, observando os empregados.

- Oi de novo. - Disse o rapaz mais alto, o qual deitou-se alguns dias atrás. - Vou te levar pro quarto.
- Oi. - Sorriu. - Hey, será que... Eu posso ficar no quarto do Tsuzuku?
- Hum... Não nos foi dito algo do gênero. E tem um quarto que é seu então eu não sei.
- Ah, tudo bem... Então eu fico no meu quarto.
- Mas como é amante e escravo de sangue, eu suponho que possa passar por lá.
O menor assentiu e sorriu novamente, estava mais do que satisfeito com aquele termo.
- Será seu quarto este aqui.
Indicou ao outro, abrindo a porta de madeira lustrosa e escura, dando passe a sua entrada no cômodo, impecável limpeza. Koichi a
dentrou o local a observá-lo e sorriu a ele, assentindo e fez uma pequena reverência.
- Obrigado.

- Vou te deixar arrumar sua coisas. O banho, caso não saiba fazê-lo, pode chamar um dos meninos da cozinha.
Maneou a face e seguiu a deixá-lo em seu quarto, fechando a porta. O menor o
bservou o outro e assentiu.
- Caso eu não saiba fazê-lo? - Repetiu apos a saída dele. - Não sou um bebê...

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