Fei e Hazuki #7


As mãos do menor passeavam pelas pequenas flores no chão e ajeitou-se próximo a árvore, sentando-se e observou o local tranquilo, erguendo o olhar cansado, levando uma das mãos até a face a esfregou os olhos, já haviam caminhado muito desde que saíram de casa.
- Senta comigo um pouco... Eu cansei de andar...

- Mas cansa tão rápido.
Comentou o maior disperso em qualquer ponto ao torno da paisagem de um templo famoso em Kyoto. A face se voltava numa direção oposta ao rapaz mais baixo, e sentia a leve brisa de vento acariciar graciosamente a pele na face. Quando enfim se voltou ao alheio, sentou-se à pouca distância, em sua frente, apreciando o tênue calor do pouco sol que ainda restava pela tarde, e abanava-se com um leque, preto em seus detalhes vermelhos, assim como a capa que revestia o quimono de cor vermelha ao longo da estatura.

- Estou som sono... Está calor... Eu preciso descansar...
Murmurou o moreno, retirando o próprio leque do obi e levou perto da face, abanando-se igualmente.

- Então venha cá, Princesa.
Fei dera tapas sutis sob a coxa que era coberta pelo vermelho tecido da roupa e o outro a
ssentiu, ajeitando-se no local a repousar a cabeça sobre o colo do maior, que afundou os dígitos entre seus fios negros, os escondendo ao meio dos cabelos espessos enquanto os afagava e o leque próprio voltou a seu rosto, o balançando em borrifos leves de vento. Hazuki suspirou, fechando os olhos e ambas as mãos repousaram sobre o tórax.
- Ah... Que sono...

- Quer ir para a casa?
- Não... Katsu não vai me deixar dormir...
- Deixará, não tem clientes a tarde.
O moreno negativou, resmungando e abriu os olhos, observando-o.
- Tenho que atender meus clientes a noite... Vou acabar dormindo. - Riu.

- Durma um pouco.
- Mas aqui...?
- E qual o problema disso?
- Você vai cuidar de mim até eu acordar?
- Pode dormir, Gong Zhu.
O menor assentiu, fechando os olhos novamente e permaneceu em silêncio, esperando conseguir descansar. Fei permaneceu no igual silêncio, e voltou as vistas a paisagem, apreciando-a visualmente, enquanto sentia ainda os leves carinhos do vento.
Hazuki permaneceu do mesmo modo por um pequeno tempo, não demorando muito até que adormecesse, afinal, a noite havia sido longa ao lado dele e estava realmente cansado. O outro, continuava com os dedos metidos entre suas sedosas madeixas negras, e vez e outra, massageava leve em carícia, enquanto continuava em apreço da região.
O menor se moveu, virando-se de lado sobre o colo dele e encolheu-se sutilmente, repousando uma das mãos ao lado da face sobre a coxa dele. Fei voltou as vistas ao rapaz em repouso de sua bonita face adormecida, e tornou lhe massagear sutilmente a cabeça, pressionando leve a ponta dos dedos em tal. Hazuki suspirou, relaxando pouco com as carícias do outro e continuou a dormir tranquilamente, o vento tocando a pele e bagunçando os cabelos algumas vezes. Fei então deslizou o dorso dos dedos em sua bochecha, delineou seus avermelhados lábios e se voltou ao lugar, fechando os olhos em apreço ao vento gostoso que acariciava a pele.
O moreno permaneceu do mesmo modo por algum tempo, adormecido, o pouco descanso que precisava e logo abriu os olhos, incomodado com o vento e os cabelos sobre a face, apoiou-se no chão e ergueu-se, sentando-se em frente a ele, levando ambas as mãos à face, esfregando os olhos meio inchados pelo sono.
- Fei... Eu dormi por muito tempo?

O loiro lhe soltou os cabelos do carinho e deu espaço até se levantar. Já passadas algumas horas desde seu sono, a espera do despertar.
- Duas, quase três horas.

- Hum? - Suspirou, observando-o. - Ficou aqui três horas?
- Ficamos aqui três horas. Mas passou rápido.
Hazuki sorriu a ele e se aproximou, beijando-o na face.
- Temos que ir pra casa?

- Uh, é você quem sempre corre apressado dizendo que devemos ir para casa.
- Hum... Não quero ir... Katsu vai me bater. - Riu.
- Bater por que?
- Porque estou cansado desse jeito. Você não está cansado?
- Não, estou bem.
- Como consegue...?
O loiro riu num tom baixo.
- Não sei, só que hoje não estou cansado.

- Hum, ta bem, ne. E então... - Sorriu. - Tem algo que não lhe perguntei... Como foi a noite?
- Especifique a pergunta.
- Gostou da minha companhia?
- Hum... É claro.
Fei murmuriou a respondê-lo num sorrisinho maldoso, porém foi tênue e quase despercebido.

- Só isso? - Riu.
- O que? Por acaso pergunta isso a todos que dormem ao seu lado ou é uma curiosidade?
Hazuki riu.
- Só curiosidade.

- Quer elogios, Gong Zhu?
- É claro, levante meu ego. - O moreno riu baixinho, ajeitando-se e encostou-se na arvore novamente, observando-o. - Quero a verdade, me diga o que achou.
- Não sei fazer elogios. Foi gostoso, gostei de tê-lo provado.
- Hum... Tá bem.
- Não sei como dizê-lo, uh? Mas sabe que eu gostei de desfrutar essa noite com você.
O menor desviou o olhar ao outro, assentindo e aproximou-se, selando-lhe os lábios e sorriu contra os mesmos.
- Eu sei, Fei.

- Espero que possa continuar agradando os clientes sem se lembrar dessa noite, Princesa. - Piscou a ele, provocativo.
- Hum? - Hazuki uniu as sobrancelhas.
- Ah, sabe que fazer amor não é mais gostoso, uh uh?
- Bem... Muito mais gostoso.
- Então - Fei dirigiu uma das mãos abaixo do queixo alheio, o tocando, o erguendo em direção a fitar a própria face. - Talvez pense em mim. - Tornou provocá-lo, e repetir o feito de uma piscadela.
O menor riu baixinho, o observando.
- Talvez. Certamente quando aqueles homens horríveis estiverem comigo vou me lembrar de quem foi carinhoso, hum.

- E é isto que estou a dizer. Que isso irá atrapalhá-lo ao dormir com eles. Desejará dormir comigo.
Hazuki inclinou a cabeça ao lado.
- Ora... Claro que não. Somos amigos, foi só por aquela noite, ta bem?

- É claro.
O menor sorriu e assentiu, levantando-se aos poucos e ajeitou os cabelos, estendendo a mão a ele.
- Vamos?

Fei se levantou logo após o outro. As mãos bateu sob o tecido afim de livrá-lo de qualquer sujeira no quimono e lhe envolveu o braço, o passando sob o próprio, traçando caminho. Hazuki caminhava junto dele pelo local, observando as flores limitado pela pouca luz do local, já havia escurecido e agradeceu pelo caminho não ser longo.
- Logo estaremos lá ne.

- Ya. - Assentiu a ele e continuou o curto caminho.
O menor desviou o olhar ao outro, estranhando sua curta palavra.
- Tudo bem?

- Sim, por que? - Fei voltou-se ao outro e lhe deu uma típica piscadela.
- Parecia estranho...
- É impressão sua, Gong Zhu.
Hazuki assentiu e bocejou, levando uma das mãos sobre os lábios.
- Ainda com sono? Deveria tomar um café puro e sem açúcar, acordar antes que desmaie enquanto faz sexo.
- Estou bem, vou ficar bem. - Suspirou.
Fei concordou sem pronúncia, tendo o caminho até àquela casa no silêncio da falta de assunto, ou vontade de tê-lo. Ao chegar, o deixou fronte a entrada, lhe soltando o braço e caminhou aos próprios afazeres. Aprontaria-se a receber o cliente, antes que Katsuragi viesse. Hazuki observou o outro a soltar a si, estranhando sua reação, sem nem ao menos se despedir.
- Fei...
Uniu as sobrancelhas e suspirou, virou-se e caminhou até a entrada, observando os amigos sentados no local, jantando. Sorriu ao maior que si e sentou-se ao lado dele.

- Hazu, não vai comer? 
- Não sei... Queria que o Fei viesse... Acho que eu vou levar algo a ele. 
- Ande logo, os clientes não vão demorar.
O menor assentiu e levantou-se, caminhando rápido até a cozinha e pediu que preparasse o prato do amigo e o próprio, pegou os recipientes junto dos hashis e logo se dirigiu as escadas, subindo devagar e bateu na porta antes de abri-la, observando o maior com os cabelos soltos, maquiando o rosto, escondendo a face tão linda com a maquiagem branca.
- Ahn... Fei... Sua comida.

Fei se voltou tão logo a porta ao tê-la ouvido ser aberta, com o pincel labial que viria a tocar os lábios, disperso sem o uso, virou-se ao vê-lo com as peças cheias da refeição noturna.
- Ah, ora, a princesa vindo a me servir. - O provocou de modo tão típico e enlaçou os longos dourados fios de cabelo, os postando ao alto da cabeça, num arranjo prestes a soltá-los. - Terei que ser breve. Tenho cliente em menos de vinte minutos.

Hazuki assentiu, ainda o achando estranho, parecia meio triste, e não entendia, ainda chateado por ter sido deixado na porta. Deixou a comida sobre o móvel e junto dela os hashis.
- Bom apetite, hum.

- Obrigado, Gong Zhu.
Fei o agradeceu num leve pender da face e aceitou os hashis deixados a mesa, serviu-os da refeição e passou a degustá-la sem pressa. Hazuki v
irou-se, caminhando para fora do local e o observou pela ultima vez, sorrindo antes de fechar a porta e seguir ao próprio quarto. As vistas do loiro correram ao ambiente após sua saída e pousou os hashis sob a mesa, estranhando os modos do outro.
O menor adentrou o próprio quarto, ajoelhando-se em frente ao móvel e observou a si mesmo no espelho, ajeitando uma mecha dos cabelos e logo pegou pouco da própria refeição, levando-a aos lábios. O maior se levantou, levando nas mãos o recipiente com o jantar junto dos hashis e ao caminho na porta, buscou com os olhos a do outro, via-lhe a silhueta através da claridade e portas de casa oriental. Abriu-a e lhe sorriu ante o olhar, sentou-se próximo a ele, e sem dizer nada, passou a acompanhá-lo em sua refeição. O menor observou o maior e deu-lhe um pequeno sorriso, mantendo-se próximo a ele e continuou a comer apenas, feliz por ver que ao menos ele não estava com aquela birra de si por algum motivo.
Fei continuou a silenciosa refeição até que fosse terminada, tinha pouco tempo porém não se apressou a ingerir a comida. Após tê-la terminado, ajeitou os hashis sobre o pequeno recipiente arredondado e ao se levantar, lhe acariciou a bochecha.
- Obrigado, meu anjo.
Concluiu ligeiro e saiu do quarto, levou a louça para baixo e correu ao próprio, ajeitando a maquiagem depressa até terminá-la e ser capaz de atender ao cliente. Hazuki a
ssentiu ao ouvi-lo e logo terminou a própria refeição, levantando-se e levou igualmente a louça ao andar de baixo. Observou o dono do local próximo a porta e logo virou-se, correndo ao quarto igualmente e procurou a maquiagem dentro da gaveta, apressando-se a fazê-la antes que levasse uma bronca, mas cuidadoso, pintando os lábios de vermelho e a face de branco e logo foi atrás do quimono, vestindo-o e ajeitou o obi em frente ao corpo. Desceu as escadas e fez uma pequena reverencia ao rapaz não muito velho que esperava a si, o cliente da noite.

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