Ryoga e Katsumi #18


- Erin, cuidado, vai sujar o pijama, seu pai me mata.
Katsumi falou a ele e deslizou um pequeno guardanapo por seu rosto, limpando os traços do sorvete deixados por ali e sorriu a ele, sutilmente, não costumava sorrir, mas ao observá-lo não conseguia não fazer, era uma gracinha, e tinha vontade de apertá-lo nas bochechas.
- Se cubra, você é humano, sente frio. - Murmurou e ajeitou as cobertas sobre o corpinho dele.

- Ele não é humano. - Disse o maior ao ouvir o recente companheiro. Notando a boca suja do pequenino que parecia se deliciar com o sorvete que tomava. - Hum, isso parece saboroso, Rin. - Disse ao menor e limpou sua bochecha com o dorso do dedo. - Quanta sujeira, por que se sujar tanto, ah? A boca está aqui? - Indagou, tocando-o na bochecha aonde sujo.
O menor desviou o olhar, cessando o sorriso ao ouvi-lo entrar e cobriu-se pouco mais com o edredom, escondendo a barriga do outro.
- Hai, quer um pouquinho, papai? Estava querendo dar pro meu irmãozinho, mas ainda não posso...
- Eh? - Katsumi desviou o olhar a ele.
- Dá pro Katsumi, aí o bebê toma através dele.

O pequeno ergueu a colherzinha, guiando-a aos lábios do maior que observou a colher e ponderou por alguns minutos até aceitar o sorvete.
- Hum...

- Não gosta do sorvete?
Ryoga indagou ao vê-lo relutante e sentou-se, ajeitando o pequenino próximo a si.

- Gosto. - Sorriu. - Só é doce demais... Posso falar com você rapidinho?
- Pode falar.
- A sós.
Katsumi se levantou, ajeitando o pequenino.
- Veja o filme e tome o sorvete, papai já volta. - Disse ao menor e indicou ao rapaz que saísse consigo. 

O outro se levantou e seguiu em direção a saída do quarto com ele, porém cessou antes que saísse e puxou-o para o closet, fechando a porta.
- Aqui.
Murmurou a ele e abriu a ultima porta, indicando a ele o conteúdo do armário, porém sentiu algumas coisas caírem sobre a perna e assustou-se, agarrando a colocar de volta no armário uma das próteses de silicone que haviam caído sobre si.
- Ai Deus... O que diabos é isso tudo?
- Hum, brinquedos, é evidente.

- E com quem usa tudo isso?
- Agora com ninguém.
O menor estreitou os olhos.
- Tem umas duzentas coisas aqui dentro, achei que tinha aberto um sex shop.

- Exagero. Você gostou de algo? Por que estava fuçando?
- Não... Eu só fui arrumar o seu armário.
- Mentiroso.
- Verdade, ora.
- Mentiroso, estava procurando algo?
- Claro que não, por que estaria?
- Quer achar alguma coisa.
- Acharia o que? Estou morando com você, sei tudo a seu respeito desde que passei a morar aqui. Claro que não sei sobre as pessoas que saía antes, mas não me importa.
- Hum hum, não mexa aí.
- Por que não? Ora, são só porcarias. Se já usou algo com alguém me diga que eu vou jogar fora.
- Não fuce minhas coisas. - Reclamou, porém não se importava realmente, o fazia somente para provocá-lo.
Katsumi arqueou as sobrancelhas e desviou o olhar, fechando a porta do armário e assentiu. Ryoga riu, meio entre os dentes.
- Fuce o quanto quiser.

- Não, tudo bem.
- Estava provocando você, idiota. - Disse e deu-lhe um peteleco na testa.
O menor estreitou os olhos e fechou-os ao sentir o toque.
- Vou matar você.

- Ah vai.
- Vou.
- Não vai nada.

- Deixa eu ter o bebê e aí você vai ver.
- Você é fraquinho.
- Sou nada.
- É sim.
- Não.
- Sim. Vá deitar com o Erin.
Katsumi desviou o olhar a ele e uniu as sobrancelhas por um instante, logo voltou-se em direção a porta.
- O que há com esse olhar?
- Nada...
- Termine o sorvete com ele e depois nós nos resolvemos no quarto.
- "Nos resolvemos" é? - Abriu um pequeno sorriso. - Okay.
- É. Enquanto isso vou tomar banho.
- Tudo bem.
- Você já se banhou?

- Ainda não.
- Leva o Erin pra cama.
O menor assentiu e mordeu o lábio inferior por dentro, sem querer demonstrar a vontade.
- Hai.

- Não precisa se conter.
- Não estou me contendo.
- Está mordendo o lábio.
- Ah, eu só...
Ryoga sorriu, canteiro.
- Leve ele.

- Hai, estou indo.
Katsumi murmurou e virou-se para seguir à saída, porém cessou antes de sair e virou novamente em direção a ele, observando-o e aproximou-se, lhe dando um selo sutil nos lábios e fazia tanto tempo que não o beijava que sentiu a maciez até demasiada, gostosa, e quis agarrá-lo, porém não o fez, suspirou e seguiu em direção à saída.

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