Yuuki e Kazuto #13


Kazuto estava no quarto deitado, mas sentia-se tão fraco, certamente estava com fome. Caminhou até a janela e observou a rua abaixo do prédio, as pessoas caminhando pelo local no clima gostoso noturno e logo afastou-se da janela e mordeu o lábio inferior.
- Você não pode... - Resmungou. - Desgraçado... - Suspirou e deixou o quarto, caminhando até o quarto do outro no mesmo corredor e bateu na porta. 
Como sempre a empregada ruiva atendera o chamado. Suspirou e desta vez, perguntou a ele de um modo áspero.
- O que quer?

- Te matar, mas no momento quero ver o Yuuki. - Estreitou os olhos.
- Vá embora! - Disse ela e suspirou novamente. - Irei avisá-lo
O menor cruzou os braços.
- Vá avisar, está fazendo o que aqui ainda?

Ela fechou a porta, talvez de um modo indelicado. Fora ao quarto do vampiro e logo retornou ao visitante.
- Ele está ocupado! - Disse áspera.

O menor bateu na porta, irritado com a posição da outra sobre si, estava óbvio que ela não queria deixar a si entrar e ouviu o barulho alto da madeira contra a parede.
- Preciso mesmo falar com ele.

- Ele está dormindo!
Disse ela num tom alto, porém suficiente para que não fosse de incomodo ao vampiro louro no quarto. A
 mão do loirinho foi ao pescoço dela, apertando-o entre os dedos, de fato as presas novas davam a si muito mais confiança.
- Ok, não levante o tom de voz comigo, estou falando normal com você, idiota. - Suspirou e a soltou em seguida. - ... Sinto muito... Eu... Por favor, eu posso entrar?

- Isso, continue.
Soou amena a voz rouca do vampiro, ao chegar a entrada do apartamento, deparando-se com ambas as figuras, o louro menor e a ruiva, num ato não tão agradável, e a uma generosa distância de deles, cruzou os braços frente ao tórax nu e ficou a observá-los. Certamente a feição facial não era boa, seja pelos gritos ou pelo modo ridículo como o pequeno vampiro estava a agir. 
Kazuto abaixou a cabeça e logo fitou o outro.
- Yuuki... Posso falar com você?

- Diga, criança revoltada.
- A sós. - Suspirou.
A serviçal olhou para o vampiro e se retirou em seguida, assim que vira o sinal feito com o manear de uma das mãos. Manteve-se do modo como estava, e observava o menor.
- Fala.

O pequeno adentrou o local e aproximou-se dele.
- Eu... Estou com fome...

- Hum?
Os braços do vampiro se mantiveram cruzados em frente do peito, e olhava-o do modo típico, porém o desdém fora dado ênfase assim que nasceu aquela pequena curva no canto esquerdo dos lábios, e o riso fora abafado devido ambos cerrados, e cessado assim que a voz agradável passou a ser audível novamente.
- E o que eu tenho a ver com isso ?

- Me... Me ajude... - Kazuto uniu as sobrancelhas, beijando o rosto dele. - Por favor...
- Se é um vampiro agora, a culpa é sua. Não tenho nada com isso, e eu avisei, que eu não serviria de babá, garoto! Vá caçar a quem morder.
- Mas não posso matar ninguém... - Murmurou.
- Tá! E o que quer que eu faça ?
- Não sei... Venha comigo, eu...
- Ir com você... Onde? Pegar e matar alguém pra te dar o sangue, ahn?
- Não...
- Então?
- Eu estou com fome, não posso matar ninguém... Não sei o que fazer.
O menor observou o outro, as lágrimas escorrendo pelo rosto.

- Hump.
Yuuki riu de modo sutil, quase inaudível e ainda abafado pelos lábios cerrados. Uma das mãos fora a face do louro menor, deslizou o dedo indicador, desde a testa, cujo a franja caía em alguns fios, desceu por nariz até alcançar os lábios, invadindo-os introduzindo o dígito na boca do menor, roçando a unha afiada em sua língua, nas presas.

Kazuto entreabriu os lábios, sentindo os pequenos toques do outro, a língua roçou sobre o dedo dele, os olhos presos aos do maior. O vampiro pressionou o dígito sobre a presa direita alheia, abrindo a pequena fenda que passou a expelir sangue em quantidade média, e tornou a roçar o dedo ferido sobre a língua do louro mais baixo, o fazendo sentir o sabor sutil do próprio sangue. O menor guiou as mãos até a dele rapidamente, sugando o dedo do maior e fechou os olhos, apenas apreciando o sabor doce.
Yuuki deixou o dedo ser sugado, alguns minutos, saciando pouco da sede alheia já que havia se alimentado há pouco, então tinha sangue humano o suficiente em si. Após algum tempo puxou a mão, retirando o dígito da boca do outro.
- Agora chega, ah. Já fui bonzinho demais.

O loirinho lambeu os lábios, fitando-o.
- Obrigado, hum.

- Agora pode ir. E não venha me procurar achando que vou acabar com a sua fome sempre que quiser.
- Mas Yuuki...
As sobrancelhas do pequeno se uniram novamente e uma das mãos foi até os cabelos do maior, acariciando-os. O outro o e
ncarava, sentindo a carícia nos cabelos. Insistente como sempre, pensou e manteve-se a fitá-lo, talvez esperando a desculpa do garoto, já que havia começado e não havia terminado. Os braços, novamente já estavam cruzados em frente ao tórax. A outra mão do pequeno deslizaram até os ombros dele, aproximando-se do outro e lhe selando os lábios.
- Eu...

Yuuki sentiu o toque nos lábios e após o mesmo, continuou a observar o outro.
- O que foi garoto, está com problema na memória, esqueceu o que ia dizer ou desaprendeu como se falar?

Kazuto mordeu o lábio inferior do vampiro ao ouvi-lo e riu.
- Quero um beijo, hum.
Juntou os lábios aos dele e segurou os braços do outro, puxando-os e segurando as mãos do maior, entrelaçando os dedos aos dele. O loiro s
entiu o novo toque nos lábios após o pedido alheio, os braços puxados e as mãos seguradas. Riu em deboche a tal ato, fora o pedido que havia sido ingênuo demais.
- Hum...

- Yuuki... Por favor...
O menor mordeu seu lábio inferior novamente e o beijou, entrelaçando os dedos aos dele, talvez tentando forçá-lo a retribuir o toque nos lábios. Yuuki t
eve a pequena distância, o olhar alheio e o pedido. Acabou por debochar novamente do pequeno e teve o lábio inferior mordiscado, o roçar da língua sobre os lábios, umedecendo-os, no entanto continuou sem movimentar os próprios, e só tornou a movê-los ao proferir
- Oh, a criança quer aprender a beijar. Garoto serei preso por pedofilia.

Uma das mãos do garoto segurou o rosto do outro, fitando-o.
- Pare de me chamar de criança, caralho.

- Criança. -Tornou a dizer enquanto o menor segurava a face e o encarava igualmente.
- Loiro de farmácia. - O menor o provocou.
- Oh, tinha que ser uma criança mesmo pra dizer algo assim. Olhe-se no espelho, fedelho!

- Tá eu também sou loiro... - Riu. - Porque não quer me beijar? - Selou os lábios dele novamente.
- E por que eu deveria beijar você?
- Porque sim.... Porque eu quero um beijo. Porque está sempre perguntando "Porque eu deveria te amar?", "porque eu deveria ligar pra você?", hum?
- Por que realmente não vejo motivos para nenhuma destas coisas.
- Sabe que eu faria tudo que você quisesse... Menos largar de você.
- Ser um escravo ou alguém devoto, não significa que seja uma boa opção, ou que seja o suficiente para se ter alguém.
- Não disse que seria um escravo, hum. Mas eu cuidaria muito bem de você...
O pequeno deu a volta enquanto falava, abraçando-o por trás, deixando os braços ao redor da cintura do outro enquanto beijava o pescoço dele algumas vezes.

- Sei me cuidar bem sozinho, e me sinto muito bem estando assim, ahn. Não sou um pirralho igual a você que depende de alguém pra se alimentar. - Riu em deboche. As mãos foram as alheias, desvencilhando-se dos braços do menor.
- Ah como você é ruim, Yuuki.. - Voltou a abraçá-lo, apertando-o entre os braços.
- Caralho, que porra você tem hoje, criança? Não sou seu pai não. tsc
O maior segurou novamente os braços alheios, tirando-os em torno a cintura. Kazuto c
ruzou os braços, fitando-o sem entender.
- Mas eu só...

- Você deve ter batido a cabeça em algum lugar. tsc
E o vampiro caminhou até a sala, deixando o garoto onde estava, porém, fora seguido.
- Yuuki, por favor... Pare de agir desse modo.
- Que modo ?
O maior indagou-o sem dar atenção. Pegou a taça com o liquido rubro sobre o móvel no centro da sala e levou-a até os lábios, degustando da bebida aos poucos e o pequeno m
ordeu levemente o lábio inferior e uma das mãos foi sobre o rosto, tapando o próprio nariz para não desejar o sangue dele.
- Me trata com tanto desdém assim...

Yuuki se sentou. Apoiou um dos braços sobre o encosto do estofado, o mesmo cujo levava a bebida aos lábios e tomou pouco mais da mesma, roçando a língua sobre os lábios levemente rubros, certamente o provocando.
- Não estou te tratando com desdém. Só não sou seu... Como se diz... Ah, amigo! Não sou seu amigo, não sou seu parceiro, seu pai, sua mãe, seu irmão, ou alguém com ligações a você, uh. Então não preciso cuidar de você, criança chata.

- Você é um...
O olhar do menor foi ao chão e virou-se, irritado, caminhando para fora do local. Bateu a porta e adentrou o elevador, apertando o botão do terraço e sentou-se no chão mesmo ali dentro, as lágrimas escorrendo novamente pelo rosto, não conseguia lidar com ele. Assim que chegou ao local, levantou-se antes que a porta se fechasse e saiu do prédio, sentindo o vento bater pelos cabelos, desarrumando-os e caminhou até a beira e sentando-se, observando o movimento lá embaixo, as pessoas, carros, e tudo parecia em ordem, se não fosse por si, a própria cabeça fora do lugar, o fato de estar se arriscando por uma pessoa que não conhecia e o pior, não queria a si. Os olhos fechados, apreciando a brisa, sabia o que tinha que fazer, sabia que talvez terminasse com tudo, e inclinou-se para a frente, deixando o corpo quase suspenso no ar e logo retornou num impulso para trás, quando abriu os olhos ao ver o que esperava a si lá embaixo, e abraçou as pernas, o corpo trêmulo, medroso demais para fazê-lo, medroso demais para tudo!

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