Nowaki e Tadashi #13


Nowaki sentou-se à mesa e observou o rapaz que mudamente pedia para atender a si, no entanto, ao invés de ser entregue o cardápio, viu-o sumir para dentro do balcão.
- Mas que...
- Tadashi! 

- Oi?
O garoto respondeu do fundo da cafeteria e arqueou uma das sobrancelhas, voltando correndo para a frente para ver porque estava sendo chamado.

- O médico bonitão está aí, vai falar com ele?
- ... O Nowaki? 
- É, vai lá atender ele.
- Hai... - Tadashi suspirou e seguiu até a mesa do outro, parando ao lado. - Desculpe pelo meu amigo, ele é um idiota. - Riu.
- Ah, por isso me ignoraram. - Disse e sorriu por falta do riso. - Tudo bem?
- Tudo sim, e com você?
- Tudo ok, exceto pelo cansaço. Hoje ainda volto pro hospital. Tenho um paciente bem chato na clínica. Eu quero um macchiato.
- Ah, conheço o sentimento. - Sorriu. - Vou trazer.
- É, eu também conheço. - Disse, certamente falando o mesmo que ele. - Traga um pra você.
- Iie, eu não posso aceitar, não vou deixar você gastando seu dinheiro comigo. 
O menor falou e sorriu, voltando ao balcão onde fez o café dele e pegou também um pedaço de torta de morango, levando para a mesa.
- Fui eu que fiz, veja se está gostosa.

- Estou convidando você pra se sentar, a gente pode conversar.
Disse o maior e no entanto aceitou os pedidos, observando a torta.
- Você quem fez? A decoração faz parecer que uma mulher o fez. Quanto cuidado.
Disse, provocando-o, porém era um elogio ao mesmo tempo e provou, sentindo o doce ser suavizado pelo azedinho do morango.
- Está bem gostosa, Tadashi. Vem, sente-se, diga como estão as coisas, os estudos.

Tadashi riu ao ouvi-lo e negativou, sentando-se em frente a ele.
- Está tudo bem por enquanto, já me inscrevi para o vestibular do ano que vem, mas... Agora tenho que estudar bastante mesmo.

- Vai fazer um simulado pra saber como é?
Hai, na escola.

- Eu te disse e não estava brincando, se precisar pode me pedir ajuda. Tenho pouco tempo, mas ainda tenho algum.
- Eu tenho vergonha de ligar, mas ligo sim.
- Vergonha por que? E desde quando.
- Ora, desde sempre. Você é casado.
- Você nunca teve vergonha, Tadashi.
Ele sorriu de canto, desviando o olhar a torta.
- Hum, me da um pedacinho.

- Você me dá a torta e pede pra eu dar ela a você, ah?
Nowaki indagou mas pegou um pedaço da torta, deixando a bel prazer do rapaz.

O outro riu baixinho e roubou um pedacinho dela, desviando o olhar ao amigo que franziu o cenho para si e assentiu, devolvendo o garfo.
- Desculpe.
- O que foi? - Indagou, observando igualmente o outro rapaz.

- Não posso comer em serviço.
- Ele deixou você tomar café noutro dia.
- Ah, mas café é diferente. - Riu.
- Por que?
- Não é comida. - Murmurou e suspirou. - Vai fazer algo as seis?
- Devo sair por volta das sete, somente.
- Ah... Podemos sair depois? Eu espero você aqui.
- Aonde quer ir?
- Ah, qualquer lugar, tem um parque de diversões aqui perto.

- Ah, num parque? - Disse, não do tipo que gostava de parques, não os de diversões.
- Bem, podemos ir em outro lugar se quiser.
- Se quiser podemos ir uma biblioteca. Tem uma cafeteria pra leitura, vendem bolos e doces também, já que não pode comê-los aqui.

- Ah, pode ser.
- E assim te ajudo a escolher alguns livros pra estudo.
- Claro, ok. - Sorriu.
- Certo. - Disse o moreno e bebeu do café, comendo mais da torta. - Gostei da base da torta.
- Posso fazer uma pra você outra hora.
- Claro. - Assentiu e acompanhou a sobremesa juntamente do café.
Tadashi sorriu, observando-o enquanto comia e logo se despediu dele a voltar ao trabalho, e toda vez que o fazia, sentia um aperto no peito. Suspirou e colocou o casaco sobre a roupa antes de sair, seguindo para a saída, porém cessou antes que pudesse pisar fora do local.
- Puta que...
Falou a observar a chuva a molhar o vidro e voltou a pegar um guarda-chuva, saindo do local e permaneceu parado ali, com o guarda-chuva sobre si enquanto o esperava.
- Droga...
Tadashi suspirou, cansado. E tomou posse do veículo após correr até ele, evitando a chuva repentina que iniciou. Havia seguindo a ida para casa, mas lembrou-se que combinara se de encontrar com o garoto. Ah, queria tanto poder descansar. Seguiu até a cafeteria não muito longe e estacionou, notando o pequeno guarda-chuva onde se escondia alguém, que pode logo enxergado e abriu a porta do passageiro, esperando-o entrar. 

Observou o carro que parou ali e correu a adentrar o veículo, fechando o guarda-chuva e suspirou, os cabelos meios molhados.
- Desculpe... Molhei o seu carro?

Nowaki negativou e sorriu a ele, ligando o ar quente.
- Melhor?

- Hai... Obrigado. - Sorriu.
- Escute, estou um pouco cansado. Quer ir lá em casa? Tomamos um vinho e depois eu te levo pra casa. Podemos ver os livros na sexta.
Tadashi desviou o olhar a ele e não disse nada, mas rezou para que fosse verdade.
- Sério?

- O que acha? Estou realmente cansado, acho que ler não vai ser uma boa ideia.
- Hai, sem problemas.
- Então ótimo. Se tiver fome podemos pedir comida chinesa ou fazer alguma coisa por lá.
Disse o maior, já tomando rumo a seguir em direção a própria casa, um pouco, mas não muito distante. Tadashi a
ssentiu e sorriu a ele, ajeitando-se no carro, aconchegante e quentinho e suspirou, finalmente conheceria a casa dele.
Nowaki sorriu a ele, brevemente. Mas traçou o caminho talvez um pouco em silêncio demais, e esperava não ter sono demais enquanto dirigia, ainda mais com a aparência chuvosa lá fora, realmente propícia para um cochilo na sala. 
- Você... Quer que eu dirija? Parece cansado. - Sorriu.
- Eu estou bem.
Disse o maior, com uma breve piscadela e parou no sinal, onde descansou por um tempo, preguiçoso, nada demasiado. Não demorou muito, logo entrou a estacionar o veículo em casa, já na cobertura, não afetado pela chuva ao sair.
- Pronto, seja bem vindo. - Brincou.
Tadashi Saiu logo do carro junto dele e observou o local, grande e bonito, obviamente, era médico, a decoração toda escura, no vinho e madeira, ele realmente parecia gostar daquela cor. Sorriu mais para si mesmo e deliberadamente seguiu ao sofá.
- Com licença.

Nowaki deu a ele passagem para dentro de casa após abrir a porta e deixá-lo seguir pelo cômodo até o sofá. Encostou a porta, deixando o casaco sobre o encosto do estofado, e não acendeu totalmente as luzes, acendeu uma delas, suficiente para não deixar a sala escura, mas levemente clareada pelo tom amarelado da lâmpada.
- Tudo bem deixar assim, uh?

- Sem problemas, gosto do ambiente.
O menor sorriu a ele e bateu ao lado de si no sofá, esperando pela companhia dele e era óbvio que abusaria da boa vontade. Nowaki o
bservou a sugestão e riu, achando graça.
- Quer algo além do vinho? Um suco ou chá.
Iie, só vinho mesmo.
- E o que vamos comer? Peço comida chinesa ou façamos um espaguete?
- Hum, comida chinesa parece bom.
- Okay.
O moreno disse, mais para si do que a ele e deixou na sala por um instante, seguindo a outro cômodo, onde pediu pela entrega da comida chinesa e também buscou uma opção de vinho tinto junto as taças que optou por utilizar e voltou para a sala, ligou o televisor, baixo, suficiente para dar o ar da graça e serviu a ele, e posteriormente a si, somente então se sentou. 

O menor sorriu a ele ao vê-lo voltar, e procurou visivelmente por fotos dele e de sua "noiva", porém não encontrou nada. Será que ela se irritaria em ver a si ali? Queria muito ver a cara dela. Aceitou a taça e esperou pelo vinho, aspirando o aroma gostoso dele.
- Hum...
Nowaki tragou do vinho e sorriu contra a taça diante do murmuro, concordando com aquilo embora somente assentia.
- É bom uh? Ele tem um azedinho que eu gosto.

Tadashi experimentou o vinho e assentiu à pergunta.
- Hum, delícia.

- Quer alguma coisa enquanto espera? Posso pegar algum queijo, azeitonas.
- Não, estou bem, só você aqui já é suficiente.
- Ah, que meloso. - Brincou e bebeu mais do vinho. - Desculpe, estou cansado, acordei mais cedo que o habitual e hoje não estive na clínica mas com atendimentos da emergência então foi bem corrido após o horário do café.
- Tudo bem, não tem problema. Se precisar eu te levo pra cama. Digo, te coloco na cama.
- Haha, sou pesado, garotinho.
- Eu te arrasto.
Nowaki riu e bebeu um pouco mais do vinho. Tadashi igualmente bebeu do vinho e sorriu a ele.
- Hum, e o que você faz aqui nas horas vagas?

- Durmo. - Riu, mas negativou logo. - Aqui? Bem, gosto de ler. Assistir alguma série. Beber alguma coisa enquanto trabalho com a avaliação das fichas. Coisas monótonas.
- Entendi... Parece divertido. - Riu.
- Ah, claro. - Disse, retrucando o que pensava ser irônico de sua parte.
- Não, sério. - Riu.
- O que parece divertido?
- Qualquer coisa com você.
- Ah, mas como você é puxa saco.
Nowaki disse, porém pensou sobre todas as atividades costumeiras que tinha, e por um momento se imaginou em companhia, e realmente, parecia divertido. 
O outro sorriu a ele e suspirou, encostando a cabeça no sofá logo atrás de si, no encosto.
- Mas não parece divertido?
Sim, talvez pareça melhor. - O moreno disse e ouviu tocar do interfone o qual seguiu para receber quem o tocava. Recebeu o jantar e levou-o consigo até a mesa central da sala. - Vou pegar o bowl, ou prefere comer no box?
- O box pra mim parece bom.
- Ok.
O maior disse e dispôs os hashis para ele, sentando-se de volta e no entanto, serviu-se com o vinho na taça, preenchendo-a antes já vazia.
- Quer mais?

Tadashi assentiu a observá-lo por um pequeno tempo.
- Eu continuo dizendo que você está muito mais bonito.

Nowaki serviu-o de mais da bebida e negativou ao elogio, não sabia como retribui-lo, na verdade ficava sem graça. Deixou a garrafa de vinho próxima a taça, mas pegou-a e tragou a bebida.
- Nada mudou, só ganhei mais uns meses de idade. Você também está ótimo. - Sorriu, sincero sobre o que dizia.

O menor sorriu igualmente e já impaciente aproximou-se dele, levando uma das mãos a deslizar por seus fios de cabelo macios que tanto gostava.
- Sinto muito por te causar tantos problemas.

O maior sentiu o toque nos cabelos, mesmo sua proximidade do qual de início não parecia suspeita, porém com o toque no cabelo, não o parecia tanto assim. Fitou-o de soslaio e levou a mão em seu pulso, abaixando sua mão.
- Vou ficar com sono.

Tadashi assentiu e desviou o olhar, já irritado com aquele romancinho bobo e suspirou, não queria estragar o jantar, estava agradável, então voltou o olhar a taça.
- Podemos beber?

- Sim, acabei de servi-lo pra isso.
Nowaki sorriu e pegou sua taça, entregando-a a ele. O menor 
aceitou a taça e bebeu alguns goles do vinho, generosos.
- Hum, que sede. - Disse ao vê-lo beber e se voltou ao jantar. - Sirva-se, Tadashi.
Disse o maior ao rapaz e indicou a garrafa de vinho, colocando mais uma dose, porém curta, para ele, e completou igualmente a própria, do qual bebeu um tanto mais.

O menor assentiu e sorriu a ele, deixando a taça sobre a mesa, e segurou a dele por um momento, guiando aos próprios lábios e bebeu um pequeno gole, compartilhando da bebida com ele, para só então aproximar-se de seu rosto e beijou-o na bochecha, suavemente, logo se desviando aos lábios, onde selou.
- Não consigo te olhar muito tempo... Desculpe.

Nowaki fitou-o ao beber, mas regrediu suavemente ao notar o movimento inesperado e sentiu o beijo no rosto, e o fitou no pequeno intervalo o qual achou que se afastaria mas recebeu outro beijo, um pouco mais invasivo. E quando tornou se afastar, pôde fitá-lo sem realmente tentar algo outra vez. E levou algum tempo, não demais, até que se pronunciasse, mas sorriu, num meio riso.
- Você é persistente.

- Sou.
Tadashi murmurou contra os lábios dele, sentindo aquele cheiro gostoso de vinho e de perfume, daria qualquer coisa para passar uma noite com ele, ah, e como daria. Suspirou e novamente lhe selou os lábios, sutilmente, esperando por uma resposta, e rezou para que fosse positiva. O moreno s
entiu seu novo selo nos lábios, e sua proximidade. Detinha uma feição anteriormente mais descontraída, mas que se fez séria ao fitá-lo em sua tentativa contínua. E sentia seus lábios um pouco machucados por um tempo frio, mas que cheirava a vinho.
- Acha vou ficar bêbado com umas taças de vinho, ah? - Disse e sorriu junto a pergunta.

- Não acho, acho que vai me retribuir porque também quer me beijar.
- Não aja com prepotência.

- Não estou agindo. Não quer?
- Não vou beijar você, Tadashi. - Falou, embora baixo, embora ainda estivesse perto.
Tadashi abriu um pequeno sorriso e empurrou os lábios contra os dele, beijando-o a tocar a sua língua com a própria e suspirou, pegando sua taça de vinho a inclinar-se em direção a mesa, onde a deixou.
O maior suspirou e por Deus, era um garoto realmente insistente. Não era do tipo que pensaria sobre beijar um homem, certamente que não. Mas sabia quem era ele, e sabia bem que não era como estava a agir, tinha uma cautela demasiada e encantadora, de certo modo, o que fazia com que de alguma forma sentisse vontade de fazê-lo se sentir bem. Portanto, foi por isso que aceitou seu beijo, e que retribuiu como não havia feito antes ou como não pensaria em agir. 
O menor uniu as sobrancelhas ao senti-lo retribuir o toque e abriu os olhos, desviando o olhar a ele, porém nada disse, nem interrompeu, apenas se aproximou de seu corpo e guiou uma das mãos a seus cabelos, tentando fazer com que ele não se afastasse de si caso quisesse desistir do toque e apreciou-o, sentindo o sabor gostoso de seus lábios, macios.
Nowaki sentiu seu novo toque nos cabelos, como feito antes, e mesmo seus suaves movimentos pelo sofá, em busca de se acomodar durante o beijo, sem interrompê-lo. E inclinou-se suavemente, tornando mais confortável sua postura e como ele, levou a mão em seus cabelos, porém na nuca, logo abaixo de sua orelha, suavemente na nuca.
Tadashi suspirou novamente, e se ele estivesse monitorando os próprios batimentos, saberia o quão perto de sair pela boca o coração estava, as mãos chegavam a tremer de ansiedade, afinal, havia sonhado com aquele toque tanto tempo e mesmo depois de meses, ainda pensava nele, ainda o queria. Sentia o gostinho de vinho, meio azedinho em seus lábios, e aquilo com certeza completava o toque, não poderia ser melhor, o problema é que o beijo dava espaço para algo além para si, que certamente ele não iria querer fazer, mas que cresceria embaixo da calça.
- Calma.
O maior sussurrou, sentindo seu toque lânguido nos cabelos, suavemente trépido. E no pequeno intervalo, até suavemente delineou seus lábios com a língua antes de novamente penetrá-lo, beijando-o, devagar, mas não demais. Até que por fim cessasse novamente. 

Tadashi assentiu rapidamente ao ouvi-lo, meio nervoso, e só piorou ao ouvi-lo, claro, não esperava que ele fosse falar consigo a ter consciência do toque e retribui-lo. Retribuiu seu beijo e sorriu em meio a ele, realmente feliz por estar tocando ele, de qualquer forma que fosse.
- ... Nowaki... - Murmurou, ainda com os lábios próximos aos dele.

Nowaki afastou-se por pouco e o fitou. 
- Diga.
O menor o observou tão próximo de si e naquele momento, realmente parecia um bichinho, estava encolhido, nervoso e ainda tremia.
- M-Mais...

- Não, mais não.
O moreno disse e bebeu um pouco do vinho abandonado por ele sobre a mesa de centro. Tadashi a
ssentiu e suspirou, afastando-se pouco e piscou algumas vezes, puxando a almofada sobre o próprio colo.

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