Hazuki e Fei #12


O menor piscou algumas vezes os olhos, tentando ver nitidamente o local e caminhou devagar, pouco tonto para a sala de banho. O loiro arqueou a sobrancelha e levantou-se, ajeitando o próprio traje após ter-se vestido com o short, antes vestido e pouco tempo retirado pelo amigo. Seguiu logo após ele, encostou-se na porta de entrada e encostou-se no limiar.

- O que foi?
O moreno negativou, pondo-se embaixo da água já sem o quimono, deixando-o ao lado e molhou o próprio corpo.
- Pode tratar de dizer.
- Não é nada, pode ir.
- Diga, Gong Zhu.
O menor estreitou os olhos e virou-se de costas ao outro.
- Hazuki.
- Não seja grosso comigo.
- Quando é que fui grosseiro?
- Agora pouco.
- Não fui em momento algum.
O menor se virou, observando-o.
- Porque não ficou comigo um pouco então, hum?
- Não foi você quem alegou ser errado?
- Não quer dizer que eu queria que se levantasse.
- Hum... Vou transar com você dizendo que é errado, ou que somos melhores amigos e por isso é errado.
O moreno se virou novamente e deixou que a água escorresse pelos próprios cabelos, cobrindo a face e abaixou a cabeça.
- Conseguiu imaginar, ah?
O menor assentiu e permaneceu em silêncio, deixando que as lágrimas escorressem pela face levadas pela água que caía sobre si. Fei permaneceu em silêncio por algum tempo. Livrou-se em igual da roupa, afinal, resíduos do prazer alheio ainda existiam no corpo, e ao ajeitar o quimono sobre um dos assentos em madeira ali na sala, fechou a porta e se encaminhou a um dos chuveiros na sala de banho, envolvendo os cabelos a evitar de molhá-los.
Hazuki permaneceu do mesmo modo por um pequeno tempo e devagar lavou o corpo. Fei pegou a macia esponja de banho, o frasco com o sabonete líquido, o despejou em quantidade generosa e o levou a lavar as costas do mais baixo, ensaboando-a em massagem sutil. 
O menor parou ao sentir o outro a lavar o próprio corpo e apoiou-se na parede do local, suspirando. Fei deslizou o acessório de banho sobre seus ombros, um após o outro e braços em mesma sequência. Hazuki deixou que o outro banhasse o corpo, abaixando a cabeça e escondendo a face com os cabelos compridos.
Fei se levantou após banhá-lo nas pernas e o virou fronte a si, seguindo o caminho desapressado como feito em suas costas. O menor se virou, desviando o olhar à parede e permaneceu, esperando que ele terminasse o próprio banho.
Ao terminar, o loiro se afastou do outro e deu atenção a si mesmo ao lavar o corpo como tinha feito para ele. Hazuki não disse nada ao outro, apenas desviou a atenção aos próprios cabelos que passou a lavar.
- O que você tem? - O loiro indagou enquanto se lavava.
- O mesmo que eu tinha a cinco minutos atras, não consigo esquecer as coisas tão rápido.
- Bem, okay. 
Fei deixou a esponja de banho em seu lugar, enxaguou o corpo a limpá-lo da espuma de banho e ao terminar, seguiu a prateleira com toalhas brancas, macias e limpas, secando o corpo com o tecido agradável, deixando-o apto a vestir as roupas e soltou o cabelo, ajeitando-os mesmo com os dedos.
O menor caminhou ao local, pegando uma das toalhas e secou o corpo igualmente, abaixou-se, pegando o próprio quimono no chão e vestiu-o.
Fei deixou a úmida toalha em algum lugar qualquer, ficasse aos serviçais que os tirasse dali. Saiu da casa de banho, porém ao cruzar a porta virou-se ao outro.
- Quer que o leve?
Hazuki o observou por alguns segundos e assentiu apenas. O loiro voltou os pouco passos dados e abaixou-se fronte a ele, o pegando no colo, de pernas afastadas, voltadas na altura da cintura, de frente consigo, e na espera em que fosse enlaçado envolto ao pescoço, logo levantou o pouco abaixado e caminhou a saída, entrando no bordel devagar.
O moreno o observou a pegar a si no colo e suspirou, levando apenas um dos braços ao redor da cintura do maior e repousou a face sobre o ombro dele. Fei subiu a bela escadaria em acesso aos quartos, e seguiu na passarela de solo adornado por extenso tapete aveludado e vermelho. Abriu a porta do quarto alheio e caminhou ao futon já ajeitado, o repousando ali.
- Obrigado. 
Hazuki se deitou no local, ajeitando-se e ajoelhou-se de costas ao outro, retirando o quimono e deixou-o de lado, buscando o branco próprio para que pudesse dormir. O loiro se sentou a beira, o via de costas nuas e contraste dos longos e negros fios de cabelo. O segurou por teus ombros e o beijou na coluna, próximo a nuca coberta pelas madeixas.
O menor segurou o quimono entre os dedos, sentindo os beijos do outro e virou a face, observando-o. Fei desviou com os lábios ao pescoço, e visto que a direção de si, em sua bochecha e deu fim num toque sutil sobre a testa.
- Vou deitar. - Falou baixinho a levar uma das mãos em seus cabelos compridos e molhados, afagando leve. - Bom dia.
Hazuki segurou uma das mãos do outro, observando-o.
- Fique.
O loiro apenas continuou, assentiu após algum tempo.
- Não faça mais isso...
- Não sei o que eu fiz.
- Não importa o que eu diga pra você, não me solte.
- Se não é pra soltar então porque dizer coisas que me façam fazer isso?
- Porque pra mim... Não... Não estou acostumado com isso...
- Deixe esse assunto pra lá.
- Eu não gostei do que fez.
- Eu já entendi, Hazuki.
Hazuki abaixou a cabeça, observando o quimono que segurava. Fei apenas continuou a observá-lo sem dizer qualquer outra coisa.
- Vai dormir assim?
- Vou dormir com meu short, o que estou por baixo. Se importa?
- Se dormisse nu comigo, não me importaria. 
Hazuki colocou o quimono ao redor do corpo, fechando-o em frente e amarrou o obi.
- Então certo, ficarei assim. 
Fei desenlaçou a roupa recente colocada e ajeitou-a do lado, permanecendo como dito, com o short de cor clara e bem curto, fosse quase uma peça íntima, o que fez com que não necessitasse de nada além dele.
- Seque o cabelo.
- Mas... Eu não trouxe a toalha.
- Não tem outra?
- Aqui não.
- Pegue uma em meu quarto.
Hazuki assentiu e se levantou, caminhando ao quarto do outo e pegou uma das toalhas no armário, voltando ao próprio quarto. Ajoelhou-se e levou a toalha aos cabelos, secando-os. Fei buscou a toalha, o ajudou com o cabelo, apenas tirando o pouco do excesso que conseguiu e deixou-a úmida sobre o móvel baixinho ali.
- Pronto.
O menor assentiu e logo deixou a toalha de lado, deitando-se ao lado dele. Fei se ajeitou no futon, cobrindo o corpo com o tecido macio e espesso, teve a mesma liberdade de ter-se próximo ao outro. Hazuki se virou de costaa ao outro, ajeitando-se sobre o local e fechou os olhos, preparando-se para dormir.
- Boa noite, Princesa.
- Que boa noite sem graça, Gong Zhu.
- Hai...
- Se ficar assim vou te deixar sozinho pra dormir com essa chuva que começou agora, e vai trovejar, ahn ahn.
Hazuki levou uma das mãos abaixo do cobertor, segurando a mão dele.
- Se sair, eu grito.
- Se gritar apanha do Katsuragi. 
Ele passou o braço acima da cintura alheia.
- Não me importa.
- Okay, Hazuki. Não vou mais tocá-lo, não faremos amor. Vou abraçá-lo como sempre, cuidar do seu banho ou da sua maquiagem, e não vou te soltar quando precisar de atenção. Então pare de ser assim, não conheço você desse jeito.
- Não! - O menor virou-se, observando-o.
Fei se assustou ante a repentina exclamação.
- Não, eu... Eu gosto de fazer amor com você.
- Você é confuso.
- Não sou... É que... Você é o único amigo que eu tenho... Aliás... A única pessoa que eu tenho... Eu acho... Estranho.
- É por isso que não devemos fazer. Porque sempre achará estranho ou errado. Estava bem quando somente cuidava como um irmão mais velho, não?
O menor levou uma das mãos ao tórax do outro e negativou.
- Eu gosto de fazer amor com você... Eu gosto de sentir o seu corpo...
Fei levou a mão sob a alheia e tocou-a a entrelaçá-la.
- Decida. Eu não posso fazer muito quanto a isso.
- Eu... Eu gostava quando eramos só amigos, sabe? Quando eu era pequeno e não sabia de nada e sempre que apanhava do Katsuragi, você me defendia... Eu cresci com você, por isso me parece tão errado fazer isso. Me parece ruim, porque eu quero te dar algo melhor além de sexo. Algumas vezes eu penso assim, mas... Eu não posso. Gosto de sentir o seu corpo junto do meu, gosto do modo como insiste até mesmo quando eu digo não, gosto quando arranca as minhas roupas e diz que é certo fazer o que eu penso que esta errado. Mesmo que eu diga isso... Eu gosto de fazer amor com você, porque é só com você que eu faço isso, mas eu odiei quando se levantou... Foi como se me rejeitasse. E o meu Fei não faria isso comigo. Ele diria "Não é errado" e não levantaria e se afastaria de mim. 
O menor abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas que molhavam a face. Suspirou, tentando conter as mesmas, não queria que o outro o visse chorando.
- Mas é errado, Hazuki. É errado tocá-lo quando me vê com a ingenuidade de um irmão. É errado fazermos sexo, é errado porque somos amigos, porque somos irmãos.
Hazuki levou uma das mãos até a face dele, acariciando-o e o observou com os olhos azuis cheios d'agua, aproximou-se e lhe selou os lábios, negativando, estava confuso.
- Não... Me perdoe.
- Consegue entender agora?
Ele assentiu e abraçou o outro. Fei o retribuiu em seu abraço, o aconchegando ao encontro do peitoral, onde pôde sentir sua morna respiração.
- E não adianta dizer incessantemente que é como um irmão, porque se me beijar eu não vou resistir. Infelizmente não te vejo como um irmão mais novo.
O moreno se encolheu, erguendo a face e observou o outro.
- Você gosta de mim?
- Você é meu amigo. Você é um homem, não um garotinho que vejo como um irmãozinho. O vejo com malícia de homem, não com proteção de um familiar.
- Não gosta?
- É claro que gosto de você, Gong Zhu.
O menor uniu as sobrancelhas.
- É sério, Fei.
- Ya, estou falando sério.
Suspirou e abaixou a cabeça, assentindo.
- Hai.
- O que foi? Estou dizendo que gosto.
- Hai, como gosta de qualquer um aqui.
- Não gosto de ninguém daqui.
Hazuki ergueu a face, observando-o.
- O que?
- Quer me explicar isso?
- O que? Está me enchendo de pontos interrogativos.
- Disse que gosta de mim e que não gosta de ninguém aqui. Quer me explicar?
- Nos conhecemos há mais tempo, conversamos, somos amigos. Os demais eu sequer converso, são apenas colegas de trabalho. Como vou gostar deles?
- Hai, é como eu pensei, hum.
- Não, disse que gosto dos demais aqui.
- Hai, Fei. Eu só queria saber se gostava... De mim ne.
- Você sabe que sim.
- Hai, você me disse agora.
- Como se isso já não fosse óbvio.
- Hai. Eu também gosto de você.
- Eu sei. 
Fei sussurrou, o beijando em sua testa, coberta pelos fios escuros de cabelo. Hazuki assentiu e deu um pequeno sorriso a ele, sem vontade.
- Ya... Que desânimo é esse?
- Nada, ainda estou meio tonto.
- Então durma.
- Hai... Boa noite.
- Boa noite, Princesinha.
O moreno encolheu-se pouco mais e repousou a face próxima ao tórax do maior, deixando-o sentir a própria respiração contra a pele.
- Não deixa o Katsuragi bater em mim amanha... - Murmurou.
- Não vou deixar, Ai qing.
- Hum? - Murmurou, sonolento. - Eu ainda não entendo chinês...
- Amor.
Hazuki abriu os olhos, mesmo sem dizer nada e deslizou uma das mãos pelo tórax do outro onde a apoiava, levando-a ao redor do corpo dele e o abraçou, erguendo a face e observou o outro. Fei descerrou as vistas por hora já cerradas, e baixou a face, voltando a direção das cinzentas ao alheio conforme seu tênue movimento. 
- O que foi?
O moreno sorriu apenas e negativou, abaixando a cabeça e lhe beijou o tórax.
- Gostou do apelido pelo visto. - Fei riu baixinho, tornando a fechar os olhos.
- Hai... Koi. - Sorriu novamente. - Durma bem.
- Bom descanso, Gong Zhu. Poucas horas.
Hazuki assentiu e fechou os olhos, permanecendo em silêncio.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário