Kaname e Shiori #6 (+18)


Shiori seguiu o caminho em silêncio pela casa, terminando de limpar a sala e seguiu a cozinha a lavar os poucos pratos existentes na pia. Passara a tarde toda sozinho e estava morrendo de fome, mas não poderia comer até o outro chegar. Abriu o forno a observar o frango que assava para ele e logo após seguiu a lavanderia a retirar as roupas já secas da maquina, deixando-as sobre o local onde as passaria, porem voltou-se a cozinha a retirar o frango do forno e desligar o espaguete que preparava, ajeitando a comida em devidos recipientes e arrumou a mesa a servir o jantar.

Beirando a porta de entrada, o cheiro já se instalava ali mesmo pelo hall, dando as boas vindas ao médico com o aroma do jantar. Atravessou pela passarela de piso laminado até o cômodo onde responsável por acolher boa parte do cheiro da comida, observando sob a mesa de jantar na sala, bem forrado e servida pelas travessas.
O menor desviou o olhar a ele ao vê-lo adentrar o local e sorriu, ajeitando os últimos talheres sobre a mesa. Caminhou em direção a ele a esperar que entregasse o jaleco para si e fez uma pequena reverencia.
- Okaeri.

- Tadaima. - Kaname retrucou naquele atípico feito educativo e como esperado pelo garoto, o deixou segurar a peça de roupa. - Hum, achei que não saberia cozinhar.
- Algumas coisas eu sei... Só não tem muita variedade. Minha mãe me ensinou quando eu era pequeno.
- Hum... Aprenderá mais alguma coisa com o tempo.
- Hai. - Sorriu. - Você gosta?
- De que?
- De macarrão...
- Gosto. - Assentiu igualmente com a cabeça.

Shiori sorriu.
- Hai... Eu servi com vinho ne. Não sei se gosta também... Mas eu achei uma garrafa, então...

- Se tem é obviamente que gosto. Você come essas coisas ainda?
- Ah... Hai... Como sim... Mas... Eu... Eu queria meu...
Kaname o observou silencioso a espera da conclusão de sua fala.
- O sangue...
- Uh. Esse aqui? - O maior indagou e ergueu a sacola em papel, cujo conteúdo detinha o que referido pelo moreno menor. - Vou descontar do salário.
O outro riu baixinho a observá-lo.
- Eu trabalharia só pelo sangue... Não tenho necessidade do dinheiro... Só preciso dele se for para comprar as coisas da casa.

- E roupas. Produtos de higiene, precisa de outros cuidados. Você é mórbido, mas não está morto, deve levar uma vida normal.
- Ah, hai.
- Vai jantar comigo?

- Eh?
- Se vai comer comigo.

- Ah... Mas eu sou só o empregado...
- Bem, ok.
Kaname entregou-lhe a sacola com a bolsa de sangue e caminhou as escadas afim de formular higiene antes do jantar. O menor p
egou a sacola e sorriu, desviando o olhar ao outro em seguida e uniu as sobrancelhas, permanecendo em silêncio. Desviou o olhar a comida na mesa, lembrando-se que fazia tanto tempo que não comia e suspirou apenas, seguindo para a cozinha.
O maior substituiu as roupas por peças casuais, mesmo que mais tarde tomasse o banho. Lavou as mãos e higienizou igualmente o rosto. Usou um típico acessório oriental para prender os cabelos de modo despreocupado e informal e pouco mais tarde desceu, sem demora. Encaminhou-se a sala de jantar onde deixada a mesa pronta e sentou-se, servindo-se silenciosamente da mesma quando passou a comer.
Shiori adentrou a cozinha e retirou o recipiente com o sangue do local, levando-o aos lábios a cravar os dentes no plastico, perfurando-o e sugou o sangue, suspirando em alivio ao sentir seu sabor que alimentava o corpo.
- Hum...

O maior continuou o jantar aos poucos, com tragos no vinho tinto seco e doce, e do local onde se instalava a sala de jantar podia ter vista noturna do exterior. Shiori terminou logo de sugar o líquido e seguiu devagar em direção a sala de jantar, os olhos já com o tom vermelho tão vivo.
- Gostaria de alguma coisa?

Kaname tirou-se da vista onde submerso conforme a voz se fez presente, ainda desacostumado de alguma presença que não fosse a própria no lugar.
- Hum? Não, você pode dormir se já arrumou suas coisas no seu quarto. Apesar que você dorme durante o dia, pela lógica.

- Eu... Ainda tenho que passar a roupa. Se precisar de algo é só chamar.
- Deixe para amanhã, senão não terá o que fazer.
- Ah... Hai.
- Quer comer ou se satisfez?
- Ah... Faz muito tempo que eu não como comida humana... Me da água na boca só de ver. Está bom?
- Coma. Eu o convidei instantes atrás, não haja com cerimônias.
O menor assentiu e seguiu em direção a mesa, sentando-se ao lado do outro. Kaname o observou, porém fora breve e voltou-se ao prato, continuando o jantar. O pequeno se serviu com pouco do macarrão e sorriu a ele em meio aquele silêncio.
- Você gosta de sorrir, hum?
- Iie...
- Não gosta? - Retrucou e mais um gole deu no cálice de vinho.
- Não é normal. - Riu baixinho.
- Hum?
- Não é normal pra mim, sorrir.
- Se engana, sorri com frequência.
- Depois que conheci você. - Disse a provar a comida.
- E por que?
- Eu nunca fui feliz realmente...
- Hum, entendo.
- Eu tive muitos problemas, mas acho que posso ser feliz agora.
O maior o ouviu em silêncio apenas, e já havia finalizado a refeição, continuando à mesa junto a ele enquanto comia, apenas a prover-se do vinho em goles de apreço. Shiori continuou a refeição, atento a ela.
- Você... Não namora?

- Sou divorciado.
- Eh?!
- E tenho um filho de três anos.
- O que?! Como assim?
- Como assim? Transando sem camisinha.
- É sério...?
- Por que o espanto?
- Ah... Nada.
- Como é bobo.
- Hum?
- Engano fácil.
- Nunca foi casado?
- Não.
- Ah... Hai.
- Aliviado?
- Eh? Não... Eu só queria saber...
- Vinho? Ah... Não, você ainda é uma criança.
Shiori estreitou os olhos.
- Eu quero.

- Uh. - Murmurou num meio riso.-  Fique à vontade.
Shiori serviu-se com o vinho a apreciar o sabor do mesmo com o pequeno gole que deu.  Kaname pousou a taça sobre a mesa e silenciosamente permaneceu no lugar.
- Hey, Kaname... Obrigado.
- Por nada.
- Nem sabe porque estou agradecendo...
- E não vou perguntar o porque, se quer dizer diga de uma vez.
O pequeno assentiu, observando-o apenas e suspirou.
- Como está o jantar que você mesmo preparou?
- Gostoso. - Sorriu a observá-lo, porém notou que poderia soar estranho e negativou. - O jantar... O Jantar está gostoso.
O maior arqueou com leveza uma das sobrancelhas conforme o comentário.
- O que? - Uniu as sobrancelhas. 
- Não precisava enfatizar que era o jantar, a menos que estivesse pensando em outra coisa.
- Não... Claro que é o jantar.
- O que mais seria, ahn.
- Ahn... Você. - Murmurou.
- Estava pensando em que?
- No hospital... - Murmurou e sentiu o sutil arrepio percorrer o corpo.
- Hum, está querendo transar?
Shiori desviou o olhar a ele, assentiu de modo sutil, em silêncio e Kaname sorriu de canto.
- Venha para o quarto.
O pequeno assentiu, levantando-se quase prontamente, e fora impedido por ele de limpar a mesa, deixaria para mais tarde. Seguiu ao quarto junto dele e parou em pé, próximo a cama.

- P-Posso tomar seu sangue?
- Eu já trouxe comida pra você.
- Mas... Não bebi o suficiente.
Quantos anos tem?
- Tenho 18...
- E não sabe se cuidar? Vá pegar um rato na rua.
- Mas eu queria você...
- Não estou com interesse em pedofilia.
- Mas eu...
- Você é um shota.
- Eu só quero comer...
- Tem tantas pessoas na rua agora.
- Não tem... Eu não consigo pegar alguém...
- Então como conseguiu viver antes disso?
- Não consigo matar humanos... Eu era um humano...
- Então não mate. Não era isso que planejava fazer comigo, ah?
- Não... Eu só queria um pouquinho de sangue... 
Kaname o encarou ainda numa apatia de expressão, por fim quando alterada, não deixou de rir.
- E-Eu...
- Uh. Certo, me chupe.
-  Eh?
- Me chupe.
O maior levou um cigarro a boca, acendendo-o, tragou do mesmo e com a outra mão gesticulou ao garoto, indicando a região.

- Você diz... Seu sangue ou...
- Sexo oral.
- Ah... Hai...
Shiori se aproximou do outro a ajoelhar-se em frente a ele. O maior s
ugou pouco do cigarro e deixou-o em cinzas no cinzeiro de vidro acima do colchão, voltando a direção visual abaixo, onde ajoelhado o garoto, que puxou com cuidado a calça do outro, abrindo-a.
- Pode abrir pra mim
?
Só puxar, não uso nada por baixo.
Kaname se abaixou de modo que foi suficiente, apenas a expor a zona sexual. O menor o
bservou o membro do outro e uniu as sobrancelhas, levando uma das mãos ao local a segurá-lo.
- O que foi?
- E-Eu... Ainda não me acostumei a isso.
- Ora, não foi você quem se ofereceu a mim até alguns minutos atrás?
- Sim...
O menor suspirou, observando-o e uniu as sobrancelhas. Aproximou-se e deslizou a língua pelo membro do outro a apreciar o sabor do mesmo, afastando-se pouco em seguida.
- Assim?

- Espero que não toque com seus dentes.
Kaname ditou e sentiu o suave eriço da pele diante do contato, que como já havia esquecido, era frio. Shiori a
ssentiu, aproximando-se e lambeu-lhe o local novamente algumas vezes, colocando-o na boca, devagar a tomar cuidado com as presas afiadas.
O moreno descansou as mãos pelo colchão, forrado novamente por um felpudo cobertor. Permitiu-se deitar sob a cama e fechar os olhos, enquanto sentia ainda os estímulos providos por seus lábios frios, tal como o oxigênio circulado pelo quarto, eriçando a exposição da pele que descoberta pela camisa com botões descasalados.
O menor deslizou uma das mãos pela perna dele, acariciando-o sutilmente e logo sugou-o para si algumas vezes, tirando-o dos lábios  e logo repetiu os movimentos, estimulando-o com a mão livre na parte que não cobria com a boca.
- Hum...

- Ah, você faz bem... Como diz que nunca o fez. Me lembro daquele dia no hospital, foi por pouco tempo, mas...
Kaname erguera o tronco com sutileza, porém continuou deitado. O antebraço descansou pela cama e levou a mão em seus cabelos tão escuros quanto os próprios, pressionando os dedos em sua nuca, porém não foi forte.

Shiori uniu as sobrancelhas ao senti-lo pressionar a si no local, colocando-o na boca até onde conseguiu e sugou-o com vontade para si novamente, deslizando a mão pela pele dele a arranhá-lo sutilmente na coxa.
O maior desviou os dedos, tateando sua pele até a boca onde o tocou, limpando o leve rastro de saliva que escorreu entre suas extremidades e tornou descansar ambos os braços pela cama.
- Está gostoso, ah?

O menor se manteve em silêncio, fechando os olhos a dar continuidade aos movimentos que fazia, retirando-o dos lábios depois de alguns segundos e observou-o.
- Chega?

Kaname o observou e suavemente estreitou as pálpebras, porém não o fizera notório.
- Chega.

Shiori assentiu, suspirando.
- Posso comer agora...?

- Comer? Eu não disse que serviria como sua refeição.
- Eh?
- Eu mandei fazer, não disse que o deixaria me morder.
O menor uniu as sobrancelhas.
- O que você quer?
Sentou-se no chão, levando uma das mãos a limpar os lábios e sentiu as lágrimas deixarem os olhos dessa vez.

- Não quero nada, apenas vá para o seu quarto. Não tenho compromisso com ninguém, e não penso em servir de pai ou babá. Se quiser, você pode vir atrás de mim amanhã, vou conseguir mais pra você. - Jura?
- Juro. Você está trabalhando por isso afinal, não?
O menor uniu as sobrancelhas a observá-lo, e sentiu uma pontada dolorida no peito, estava sendo usado por ele? Ele queria a si somente para fazer aquilo com ele quando estivesse entediado e em troca, daria comida? Era quase um escravo, mas não reclamaria, gostava dele, o que poderia dizer? Fez uma pequena reverência e se retirou.

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