Kaname e Shiori #20


Shiori desviou o olhar em direção a janela, com uma pequena abertura pela cortina e estava nervoso, o sol já estava nascendo e nem sinal do outro ainda. Ajeitou a cortina a fechá-la e sentou-se no sofá novamente, estava com sono e cansado, havia limpado a casa toda, mas não sairia dali enquanto ele não chegasse. A verdade é que sentia saudade, gostava de estar com ele, de passar um tempo, de estar ao lado dele, sentia um sentimento que crescia cada vez mais, e até machucava quando ele não estava. Ao ouvir o barulho da porta, correu em direção a mesma, sorrindo a ele ao vê-lo adentrar.
- Kaname! Você esta bem? - O beijou na face.

Kaname baixou as vistas à maçaneta, abrindo a dar passe a vista do interior da casa, se não fosse pela recepção que logo recebeu. Erguera-as a observá-lo, podendo ver ainda o momento em que erguera seus pés até acertar na face um beijo na bochecha.
- Perfeitamente.
Assentiu e abandonou um suspiro exausto, logo, lhe desferindo um selo nos pequenos vermelhos lábios. Shiori r
etribuiu o selo do maior e sorriu a ele, pegando a mochila que o outro carregava e o casaco.
- Quer que eu prepare algo pra comer? É bom caso tenha tomado sol... Eu já arrumei a cama.

- Você já comeu?
- Hai. Duas vezes. Mas também, você estava demorando tanto que quase tomei a garrafa toda de sangue.
- Duas vezes? - Kaname elevou ambas as sobrancelhas num gesto rápido.
- O que tem?
- Estou perguntando do jantar. Se já jantou. Jantou duas vezes?
- Comida humana não...
- Comida humana soa quase racista.
O maior riu silenciosamente e sutil. Caminhou para dentro de casa, fechando a porta atrás de si, desenlaçando do pescoço a gravata.

- Desculpe. - Sorriu a ele. - O que quer que eu prepare?
- Nada, apenas descanse. Parece cansado.
- Estou bem.
- Sinto seu cansaço daqui. - Riu quase não sonoro.
Shiori abriu um pequeno sorriso e suspirou.
- Limpei a casa toda.

- Sim, notei e senti o cheiro. Obrigado.
- Não precisa me agradecer. Esqueceu que eu trabalho pra você, hum?
- Ah, achei que fosse meu companheiro.
O pequeno parou por um momento, desviando o olhar a ele e sorriu, processando o dito.

- Também... Mas ainda sou seu empregado... Não tenho dinheiro.
- Não é meu empregado. Vive comigo.
- H-Hai... Então... Vai trazer comida?
- O que?
- Pra nós dois.

- É claro que sim.
O menor sorriu e assentiu, abraçando-o.
- Mas eu gosto de fazer o serviço, fico ocupado durante as horas que não está. Acho que eu devo arrumar um emprego... Não é? Pra te ajudar com as coisas. Será que eu não consigo um emprego no hospital?
- Depende do seu currículo. Qual sua formação acadêmica?

- Ah...
- Qual é?
- Eu...
- Você?
- Eu não terminei o colégio...
- Ah, que menino inconsequente. - O provocou. - Por sorte eu sou um médico que pode deliberadamente encaixá-lo como assistente.

- Jura? - Sorriu.
- Juro, mas não sei se quero fazer isso.
- Por quê?
- Hum, quem sabe.
- Eu me comporto. E vou me esforçar pra aprender.
- Ah, vai?
- Hai.
Kaname riu contido.
- O que?
- Ingênuo.
- Eh....?
- Você é ingênuo.
- Por quê?
- Amanhã o levarei comigo.
O menor assentiu e sorriu.
- Assim não fica tão doméstico

- O que eu vou fazer?
- Verei por lá. Me ajudará com alguns pacientes.
- Ta bom. Posso dormir com você?
- À vontade. Parece uma criança.
- Ta bem. - Sorriu. - Vou pegar algo pra você tomar.
Kaname suspirou e consentiu. Jogou-se no sofá, acomodando o braço sob o encosto de couro do mesmo, e permaneceu. Em apreço do cansaço e descanso. Shiori caminhou até a cozinha a pegar a taça e preencheu a mesma com sangue, guardando a garrafa novamente na geladeira, voltando para a sala, ajoelhando-se em frente a ele. Selou-lhe os lábios e entregou-lhe a taça.
O maior cerrou as pálpebras, e descerrou-as logo a sentir o toque nos lábios, recebendo o cálice da costumeira bebida, o qual adquiriu a alguns poucos dias.
- Obrigado.

O menor sorriu enquanto o via golar o sangue e esticando a taça, Kaname ofereceu ao pequeno.
- Iie, estou satisfeito.
- Sente-se.
O maior bateu ao lado, sob o estofado e o menor sentou-se lado a ele.
- Você parece animado, o que houve?
- Estava com saudade... É difícil ficar aqui sem você.
- Hum. E como está o bebê?
Shiori ponderou por alguns instantes e desviou o olhar a própria barriga, logo, a ele, com um sorrisinho nos lábios.
- Acho que está bem, ele é muito pequeno ainda...
- É, vai ser pequeno que nem você.
- Vai? - Sorriu. - Eu vou adorar.
Kaname sorriu meio de canto.
- Vamos dormir, amanhã te levarei ao trabalho.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário