Naoto e Kazuya #4


Naoto silenciou-se de forma que assim passou alguns minutos à espera do irmão. Na menção, levantou-se.
- Por que age como se estivesse tão afetado? Por que tenta ser legal?

- Eu já falei, mas você acha que é mentira.
- É porque isso é estúpido, você nem me conhece direito.
- E você acha que seu irmãozinho conhece o Kazuki?
- Conhece tempo suficiente.
- Não estou dizendo que eu te amo, Naoto, eu disse que eu gosto de você porque você é diferente dos outros.
- E quer que eu faça o que?
- Nada, só não haja como se eu fosse a pior pessoa do mundo e me dê pelo menos uma chance de mostrar quem sou.
Naoto o observou por instantes, da mesma forma como esteve ao se levantar, logo se sentou, sem dizer algo sequer.
- Eu não fico com qualquer um, Naoto.
- Não, mas o primeiro beijo que eu te dei você já estava me jogando contra parede.
- Eu tentei tirar a sua roupa?
- Não teria feito?
- Não. Eu tenho bom senso, mas... Você tira a minha calma. - Murmurou e suspirou. - Você tem uma pele tão macia... E seus lábios...
O menor escondeu entre cílios as íris claras conforme as abaixou e virou-se em oposta direção.
- Não diga coisas como se eu fosse uma mocinha.

- Ah, eu... Eu não quis.
- ... - Suspirou pesado.
Kazuya sorriu.
- Você é lindo, Naoto.

- Sh... Pare de dizer essas coisas.
- Mas é verdade.
- Não quero ouvir essas coisas.
- Veja bem, eu não gosto de nenhuma das meninas da turma, e aquele garoto que você viu... Hum, nem sei quem ele é. Mas não o beijei, inclusive virei a cara quando ele pediu um beijo.
- Ah, o estava levando pra um canto escuro só pra sorrir pra ele.
- É mais pela reputação. Mas já viu alguma vez eu fazendo algo com alguém?
Naoto deu de ombros.
- Por que quer me explicar isso?

- Pra entender que eu não sou como pensa.
- Uh. Já entendi.
- Sei.
- Estou dizendo que entendi. Você é realmente insistente.

- Hai.
Naoto tornou a ouvir o barulho ambiente, denunciando o silêncio.
- ...

- Suco ou refrigerante?
- Chá.
- Okay.
Kazuya seguiu em direção a cozinha e logo colocou a água para ferver. O outro p
ermaneceu no mesmo lugar. Cerrou as pálpebras e recostou a nuca no encosto do sofá, incomodado por estar ali, ou pela situação e ainda ser capaz de recordar os beijos.
O loiro voltou a sala após um pequeno tempo e lhe entregou a xícara de chá junto a um pequeno pedaço de bolo no prato de sobremesa e um garfo. Naoto descerrou as pálpebras conforme os passos dados de volta ali e observou o chá que aceitou.
- Eu... Não quero bolo.

- Ora eu fiz ele pra você e você não vai nem provar?
- Você cortou um pedaço de bolo, não o fez.
- Eu fiz o bolo pros meninos comerem, e o irmão dele também. Então, foi pra você.
- Depois... Eu quem sou chato.
O menor pegou o talher e pegou um pedaço da sobremesa, experimentando-a.

- Oishi? - Sorriu.
- Hum. - Assentiu. - Está gostoso.
- Que bom.
- Você não vai comer?
Kazuya se sentou ao lado dele e pegou o garfo do outro, levando um pequeno pedaço do bolo aos lábios. Naoto teve o pequeno garfo tirado de posse e assistiu-o levar a fatia de bolo a sua boca.
- Por que está fazendo essas coisas? Quer me provocar?

- Hum? Não quer dividir o bolo comigo?
O loiro riu baixo e pegou um pedaço do bolo, levando aos lábios dele.

- Você é... Grudento. - Ponderou antes de concluir o comentário.
O outro uniu as sobrancelhas.
- Coitada da sua namorada, ou namorado, quanto os tiver. Se já não tem.
- Eu vou ter.
- Você é carente.
- Eu sou?
- Pessoas que buscam atenção e popularidade, sempre sãos as mais carentes. Porque no fim tudo começa e fica na escola e na rua.
- Então eu sou carente?
- É o que parece...
- Ah, claro que não.
- Certo.
Naoto pegou mais um pequeno pedaço do bolo que feito por ele e deixou em seu colo. O chá logo em seguida experimentou, sentindo o gosto de fruta.

- Por que é tão serio? - Riu.
- Só não sei como agir com você.
- Estou perguntando porque é sério, não porque não age como eu. Porque não sorri?
- Não disse como você, eu disse com você.
- Então tem vergonha de mim?
- Não, só não sei o que deveria fazer. Não somos amigos, não te conheço direito, como si mesmo disse.
- Vai conhecer, Nao, tenha paciência.
- Eh? Pareço impaciente por isso? Você quem me perguntou porque eu não sorria, desta forma estou dizendo o motivo.
- Eu entendi. - Sorriu.Após mais um gole do chá, Naoto deixou o copo sob a mesinha de centro acima de um suporte específico. Virou-se, o observando.
- O que? 
- Você parece um bichinho...
- Um... Bichinho?
- É. Um animal. Não vou dizer o porquê.
- Ah, agora diga.
- Não.
- Por que?
- Não quero dizer.
Dito, fora conclusivo. O menor o observou novamente e continuou o encarando. Continuava não indo com a cara dele, por algum motivo, mas de momento, ia até demais. Fosse talvez a persistência insuportável que possuía, ou somente a expressão que portava em seu rosto. Inclinou-se pouco, encarando seu rosto que descansava sob o encosto do sofá.
- Serei um pouco gentil hoje. - Sussurrou. - Mas esqueça amanhã.
Completou no mesmo timbre. Encarou seus lábios que pareciam corados e beijáveis, os recobriu com os próprios, sentindo a calidez e maciez do tecido. 
Kazuya o observou a ouvir a voz dele e uniu as sobrancelhas, desentendido. Sentiu o beijo nos lábios e tão logo o retribuiu, meio confuso, mas feliz, guiando a mão novamente a sua face, como já havia adquirido o costume e tocou a pele tão macia.
- Hum...

Tal como feito por ele, um pouco mais abaixo Naoto levou a mão, o tocando inicialmente no maxilar e deslizou ao pescoço, caminhando até a nuca aonde o segurou. Penetrou-lhe a boca, por fim o beijou, sentindo como parecia desajeitado, assim como feito na primeira vez em que o beijara, fosse talvez a surpresa. E ao voltar em seu rosto, desenhou com os dedos o contorno exato de sua mandíbula, subiu em poucos fios de cabelo, estes que segurou.
Kazuya sentiu o sutil arrepio pelo corpo com o toque no pescoço e estremeceu sutilmente. A mão livre, deslizou pela perna dele, apenas numa sutil caricia, tocando-o na coxa por um pequeno tempo. O menor deslizou ainda a mesma mão na extensão do pescoço até a curva para o ombro, exposta pela camiseta. E dela ao braço, onde apertou de leve, e ainda partilhava dos movimentos com a língua, arrastando-as juntos num gesto mútuo entre ambas as bocas.
O loiro apertou-o na coxa, pouco forte, controlando-se para não avançar em seu corpo e suspirou apenas, entre o beijo, apreciando os lábios tão macios e gostosos do colega. O outro suspirou diante do aperto firme e no destaque breve com seus lábios os lambeu, de leve.
Kazuya levou a mão livre ao sofá e o apertou no encosto, empurrando-o a se deitar no mesmo e deitou o próprio corpo sobre o dele, devagar, voltando a beijá-lo logo. O menor sentiu a imposição de seu corpo ao próprio, e conforme deitado tornou abrir as pálpebras e encará-lo com um rastro indagativo e sentiu-o pesar na figura conforme se deitou no próprio corpo agora no conforto do sofá e cobriu os próprios lábios com os seus, quentes e úmidos pelo beijo anterior agora retomado.
O loiro deslizou uma das mãos pelo corpo dele a acariciá-lo, devagar, apreciando cada curva sutil coberta pelas roupas e pressionou o corpo contra o dele, ansiando por algo além de apenas beijos.
Naoto sentiu o caminho de sua mão resvalar contra a roupa, nada que invadisse algum espaço pessoal e submerso ao vigoroso movimento da língua na boca, não protestou. Sentiu-se imposto novamente ao sofá, e conforme desvencilhou os lábios dos dele, beijou de leve a linha perfeita de seu maxilar, mordiscou a pele e afundou sutilmente no pescoço, sentindo um cheiro de perfume e somente teve alerta do gesto, e de como veira a parar de tal forma, quando sentiu novamente seu corpo, e algo nele gostar presença viril contra o próprio abdômen.
Kazuya suspirou, levando uma das mãos aos cabelos dele a acariciá-los, deslizando pela pele a lhe tocar o rosto novamente e outra vez sentiu o arrepio pelo corpo, diferente de tudo que já havia sentido antes, era bom, porém incomodo, desejava-o cada vez mais, queria sentir a pele dele tocar a própria, o corpo dele tocar o próprio.
- Kazuya. - Naoto moveu-se embaixo de seu corpo, sentindo novamente o músculo roçar com firmeza sob o abdômen, e de tal forma que não sentira repulsa, e sim surpresa. - Chega.
O loiro desviou o olhar a ele a observá-lo.
- M-Mas por quê?

- Você... Está excitado.
- Eu sei.
- Você está duro e roçando na minha barriga. Mas eu não vou fazer isso com você.

- Mas por que?
- Como assim por que? É óbvio.
- Eu nunca me senti assim antes, Naoto... - Uniu as sobrancelhas.
- Eh? O que?
- É...
- O que?
- Eu nunca me senti desse modo antes, tão... Excitado, querendo algo mais do que qualquer coisa... Eu quero você.
- Sei que você não é virgem, Kazuya.
Kazuya abriu um pequeno sorriso.
- Você quer ver?

- V-ver o que?
- Que sou virgem.
- Uh, como se desse pra ver isso num homem.
- Não acredita em mim?
- Não... Não interessa. Mesmo se for virgem, não vou fazer isso com você.
- Por favor, Naoto...
- Iie. Não tenho motivos pra isso...
Kazuya aproximou-se a lhe beijar o pescoço.
- Vamos... Não vou te machucar.

- Não. Sequer o conheço, a pouco nem mesmo ia com a sua cara.
O outro uniu as sobrancelhas.
- Levante-se. Por... Por que eu deveria transar com um homem? - Resmungou.
O loiro assentiu e levantou-se, desistindo e ajeitando-se no sofá. Naoto ajeitou-se igualmente e fez menção de se levantar e pouco trepidou as pernas. O encarou parcialmente e pôde notar o volume diagonal embaixo da roupa.
Kazuya suspirou, levando uma das mãos a calça a apertá-la sutilmente.
- Desculpe.

- O que? - Suspirou pesaroso.
- Desculpe por... Por isso.
- Não haja assim.
- Hum.
O menor se virou, ajeitando-se num canto do sofá. Sob o braço do estofado se apoiou e no celular encarou o horário, interminável à espera do irmão. O loiro suspirou, unindo as sobrancelhas e desviou o olhar ao chão.
- Você... Você pode perguntar o endereço de casa ao Naoyuki. Pode levá-lo mais tarde? -Levantou-se.
- P-Posso.
- Eu deixo o endereço de qualquer forma. Pode me dar uma caneta e um lugar pra anotar.
Kazuya assentiu e levantou-se, seguindo a cozinha onde pegou um papel e uma caneta, voltando a sala logo. O outro se sentou novamente e apoiou na mesa onde anotou o endereço residencial e lá deixou o pedaço de papel, levantando-se em seguida.
- Aqui. Se não puder me ligue, eu o busco.

O outro assentiu a pegar o papel.
- Eu ligo.

- Certo, obrigado.
E o menor caminhou por sua sala ao hall, até a saída da moradia. O loiro a
companhou o outro até a porta, o coração pulsava como se fosse sair pela boca. Naoto passou pela porta conforme oferecida passagem e dispôs uma breve curva em despedida. O observou e deu de ombros, afinal já o havia feito diversas vezes mesmo naquela dia. Na porta o beijou da mesma forma anterior, talvez um pouco contido no estado atual de seu corpo, mas o segurou na cintura, ainda que mantivesse alguma distância.
- Bem, se lembre do que eu disse sobre amanhã. - Dito após finalizado o beijo. - Jya.
Kazuya o observou assim como ele, porém quieto e logo o retribuiu no beijo, levando ambos os braços do redor do corpo dele a apreciar o beijo pelo pouco tempo que durou. Assentiu ao ouvi-lo e lhe segurou a mão antes que ele fosse embora.
- Não vai, Naoto...

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