Reika e Takatsuki #20
O garoto, que estava ficando no quarto de Reika, seu novo colega, mexia em algumas caixas, guardando as próprias coisas, e com certeza a deixaria confusa quando entrasse, já que todos os posteres já haviam sido arrancados da parede e guardados. Parecia meio irritado e de fato estava, iria embora, e por causa da organização idiota que havia colocado a si "no quarto errado" segundo eles.
- Hiro, aonde vai?
Ela disse ao entrar no quarto e franzir o cenho, estranhando o ambiente, ou pelo menos a parte dele, branca demais, o que na verdade para si era um alívio aos olhos, odiava a poluição visual com aqueles malditos posteres e isso era evidenciado com o fato de que a própria era limpa, adornava somente com uma prateleira onde alguns poucos livros que não pesavam no pequeno espaço que tinham e alguns objetos pessoais. Mas ele parecia aborrecido, enfiando seus pertences na mala onde vieram.
- Você vai embora?
- Não é óbvio? - O outro falou a ela e negativou, finalizando finalmente a arrumação das coisas e suspirou por fim. - Tchau, Rei, foi legal te conhecer.
- Hey palhaço, não fique puto comigo, não tenho culpa dessa merda.
Disse ela, desgostosa sobre o modo como falava consigo e arqueou a sobrancelha. Nem sabia porque ele sairia dali, já que como a última a entrar, imaginava que seria a que devia deixar o quarto.
- Está atrasada pra aula, só pra te avisar, palhaça.
- Eu sei, porra. Mas não vai embora não. O que aconteceu, fala aí.
Reika disse, saindo junto do amigo após pegar um livro sobre a matéria, que havia esquecido de levar para a classe.
- Me falaram que fui colocado no quarto errado. Não sei que porra.
- Ué, era mais fácil eu ter sido colocada num quarto errado. Eu vou falar com eles depois, vai que foi isso que aconteceu.
Ela disse ao amigo e deu-lhe um suave tapa no ombro, logo dirigiu-se a sala de aula e mostrou o livro ao professor, constando que o havia buscado, mas notou seu olhar idoso rabugento e mesmo assim fofo, de soslaio. Riu mais para si mesma ou mesmo para ele e seguiu até a própria mesa, sentando-se na cadeira do canto, colada a parede. E viu novamente o menino perdido de cabelos iguais aos de Takatsuki, bem, talvez um dia devesse falar com ele, quem sabe fosse alguém legal, pensou consigo, e àquela altura, não havia percebido que alguém diferente havia se colocado alguns metros distante, onde disponível, somente notou quando em respeito o professor pediu que os alunos cuidassem bem do novo aluno, o que era atípico já que no meio do ano. E ao olhar para o lado, quase arregalou os olhos, vendo a quem não via há pelo menos cinco meses e foi pega tão de surpresa que quase sentiu o coração parado, só percebeu que batia quando murmurou para si mesma.
- Eh...
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