Ryoga e Katsumi #13


- Tem certeza de que está bem? Parece que está com a cara amassada.

- Cale a boca e não se mexa. 
Katsumi viu o garoto assentir e estreitou os olhos, puxando ainda mais o pé dele e novamente ligou a maquina, desenhando o pequeno objeto ali, que aos poucos sumia e era absorvido.
- Droga...
Misturou pouco mais de sangue na tinta e tentou de novo, testando o material.

- Não vai voltar a falar com ele?
- Haru, o que eu te falei?
- Desculpe, só quero saber, ora. Sou seu irmão.
- Não sei. Para de mexer esse pé, cacete!
Disse a estapeá-lo na perna e estreitar os olhos, voltando a tatuá-lo.

- Está doendo... E de quantos meses você está?
- Chega, tchau. 
- Não, não, eu me comporto.
- Vou atravessar você com essa agulha.
- Devia procurá-lo.
- Não vou atrás dele, inferno. Eu não preciso. 
- Onii-chan, precisa sim, você está tão tristinho.
- Tristinho? - Estreitou os olhos.
- Sabe que sim. Diz que gosta dele.
- Eu já disse. Eu menti pra ele, queria que ele fosse meu de um jeito ou de outro e acabei fazendo merda, sempre foi assim, sempre faço isso.
- Hey, não diga isso, eu aposto que ele gostava de você mesmo sem a gravidez.
Katsumi suspirou.
- Não importa mais, ele deve estar com outro vampiro, tem um por noite. 

- Hum...
- Eu vou voltar lá, se te anima, talvez eu cruze com ele.
A mulher bateu à porta, observando o comércio. Há tempos não saíra pra algum lugar que não fosse um supermercado a fim de comprar suprimentos, embora desnecessários, gostava de inventar receitas para os vampiros da casa. Cozinhava quando viva, e levara para a eternidade o gosto pelos cuidados e culinária. Arrumou os cabelos grisalhos, estapeou as bochechas pálidas para ganhar alguma cor, embora não ganhasse muito com aquilo e sim com o blush que costumava usar. Estava velha, mas não acabada, estava bem pra idade que tinha e sabia disso. Entrou dentro do estúdio, observando o moreno que passara alguns dias junto aos demais residentes da casa, mas que partira sem mesmo terminar o remédio que lhe fizera, era um grosseiro, mas gostava do rapazinho.- Com licença, rapaz. - Disse a ele e notou a surpresa em sua expressão. Levava consigo uma pequena bolsa tipo sacola, onde portava uma nova bebida para ele, feita semelhantemente a outra, porém com algum ingrediente a mais, mas não diria a ele. Com um sorriso não muito denotado, cumprimentou o jovem e lhe estendeu a bolsa.
- Saiu sem se despedir, jovens são realmente grosseiros. Eu trouxe o remédio para o bebê. Tome, assim ele nasce ainda mais forte e você não se sentirá tão cansado com a gestação.
Katsumi desviou o olhar a porta ao ouvir o barulho e arregalou os olhos ao ver a mulher, estranhando e até se levantou, achando que talvez tivesse acontecido algo com o outro.
- Ryoko... O que faz aqui? Aconteceu alguma coisa com o Ryoga? - Segurou a bolsa, observando-a ainda sem entender porque havia aparecido e assentiu por fim. - Obrigado...

- Nada errado. Eu vim lhe trazer isso, já que os jovens de hoje são mal educados. Beba uma dose antes de ir se deitar. - Dizia com o tênue sorriso ainda no rosto de poucas rugas.
- Eu não sou mal educado, ora. Peço desculpas por sair sem me despedir. Estava com problemas com o Ryoga... Agradeço a visita...
- Os problemas não se resolvem sozinhos se você der as costas a eles, sabe disso, rapaz. Tome corretamente.
- Eu vou tomar. Mas não posso fazer nada sobre ele, ele não quer falar comigo.
A mulher sorriu como sempre suavemente e despediu-se do rapaz com um aceno da cabeça, um simples manear. Esperava que o garoto bebesse a bebida, era realmente o que prometido a ele, fortificante para sua gravidez, no entanto, lhe daria um bom dia de sono pesado.
- Acho melhor você ir, Haru. 
- Mas onii... Que pessoa estranha era essa?
- Ela é serviçal do Ryoga. Vai ficar tudo bem, preciso descansar um pouco.
- Certo... Te vejo depois então. Hey! Olha, a tinta não saiu!
- O que?!... Finalmente acertei...? - Sorriu. - Ficou bonita!
- Claro, pra combinar com essa rosa agora tatue um ursinho roxo na minha bunda. Ora.
- Ah, sai fora que você é passivo, até gostou. 
- Vai se ferrar.
Katsumi riu e fechou a porta com a saída do irmão. Voltou-se à bolsa e observou o remédio indicado pela mulher, era realmente estranha, mas fez o que havia dito e bebeu a bebida.

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