Kazuma e Asahi #13


- O senhor tem certeza que deseja partir? Asahi ficará chateado.
Disse a garota, enfermeira e própria amiga enquanto trocava o curativo do outro em seu ombro e o preparava para voltar para sua base, onde quer que fosse.

- Preciso ver onde estão, Emi. Sabe que não posso simplesmente ficar na igreja e deixar que os soldados percam o controle.
Kazuma disse e observou o ombro de soslaio, enquanto via-a higienizar e cobrir a região. Quando finalmente terminado, se levantou e voltou a vestir corretamente a roupa. 
A outra uniu as sobrancelhas.
- Hai... Mas ao menos prometa a ele que vai voltar... Não sabe como ele fica sem você. Precisava ver ele te salvando, ficamos sem saber o que fazer, nunca achei que um padre soubesse primeiros socorros.
É um tolo.
Disse o moreno embora tivesse gratidão, não deixava de imaginar como poderia ter acabado aquela situação, entendia ainda menos toda a gentileza e cuidados do religioso, talvez fosse apenas um estúpido bom samaritano.
- Eu sempre volto, não volto?

- Volta... Mas ele sente sua falta. Não sei porque ele age assim, mas... Ele sente. Ele não quis cuidar do ombro enquanto não ressuscitasse você. - Sorriu.
- Está apaixonada, Emi? 
O maior indagou, notando o modo afável como falava a enfermeira, era naturalmente bem disposta a cuidar dos outros, mas podia notar o timbre mais delicado ao falar.
- Como está o ombro dele?

- Eh? Iie...
Ela murmurou, e de fato se sentia confusa, talvez balançada pelo outro rapaz, mas sabia que ele não gostaria de si.
- Ele está melhorando. Ele tem sorte de não sentir dor.

- Você o medicou?
- Eh? Não... Ele não sente... Você... Não sabe?
- Não sente dor? Uh... Não é bem o que parece.
Kazuma disse, referindo-se ao que faziam na cama. 

- Eh? - A outra arqueou uma das sobrancelhas, embora soubesse das coisas que os dois faziam juntos. - Ele... Tem uma doença rara. Por isso tem tantos machucados e se quer sente. Ele age diferente com o senhor? 
- Nunca me disse nada como doença rara, bom, não sou tão íntimo a ponto de saber coisas dele. Mas o que vejo, é alguém que sente dor e que gosta de sentir e não alguém que não sente.
- Hum... Eu... Achei que vocês fossem bem íntimos... Sem querer ofender.
- Não somos, conversamos poucas coisas a respeito de nós mesmos.
- Ah... Entendi. Bem, eu... Não sei o que acontece então... Eu nunca conheci alguém com a condição dele.

O moreno a fitou por algum tempo e não tinha muito o que dizer a ela, parecia apaixonada.
- Uh, tantos soldados e você foi se apaixonar por um padre. - Ele disse a ela num sorriso meio lateral, quase não perceptivo. - Avise-o caso acorde perdido, volto em breve.

A morena desviou o olhar e negativou.
- Ele nunca vai gostar de mim, senhor. O senhor sabe o porque.
Falou a ele e assentiu, fechando a caixa de primeiros socorros.

- Isso é algo que você precisa dizer a ele, não a mim.
Ela sorriu, meio de canto.
- O senhor quer deixar um bilhete pra ele?

- Não, apenas avise o recado.
- Hai.

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