Reika e Takatsuki #11


Takatsuki suspirou, o sono havia ido embora, não tinha mais volta e ainda incomodava o fato de ter visto aquela maldita aliança, iria perdê-la de vez agora, até então, ela não namorava, provavelmente se o fizesse não iria mais querer saber de si. Abaixou a cabeça, estava frio, mas manteve-se na cama mesmo só de roupa intima e encolheu-se abaixo do cobertor, no quarto que parecia vazio demais.

Reika também suspirou, até então se perguntava porque não havia deixado pessoalmente, porém, de algum modo até agradecia. Do contrário, não saberia como pensar melhor a respeito daquilo. Imaginava se Mei havia mostrado a Takatsuki, achava melhor não fazê-lo. E não conseguia dizer em que momento parou para deixar de falar sobre ela para ele. Enfim, levantou-se, deixando por alí, pensaria melhor mais tarde e seguiu até o quarto do amigo. Bateu a porta e tentou entrar, mas estava fechada.
- Abre essa merda.

O outro desviou o olhar em direção à porta já imaginando que era ela, justamente pela batida mais forte e levantou-se, seguindo ao local a abrir e deixá-la entrar, obviamente a primeira coisa que fez foi olhar seu dedo.
- Hum, cadê a aliança?

Reika entrou e arqueou a sobrancelha ao fitá-lo.
- Atendeu a Mei pelado, é? - Ela retrucou e no entanto cessou ao ouvi-lo indagar. - Que aliança? - Fingiu-se desentendida, e sabia fazê-lo bem.

- Roupa intima. Sei que ela te entregou antes de sair.
- O que? - Indagou e arqueou a sobrancelha. - A Mei? Ah, por isso ela estava triste. Disse alguma merda pra ela?
Takatsuki arqueou a sobrancelha.
- Você não consegue mentir pra mim, Rei.

- Takatsuki, eu não quero falar disso, é bem simples.
- Hum, como quiser.
- Justamente por essa merda, porque eu sei que você vai achar ruim.

- Não tenho que achar nada.
- Então por que está achando?

O outro sorriu e logo se jogou para a cama.
- Me avise quando for parar de me procurar.

- Ah? Desde quando eu vou atrás de você?
- Bem, desde que você vem dormir aqui e vice versa.
- Ah haha, claro que vou atrás de você. Eu sempre vim pra cá ficar com você, independente de foder você ou não. Estou aqui porque sou sua amiga e não porque preciso te comer.
- Não estou falando de comer, Reika, não sei onde viu que eu falei isso. Estou falando vir atrás de mim, de um jeito ou de outro. Afinal, as pessoas esquecem os amigos.
- E por que acha que eu faria isso? Estou há meses saindo com a Mei e nunca te deixei por causa dela.
- Vocês não namoram ainda. Quer dizer, agora não sei mais.
- E faz alguma diferença? Dizer que namora ou não é só dar um título. Namoro não é casamento, Takatsuki.
O outro fez um bico sutil e logo desviou o olhar, cobrindo-se com o edredom.
- Se não é de sexo que está falando, nada muda por causa de um namorico ou não. Ia me deixar se começasse a namorar?
- Eu não ia namorar.
- Claro que iria, Takatsu. Não seja hipócrita.
- Eu não ia, Reika! Já faz dias que só saio com você, desde a formatura, eu nem olho pro lado, mas você é estúpida demais pra ver!
Ele falou a ela, porém percebeu pouco tempo depois a idiotice que havia dito e negativou, virando-se de costas. A outra a
rqueou a sobrancelha ao ouvi-lo e cruzou os braços em frente ao peito. Esperando-o terminar e até dar as costas nuas para si.
- Ah é? Como se não tivesse transado com o bonitinho do baile. E não torça a cara pra mim, Takatsuki, senão te dou uma porrada pra ela ficar torta pra sempre.

Takatsuki mordeu o lábio inferior, já havia falado demais, não podia continuar com aquilo ou diria algo que certamente não teria volta e ainda não tinha certeza, não queria acabar com a amizade dela.
- Vai se foder, Reika.

- Vai você seu cuzão. Está me acusando de ser hipócrita, dizendo que vou te abandonar se arrumar uma namorada, como se você não soubesse que eu não sou desse jeito. Além do mais, o que quer dizer, que não posso ficar com ninguém mais porque nós transamos antes, é isso?
- Não, Reika, você pode comer quem você quiser.
Ele falou a ela, visivelmente chateado, não tinha certeza do que sentia, mas não gostava de ser tratado como uma segunda opção, ou um amantezinho durante seu namoro, alguém pra comer quando estivesse entediada.

- Olha Takatsuki, não seja malcriado. Vou te dar umas chineladas, seu merda.
- Bate, mas bate com vontade mesmo que é pra ver se eu deixo de ser trouxa.
- Ah é? Não precisa pedir duas vezes. - Disse e caçou pelo quarto o chinelo dele, ou mesmo de seu amigo faltante. - Venha.
- Para, Rei. - Falou a virar-se, observando-a e estreitou os olhos.
- Traga essa rabo.
Reika disse e seguiu até ele e puxou seu edredom, claro que as chineladas acertaram aleatoriamente. Sua coxa, sua bunda, até seu braço, mas era cuidadosa. 

- Para!
Ele falou alto, tentando segurar sua mão e acabou por rir, obviamente, mas queria chutar a cara dela.
- Vem, você que disse. Vou te dar uma chinelada que sua bunda vai virar uma cova, seu merda.

- Não quero essa merda! Sai!
- Otário. - Disse e deu-lhe uma última chinelada, logo, seguiu e fechou corretamente a porta. - Você é meu melhor amigo, deixe de achar que vou te largar as traças. - Disse e voltou para a cama, deitando-se com ele. 
Takatsuki se virou a observá-la conforme se deitou e suspirou.
- Porque não foi pra casa?

- Pra gente passar junto.
- Mas e sua família?
- Bem, vai ficar tudo bem. Só me fizeram prometer que o ano novo eu vou pra casa.
- Hai...
- Você não vai no ano novo, não é?
- Iie...
- Então vem comigo pra casa!
- Ah, iie Rei, não conheço ninguém lá.
- Ah, eu não existo? Só precisa conseguir autorização pra poder sair.
- Hai... Vou pedir.
- Por que esse desânimo? Não quer ir comigo?

- Claro que quero, só fico meio desolado por não poder retribuir o favor.
- Não é um favor. É um pedido.
- Hai... Se é assim, tudo bem.
- Deus do céu, que bom humor, Takatsuki. Ultimamente tem sido sempre assim, está com depressão, caralho?
Ele estreitou os olhos.
- Para de me infernizar o saco só porque eu estou confuso.

- Pff. - Negativou, não continuando as provocações.
- Está bravinha é? - Riu.
- Não estou com saco.
- Hum. - Sorriu. - Então não vai querer seu presente. - Falou e virou-se de costas.
- Não adianta, Takatsuki, não vai me comprar.
- Claro, eu não tenho um anel. - Riu.
- Tem sim. O anel do seu cu.
- Ah, você quer?
- Põe no meu dedo. - Disse e mostrou o dígito médio a ele.
- Não consigo erguer tanto o quadril assim.
- Ah, claro que consegue, você se dobra todo quando está dando.
- Ah é?
- Enfim, vamos sair as sete.
- Pra onde?
- Vamos no festival de natal, ver a queima de fogos.
- Ah, nós vamos é?
- E acha que vamos passar o natal sem comer?
- Estou só brincando. - Riu.
- Vai ser legal.
Reika disse e sorriu, mais para si mesma já que ele ainda estava de costas. E por fim, abraçou-o por trás, passando o braço acima de sua cintura. 
Takatsuki sorriu ao sentir o abraço e mordeu o lábio inferior.
- Hum, hum, deixa eu te mostrar o que eu comprei pra você.
Ele falou e levantou-se, pegando a caixa embaixo da cama e entregou a ela com um pequeno sorrisinho nos lábios. Reika m
al havia se aconchegado e teve de se afastar. Resmungou e o deixou buscar seu presente. Nem imaginava o que podia ser. Fitou-o a se esticar e tão logo entregar a caixa. Sentou-se parcialmente a fim de abrir o presente. Desfez o embrulho e deixou ao lado. 
Ele sorriu a ela, quase meio provocativo e esperou-a abrir até ver os dois casacos que faziam par, obviamente um para si e um para ela com os dizeres "seme" e "uke".
Reika observou as vestes na caixa e tirou inicialmente pensando ser uma só. Logo notou ser um par e observou a palavra "seme", e claro que buscou a outra a fim de ter certeza se teria o que imaginava escrito.
- Como você pretende que eu use isso?

- Ué... É fofo. Não gostou?
- Quer que... Usemos juntos?
- Sim ora, não sou seu uke?
- Ah vá, Takatsuki.
- Ah... Então não gostou mesmo... Não tem problema, eu devolvo.
- Não, você vai usar isso hoje!
- Eh?
- Você vai usar esse casaco hoje.
- Eu tinha planejado isso mesmo. Vai usar comigo? - Sorriu.
- Não, você vai usar sozinho.
- Ah, nem vem.
- Vai, vai usar sim.
- O presente é seu, sai fora.
- Você vai usar sim.
- Não!
- Vai sim, sacana.
- Não é sacanagem, ora. - Riu.
- Vão pensar que somos um casal hétero. - Sorriu.
- Não, você vai usar o seme.
- Sim, mas somos homem e mulher.
- E daí? Ninguém tem nada com a nossa vida.
- Ah vá. Anda vendo muito dorama.
Takatsuki mostrou a língua a ela.
- Obrigada. Vamos usar se você está afim.
Ele riu e assentiu. Reika dobrou os casaquinhos e colocou na caixa, deixando para que usassem depois. Voltou a se deitar no entanto, agarrando-o para que fizesse o mesmo.
- Deita.

Takarsuki assentiu e riu, deitando-se com ela.
- Eu já encomendei um bolo de natal pra gente comer mais tarde.
- Hum, então ta bom!
Reika sorriu e apertou-o conforme se espreguiçou.
- Seu puto, não atenda os outros pelado.

- Hum por que? Tem ciúme de mim?
- Vai que a Mei gosta do que vê. Daí vai ter que dar conta.
- Até parece.
- Até parece o que? - Riu. 
- Só de pensar na Mei pelada já me da nojo.
Reika sorriu e negativou.
- Não ia dar certo, dois ukes, iam se beijar a noite toda.

- Provavelmente.
- Você não tem nojo de beijos, hum, só sexo?
- Quem disse que não? Deus me livre a boca de uma mulher. - Sorriu.
- Sério?
- Seríssimo.
- Então você é doido. - Riu.
- Eu sou? Por que?
- Porque você me beija.
- Você é meu menininho, Rei.
- Mesmo que possa parecer, você sabe que não sou um homem.
- Estou brincando, boba.
- Então curte beijar uma boca feminina, ah?

- Só a sua.
- Sei sei. - Disse, provocando-o.
- Verdade. - Sorriu.
- Vamos, durma, vamos passar a noite no festival. - Sorriu.
- Hai...
Reika aconchegou-se novamente, aprontando-se confortável para dormir.
- Boa noite, Rei...
- Boa noite.

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