Tsuzuku e Koichi #26


Assim que estacionado o carro, Koichi saiu do veículo, observando-o por fora, e era um pecado deixar aqueles bancos de couro, tão macios e confortáveis, gostava de carros, mas aquele especialmente, era o favorito. Ajeitou os cabelos cor de rosa, e usava o short preto, curto, costumeiro, acompanhado da cintura liga e meia alta e a blusinha solta sobre o corpo, estava pouco frio, mas não ficaria do lado de fora, ficaria dentro da boate onde entrou com ele, já podendo ouvir a música alta, as luzes que piscavam, e não estava no local onde trabalhava, mas conhecia bem como funcionava, podia ver os garotos que dançavam. Assim que ele se sentou, ao invés de acomodar-se com ele, pediu um charuto a um dos garotos, um que ele gostasse e tratou de cortá-lo e acender a ele, sentando-se logo a seu lado no estofado e cruzou as pernas, inclinando-se para pedir ao garoto uma dose de uísque para o mais velho, e fez questão de expor as nádegas bem delineadas pelo short ao fazê-lo, claro, para ele.
- Vê alguém que você gosta? - Sorriu e mordeu o lábio inferior.
Ao transitar pela boate, Tsuzuku chegou logo diante da passarela e palco de apresentações dos garotos, não era a mesma onde havia o comprado, mas não fugia muito do esteriótipo. Ao se sentar, não precisava de muitos movimentos já que era assim servido sem precisar falar. Aceitou o tabaco, vendo o menor desfilar com seu corpo magro, como se estivesse no clima dos dançarinos, ou talvez somente tentasse exaltar sua própria beleza e não ser ofuscado pelos prostitutos da boate. Aceitou a dose de uísque e deu-lhe espaço sobre uma das coxas para se sentar.
- Escolha você, pegue um no meio termo. Nem muito homem, nem muito mulher.
- Hum.
O menor murmurou, ajeitando-se sobre o colo dele, e não queria somente uma coxa, queria as duas, tanto que, mesmo com suas pernas abertas fez questão de se roçar em seu baixo ventre, deslizando as nádegas como quando dançava sobre ele, e sorriu, virando-se a lhe selar os lábios, recebendo do garoto o uísque com duas pedras de gelo, que deu a ele, ajeitando-se sobre sua coxa enquanto o observava e beijou-o em seu pescoço, desviando o olhar de viés ao palco.
- Não vai gostar mais dele do que de mim, vai?

Tsuzuku tragou a bebida, e sorriu com os lábios colados ao copo de uísque diante de sua receosa pergunta. Suas leves provocações não passavam despercebidas, mas tinha costume de ser agradado, e por isso mesmo já não dava resposta sobre elas, mas o permitia fazer e induzia a continuidade.
- Você vai gostar mais dele? 

- Claro que não, você é meu e eu sou seu.
Koichi murmurou a ele, expondo o anel igual ao dele e sorriu, selando-lhe os lábios, e gostava de provocá-lo, mas ele não parecia muito animado naquele dia. Desviou o olhar ao palco, notando os garotos que se apresentavam, e nenhum parecia de fato atrativos, alguns pareciam tão perdidos quanto a si nos primeiros dias de trabalho, recentes, supôs, o cheiro de sangue humano ainda exalava deles e não queria pegar um que competisse consigo, era um vampiro recente, relativamente, então ainda tinha sangue quente, e queria que fosse somente o próprio sangue a alimentá-lo. As luzes haviam se apagado por um momento, uma pausa para uma nova apresentação e sorriu na expectativa.

- São como filhotes.
O moreno disse ao menor em comentário, como ele, fitando a falta de jeito dos dançarinos, eram bonitos, mas nada impressionante, podia ter algo melhor. Deu-lhe um leve tapa na nádega, onde não se ocupava sobre a coxa onde sentava.
Sorveu a fumaça do charuto e expeliu sem demora, acompanhando do uísque em seguida, numa junção de sabores amargos. Ao olhar, percebia a empolgação na apresentação seguinte, como o ex-dançarino, aguardou pela dança, pelo garoto, que na verdade não dava importância já que quem se proveria dele, seria o outro.
Koichi suspirou, e estava quase entediado quando as luzes se acenderam, e viu no centro do palco o garoto que, como ele havia descrito, não parecia nem homem demais, nem mulher demais, tinha cabelos médios e negros, e os olhos vermelhos, indicando que havia acabado de se alimentar, aspirou o cheiro do sangue dele no copo servido sobre a mesa, e não era tão humano quanto a si, nem tão vampiro quanto ele, para si, ele era perfeito, e embora ainda se sentisse um pouco desconfortável por fazer aquilo, por ter ciúme dele, queria excitá-lo, e sabia que ele gostava daquelas coisas. Era quase um prostituto dele, faria o que quisesse.
- Eu quero ele.
Murmurou e virou-se para ele, sem dar atenção a apresentação do outro, e apertou o sexo do moreno sobre a calça justa.

Tsuzuku fitou-o a medida em que afirmou e formulou pedido, indicando o garoto. Era jovem, não mais que ele, era mediano, talvez tivesse quase a altura do outro porém não tinha a forma tão miúda quanto, o que tornava sua aparência mais masculina que a dele, porém não demais, era ambíguo como lhe havia dito para escolher. E no aperto do ex-dançarino ao sexo, formou um breve espasmo com o músculo, fazendo-o sentir o tênue movimento do membro onde apertou, retribuindo a brincadeira.
- Então diga a ele, convide-o.  

- ... Ele deve ser caro, não? - Murmurou, desviando o olhar a ele, e mordeu-lhe o pescoço mais uma vez. - Posso mesmo pedir por ele? 
- Hum, não deve ser tão caro e não importa também. Vá e o convide. Vou ficar assistindo seu convite.
O maior disse e segurou seus cabelos finos na nuca, puxando de leve os fios a medida em que o pescoço mordiscado.

O menor assentiu e roçou-se no colo dele mais uma vez antes de se levantar, seguindo em direção ao garoto que já descia do palco depois de sua apresentação, e sabia que os vampiros dali procurariam por um vampiro jovem, recente, inexperiente e até meio tonto, como era com ele antes. Ao se aproximar do garoto, meio tímido, deu um sorrisinho a ele, chamando-o consigo e notou-o igualmente tímido, meio distante, porém retribuiu o próprio sorriso com outro, ao perceber que não era um vampiro mais velho pedindo por favores sexuais, e sim, quase igual a ele.
- Como você se chama?

- Shinji.
- Ah, é bonito. - Koichi sorriu meio de canto. - Shinji, meu senhor quer contratar você... Na verdade, somos namorados, e queremos que você passe a noite com a gente, você viria?
Analisou a expressão do garoto, um tanto curioso e até espiou atrás de si, o moreno sentado na mesa e deu um pequeno sorrisinho.

- Hai... 
Tsuzuku fitou o garoto seguir o curto percurso até o dançarino, e pela forma como observara a si, mesmo ele, sua conversa ou convite não havia corrido da forma mais divertida ou sensual possível. Era ingênuo, provavelmente havia ido direto ao ponto, sem provocações. Acabou rindo para si mesmo e apagou o tabaco no resto de uísque no fundo do corpo.
Koichi segurou a mão do garoto conforme a confirmação e seguiu junto do outro até a mesa, parando em frente ao moreno e sorriu, indicativo de que havia conseguido o rapaz.
- O nome dele é Shinji. E ele aceitou ficar com a gente.

- Muito prazer senhor... 
Era mesmo um menino, o moreno pensava ao vê-lo segurar a mão do garoto e guia-lo caminho consigo, era algo relativamente simples, porém para um japonês, um toque íntimo. Cruzou a perna sobre a outra, e na palma da mão descansou o rosto, voltando-se aos dois.
- Olá, Shinji. - Disse-lhe num meio sorriso e voltou a fitar as mãos dadas.

- O senhor é... Vampiro nascido? E-Eu nunca fiquei com um.
O menor desviou o olhar ao outro e assentiu, deslizando a mão pela dele até soltá-la e se voltou ao moreno, inclinando-se sobre ele a lhe morder o lábio inferior e notou seu sexo, marcando a roupa e sorriu a ele.
- Tsuzuku é muito bom, Shin. 

O moreno voltou-se ao garoto, iria responder o outro, porém interrompido pela resposta do ex-dançarino, deixou-o por sua resposta, percebia com isso a iniciativa dele, como quem tentava evidenciar sua propriedade, parecia tentar mostrar ao dançarino que tinha algum poder ou qualquer que fosse sua forma de encarar a situação. 
O menor sorriu ao maior e lhe selou os lábios, dando-lhe uma pequena mordida em seu lábio inferior, e tinha costume de se inclinar para ele, não se importou em deixar as nádegas expostas ao garoto atrás de si.
- Podemos? 
Vamos ficar num quarto aqui ou em casa? 
- Leve seu novo amigo para se vestir para que possamos sair.
Tsuzuku disse ao menor em sua questão e fitou moreno atrás dele, percebendo qual sua feição em relação ao ocorrido ou à bunda empinada do menor. Koichi a
ssentiu e desviou o olhar ao outro, que parecia meio tímido, desviando o olhar conforme havia se inclinado para o outro.
- Shin, Tsuzuku-sama pediu que se vista para que possamos ir embora. 

- Hai... Eu vou colocar uma roupa por cima. Vocês querem... Alguma roupa específica? - Desviou o olhar ao maior.
- Tsuzuku-sama, é?
O moreno disse ao outro, audível para ele somente. Estava sendo provocativo, embora tentasse parecer sutil, estava longe de ser, parecia provocar o garoto, fazer o mesmo para si e ainda tentar mostrar a ele que tinha prioridade.
- Não me importo com roupas. 

Koichi sorriu ao outro de canto e assentiu, vendo-o se voltar a entrada de funcionários, iria se trocar. Sentou-se sobre o colo do outro novamente e beijou-o no rosto.
- Está sendo possessivo, ah?
O maior indagou a ele, agora no colo e repousou a mão sobre sua coxa desnuda.

- Você é meu, ora. Não quero que ninguém ache o contrário. - Koichi falou a ele e virou-se, juntando o corpo ao do outro. - E por que está duro? 
- Quanta ousadia. - Retrucou a fita-lo. - Não estou. - Disse-lhe e deu um sorriso canteiro. 
- Não é? Eu posso sentir. - Koichi murmurou e deslizou uma das mãos sobre a roupa dele, apertando-o ali novamente. - E ver, você fica enorme embaixo da roupa.  
- Isso é quando ele está mole, deveria saber. - Disse, brincando com ele.
O menor estreitou os olhos e riu baixinho, selando-lhe os lábios.
- Estou animado... Até. E com medo... Eu, não tenho jeito pra isso... 

- Está animado em comer aquele garoto, é?  
- N-Não... Talvez em estar aqui, eu sinto como se eu soubesse o que fazer, que é servir bem você. 
- Hum, então quer voltar para o bordel? O deixo lá e volto vez outra pra você me servir. - Disse, provocando-o ainda.
Koichi uniu as sobrancelhas.
- Não... Claro que não. Eu quero vir aqui uma vez na vida e outra na morte. - Riu. 

- Não, talvez eu deva devolve-lo ao bordel. Me dê um cigarro.  
 - Iie... Gomen ne. - Koichi murmurou e pegou o cigarro dele no maço, levando a seus lábios e acendeu-o com o isqueiro. - ... Quer que eu comece aqui? 
Tsuzuku aceitou o cigarro e tragou-o, tomando entre os dedos após sorver a fumaça e sopra-la caminho da boca à fora.
- Iie. Está morrendo de fome, é, Koichi? 

- ... Um pouco.
O menor murmurou e suspirou, na verdade estava nervoso pelo fato de que ele dizia que queria levar a si ao bordel de volta.

- Apresse seu garoto. Aproveita e crie algumas expectativas para ele. Vai. - Disse e deu-lhe um tapa na nádega.
- N-Não vai me mandar embora, vai?
Koichi murmurou, encolhendo-se perto dele e levantou-se por fim, unindo as sobrancelhas ao ser empurrado. Seguiu até a pequena porta onde ele estava se trocando e quase fora barrado por um segurança, se não parecesse um dos garotos que trabalhava ali.

- Shinji... Podemos ir?
Shinji cessou o que fazia ao ouvi-lo entrar e fechou a blusa por cima da roupa somente.
- C-Claro...

- Tsuzuku me pediu que provocasse você, mas... Eu não sei como fazer isso, eu sou uke... - Murmurou e sorriu.
- Não vou te mandar embora, Koi-chan.
O maior disse a ele, numa brincadeira, embora se referisse ao peixe e via-o partir em direção aos aposentos dos dançarinos. Assim fez-se na companhia da nicotina, assistindo uma apresentação e outra.

- Não tem problema... Vocês já me parece bastante interessantes. - Sorriu.
- Bem... Então vamos. - O menor disse e segurou a mão dele, puxando-o consigo até o moreno, e sorriu a ele, meio de canto. - Vamos, Tsuzu? 
- Hum, tão depressa?
O maior indagou, percebendo o regresso nada tardio do garoto e seu amigo, e pelo toque de mãos novamente formulado, mais pareciam como dois irmãos, embora o outro fosse ligeiramente mais alto e com um tanto mais de massa corporal que Koichi. 

- H-Hai...
Koichi murmurou e desviou o olhar ao outro, e embora tivesse um pouco de medo de perder o moreno, sabia que outros haviam vindo antes de si, e entre tantos garotos, ele havia escolhido a si, claro que não parecia levar a si tão a sério, talvez ele pensasse que era uma criança o pedindo em namoro, mas tentava, tentava que ele gostasse de si, e se ele gostava daquilo, o faria e tentaria gostar, afinal, fora um prostituto antes dele.
- Vamos... Podemos animar você no caminho. 

Tsuzuku o sorriso que lhe deu em retorno foi sutil, tanto que pouco visto, mas notável para ele. Percebia-o com humor diferente, talvez empenhado e preocupado. Ao tragar o cigarro, logo o chamou a gesticular com o dedo cujo cigarro entre eles. Soprou da boca a fumaça para a sua e na proximidade, resolveu cooperar e dar-lhe algum estimulo.
- Eu vou comer você, não precisa ficar triste.  

O menor aproximou-se dele e na espera de um beijo, recebeu a fumaça, que tragou e expeliu logo em seguida, ouvindo-o em silêncio e sorriu meio de canto, sendo suficiente para se animar com ele.
- ... Estou esperando... 

- Então vamos.
O maior disse a se levantar e por fim fitar mais próximo o garoto moreno, analisando-o, provocando a ele e ao ex-dançarino certamente. O menor u
niu as sobrancelhas ao vê-lo observar o garoto que deu um sorrisinho a ele e desviou o olhar.
- O que você é, Shin?

- Eh? Ah... S-Seme...
- Seme? Mas... 
- Ficaria surpreso com o que algumas pessoas gostam... 
- Koichi sabe bem. - Tsuzuku disse ao garoto e fitou o menor. - Você é ativo ou seus clientes é que são passivos?  - Você era... Assim também?
- Hai... Eu dançava. - Koichi murmurou, observando o moreno maior. 
- Bem, meus clientes são passivos... 
- Passivos que gostam de passivos, adoraria assisti-los.
Tsuzuku disse a por fim deixar a boate e seguir ao responsável pelo veículo que tratou de trazê-lo de volta. Ao tomar as chaves, logo seguiu em posse do volante, dando partida à viagem não muito distante, dali até em casa.

Koichi sorriu meio de canto, e não sabia o que ele iria pedir que fizesse, mas sabia que ele dava as ordens. Seguiu com o garoto para o carro e antes de entrar, indagou a ele se preferia que fosse em conjunto no banco da frente, ou no de trás com o garoto, mas entrou com ele no da frente, colocando o cinto. 

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