Tsuzuku e Koichi #12


O aquecimento vocal viera expandido do banheiro, onde junto a voz, se ouvia o barulho dos amenos jatos d'água colididos ao chão. Tsuzuku se banhava, enquanto cantava algo novo referente ao próprio trabalho, vez outra cessava em alguma parte, porém retomava noutra. Ao término do banho, saiu do cômodo afagando a toalha no negro e longo cabelo molhado, e a volta da cintura, uma outra escondia a nudez parcialmente.
- Hum, acordou. - Ditou ao rapaz seminu, adornando sua tez pálida no peito masculino e magro, com os fios róseos que se destacavam em grande proporção. - Tenho trabalho, vista-se. Se quiser alguma coisa pra comer o fará no caminho, não tenho tempo de levá-lo, se quiser fique aí e o levarão, caso contrário virá e ficará sentado até que eu termine.

O menor ouviu a voz do outro vinda do banheiro e abriu os olhos aos poucos, observando o local vazio e a cama com o enorme espaço onde o outro ficava anteriormente.
- Tsuzu...? - Desviou o olhar ao banheiro e logo o viu a sair do local, assentindo ao ouvi-lo e levantou-se a espreguiçar-se. - Eu vou com você...

- Certo. Você tem dez minutos para o banho.
O menor desviou o olhar a ele.
- Sim senhor.
Levantou-se a retirar a roupa intima e logo seguiu ao banheiro. 
Após sua retirada, Tsuzuku seguiu ao guarda-roupas onde buscou as roupas os quais iria ao serviço prontamente ajeitadas por algum serviçal pouco antes de acordar. Afagou o cabelo por mais algum tempo, e logo vestiu-se com as mesmas, sendo ela calça e casaco preto, camisa de malha de mesma cor embaixo e tornou a atenção as madeixas escuras. O menor adentrou o local a tomar o banho rápido dentro do tempo indicado pelo outro e logo saiu com o corpo enrolado na toalha de cor escura.
- Tsuzu... Com que roupa eu vou?

- Suas roupas estão sujas? - Indagou a ele diante de seu retorno.
- Hai.
- Fique de roupão. - Ditou posterior ao suspiro. - Pego qualquer coisa pra você no caminho.
- Ahn? Quer que eu vá de roupão?
- Você vai entrar no carro.
- Hai
Tsuzuku fez um breve maneio com a cabeça, seguindo a saída após pegar o necessário e vestir as luvas de couro nas mãos. Fora de casa, entrou no carro, e indicou a que fizesse o mesmo. O menor seguiu junto dele pelo local, mesmo de roupão até o carro e adentrou o veiculo.
O moreno deu partida ao caminho, seguindo no dia já não tão claro, porém ainda não era noite, escondendo-se do fraco sol pelos vidros fumês do carro. Koichi observou o local claro e encolheu-se entre o roupão negro.
- Está claro...

- Os vidros estão escuros. - Tsuzuki estacionou o carro fronte a loja e postou o óculos escuro fronte as vistas. - Qual seu número?
- Bom... Eu não costumo usar roupas grandes, eu sou pequenininho.
O maior o encarou novamente, fitando sua figura e saiu do carro, sendo preciso a entrar na loja. Koichi observou o outro e apenas encolheu-se ao vê-lo abrir a porta.
O moreno selecionou na loja roupas que achasse conveniente ao bel-prazer. Uma calça preta acetinada e tecido grosso, uma camisa social informal num cinza tão escuro que quase confundível ao preto, e somente cores frias eram preferência. Regrediu ao carro após formular a compra, trazendo igualmente algum calçado, afinal o dançarino havia esquecido. Entrou no carro após pagas as roupas e saído da loja, jogando acima de suas pernas a sacola com a pouca compra e o calçado numa outra em sua caixa, não demorando a dar partida ao caminho do serviço.
- Vista-se quando chegar lá ou faça manobras aí mesmo.

O menor esperou até que o outro voltasse com as roupas e assentiu a ele a retirar o roupão e dar a visão do corpo nu. Vestiu-se com a roupa íntima e logo passou a colocar as roupas que ele havia comprado para si, meio estranhas ao próprio gosto, não costumava usar nada comprido. 
Tsuzuku breve o observou com as roupas atípicas que seu usual e voltou-se às cigarrilhas portadas já no carro e levou ao acendedor do veículo, logo aos lábios, tragando a fumaça que logo nublou o ambiente, porém esvaiu-se com o ar ligado minuto mais tarde.
- Ficou certo, pelo visto.

Koichi assentiu a sorrir a ele e terminou de calçar os sapatos.
- Obrigado, Tsuzu.

- Parece uma mulher vestida com roupas masculinas.
- Ahn...? Eu pareço?
- Parece.
O menor uniu as sobrancelhas.
- Então... Você é vocalista?

O maior o observou breve na troca do assunto e afirmou num maneio positivo da cabeça enquanto detinha o cigarro entre os lábios.
- Sério? Pode cantar algo pra mim?
- Você vai ver quando chegarmos lá.
- Mas... Pra mim.
- Ah?
O menor uniu as sobrancelhas.
- Nada.

Tsuzuku arqueou com sutileza apenas uma das pestanas, dera um trago no cigarro e ponderou algum trecho que proferiu cantado.
- Soko ni aru zetsubo e, nani o nozomu no ka? Nozomi o motanunara nani o yobi? Koko ni aru zetsubo e, boku o nozomu no ka? Nozomi o motanunara nani o omou?

Koichi abriu um pequeno sorriso, desviando o olhar a ele.
- Que lindo.

- O que é lindo?
- Você cantando.
O maior tornou dar o trago no cigarro e estacionou fronte ao local de serviço, deixando o veículo ao caminho do interior do edifício numa objetiva sala. Koichi observou o outro e logo saiu do carro junto a ele, segurando a camisa do maior para que não se perdesse no caminho. Tsuzuku se virou ao outro, assim que cessou o caminho e logo observou sua mão agarrada a própria roupa.
- Pra não me perder.
- Você está me enxergando muito bem.
- Mas tinha muita gente.
O moreno brandou a mão a alheia, tirando-a da própria roupa e segurou-a a seguir o caminho a sala. Koichi uniu as sobrancelhas e assentiu apenas e observar as mãos juntas. O maior desvencilhou já no estúdio. Indicou-lhe o estofado no lugar e retirou o casaco, seguindo aos demais companheiros de grupo. O menor se sentou sobre o sofá a sorrir a ele e assentiu, esperando. Observou os integrantes da banda que perguntavam ao outro sobre si com pequenos sorrisos debochados no rosto.
- Meu filho. - Retrucou o maior dando de ombros e ao fim da brincadeira.
Koichi ouviu os baixos risos e uniu as sobrancelhas e ajeitar-se no sofá.
- Minha mulher sem peitos. 
Ditou e seguiu ao posto vocal, buscando o início do ensaio. O menor sorriu ao ouvi-lo, observando-o apenas, não podia fazer muito sentado no sofá. Após o término do ensaio, uma ou duas horas depois, apenas horário de intervalo, debateram algo a respeito da saída do integrante que se retiraria dentro de um mês, e continuariam mais tarde. O pequeno se manteve sentado a observar a banda enquanto tocavam e mantinha o sorriso na face a cada vez que ouvia a voz dele, gostava da mesma. Levantou-se a pegar o casaco do outro e o esperou de pé até que acabassem de conversar.
Tsuzuku caminhou ao dançarino, aceitando o casaco em sua mão e teria meia hora até retomar o serviço. Fora do lugar, encaminhou-se à cafeteria ali mesmo, não muito convencional. Sentou-se numa das mesas do local e esperou atendimento prontamente formulado.
- O que quer?

- Ah não... Eu não tenho dinheiro.
- O que quer? -Tornou perguntar.

- Ahn... - Desviou o olhar ao cardápio. - Talvez... Bolo de chocolate?
O maior observou o serviçal que já anotava o pedido dito. Sem opções, optou por algo salgado e suavemente apimentado, não seria necessário dizê-lo como deveria vir acompanhado e para beber, sangue tipo A puro, para ambos. Koichi uniu as sobrancelhas com o último pedido.
- Esse lugar é... Pra vampiros?
- Não sabe reconhecer os que estão a sua volta?
- Sou novo ainda.
- Não é difícil notar o tom da pele.
- Hai... Desculpe.
Tsuzuku aceitou os pedidos prontamente atendidos e deu atenção ao próprio desjejum, iniciando-o. O menor sorriu a moça e logo pegou pouco do chocolate, levando-o aos lábios. Silencioso, o vampiro maior ouvia apenas baixos murmúrios de outras mesas ou ruídos de seus pratos, comia sem pressa e vez outra bebia. Koichi desviou o olhar a ele e sorriu.
- Obrigado pela comida.
Comida? Isso não é comida.
- É bolo.
- É doce, comida são as pessoas que transitam la fora.
- Hai, então... Obrigado pelo doce. Acho que eu sou só comida pra você. - Riu.
- De forma ambígua.
- Já sinto falta do seu corpo. - Murmurou e riu.
- Sente?
- Uhum.
- Hum, então você gosta de dar pra mim?
Koichi assentiu, abrindo um pequeno sorriso.
- Que sorriso inocente nesse tipo de afirmação.
O menor riu baixinho e continuou a comer o doce.
- Por que? Você não gosta de mim?

- Eu mencionei o sorriso.
- E eu estou perguntando de mim.
- Você é gostoso.
- Em qual sentido?
- Estamos falando de que?
- Me acha gostoso... Pra me comer em qual sentido?
- Transar, beber.
- Hum... - Mordeu o lábio inferior. - Quanto tempo ainda temos antes de você ter que voltar pro estúdio?
- Uns dez minutos.
- Hum... Acha que podemos fazer algo?
- Nosso posto foi invertido?
- Não quero seu dinheiro. - Riu.
- Então quer que eu o coma por esporte?
- Não disse que eu sou gostoso? Podemos só... Brincar um pouco.
- Depois do ensaio pode me chupar na sala, não vou me confinar num banheiro ou qualquer cubículo daqui.
- Ah... Hai.
O maior levou o desjejum a boca, enquanto ainda encarava o rapaz defronte. Koichi desviou o olhar ao bolo a cortar mais um pequeno pedaço e levou-o aos lábios, descontraindo. Tsuzuku golou a bebida e abandonou novamente o copo acima da mesa.
- Oh, por acaso, dançarino, está gostando de mim?

Koichi desviou o olhar a ele e negativou.
- É mesmo? Então não vejo necessidade de comprá-lo.
E arregalou os olhos em seguida.
- Você quer me comprar?

- Acabei de mencionar que não há necessidade.
- Não... Não... Me compra...
- Por que deveria?

- Porque... Porque sim.
- Que argumento.
- Eu quero morar com você! E-Eu... Eu me comporto...
- Quer morar comigo, e por quê?
- Porque... Porque eu gosto de você...
- Gosta? Que papo adorável. Você pode simplesmente dizer "Tsuzuku, não quero ficar naquele bordel dando o cu para caras ricos e porcos, quero uma casa bonita, um amante suficiente pra me dar prazer e uma vida melhor que aquele lixo de bordel onde o cortesão escolhe até mesmo minhas roupas íntimas, só quero fazer algo além disso" é um argumento mais realista.
- Mas não seria verdade... Digo, não totalmente. - Uniu as sobrancelhas.
- E o que é a verdade?
- Sim... Eu quero sair daquele lugar horrível onde eu tenho hora pra levantar, sou obrigado a dançar e sou xingado todo o tempo, ignorado e desdenhado pelos outros. Não é uma sensação boa... Mas desde que eu conheci você... Digo... Eu gosto da sua companhia. Gosto quando vai pra lá e quer ficar comigo. Aliás... Você nunca pediu por mim... Foi... O Katsuragi que me mandou...

- É garantido como o melhor, mas é inexperiente.
- Quem é o melhor pra você?
- Que serviçal mais falante. Você é bom.
- Mas não sou o melhor...
- Ah, e quer ser o melhor?
- Pra você sim.
- Você era virgem?
- Você sabe que sim.
- Está apaixonado.
- Não estou...

- Então qual seria o propósito em ser o melhor?
- Por que você não gosta de ninguém.
- Torno a lhe perguntar o propósito.
- Eu quero ser.
- Ou seja, você está apaixonado.
- Nunca estive apaixonado, não sei como é.
- Uh, crianças.
- Não sou mais criança.
- Nunca estive apaixonado, não sei como é. Isso é digno de uma criança, de um adolescente que transou e se apaixonou por achar que foi um ato de amor, ou algo do gênero. Ou até uma criança saberia o que é gostar de alguém. Você sabe, mas não precisa me dizer, sei suas reações só de sentir seu cheiro.
Koichi uniu as sobrancelhas e assentiu.
- Veja, diz que quer transar comigo, pede alguns minutos antes do trabalho, quer saber o que é melhor pra mim e quer ser o melhor para mim, ainda que o compre.
- É  porque eu gosto de estar contigo.
- Acrescente mais um detalhe.
- Hum?
- Transar, quer ser melhor, quer que o compre, e gosta de estar comigo.
- Hai... Isso significa que eu te amo?
- Que besteira, isso é um sentimento descomunal, quer dizer que está apaixonado, emoção momentânea.
- Ah, hai.
- Que assunto desnecessário.
Tsuzuku se levantou após pago a conta, abandonando o valor acima da mesa. O menor o o
bservou a se levantar e assentiu, levantando-se junto dele para fora do local e de volta ao estúdio talvez, iria onde ele queria que fosse.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário