Yuuki e Kazuto #28


Os pés do menor estavam sobre a mesa de centro da sala, onde estava uma das taças e a garrafa de vinho, a outra taça estava nas mãos, os olhos presos na tv, assistindo um programa qualquer enquanto esperava o maior chegar e na verdade nem se ligava se parecia folgado, era uma criança ainda praticamente, e gostava dele, queria chamar atenção de alguma forma. 
Ao entrar em casa, Yuuki deparou-se com a figura alheia logo que se fez presente na sala. A pestana formava pequena elevação, arqueada, enquanto as íris encaravam o rapaz folgado acomodado no sofá.
- O que está fazendo?

Os olhos de Kazuto se desviaram ao outro e voltou á tv, demorando alguns segundos pra perceber que ele estava ali mas logo retirou os pés da mesa e se levantou, desligando a tv.
- Ahn... Oi, Yuuki.

- Oi.
O vampiro disse breve, permanecendo com o mesmo semblante inicial.

- Vim ver você... M-Mas não estava, ahn... Eu fiquei assistindo tv.
O menor riu e preencheu a outra taça com o vinho, entregando a ele.

- Sim, veio assistir tv, sentar de qualquer jeito no meu sofá e mexer nas minhas coisas... Hum.
- Na verdade, eu não mexi nas suas coisas, eu pedi pra Kasumi. - Sorriu.
- Ainda assim, pediu pra empregada servir você, hum... como se a casa fosse dela, pirralho.
- Eu não sabia onde estava o vinho...
- Tsc, ainda é burro... E não entende o que eu digo. Deixa pra lá.
O menor arqueou uma das sobrancelhas.
-Hum... Fica um pouco comigo.

Yuuki cerrou instantaneamente as pálpebras, porém voltou a descerrá-las e deixou o cômodo, caminhando ao próprio quarto onde tirou as roupas trajadas, substituindo-as por outras. O menor bebeu o restante do vinho e seguiu ao quarto dele.
- Está tudo bem?

- Está! Eu odeio essa pergunta, você repete ela todos os dias.
- Talvez se me tratasse melhor eu não precisasse dela.
- Você sempre pergunta "está tudo bem? " Como se fosse tão atípico eu tratá-lo dessa forma. Deveria perguntar quando eu resolvesse te tratar bem.
- ... Tem razão.
O maior negativou com a cabeça e pegou o cigarro sobre o móvel, acendendo-o e o pôs entre lábios, caminhando até a varanda, onde se acomodou numa das cadeiras no exterior. Kazuto arqueou uma das sobrancelhas e o seguiu até a varanda, sentando-se ao lado dele deliberadamente.
- É uma vista bonita daqui de cima... - Sorriu.

- Uhum...
O maior murmurou em concordância e levou o cigarro a boca deu um rápido trago e deixou-o entre os dedos, pousando o antebraço na braçadeira do assento onde estava. O menor v
irou-se, observando-o por um tempo e suspirou.
- Hey, Yuuki.

- O que?
Kazuto devagar se aconchegou sobre o colo do outro, fitando-o.
- Quero transar.

Os olhos do vampiro mais velho igualmente observaram o outro, encarando-o como fazia consigo, mesmo após seu dito, que demorou alguns instantes, poucos, para responder.
- Vá brincar com seus dedos lá no banheiro.

O menor arqueou uma das sobrancelhas.
- Não... Por favor.

- Não.
Yuuki disse e tragou o cigarro, jogando-o varanda à baixo, e logo após expeliu a fumaça no rosto defronte ao próprio. Kazuto f
echou os olhos e virou de lado, tossindo.
- Porque é tão mau? Já fazem dias, semanas que não faz nada comigo.

- Ser... Mau, como diz você, é uma das minhas personalidades favoritas.
- Hum... Por favor... Vem. - Abaixou-se e selou os lábios dele.
- Não!
- Por que não?
- Porque eu não quero! Caralho.
Kazuto estreitou os olhos e levantou, sentando novamente na cadeira ao lado. Yuuki permaneceu quieto apenas, observando ainda a noite e o pequeno cruzou os braços, irritado com a atitude do vampiro, e sabia que ele fazia propositalmente. O maior arqueou a sobrancelha esquerda e voltou a direção do olhar ao menor. 
- Está tão necessitado, é?
Kazuto o fitou e estreitou os olhos, voltando logo a olhar para frente e suspirou. O outro se levantou, caminhando em direção ao interior do quarto, porém disse antes que pudesse adentrá-lo.
- Vai lá cadelinha, vai procurar algum cachorro pra matar o teu cio.
Voltou-se ao quarto e fora a cozinha, servindo-se de sangue puro e degustou-o na taça cavada, grande porção do liquido vermelho. Retornou ao quarto e deitou-se, permanecendo com pouco da coluna apoiada ao travesseiro, e o cristal se apoiava sobre o abdômen, sendo segurado por ambas as mãos, quais uma delas, vez ou outra levava a bebida a boca. 
O pequeno permaneceu um tempo ali e logo voltou ao quarto, sentando-se na cama, em frente a ele a observá-lo, e a raiva que sentia por ele algumas vezes, não cabia dentro de si, tinha vontade de ir embora e largá-lo lá ou realmente procurar outra pessoa, só para vê-lo se remoer de ciúme.
- V... Você... Você é um imbecil, sabia?

- É? Por quê?
- Porque você é!
- Devo ser, por aturar uma criança na minha casa todos os dias como se eu fosse a babá dela.
O menor assentiu, cruzando os braços e desviou os olhos do outro para um local qualquer do quarto.
- Não adianta, não vou transar com você;
Ao ouvir, Kazuto jogou o travesseiro nele e levantou.
- Não queria mesmo.

- Ah, claro que não.  - Yuuki pegou o travesseiro jogado, retrucando-o.
- ...
O maior erguera a mão direita e expôs o dedo médio ao menor.
- Vou te dizer aonde você coloca esse dedo.
- A onde?
- ... Vamos transaaar. - Kazuto sentou na cama, segurou a taça dele e bebeu o restante da bebida. - Vamos.
- Já falei que não, seu porra! Quer aprender a voar, é?
- Yuuki...
- ...
- Por favor.
- Não.
- Mas.... Mas Yuuki está há tanto tempo quanto eu sem transar, por que não quer?

- Consegue ter certeza que não transo há tanto tempo quanto você?
Kazuto arqueou uma das sobrancelhas e Yuuki permaneceu a fitá-lo somente. O menor negativou e levantou-se, havia vencido a si novamente, e só então seguiu para fora do quarto. Yuuki deu de ombros, e fora a cozinha, servindo-se com mais bebida e voltou logo ao quarto, ficando lá mesmo, do modo como estava antes e sem se importar com o garoto, logo cochilou.

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