Fei e Hazuki #14


Com cuidado, Hazuki adicionava os ingredientes no recipiente para preparar a comida dos amigos. Observava o ruivo sentado e dava um breve sorriso para algo que ele dizia algumas vezes, mas o olhar sempre se desviava a porta, esperando pelo amigo. Viu o maior se levantar e pedir licença para sair e assentiu apenas, desviando a atenção para a comida que fazia.

Fei cruzou o caminho do ruivo, de estatura quase igual a própria, mas ainda inferior. Um sorriso lhe fora o cumprimento e retribuído numa cortês reverência para consigo. Entrou na cozinha a sentir o leve aroma dos ingredientes que o outro utilizava, arqueou a pestana bem desenhada e fina, assim como os gatunos cinzentos que fixaram a imagem do amigo.
- Ora, está usando meu serviçal para ajudá-lo? Isso não deveria ser trabalho do seu Mitsuki?
O indagou em falsa provocação e cruzou os braços conforme encostado no limiar da porta de entrada na cozinha. O menor a
briu um pequeno sorriso e virou-se, observando-o. Acenou com uma das mãos em pedido para que o outro se aproximasse.
- A maioria saiu, estão aproveitando já que o Katsu não está.

- Oh, e Isumi? Por que ele não foi?
Indagou a se voltar a direção em que desaparecera a silhueta do servente e logo ao amigo o qual seguiu o caminho e observou o que fazia.

- Ora, pergunte a ele. - Pegou pouco do molho com a colher e assoprou com cuidado, levando aos lábios dele. - Hum? Veja se esta bom.
Fei assoprou novamente conforme posto fronte aos lábios e experimentou o molho na colher. Na face uma leve careta, negativou sutil ao cerrar os olhos.
- Não? - Uniu as sobrancelhas. - Ahn... O que falta?
- Jogar fora. - Resmungou.
- Mas... - Voltou os olhos ao recipiente com o molho e desligou o fogo. - Tsc... Não sei fazer nada direito.
Fei riu.
- Está gostoso, estou te provocando.

- Não está não, está uma droga. - Suspirou.
- Experimente e verá.
O moreno pegou pouco do molho com a colher e levou aos lábios, assoprando-o antes.
- Hum...

- E então?
- Não está tão ruim...
- Então aprimore ele.
- Como?
- Com o que você acha que ficará bom. Ervas, salsa, queijo, carne... Escolha, há uma diversidade.

- Eu não sei cozinhar. - Cruzou os braços e fez bico.
- São coisas com sabores neutros no molho, não deixará ruim de qualquer forma.
- Pode me ajudar?
- Certo, mas nunca cozinhei.
- O que eu devo colocar?
- O que você gosta?
- Ahn... Tanto faz. - Uniu as sobrancelhas.
- Hum... - Continuou esperando a resposta.
- Vou colocar carne então.
- Então tá.

- Bem, o macarrão está pronto. Acho que vou chamar eles pra comer... - Observou o outro, sorrindo.
- Okay, Princesa. Mas eu vou indo na frente, vou comer em meu quarto.
- Hum? - Uniu as sobrancelhas.
- Se quiser me fazer companhia, pode ir jantar no quarto junto a mim, hum?
Hazuki assentiu e desviou o olhar para a cozinha, sem ver ninguém, aproximou-se do outro e ergueu-se sutilmente, selando-lhe os lábios. As vistas de Fei desceram ao rapaz após ter-se superficialmente beijado e lhe sorriu.
- Não me beije, sabe que sua brincadeira de irmãozinho é diferente da minha. - Deu-lhe uma piscadela e as costas logo à seguir. - Pode por favor pedir ao Isu que traga o jantar pra mim? Ou você mesmo pode vir.

O menor uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e o observou a se afastar, apenas assentindo. Virou-se novamente e suspirou. Ouviu o barulho na cozinha e virou-se, observando o ruivo.
- Chame os outros pra comer... Quer que eu sirva a mesa?

- Não... Posso cuidar disso. 
- Ótimo. Vou subir, eu levo o jantar do Fei.
Fei caminhou pelo corredor estreito e bem decorado ao longo de sua metragem. Numa das portas a tê-lo aberta, entrou no quarto. À beira do futon se sentou, despreocupado, tanto quanto ao quimono vermelho que caía à vontade sob os ombros. A cigarrilha pegou na pequena mesa artesanal ao lado da cama, e nesta mesma o frasco de essência tão adocicada, que pairou pelo ar ante uma primeira tragada, enquanto sutil fora a se encostar de coluna no confortável futon, deitado, olhar ao teto, esperando o jantar.
Hazuki logo subiu as escadas com cuidado para não derrubar a comida, adentrou o quarto do outro e ajoelhou-se, colocando o bowl com a comida e os hashis sobre a mesma, segurando a própria.
- Pronto, Fei.

O loiro se ergueu e tornou se sentar diante da presença do amigo e após apagar a cigarrilha, deixando-a em seu estado de inércia sobre o móvel de onde havia a pego minuto atrás. Agradeceu em manear da face, pegou os hashis junto ao recipiente com a refeição e passou a comer, se servindo.
O moreno pegou a própria comida, comendo-a aos poucos e observava o outro, dando grandes pausas a levar a comida a boca, deixando-o visualizar que tinha algo errado.
- O que há?
Indagou o maior após delinear o contorno dos lábios com a língua, limpando qualquer rastro de molho que pudesse haver sobre eles. O menor n
egativou, levando pouco mais da comida aos lábios.
- Está gostoso. - Comentou num sorriso de canto e tornou a comer.
- Que bom. - Sorriu.
Fei Tornou lhe dar um meio sorriso e em desvio da atenção, voltada por vez na refeição que terminou de fazer e assim deixou a tigela sobre a mesinha baixa, e os hashis sobre o material de porcelana.
- Obrigado.

Hazuki assentiu, observando a própria comida e comeu pouco mais da mesma, entregando o pequeno recipiente ainda com comida ao outro para que colocasse sobre a mesa.
O loiro aceitou o entregue, deixando acima da mesa, próximo à própria louça. Suspirou preguiçoso, tornando se deitar no futon a cigarrilha na mão, dando continuidade ao restante da essência que havia tragado antes.
O moreno se levantou e deu a volta, sentando-se atrás do outro, pegou a escova de cabelos sobre o móvel e levou aos cabelos dele, penteando-os e acariciando os mesmos.
- Gosto dos seus cabelos... Eu queria ter cabelos loiros.
- Hum...
Fei grunhiu sutil, expelindo a fumaça sentido contrário ao outro, porém o que não fora de muita diferença, e suspirou com o carinho. ainda mais preguiçoso que já estava, e de olhos fechados permaneceu a senti-lo escovar as madeixas louras, enquanto apreciava a fumaça doce.
- Acho que combina muito com os cabelos tão escuros.

Hazuki ajeitou os cabelos dele para o lado direito e levou os lábios ao lado esquerdo, beijando-o no pescoço algumas vezes e sorriu, sentindo a pele tão macia do maior. Levou ambas as mãos aos ombros dele, ajeitando os cabelos novamente a cair nas costas do maior e massageava-lhe cuidadosamente os ombros cobertor pelo quimono vermelho.
Tênue, o loiro encolheu os ombros conforme os beijos sutis e repentinos, e sorriu num mudo riso. Os olhos, perdurou cerrado, apreciando os carinhos dados, e se mais durasse acabaria por dormir ali mesmo, sentado.
- Hum...

O moreno riu baixinho, abaixando-se novamente próximo ao pescoço dele e lhe deu uma pequena mordida com um tanto de força, beijando-o no local em seguida. Fei tornou ao grunhido e encolher o ombro.
- Olha que maldade.
Descerrou as vistas a apagar a cigarrilha. Virou-se a se voltar ao lado do outro e deitou-se no futon.
- O que há? Você está quietinho hoje e está parecendo um filhote de gato carente.

Hazuki riu.
- Não é nada... Só estou... Sei lá. Meio confuso.

- Confuso com o que?
O loiro deixou o acessório de fumo ao lado, ajeitou o macio travesseiro. De peito para cima desenlaçou o obi e jogou ao lado enquanto aguardava a resposta da conversa e o fitava.

- Com algumas coisas... Nada demais. - Sorriu e ajeitou-se ao lado dele.
- Estou com preguiça... Pegue a roupa pra mim, hum? - O cutucou.
- Ah, hai... Onde está?
- No mesmo lugar de sempre, Gong Zhu.
- Ah sim. - Riu. - Perdão, estou desligado.
O moreno pegou a roupa do outro de dormir, o quimono branco e deixou-o sobre o solo ao lado dele, levantou-se e saiu do quarto, seguindo ao próprio e buscou as próprias roupas, carregando-as ao quarto do outro.
- Será que posso dormir contigo hoje?

Fei se sentou outra vez, retirou o vermelho quimono que revestia o físico em toda sua estrutura e se voltou a porta quando o viu adentrar ali outra vez, postando nos ombros o tecido de fina seda branca; o qual demasiado conforto tinha para dormir.
- Oh, é claro que você não pode.

- Bom, então vai ter que me aguentar.
O menor riu baixo e retirou o próprio obi, virando-se de costas a ele e deixou o quimono cair ao chão, expondo o corpo. O loiro a
jeitou o obi de mesma cor envolto a cintura após trajar o quimono e tornou se deitar, de lado, a direção do outro.
Fei pegou o próprio quimono branco, vestindo-o e amarrou igualmente o obi, virando-se de frente a ele e deitou-se ao lado do outro.
- Agora me diz o que aconteceu. Você parece estranho desde mais cedo.
O menor levou uma das mãos a face dele, acariciando-o e riu.
- Não é nada, Fei.

- Hum, então tá.
O maior levou a mão sob a alheia, puxou-a a direção de si mesmo, e no solavanco, a levá-lo sobre o próprio corpo de costas no futon, o teve no peito, o abraço em sua cintura. Hazuki u
niu as sobrancelhas, deitando-se sobre o outro e ajeitou-se.
- Não me puxa assim...

- Fraquinha, Gong Zhu-sshi.
O menor riu e levou ambas as mãos até as dele, segurando-as e acariciou as mesmas.
- Vá descansar. Estou um prego hoje, por algum motivo desconhecido.
- Hum? Mas por que?
- O que?
- Porque está "um prego"?
- Acabei de dizer que é por motivo desconhecido, lerdinho.
- Ah... - Riu e virou-se de frente a ele, repousando a face sobre o tórax do maior. - E aí... Como esta se saindo sem sexo esses dias?
- Não estou sem sexo, tenho trabalhado por fora, Princesinha.
- Ah...
- E você, ah ah? Conseguiu catar o Isumi?
Hazuki ergueu a face.
- O que?!

- Não estava dizendo que ia atrás dele ver se ele te queria aquele dia? - Riu.
- Ah, eu estava brincando.
- Hum... - O provocou do modo típico.
- Ele não iria me comer. E muito menos eu a ele.
- Mas o Isu é bonitinho, acho que a Princesa não morreria por ser seme uma vez na vida.
- Iie. Já pegou ele?
- Hum... - Negativou com a cabeça.
- Hum... Ele parece ser gostosinho. - Riu.
- Hum... Parece. Vamos ver, ah?
- Não vou pegar ele.
- Não mandei você pegar ele... - Riu.
- Não disse que mandou. - Beijou-lhe o tórax.
- Falou como se eu o estivesse fazendo.
Hazuki suspirou.
- Estou com vontade de fazer amor.
- Então vá procurar algum cliente.
- Quero fazer amor, não sexo.

- Amor você só faz comigo, Princesa.
- Entendeu a indireta?
- Prefiro ouvir você dizendo claramente que me quer.
Hazuki riu.

- Eu quero fazer amor com você.
- Assim não tem graça.
- Hum?
Fei se revirou a levá-lo a cama, de desapressados movimentos a se pôr acima dele, afundar a face em sua tênue curva de pescoço. O mordeu tão sutil por vezes diversas, lambendo a pele em mesma vagarosidade e traçou um pequeno curso até chegar em seu lóbulo.
- Quero você, agora, Hazuki.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário