Nowaki e Tadashi #16


Tadashi suspirou, espreguiçando-se, acomodado na cama tão macia e não havia acordado nenhuma vez com um pesadelo, porém sentiu alguns arrepios percorrendo o corpo, estava frio, até demais, o contrário da noite anterior e encolheu-se nos cobertores, aproximando-se de seu corpo quente e repousou a face sobre seu peito.
- Hum...Nowaki...

- Hum...?
O maior murmurou ao ser chamado, mesmo embora ainda estivesse parcialmente adormecido e acomodou-se no aconchego do cobertor espesso e felpudo.

- Bom dia...
O menor murmurou e sorriu, obviamente se lembrava de ter feito tudo com ele, ao contrário do que ele poderia alegar.
- Bom dia. 

Nowaki disse baixo, meio rouco, recém acordado e voltou a direção visual ao relógio, notando o horário. Logo ao rapaz, notando seus cabelos bagunçados, os olhos inchados de quem acordara a pouco. O outro desviou o olhar a ele num pequeno sorriso e inclinou-se a lhe selar os lábios. 
O maior sentiu o beijo de cumprimento e suspirou ao se sentar na cama, ajeitar os cabelos negros entre os dedos. Sabia que havia sido encorajado pelo álcool, mas ainda assim, se lembrava do que haviam feito, e tinha maturidade suficiente para não fingir que não. Esticou-se e pegou o copo com água ao lado da cama, bebendo todo o conteúdo.
Tadashi suspirou e ao vê-lo se levantar sentiu um arrepio percorrer o corpo, tinha medo de ser expulso da casa dele, da cama e o que mais ele pudesse fazer. Encolheu-se e abraçou as pernas, observando-o, amedrontado por seu silêncio.
- ... Dormiu bem?
- Uhum. E parece que você também. - Ele disse e fitou-o, sorriu tão preguiçoso quanto estava, um pouco lânguido. - Quer um café?

- Maravilhosamente. - Tadashi riu, porém antes de responder sua segunda pergunta ouviu um barulho alto do lado de fora e encolheu-se assustado. - O que foi isso?
Nowaki se voltou, tal como ele em direção ao lugar onde o ruído. Mas deu de ombros, ainda sonolento.
- E se for alguém? - O menor se levantou, meio sonolento igualmente e suspirou, caminhando em direção a janela, onde abriu um pouquinho da cortina. - Ah! Deus, Nowaki, está nevando!
O maior se voltou a observá-lo durante sua pequena caminhada até a janela e sorriu, num riso soprado e nasal.
- Ah, não vai ser muito bom sair pra trabalhar.
- Ou não... Acho que caiu algo na porta...

- Bem, vou ligar e pedir para que tirem a neve.
O médico tateou o móvel ao lado e buscou o celular. Pediu pelo serviço que levaria algum tempo, visto que a neve continuava a cair. Já para o serviço, comunicou o atraso. Tadashi s
uspirou e assentiu, encolhendo-se na cama.
- ... Podemos... Tomar banho juntos ao menos?

- Hum, você pode ir primeiro, Tadashi. Eu vou fazer um café.
- ... Hai.
- Sua roupas estavam quentes o suficiente? Se precisar posso te dar uma blusa.
- Por favor.
Nowaki levantou da cama e sentiu a pele nua se arrepiar de frio. Por sorte havia escolhido calça para dormir e no guarda-roupas pegou uma blusa de frio, um suéter cinza escuro, rajado e confortável. E abaixou-se, deixando em seu colo. Fitando seu rosto, que parecia um pouco confuso para si, por fim afagou-lhe os cabelos, tentando suavizar o clima entre ambos. Tão logo vestiu um roupão e buscou roupas para vestir.
Tadashi esperou pelo casaco, abrindo um pequeno sorriso a ele e tão logo levantou-se a seguir ao banheiro, porém logo ao entrar, assustou-se com o cômodo tão branco, ao contrário do quarto, e tão bonito, tinha hidromassagem, tudo que podia deixar aconchegante, o problema fora ao ver as escovas colocadas juntas no suporte, e percebeu que estava sendo um intruso ali, e não queria ser. Suspirou, e decidiu que tomaria banho e após limparem a neve, iria embora.
O maior entrou no quarto de hóspedes e dele na suite onde tomaria banho. Havia ficado tão nu quanto poderia no dia seguinte, mas não sóbrio, nem na claridade, seria portanto estranho tomar banho e ver um homem igualmente despido a própria frente. Seria estranho imaginar o próprio paciente encarando o próprio corpo enquanto tomava banho. Tomou uma ducha rápida, lavou o cabelo igualmente rápido, finalizando o banho antes do visitante. E assim após se vestir, colocou uma calça preta, uma camisa da mesma cor com as mangas dobradas até o antebraço, enquanto servia o desjejum sobre a mesa tipo balcão americano e fitou o garoto, já vestido e parecia confortável com a própria blusa. Sorriu a ele, enquanto usava a própria toalha deixada no pescoço e afagava os cabelos, ainda úmidos pelo comprimento que tinham.
- Deixei o café pra você fazer hoje, afinal é você o barista, ah?

O menor saiu logo do banho, havia lavado o corpo, tirando os resquícios de sexo que haviam nele, estava dolorido ainda pelo ato da noite anterior, e não havia previsto isso, então teve que se apoiar na parede para se lavar. Logo após, desceu as escadas em direção à cozinha, perdido naquela casa enorme e sorriu a ele ao vê-lo, assentindo.
- Claro, só me diz onde está o café que eu faço. Prefere coado?

- Aqui está.
Nowaki disse e entregou a ele o pacote com café ainda em grão.
- Bem, não é o que prefiro, mas não tenho uma maquina de espresso, portanto... - Deu-lhe um risinho. - Tenho além do tradicional a cafeteira italiana. O moedor está ali em cima. - Disse, indicando a pequena máquina ao rapaz.

Tadashi assentiu e pegou o moedor, colocando os grãos no compartimento e moeu pouco do café que faria a ele, preferindo a cafeteira italiana.
- Já vai ficar pronto.

- Tudo bem. - Disse o maior e sentou-se por fim, deixando de lado a toalha. - O que quer comer hoje, ah? Sei que certamente continua não comendo nada.
- Hai.
Tadashi sorriu, colocando o café no fogo, porém encostou-se sutilmente no balcão por alguns instantes e fechou os olhos, sentindo uma leve tontura.
- Tudo bem? - Indagou, e seguiu até ele após se levantar.

- Hai, não se preocupe. - Suspirou e piscou algumas vezes. - Eu estou há uns dias sem comer direito, isso acontece de vez em quando.
- Você é um idiota, sabe disso, não é?  Quer um udon?
- Eu sempre fui um idiota. - Sorriu. - Se não é por um motivo é por outro... Eu não durmo faz uns dias, hoje foi o único dia que eu consegui dormir porque sabia que se eu sonhasse algo ruim, você estaria ali comigo. Eu não como não por não poder, mas porque eu destruí tanto o meu corpo, que é difícil manter algo no estômago.

- Tem que dar um jeito de manter. Eu posso fazer um soba pra você. É bem leve.
- Hai... - Sorriu. - Obrigado.
- Pode ser? Tem bastante sal, então ajuda a aumentar sua pressão.
Tadashi assentiu e logo retirou o café do fogo, deixando-o sobre a bancada. Nowaki positivou com a cabeça e seguiu a buscar o necessário para o preparo. O macarrão fresco recém comprado, molho de soja, ovos, carne, e tratou de prepará-los de modo simples e rápido. E enquanto cozia os alimentos, sentou-se, dando atenção ao café recentemente feito.
- Hum...

O menor sorriu a ele, sentando-se a seu lado e suspirou, não gostava muito de café, então esperaria pelo macarrão.
- Beba alguma coisa. - Nowaki disse, enquanto provia-se do café, somente, por enquanto, a bebida. 
- Ah, iie, estou bem, obrigado.
- Certo. - O maior levantou-se, completando seu desjejum e serviu-o num pequeno recipiente. - Aqui, tome.
O menor sorriu a pegar o pequeno bowl e agradeceu num maneio da cabeça, experimentando.
- Hum... Oishi!

Nowaki sorriu diante do elogio e voltou a beber do café.
- Trocamos favores então.

- Hai. - Sorriu.
O médico pegou pela mesa o pãozinho chinês e mordeu, silenciosamente fazendo o desjejum e vez outra, olhava-o sutilmente, de soslaio. E de tal modo que não conseguia imaginar o fato de que haviam feito sexo na noite anterior. O garoto sorriu a comer do macarrão, gostoso e macio feito por ele, e desviou o olhar igualmente.
- Se lembra do que fizemos?

- Hum?
Nowaki murmurou, não tendo certeza do que dizia realmente, embora tivesse uma ideia.

- Na cama. Se lembra que fizemos sexo, hum? - Sorriu.
- Nós acordamos juntos na cama. Eu estava sem camisa, vou pensar que fizemos o que? Jogamos xadrez?
- Mas se lembra de tudo? - Riu.
- Sim, eu lembro, Tadashi. Bebemos vinho, não gim.
O maior disse e por fim sorriu, meio de canto. Tadashi m
ordeu o lábio inferior.
- Eu fui melhor do que a sua noiva, hum?

- Você gosta de falar sobre ela, mesmo sabendo que não quer falar sobre ela.
- Vou considerar isso um sim. 

O menor falou a ele e levantou-se, caminhando até o outro e sorriu, esticando-se e lhe selou os lábios, sentando-se me seu colo, de frente a ele.
- Podemos fazer de novo, se quiser, qualquer hora, qualquer dia.

O moreno ergueu a direção visual a fitá-lo, e sentiu o beijo quente de seus lábios diante da sopa quente que tomava. Observou-o no colo, já diferente do que estava há minutos atrás e mesmo a noite anterior. E sorriu, embora não sorrisse como quem se divertia.
- Sente-se direito e tome o soba, Tadashi.

- Ah, mas podemos fazer de novo agora... Hum?
O menor murmurou e aproximou-se dele, beijando-o no pescoço, e é claro que estava dolorido, mas não pensava direito quando estava daquele modo.
- Não gostou de mim ontem? Do meu corpo? Do meu...

- Do seu o que? Da sua ereção? - Nowaki retrucou, sendo específico, sem ceder a sua provocação. - Não gosto de ereções alheias. - Disse e sorriu a ele.
- Pareceu gostar da minha ontem, mas não falava dela, falava de outra parte atrás.
- Tadashi, não vai comer? Sente-se direito. Se está preocupado, sim eu gostei de transar com você. Mas você é um garoto, não vou fazer isso outra vez.
O menor arqueou uma das sobrancelhas.
- Um garoto? Tenho idade suficiente para decidir pra quem eu dou, não acha? - Levantou-se. - E se gostou, não tem porque não fazer de novo.

- Você é um garoto. Sou dez anos mais velho que você.
- Isso não significa nada. Idade é só um número, não te impediu de subir em cima de mim ontem.
O maior o ouviu e no entanto somente sorriu, achando graça, embora de uma forma não muito boa, de sua personalidade tão imprevisível.
- Ora, que mudança repentina.

- Hum? A única mudança que eu vejo é você ficando duro aqui embaixo.
Tadashi sorriu a ele e seguiu em direção à própria cadeira novamente, sentando-se em frente ao outro e negativou, balançando a cabeça, dando um sorrisinho tímido logo em seguida.

- Não estou.
Nowaki retrucou e viu-o se afastar em direção a cadeira, sentando-se como havia saído dela, e sorrindo do mesmo modo da noite passada. Suspirou, fitando-o, pensando sobre ele e bebeu um pouco mais do café antes de se pronunciar. Apoiou o cotovelo sobre o balcão e a face sobre a palma da mão.
- Suas mudanças repentinas só acontecem comigo?

- Que mudanças? - Falou a observá-lo e tomar pouco mais da comida feita.
- Agir como agiu agora, e se sentir tímido logo em seguida.  Ser dócil e estúpido ao mesmo tempo.
O menor arqueou uma das sobrancelhas.
- Não acho que eu faça isso.

- Acabou de vir me pedir sexo mas sorriu timidamente ao se sentar.
Tadashi observou um ponto fixo por alguns instantes e logo voltou a observá-lo em seguida.
- ... Isso é normal.

- Ah, é? - Indagou novamente e desta vez sorriu de verdade.
O garoto suspirou e abaixou a cabeça, sabia dessas mudanças de humor, mas não podia controlá-las, então preferia imaginar que elas não existiam.
- Parece que tenho de lidar com dois Tadashis. - Nowaki disse e novamente sorriu, levantou-se após o término do macio pão branco e do café que fez ele. - São somente comigo? - Insistiu.
- Sim.

- Não acontece no trabalho, na casa com seu amigo?
- Não, só com você.
- Você sente algo específico quando isso acontece, pensa em algo?
- Iie, só ajo naturalmente.
- Certo, não se preocupe. - Disse, e perto dele, acariciou-o no rosto. - Tudo bem. Qualquer dia podemos fazer um exame.
O menor assentiu a observá-lo e abaixou a cabeça. Nowaki suspirou a observá-lo, e o modo como suas bochechas pareciam maiores quando se abaixou com elas ainda sobre a palma das próprias mãos. Bem, talvez estivesse ficando tão louco quanto aquele garoto. 
- Desculpe, eu vou embora, não devia ter te incomodado.
- Desculpar o que?
- Ter vindo.
- Eu te chamei pra vir.

Tadashi assentiu e desviou o olhar.
- Vamos, eu fiz pra você, coma, não faça desfeita. Está ruim?
- Iie, está muito gostoso.
- Então termine e podemos descansar um pouco mais depois.
- Hai.
O menor murmurou e voltou a comer, pegando o macarrão com os hashis a guiá-lo aos lábios e logo, terminou a comida, bebendo o restante do caldo a levar o bowl aos lábios.

Nowaki levou as louças até a pia e deixou-as, eram poucas. Deu término ao desjejum e ajeitou as coisas fora do lugar durante o café.
- Vamos, venha se deitar um pouco. Ainda é cedo.

- Hai. - Sorriu e levantou-se, seguindo com ele até o quarto. - Eu lavo a louça depois.
- Não tem importância, lavo antes de ir trabalhar.
- Iie, eu estou na sua casa, eu lavo.
- Justamente, é a visita. Deixa isso pra lá.
- Hai.
- Vamos, deite-se. Está bem frio.
Disse o maior e logo desabotoou a camisa que usava, tirando-a a substitui-la por uma camiseta para se deitar. Tadashi a
ssentiu e deitou-se, observando-o atentamente enquanto retirava a camisa, notando seu corpo bonito, e como queria tocá-lo de novo. Nowaki deitou-se com ele, acomodando-se no cobertor e ao fitá-lo, sorriu.
- Quer ver algo na tv ou quer dormir?

- Quero ver algo. - Sorriu e aproximou-se dele, aconchegando-se perto de seu corpo.
- Okay.
O maior disse, num sussurro suficientemente audível e ligou o televisor, colocando algo que fosse interessante. E sentiu-o se aconchegar, por algum motivo não o afastou como imaginava que deveria fazer. Sentia uma estranha piedade, ou talvez consideração, mas no fundo certamente tinha algum motivo para isso, do contrário não daria importância. Não estaria dando cama por piedade a qualquer um. E era justamente por isso que não aceitava seu estúpido pretexto sobre fazer sexo com um amigo enquanto fingia estar consigo.

Tadashi suspirou, repousando a face próxima a dele e aos poucos aconchegou-se em seu peito como na noite anterior, assistindo ao programa de tv e sorria vez ou outra, não se lembrava quando foi a última vez que pode deitar daquele jeito tranquilamente e assistir algo na televisão, sempre fora um viciado, ou uma criança sendo maltratada, era jovem, não entendia nada da vida ainda, e por isso mesmo havia aceitado o garoto naquela noite, mas não esperava que ele compreendesse, na verdade nem pensava mais sobre isso, ele era um colega, alguém passageiro.
- Kimochi... - Murmurou, falando sobre o clima que tinha com ele.

- O que?
Nowaki indagou, perdido nos pensamentos ou mesmo no que passava pela tv. Nem se dera conta em que momento o teve deitado contra o peito.

- Ficar assim com você.
O moreno sorriu em resposta e deu-lhe um afago na cabeça. No entanto, voltou-se ao celular ao ouvi-lo tocar ao lado da cama e atendeu ao telefone, numa ligação que certamente o garoto se incomodaria.
- Bom dia pra você também. - Disse ao telefone. - Meu turno será mais tarde. Tenho um problema em casa, a neve me bloqueou. Hum. Hum. Nós podemos falar amanhã cedo.

Tadashi se afastou ao vê-lo pegar o telefone e uniu as sobrancelhas, observando-o, meio incomodado.
- Quem é?

O maior levou o dedo fronte aos lábios, indicando a ele silêncio e o outro estreitou os olhos ao ver o sinal e negativou.
- É ela?

Nowaki tapou o telefone, e fitou o garoto.
- Tadashi, sh.

O menor uniu as sobrancelhas novamente e negativou, levantando-se e pegou as próprias roupas pelo chão. Nowaki o fitou, mesmo embora ainda falasse ao telefone e bateu na cama, no local vazio onde ele se deitava. 
O garoto o observou, ainda indignado por falar com ela enquanto estava consigo, e sentia-se um idiota, era óbvio que era um amante dele, e não queria ser isso, queria ser o único. Por um momento, sentiu-se calmo e quis se deitar, em outro, viu-se com os olhos cheios de lágrimas a pingar sobre a face e bateu contra a parede ao imaginá-lo fazendo o que havia feito consigo, com ela. Negativou várias vezes, irritado e seguiu para fora do quarto.
- Nos falamos amanhã, Megumi, uh? Ok.
O moreno disse e por fim desligou o telefone. O contrário do que ele pensava, não eram amantes. Não tinha um relacionamento com ele, mesmo como aquele. Mas seguiu até ele após ter saído do quarto, procurando-o.
- Tadashi. - Chamou.

O menor parou em frente a porta, abrindo-a e observou irritado a neve em frente a ela, porém ao invés de voltar, tentou cavar, atirando neve por todos os lados. Nowaki o puxou bruscamente pelo braço arremessando-o para dentro de casa e fechou a porta.
- Não seja estúpido, não vai sair nessa friagem. Se aquiete.

Tadashi se assustou ao sentir o puxão e foi ao chão ao pisar em falso sobre o tapete, observando-o em pé parado a frente.
- ...

Nowaki fechou a porta e no entanto caminhou até ele, abaixando-se.
- Me desculpe, machuquei você?

O mmnor uniu as sobrancelhas, obviamente havia sido dolorido já que havia dormido com ele, aquela região que foi de encontro ao chão ardeu por um longo minuto, porém desviou o olhar.
- Havia esquecido o quão estúpido eu sou.

- Me desculpe. Vem. - O maior disse e puxou-o do mesmo modo por seu braço, porém sem brusquidão dessa vez e ao puxá-lo, o acomodou entre os braços. - Me desculpe, deve estar doendo aí embaixo.
Tadashi se levantou ao ser puxado e suspirou, sem poder se conter e abraçou-o, apertando-o entre os braços, e como queria chorar até não poder mais, o amava tanto, mas ele nem fazia ideia.
- ...Doi mais aqui dentro.

- Por Deus...
Nowaki murmurou, mais para si mesmo do que para ele. E estava ferrado, sabia disso bem no fundo, estava malditamente ferrado. Suspirou acariciando-o em sua nuca, e é, estava realmente ferrado. Sorriu por fim, rindo de si mesmo, rindo de seu comportamento, e mesmo quando o pegou pelas pernas que envolveu na cintura e o levou no colo, mesmo embora não fosse significantemente menor do que si, tinha uma boa altura e não tinha realmente uma aparência frágil, era um homem, que parecia um menino. E levou-o consigo, de volta para a cama.
- Vamos ver um filme.

O menor se assustou ao senti-lo pegar a si pelas pernas, porém abraçou-o com os braços ao redor de seu pescoço e encolheu-se, deixando-o carregar a si e ao sentir a cama abaixo do corpo, aconchegou-se em seus cobertores novamente, e aspirou o cheiro gostoso de seu perfume.
- Hai...

O maior colocou algum filme no televisor já ligado e ao se deitar, deixou o celular com toque mudo. Acomodando-se na própria cama.
- Não saia antes de parar essa neve.

- Hai... - Murmurou a observá-lo. - Vai ficar só comigo?
- Estamos só nós dois aqui agora, Tadashi.
- Agora?
- Veja o filme. Falamos disso depois.
- Hai...
O maior sorriu a ele e afagou seus cabelos, tipicamente. Tadashi sorriu, sutilmente e desviou o olhar a tv, parecia bem, mas sabia que estava destruído por dentro, nem devia ter aceitado um lugar na cama dele desde o início, sabia que iria se magoar, mas ainda assim o fez, já que a única coisa que sabia ter ainda era esperança de ter um lugar no coração dele.

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