Kaname e Shiori #7


Shiori abriu os olhos, devagar a observar o quarto escuro, já era tarde, e sabia disso pela falta de luz que entrava pela fresta da cortina. Levantou-se, esfregando os olhos e observou o quarto todo, logo após, levantou-se mesmo com poucas roupas e seguiu pelo corredor ao quarto dele, procurando o outro.
- Kaname...?
Chamou, uma, duas vezes e não ouviu resposta. Só então, seguiu até a gaveta no armário do outro, devagar e curioso, já estava pensando nisso desde que chegou, abrindo-a a observar o quarto de vez em quando, averiguando se o outro ainda não havia chego. Observou as roupas intimas no local e abriu um pequeno sorriso, pegando uma delas a observar.

Adentrada a casa, Kaname seguiu pelo corredor de piso laminado até o aposento. Já afrouxava a gravata acetinada em um vermelho vinho, bem escuro. E seguia pelo amplo cômodo até a área onde o leito. Tinha visita em casa, mesmo que não fosse realmente um convidado, duvidava que havia partido dali, talvez até dormisse. Suspirou num leve cansaço de serviço, e beirou o limiar da porta, observando ao suposto cainita após os ruídos que vieram do quarto e silenciosamente o observou, enquanto curiosamente sorria a observar uma peça íntima de roupa.
- ...

Shiori deixou a roupa na gaveta ao ouvi-lo entrar e rápido empurrou para fechá-la.
- K-Kaname?

- O que está fazendo com isso na mão? Não me diga que realmente virou uma criança homossexual.
- Eu... É...
- Você o que?
- Eu nunca gostei de meninas...
- Uhp, então eu somente lhe fiz um favor.
Disse e levou o casaco a jogá-lo sobre a cama, tal como a embalagem numa das mãos que arremessou contra o peito daquela criança. O menor d
esviou o olhar ao casaco e pegou a embalagem com o sangue, observando-a e sorriu, desviando o olhar ao outro em seguida.
- Como consegue isso?

- Matei um porco e extraí o sangue.
Shiori desviou o olhar ao sangue.
- Veio com o saquinho escrito AB positivo?

- Aham, o porco tinha a embalagem pendurada junto.
- Sério, Kaname.
- Não faz diferença, agora você já pode tomar isso e ir embora. Ou quer um canudinho também?
- Você tem?
O maior o encarou sem dizer-lhe qualquer coisa.
- Ah... Hai.
- Ingênuo.
- Sou pequeno ainda.
O menor murmurou e cravou os dentes na embalagem a sugar o sangue da mesma, observando-o.

- Pequeno? Tem dezoito anos, é apenas lerdo demais.
Logo Shiori cessou a bebida e embrulhou  saquinho a fechá-lo.
- Por que me ofende tanto?

- Oh, isso soa ofensivo? É apenas a verdade.
- Deve ser por isso que fica sozinho o tempo todo.
- Sinceridade afasta as pessoas, hum?
- Ser indelicado e maldoso afasta.
- Não me importo. Não tenho motivos a ser delicado com você.
- Sabia que eu podia matar você? - Sorriu.
-Não seria tão fácil.
- Sou mais forte que você.
- Acha que isso me importa? Sua ingenuidade é uma desvantagem. Se eu tivesse medo ou me fizesse incapaz de enfrentar algum problema, não daria o que precisa para se recuperar da situação miserável com que chegou aqui.
- Tudo bem ne... Você faz o que no hospital?
- Clínico geral.
- Que fofo... Você ajuda as pessoas.
- Uh, uma hora sou solitário e maldoso e noutra eu sou fofo.
- É tudo. - Riu. - Tudo que... Alguém ia querer. - Sorriu, tímido.
- Poupe seu trabalho de me converter a seu provedor de sangue.
- Eu não pedi.
- E nem precisa.
O sorrisinho se fez presente nos lábios do menor e observou todo o quarto dele, caminhando devagar por ali.
- Por que você não se casou?
- Não é da sua conta.
- Nossa, que grosseria, vai ficar falando comigo assim?
- Você devia fazer o seu trabalho, somente isso.
Shiori uniu as sobrancelhas ao ouvi-lo e assentiu por fim, seguindo para fora do quarto junto da bolsa de sangue e já sentia as lágrimas nos olhos novamente, pelo visto, não conseguiria lidar com o gênio dele.

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