Tsuzuku e Koichi #9


A boate estava cheia, Katsuragi gritava com um garoto ou outro, mas Koichi era imune. O garoto se sentava do lado de fora e tinha um pequeno sorriso no rosto, sabia porque estava ali, sabia que o esperava, e ele teria de vir. O cheiro fora ficando cada vez mais forte pelo ar, até poder vê-lo finalmente em frente a si novamente, e estava ali, esperando, receptivo com seu casaco preto e comprido, e dessa vez, não usava nada por baixo.
- Por que está sentado aqui fora, garoto?
Disse o moreno ao tirar o cigarro dos lábios, expondo o batom vermelho borrado por ali, como algo que havia feito somente como provocação ao menorzinho.
- Estava esperando você.
- Bem, eu já cheguei, me leve pra dentro.
Com um aceno de cabeça, Koichi se levantou e guiou-o para dentro da boate, passando por algumas pessoas como se simplesmente sobrevivesse aquele lugar e indicando que iria em direção a área vermelha, adentrou o quarto com ele.
Tsuzuku observou o rapazinho a acompanhá-lo com um pequeno sorriso malicioso nos lábios, sabia onde ele iria, sabia o que faria, e era exatamente aquilo o que procurava, o problema é que estava se balançando pelo garoto desde o último encontro que tiveram e não devia.
Koichi retirou a camisa, jogando-a de lado e fez o mesmo com o short e roupa íntima, dando a visão do próprio corpo inteiramente nu ao outro que mordeu o lábio inferior enquanto o observava. Tinha aquele cheiro de vida, que tanto havia elogiado antes, o que o fazia querer senti-lo melhor, tocá-lo.
O moreno não tirou a roupa toda, apenas a calça fora abaixada, tinha que ser rápido, havia dado uma pausa no trabalho para ver o garoto, estava decidido que o faria, ao menos algumas vezes. Koichi se deitou e sentiu logo o corpo frio dele sobre o próprio morno, que se juntou como se fossem feitos um para o outro, e estar com ele depois de tanto tempo, era tão bom que não saberia descrever.
O maior tocou o corpo menor, deslizando as mãos pela pele numa carícia pesada e o segurou pelos cabelos, empurrando a face dele contra a cama conforme se fez dentro de seu corpo mais uma vez, e o sentiu morno, a pele ainda perdendo aquele calor humano, indicando um recém transformado. O gemido deixou os lábios dele em conjunto ao do pequeno e com o toque pesado, sentiu toda a pele do garoto pelas costas, até alcançar seus ombros, por onde passou a puxá-lo contra o corpo.
Koichi abaixou a cabeça, e preferiu ter a face contra a cama, os gemidos eram abafados ali enquanto ele usava a si como preferisse, era assim que havia sido ensinado, dar prazer, não ter, a menos que ele quisesse dar a si, mas com ele, acabava sentindo, tanto que chegava a se arrepiar e estremecer.
O moreno se satisfez do pequeno, e ao fim, tinham feito aquilo mais duas vezes, Koichi estava cansado, mas o maior ainda tinha fôlego o suficiente para acender seu cigarro e recostar-se na cama, recebendo o garoto contra o peito, que se encaixou quase perfeitamente a ele, como um bichinho em seu dono.
- Satisfeito?
- Hum?
- Você gostou? - Murmurou o pequeno.
- Não parece?
- Parece, é que... Eu queria saber.
Tsuzuku deu um sorrisinho.
- Foi agradável.
- Que bom... Isso significa que voltará para me ver?
- É possível.
Koichi desviou o olhar, estava cansado daqueles jogos dele, se queria dizer algo, que dissesse logo, inferno, mas continuou daquele modo, fechando os olhos. Tsuzuku tragou o cigarro mais uma vez e soltou a fumaça pelas narinas.
- Como chegou aqui?
- Eh?
- Como um garoto como você veio parar aqui? Tem cheiro de humano ainda.
- Bem eu... Fugi de casa.
- E aí? - Disse o maior, tragando o cigarro novamente.
- E aí que eu achava que lá não era o lugar pra mim. Minha mãe tinha problemas, e eu decidi morar sozinho, mas não deu muito certo. Não arrumei emprego, e pensei que podia trabalhar num lugar como esse... Katsuragi me achou e me trouxe, sem ele, eu estaria passando fome.
- Uma atitude um tanto idiota, você não acha?
- É, na época parecia o certo.
- E por que não volta pra casa simplesmente?
- Minha mãe morreu há um ano.
- Hum, entendi.
O silêncio se estendeu por alguns segundos, o suficiente para que o garoto pensasse numa proposta para ele.
- Ne, e se eu morasse com você?
- Morar comigo?
- Hai, eu poderia trabalhar como empregado, algo assim... Qualquer coisa. Sei que mora num lugar grande, deve precisar, posso... Posso ajudar como aquele rapaz... Faz.
- E acha que conseguiria trabalhar pra mim?
- Qualquer coisa, é melhor do que aqui, não quero me deitar com um homem diferente a cada noite.
- Eu vou pensar na sua proposta.
- E-Eu sei que não compra garotos, mas... Por favor, eu estou implorando, mesmo que me deixe na rua, Katsuragi não me deixa sair daqui.
- Vou deixá-lo na rua, e quanto tempo até você morrer de fome ou Katsuragi achá-lo de novo?
O menor uniu as sobrancelhas.
- Vou pensar. Por hora, faça seu trabalho e não irrite o Katsuragi, não precisa me esperar toda noite, não somos casados.
Koichi assentiu e abaixou a cabeça, sabia que talvez não teria um espaço no mundo dele, na casa dele, e isso era o que mais chateava, mas não podia deixar de sonhar que um dia talvez pudesse estar com o outro, e fora assim que adormeceu, no pouco tempo que tinha ao lado dele.

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