Naoto e Kazuya #9


Kazuya sorriu ao outro, sentado ao lado de si e deixou sobre seu colo o pequeno embrulho, abrindo-o aos poucos a mostrar a ele os dois cupcakes com a cobertura vermelha em formato de rosa. O beijou na face, aproveitando o espaço sem a presença de ninguém e sorriu a ele novamente.
- São pra você. Mas não coma ainda, eu vou buscar suco.
Falou baixo e lhe acariciou os cabelos, levantando-se a descer as escadas e retirou o dinheiro do bolso, seguindo até a cantina a comprar as duas caixinhas de suco.
Naoto observou a caixa de confeitos, perfeitamente modelados e escondidos atrás dela, que se revelou conforme exposto por ele. Não comentou alguma coisa, ainda assim sentiu seu macio toque de lábios, meticulosamente depositado sobre a bochecha. Afirmou em concordância enquanto sentia seu afago nos cabelos, que agora presos. Recostou-se à grande, onde encostado e sentado. De olhos fechados aguardou por sua volta, mesmo que ainda achasse estranho conviver com ele dessa forma, dentro do colégio.Logo Kazuya seguiu o mesmo caminho de volta, porém, antes que pudesse subir viu o garoto próximo, o moreno que estava consigo há dias atrás na rua. Arregalou os olhos e correu a puxá-lo pela blusa.
- Akira, o que está fazendo aqui?

- Fiquei sabendo que estava com outro moleque, e eu quero matar ele!
- Akira, nós nem tivemos nada... Fiquei com você meia hora e nem se quer te dei um beijo, você é idiota?
- Não me interessa, você é meu, não pode ficar com outra pessoa, e sabe disso.
- Ah, estou cansado de você, vá pro inferno. - Estreitou os olhos.
- Eu vou, mas primeiro eu vou ter uma conversa com esse menino.
Kazuya puxou-o novamente.
- Vá embora, Akira, me deixe em paz!

O loiro estreitou os olhos a ele ao vê-lo segurar a si pela camisa, e de fato ele era bem maior que si, mas mesmo assim não se sentiu intimidado.
- Não se atreva a encostar nele.
Empurrou-o para longe de si com uma das mãos enquanto ainda segurava as caixinhas na outra e somente as soltou quando sentiu a mão do outro na própria face no soco que levou. Abaixou a cabeça, levando uma das mãos aos lábios e pode ver a pequena quantidade de sangue no local, uniu as sobrancelhas e gemeu sutil,levantando-se e observá-lo e o puxou novamente.
- Não o machuque! 

- Deve gostar mesmo desse garoto, está querendo apanhar por ele.
Akira estreitou os olhos ao loiro e o segurou novamente pela camisa, porém antes que pudesse bater ouviu a voz do professor que passava próximo ao local e somente o empurrou para longe.
- Você me paga, Kazuya!

- Por não gostar de você?
- Por me trair.
O maior falou por último e logo se retirou do local antes que alguém pudesse vê-lo.

- Louco.
Kazuya suspirou e limpou o sangue dos lábios com a manga da camisa, ajeitando a blusa e desamassou uma das caixinhas, subindo as escadas novamente a sentar-se ao lado de Naoto e lhe entregou uma das caixinhas de suco.
- Desculpe a demora... - Falou baixo.
O outro descerrou as pálpebras minutos mais tarde, havia demorado, talvez sequer tivessem tempo de comer com tranquilidade e viu-o se sentar do lado, servindo a si de uma das caixinhas, um pouco abalada, fosse o que fosse que tivera acontecido.
- Obrigado.
Falou baixo, e segurou o suco, observando em sua entrega o rastro sujo de sua manga. O qual sem comentários a segurou e tocou no sangue existente na camisa. O loiro a
briu um pequeno sorriso a ele e o beijou no rosto novamente.
- Não foi nada.
Murmurou, mesmo que fosse evidente o corte no lábio inferior e colocou o canudo na própria caixinha. Naoto v
irou-se a observá-lo, encarando-o enquanto formulava seus movimentos. Kazuya desviou o olhar a ele.
- O que foi?
Quem machucou você?
O menor indagou e levou uma das mãos a descansar com os dedos em seu rosto, enquanto o polegar suavemente sob o machucado no inferior. O loiro s
orriu a ele ao sentir a caricia.
- Um menino idiota. Não se preocupe.

O outro se desencostou e virou-se mesmo na posição o qual ainda estava. Apoiou a mão sob o solo de concreto rústico e próximo de seu campo de vista, de seu rosto, deslizou suavemente a língua na ferida, sentindo o fel gosto de sangue. Kazuya selou-lhe os lábios ao sentir o toque e sorriu a ele novamente.
- Obrigado, Nao.

Naoto selou-lhe vagarosamente os lábios, dando um leve estalo ao fim do mesmo e virou-se, voltando logo a posição em que antes se encontrava, sem alguma palavra a mais, fosse pelo gesto partido e inesperado de si mesmo. O maior o retribuiu no selo, abaixou a cabeça e manteve o sorriso nos lábios, erguendo a caixinha de suco e bebeu alguns goles.
O outro ajeitou a caixinha e tomou do suco. Ainda silencioso. Kazuya se aproximou do outro e levou o braço ao redor do corpo dele, abraçando-o, porém ele o fitou de esguelha ao sentir o enlace e descansou a caixinha de suco sob a perna.
- Não vai comer?

- Eu trouxe pra nós. Então peque o seu. - Sorriu a ele.
- Sim, trouxe dois e não está comendo.
Naoto abriu novamente aquela pequena e ajeitada caixinha. Segurou um dos bolinhos e ajeitou a forminha de papel que o adornava, dando vista da massa onde tentou morder, se não fosse por sujar a bochecha com sua cobertura. Kazuya r
iu baixo a observá-lo e aproximou-se a lhe lamber a bochecha, limpando-a da cobertura doce. Pegou o próprio bolinho e levou aos lábios, mordendo-o igualmente. O loiro deslizou o dorso da mão sob a bochecha, terminando de limpar o rastro úmido que continuou no rosto e voltou a morder o bolinho, acompanhando-o com o suco.
- Está gostoso? Eu fiz hoje cedo, acordei mais cedo pra fazer.
- Hum. Pensei que havia comprado.
- Iie...
- Está gostoso. Você gosta de cozinhar, pelo visto.
- Tive que fazer as coisas pro meu irmão.
- Vai ser uma boa esposa. - Naoto brincou, mesmo que falasse sem tom humorístico.
- Hey! - Riu baixo.
- É verdade. Duvido muito que vá se casar com uma mulher.
- Não vou, vou me casar com você.
O menor o observou e desviou o olhar logo, tornando a morder o pedaço do bolinho. Kazuya sorriu e o apertou entre o braço, mordendo o próprio bolinho igualmente.
- Quem cala consente.

- Claro, nem o conheço e já é minha futura esposa.
O maior uniu as sobrancelhas e assentiu, afrouxando o abraço.
- Parece até que fala sério. - Chegou ameaçar o riso.
- Hai. - Sorriu. - Vamos pra sala, hum?
- Você não quer ir buscar algum gelo?
- Não, estou bem.
- Na enfermaria.
- Não, eu coloco quando chegar em casa.
- Hum. Ok.
O menor murmurou e terminou o suco, tal como o bolinho, juntando o lixo restante. Kazuya b
ebeu os últimos goles do suco e levantou-se. Naoto caminhou portando consigo o papel e a caixinha na mão, o que ao adentrar o colégio jogou no lixo e traçou o caminho pelo corredor até a sala de aula.
O loiro adentrou o local e seguiu junto do outro, pegando o próprio material na mesa do centro e seguiu ao fundo, sentando-se na mesa livre ao lado dele. O outro tal como os mútuos olhares, voltou o próprio ao lado conforme este se sentou.
Kazuya suspirou a levou uma das mãos sobre a face a esconder o machucado, que mesmo assim chamou a atenção das meninas que se perguntavam. Naoto suspirou e observou o movimento da sala. Virou-se em direção à janela, observando a paisagem exterior do lugar. Logo voltou-se então a matéria explicada, dado o início da aula e até seu fim. Cujo passado rápido o suficiente para considerar agradável. Ajeitou os materiais e como habitualmente fazia, deixou a mochila sob o ombro, seguindo o rumo de saída.
O loiro igualmente levou consigo a própria mochila, seguindo junto dele a saída.
- Você quer ir pra minha casa?

- Suas fãs vão ficar com ciúme se ficar muito perto.
- Não ligo pra elas.
- Ora, não gostava de dispersar sorrisos pra elas? Não quer mais?
- Fazem dias, Naoto.
- As pessoas não mudam em dias. Ah, verdade, você fazia por fazer.
O maior estreitou os olhos.
- Qual é o seu problema?!

Naoto se voltou a fitá-lo e foi breve, anunciando de fato que não havia gostado do tom exclamativo. Kazuya suspirou e continuou a seguir o próprio caminho, optando por ignorá-lo se iria agir de modo estúpido. Tal como o demais, em silêncio Naoto traçou o percurso, até a saída do colégio enfim.
- Até amanha então, Naoto.
- Hum.
O menor murmurou a assentir e seguiu o rumo já conhecido. Kazuya seguiu sozinho o próprio rumo e não demorou muito para que chegasse em casa, bateu a porta ao entrar e jogou a mochila no chão, sentou-se encostado na porta e suspirou, levando ambas as mãos à face, uma hora ele era bom, outra era um idiota, não o entendia mais.

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