Fei e Hazuki #24


Os passos calmos do menor soaram pelo local, tinha um enorme sorriso nos lábios e o quimono cobria os ombros e as costas, ajeitado, estranhamente. Os cabelos soltos caíam sobre os ombros, quando o moreno abaixou-se, sentando-se na ponte do pequeno lago e fez uma pequena careta ao se sentar, gemendo baixo, observando o maior que fumava ali.
- Oi Fei.

Num trago, Fei expeliu a grande quantidade de fumaça que acobertava e nublava as vistas no tom de cinzas e cheiro de menta. Voltou-se ao outro mediante seu tom de voz, nem havia visto o mesmo caminhar até ali e analisou sua figura, não corporal e sim o semblante ameno, que há tempos não o via.
- Ora, mas parece que alguém está de ótimo humor.

- Hai, de muito bom humor... Levei uma surra, mas nunca estive tão feliz.
O menor riu e selou-lhe os lábios, roubando a cigarrilha das mãos dele e levou aos lábios, tragando-a.

- Levou surra, ah? E qual é a do bom humor? - Concedeu-lhe a cigarrilha.
Hai... Eu gostei da noite, ora...
Hazuki riu baixinho e abaixou o quimono na região dos ombros, mostrando as marcas nos mesmos e nas costas, vermelhas e grandes, desde o inicio ao final das costas.
- Hum.

- Hum, o que é isso?
- Katsuragi... - Suspirou.
- E o que ele fez, ah?
- Me bateu, ora. Com aquela varinha. - Vestiu o quimono novamente e virou-se, observando-o.
- E por que você deixa?
- Vou fazer o que...? Ele é mais forte que eu.
- Se você simplesmente se cala e não tenta fazer nada, ele continuará fazendo isso.
- Ele é meu "dono"... Ele vive dizendo isso. Se eu falo algo, ele me bate mais. Mas eu não ligo. Desde que eu possa ficar contigo. - Selou-lhe os lábios.
- Se for assim ele é meu dono, e não me bate por isso. Não o deixe bater da próxima vez.
- Ele gosta de você. - O menor murmurou, deitando-se com cuidado no colo do outro.
- Não tenho medo dele, é por isso.
- Mas eu tenho.
- Como é medrosa, Gong Zhu.
- Ele é forte.
- Pff, é uma bichinha.
- ... Não sou.
- Não você, Katsu. - Riu. - Mas você também.
- Ah... - Riu. - Não sou.
- É sim.
Hazuki fez bico.
- Bichinha adorável, Hazu.
O moreno riu baixinho.
- Eu te amo.

- Ai ni tai.
- Muito?
Ya.

O menor sorriu. Fei o retribuiu de mesma forma, e levou uma das mãos em teus longos cabelos escuros, os penteando entre os dedos. Hazuki abriu os olhos, observando o céu azul e sorriu.
- Não é lindo?

- Não sei, não estou vendo, mas estou vendo a cor dele refletida nos teus olhos.
Hazuki abriu um pequeno sorriso e desviou o olhar a ele.
- Uh... - Murmuriou num novo e igual sorriso que lhe deu.
- Seus olhos são tão lindos...
- Os seus é que são.
- Os meus são normais...
- Está longe de ser normal. Asiáticos de olhos claros, não tem como sê-lo.
Hazuki riu.
- Mas você também tem olhos claros.

- Não fui eu quem disse que tinha olhos normais.
- Eu sei que são estranhos. - Riu baixinho.
- Você está distorcendo o assunto.
- Perdão. Quer ir a algum lugar.
- Onde deseja ir?
- Não sei... Vamos passear.
- Se me disser o que gostaria de ver ou fazer, posso pensar no lugar.
O menor uniu as sobrancelhas.
- Vamos ver aquela arvore no jardim que fomos aquela vez. - Riu baixinho. - Brincadeira.

- Hum... Vamos comprar algo doce, ah? Estou com vontade.
- Hai- Levantou-se devagar.
Fei segurou a mão dele, e aos poucos seguiu caminhando pelo local, levando o menor machucado com ele, e queria distraído do que havia ocorrido, se não fosse o dono do bordel que viera caminhando em uma marcha em direção a ambos e estreitou os olhos ao moreno, segurando-o pelo pulso, provavelmente só porque estava em frente ao loiro, ou teria sido pelos cabelos.
- Hazuki! Vá para dentro, eu já te avisei!
- K-Katsuragi? M-Mas... Eu só vou dar uma volta com o Fei.
- Não vai sair com o Fei, vamos para dentro.
- Katsuragi, eu só vou dar uma volta com ele, não vou raptá-lo.
- Pra dentro, os dois.
- Você não é o meu dono.
- O que você disse?
- Você ouviu. Vamos voltar logo, se começar a surtar, você nunca mais vai me ver.
Katsuragi cerrou os dentes ao ouvir o loiro, o arrepio percorrendo a espinha ao ouvi-lo, e o que seria pior? Vê-lo sair com o garoto ou ficar sem ele? Apertou o pulso do garoto entre os dedos até ouvi-lo gemer e por fim o soltou, irritado, e virou-se, seguindo em direção a casa.
- Você me paga Hazuki.

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