Yuuki e Kazuto #22


Kazuto havia acabado de se alimentar e estava decidido a ir para casa quando passou em frente a boate. Os olhos percorreram o local e avistaram o outro parado logo ali, não se lembrava de tamanha coincidência antes, não sabia se fora o cheiro dele que havia levado a si ao local quase inconscientemente, mas ali estava. Sorriu e caminhou até a entrada, tentando encontrá-lo entre as pessoas que dançavam.
- ... Yuuki?
Murmurou e aspirou o ar, tentando sentir o aroma do vampiro até que os olhos o avistaram novamente, aproximando-se e encostou-se na parede ao lado dele, a mão tocando-lhe o ombro.
- Yuuki!

Os olhos cujo as íris possuíam a forte coloração tipicamente dourada, foram direcionados ao vocalista conhecido, ou até mais que conhecido, afinal tal palavra parecia tão menos íntima do que já se poderia taxar ambos. A taça rasa entre os dedos, indicador e polegar, segurando o comprimento do cristal, levou-a até a boca, ingerindo o liquido vermelho escuro e fluorescente. Após algum gole da bebida, pousou o cálice sobre o balcão em madeira luxuosa e antiga, cruzando os antebraços sobre o local plano, e por vez, os mesmo olhos amarelos tornaram a dar atenção ao baixinho posto ao lado.
O menor sorriu e aproximou a face da do outro, os lábios hesitaram em selar os dele e afastou-se antes que o tocasse, sentando-se ao lado do maior.
- Senti sua falta...

Os lábios sutilmente manchados por rubras gotículas, davam sinal da alimentação feita a minutos atrás. Os mesmos se descerraram e o vampiro não deixou de cuspir as provocações típicas ao rapaz mais baixo.
-  Você está parecendo um rato.
Disse, enquanto os olhos notáveis constavam a visão analítica enquanto lhe percorria a face, dando atenção a cada ponto expressivo no rosto defronte. Kazuto r
iu baixo e disfarçou, lambendo os lábios.
- Porque um rato?
Estreitou os olhos com as iris vermelhas, fitando-o, analisando a face dele, talvez não do mesmo modo que ele fazia em si e sim porque sentira falta de suas feições.

- Porque quando está sem maquiagem, se parece com um.
- Ah não é verdade... - Ajeitou os cabelos.
- Hum, se você diz...
Yuuki falou em tom baixo, ou talvez não, soasse baixo devido a música alta que tomava posse de todos os ambientes na boate vampírica.

- Hum, e você está lindo como sempre...
O menor levou uma das mãos a face dele, hesitando em tocá-la e fez uma leve caricia no local.

- Pare de ser grudento, garoto.
Disse o maior ao receber o suave toque sobre a face. Novamente buscou a taça segurando-a entre os dedos e levou-a aos lábios, tomando o restante do drink.

- Até desse seu jeito eu senti falta, hum. Não estou sendo grudento, estou falando a verdade. - Virou-se observando as pessoas que dançavam. - Quer dançar? - Riu baixo.
- Não, vai lá, some vai...
- Não, quero ficar aqui.
Um suspiro constou o riso suave que fora desprovido do som da voz do vampiro mais velho. Virou-se sobre o estofado cor de vinho, pondo-se em frente ao outro, mas permaneceu acomodado e sentado.
- Você é chato pra caralho, sabia?

Kazuto sorriu e assentiu com a cabeça.
- É porque eu amo você, e quero estar com você, por isso sou chato.

- Estava prestes a dizer ao barman que estava conhecendo o sentimento da felicidade, mas... Você chegou, não fui capaz de concluir o inicio de um sentimento...
O menor estreitou os olhos novamente e suspirou.
- Bem, a minha felicidade está a minha frente agora. - Riu e continuou a fitá-lo.

- Não tente construir a sua felicidade, à base da infelicidade alheia.
Um riso abafado fora singelamente audível entre os lábios cerrados do maior.

- Hum, chato.
Kazuto se ajoelhou e aproximou-se pouco mais do maior, sentando-se sobre o colo dele. Aproximou-se da face do vocalista, selando-lhe os lábios algumas vezes, insolente como sempre fora. O maior o
bservou em silêncio as atitudes do mais novo, porém tomara alguma iniciativa assim que sentiu o toque nos lábios e as mãos foram de encontro ao corpo menor sobre as próprias pernas empurrando-o dali sem delicadeza alguma. Kazuto levantou rapidamente ao sentir o empurrão e cruzou os braços frente ao peito.
- Ah que chato!

Yuuki arqueou uma das sobrancelhas e os olhos continuaram a observar o outro.
- Porque não deixa de ser tão chato? - Sentou-se novamente sobre o colo dele, hesitante.
- Que porra você quer, seu verme?
- Você, hum... Quero um beijo.
- Hum, um beijo? - O maior impôs leve aproximação da face em frente, e dos lábios cuspiu a saliva sobre os alheios. - Pronto, isso que se ganha com um beijo.
O menor levou uma das mãos até os lábios, rapidamente ao sentir aquele gesto hostil, limpando-os.
- Que nojo, Yuuki!

- Nojo? Não é isso que se faz durante um beijo? Somente evitei o toque da boca.
- É o toque que eu quero não a sua saliva...
As mãos do maior foram aos braços finos do rapaz, deu inicio em seus dedos e subiu aos pulsos, no comprimento dos braços alcançou o ombro e deu percurso ao pescoço, desceu à clavícula e pouco mais abaixo o tórax e abdômen, o tronco que encerrou ao chegar nos quadris e passou as coxas, rompendo o contato.
- Um toque.

Kazuto seguiu as mãos dele com os olhos, cada pequena parte tocada pelo vampiro, em seus mínimos detalhes e abriu um sorriso nos lábios, segurou as mãos do outro, levando-as até a própria cintura, erguendo a camisa a deixá-lo tocar a pele, apertando-o contra o local. Yuuki o puxou pela cintura através do local onde as mãos se mantiveram pousadas, os dedos subiram sobre a pele, chegou a altura das costelas e tornaram a descer até pouco acima do cós da peça inferior.
O menor se arrepiou e inclinou-se, alcançando novamente os lábios dele, selando-os e apenas permaneceu próximo ao vampiro, sentindo a respiração do maior e as mãos que suavemente deslizavam pelo corpo. E alguma coisa errada tinha, ele não era tão passível de toques daquele modo. 
O vampiro mais velho, apertou-o entre os dedos sob a região da pelve e pressionou-o sobre o próprio colo, forçando-o na região baixa, moveu-o sutilmente sobre si, sentindo o sexo ser reprimido sobre os corpos unidos, não diferenciando do alheio que sentia o mesmo em sua região traseira, despudoradamente o provocando.
Kazuto levou uma das mãos até o ombro do maior, apertando-o e abaixou-se, os lábios próximos ao pescoço dele, sentindo o leve aroma do vampiro, roçou a língua pelo local e beijou a pele algumas vezes, levantando-se minimamente e voltando a se sentar sobre o colo dele, algo sutil, sentindo o membro do outro, e deixou um riso baixo escapar.
- Pronto, chega de brincar, pivete.
Os beijos do menor subiram até a orelha dele, mordendo-a levemente em sua cartilagem.
- Hum, por quê? - Murmurou.

- Para com isso, Kazuto, não pedi eu mandei parar de ser chato, tsc. - Resmungou.
O menor suspirou e sentou-se ao lado dele.
- Ta bem.

- Agora vai embora.
- Mas Yuuki...
- Vai, vai...
- Mas eu quero ficar com você...
- Tá! Eu vou embora. Boa noite.
Yuuki se levantou, a passou através das inúmeras pessoas, e as empurrava sem educação alguma, livrando a passagem até o exterior da boate, onde o som altíssimo em seu interior, se tornava totalmente inaudível do lado de fora e retornou ao local onde morava. O menor se l
evantou ao vê-lo sair, quase automaticamente, o coração pulsando desesperadamente no peito, não sabia, mas sendo vampiro era um sinal de que o amava, mas vê-lo sair daquele modo, como sempre fez, menosprezando a si era horrível. Ainda não havia se acostumado? O que impedia a si de voltar para casa e nunca mais sair? De tentar vida nova, ou o fogo, sempre morrera de medo de morrer queimado.
- Yuuki!
Kazuto se sentou ao perceber que era inútil, observou o local por um tempo e logo saiu, sozinho, seguindo até a própria casa.

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