Nowaki e Tadashi #30


O caminho fora feito todo em silêncio, assim como havia passado o dia, Tadashi estava feliz, é claro, o tinha só para si agora, mas era estranho, não esperava que um dia fosse capaz de ficar com ele sendo o único e não só mais um. Bateu em sua porta, esperando abrir e havia levado consigo uma mochila, obviamente não levava roupas para passar anos, mas algumas coisas para "comemorar" com ele.

Nowaki ouviu o barulho na porta, e não esperava realmente que fosse ter uma visita. Fosse até mesmo a dele, portanto, àquela hora já estava sentado ao balcão, com um prato de massa ao sugo e um pouco de chá gelado. E comia em silêncio como costumeiro. Havia tido um dia um pouco agitado no trabalho e indiretamente na vida pessoal. Parou por pouco e limpou a boca, seguindo até a porta e tão logo encontrou o garoto ali. Notou sua mochila, mas bem, de início não imaginava o motivo dela.
- Oi... Será que posso entrar? Eu... Não sei se já comeu, mas... Trouxe algumas coisas.
- Estava fazendo isso agora.  - Disse e deu a ele passagem. - É, colocou gelo nos olhos.
- Ah, tudo bem, desculpe... - Disse e adentrou o local, sorrindo a ele.
- O que há?
- Nada, estou meio... Pasmo ainda.
- Não tem porque estar. Fome?
- Um pouco.
- Então vem.  - Nowaki disse e fechou a porta atrás de ambos, guiando consigo até o pequeno espaço ocupado à mesa e que até a pouco, jantava. - Quer me acompanhar?

Tadashi se sentou ao lado dele no balcão e sorriu, de canto.
- Quero.

O moreno assentiu e seguiu até as louças, dispondo algumas peças a ele. Serviu um pouco ao rapaz, deixando a seu bel-prazer um tanto mais ao terminar. Tadashi pegou o prato, sentando-se em frente a ele e sorriu.
- Então... Posso vir quando eu quiser e não preciso mais pular a janela?

- Você sempre vem quando quer. E eu não mandei você sair como um amante pela janela, você que é louco.
- Louco? Se ela me pegasse você quem estava ferrado.
- Trancasse o quarto, visse antes quem era, ligasse pra mim. Não sair pulando a janela quase sem roupas. Imagine se te denunciam como assaltante.
- Que bom que tudo ocorreu bem e eu só quase perdi um olho.

- Ah sim, claro. Você pode vir vez e outra.
- E o que você vai fazer no natal? - Sorriu.
- Hum, ainda não sei. Pensei em ir para casa dos meus pais. E você?

- Ah... Eu vou... Ficar em casa então.
Nowaki sorriu-lhe de canto, talvez mais para si mesmo, achando graça. Limpou a boca após servir-se da massa e reservou a refeição por um instante a falar.
- Pretendia me convidar pra passar com você, hum?

- Ah, eu achei que ia querer...
- Ok, nós podemos fazer alguma coisa por aqui.

- Jura?!
- Sim. Desde que faça direito.
- Eh?
- Desde que faça o que quer fazer corretamente.
- Okay.
- O que quer fazer?
- Bem, temos que fazer a ceia... Ou você não quer?
- Podemos fazer.

- Ok, eu trago as coisas. - Sorriu.
- Como o que?
- Bem, champanhe, algo para cozinhar... Eu trouxe comida japonesa hoje...
- Não seja tolo. Posso comprar o que precisar pra fazer.
- Iie, eu me convidei.
- Não.
- Tem certeza?
- É claro. Podemos ir ao mercado.

Tadashi sorriu.
- Ta bem.

O moreno observou o garoto e sua mais típica personalidade, ainda que fosse costumeiro, claro que ainda achava graça no fato. Certamente se devia a notícia cuja ele, com certeza havia se agradado. Só não entendia a timidez que parecia ter.
- Devo dar seu presente só no natal então?
- Não se pergunta a alguém quando se deve presenteá-la.
- Ah, desculpe. - Riu. - É que eu nunca tive um natal...
- Hum, é mesmo? Espero então que seja um bom natal.
- Bem... - Sorriu. - Eu já falei... Então... Eu trouxe só uma coisinha pra você, não é bem um presente, mas...
Nowaki assentiu e bebeu um pouco do chá, deixando o copo sobre a mesa a se colocar a dispor de ver o que ele queria mostrar a si. 
Tadashi sorriu a ele, meio de canto ainda e pegou na bolsa o pacote, pouco grande demais para ele talvez, mas era bom porque duraria um bom tempo. Colocou sobre a mesa, empurrando sutilmente até ele e abaixou a cabeça, meio envergonhado pelo presente simples, apesar de ter se desdobrado bastante para conseguir o pacote de café importado.
- Você gosta, então...
O maior aceitou o pacote cuja embalagem era gostosa de apalpar. Encarou o rótulo, lendo sobre o produto após um murmuro de aprovação e então sorriu a ele ao deixar o pacote sobre a mesa onde jantavam.
- Obrigado. Vou experimentar depois do jantar.

O menor sorriu.
- Espero que goste... Eu escolhi bastante.

- Faça pra mim depois.
- Hai.
- Devia ter ligado se pretendia trazer o jantar.

- Desculpe, eu disse que ia aparecer a noite.
- Sim, mas como não veio depois do serviço imaginei que não viria para o jantar.
- Desculpe.
- Não precisa. Coma, depois vamos organizar as coisas.

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