Kazuma e Asahi #5 (+18)


Haviam-se passado alguns dias desde a última visita de Kazuma à igreja, havia deixado quem a si era de confiança, encarregado de levar mais mantimentos aos hóspedes e mesmo ao padre responsável pelo lugar. Na última vez por lá talvez houvesse se aborrecido com a atitude não proposital do padre, parecia ter o intuito de lembrar o desrespeito dos soldados perante as ordens, mas era um general, tornava-se responsável por melhor instruir os tenentes, mas tinha afazeres, não tinha somente uma direção para olhar. Ao se sentar beira à cama, tirou a toalha descansada envolta a cintura, como único tecido junto ao corpo nu após um banho. Revelava uma estrutura firme no porte de definição muscular aparente porém sem um volume descomunal sobre um pouco mais de um metro de oitenta. E a mesma toalha usou para os cabelos escuros medianos cujo maior volume existia no centro da cabeça parcialmente raspada, tirava a umidade dos fios sem maiores dificuldades e ficou por algum tempo até que resolvesse se levantar para tragar uma dose de álcool e finalmente vestir a farda militar. Por um momento parou em frente 
ao espelho enquanto levava até a boca o copo curto com a bebida de cor amadeirada, observou o tronco despido e o ombro onde uma cicatriz trazia lembranças. Fitou-a por algum tempo e regrediu a abandonar o copo vazio no móvel em frente, vestir a farda e então se aprontar para seguir até a igreja, onde levaria aquele garoto, que curiosamente fitava todos os passos que fazia, e que havia deixado por algumas horas no próprio quarto, que olhava para si como se não tivesse medo de morrer naquele instante mesmo, quase se parecia com o padre do lugar onde o deixaria.
- Venha logo.

O dia fora meio conturbado desde aquele ataque do padre, estava meio estático pelo fato de que se irritava facilmente com a própria doença, não sentia dor, não sentia nada. A vida era chata, insignificante. Que tipo de pessoa não podia sentir alguma coisa? Fora por isso que havia virado padre, nunca fora capaz de sentir algum sentimento de verdade, algum toque com exatidão, era tudo muito sutil, muito surreal. Nunca conseguira olhar uma mulher bonita e querer tocá-la, querer senti-la, não queria nada, devia ser padre mesmo, fora pra isso que nascera. Ao adentrar os próprios aposentos, havia retirado a batina, fazendo-se quase inteiramente nu, se não fosse pela roupa intima e observava-se no espelho, por sorte, a roupa tinha mangas compridas que escondiam os próprios braços, e fora exatamente onde o fio da lâmina que guardava numa pequena caixa percorreu, rasgando a pele sem muita profundidade, mas o suficiente para arrancar aquele sangue tão vermelho e sem vida, como o corpo, sem sentimento algum.
Kazuma cruzou o típico caminho destroçado até a igreja. Levava consigo o pequenino tocado pelo ombro, os soldados com as caixas dos alimentos e suprimentos médicos. Por lá não se demoraria após a leva da criança, deixaria-o, conferiria as acomodações e necessidades dos quais talvez o padre daquele lugar desejasse falar e então partiria para uma pequena reunião junto aos responsáveis por cada pelotão daquelas áreas. Passou pelos soldados posicionados em frente a bela arquitetura religiosa, recebia o tipo cumprimento militar qual retribuia somente com o maneio leve da cabeça no ato de pressa, ainda que não estivesse a correr além dos típicos passos largos. Quando finalmente alcançou a entrada da longa porta qual não deixava de admirar a toda vez, como sempre, podia encontrar alguém no salão, desta vez não o padre, mas os mais velhos que levara da ultima vez ao chegar alí, e não se demorou a ser atendido pelo soldado vindo da cozinha ou mesmo as enfermeiras já postas na companhia dos idosos que não perdiam sua fé.
- Onde está o padre?

- Eh?
Disse a garota, próxima a ele e que desviou o olhar a observá-lo sem entender, era óbvio, o padre havia sumido, mas não era ela a responsável por saber daquilo, mas a outra enfermeira ouviu, e não se demorou a passar em frente a ela.

- Senhor? O padre está na torre do sino. O machucaram hoje, acho que ele ficou chateado.
- Alguém chame ele, preciso verificar os quartos disponíveis e tenho mais um garoto. - Disse, desse modo revelando o garoto ainda grudado em si. - Preciso saber sobre os mantimentos.

- Acho melhor o senhor subir... Ele não me escuta.
- Chamem logo! Não vou resolver problemas numa torre, não vou subir se tiver que descer novamente.
- Sim senhor...
Asahi suspirou, deixando de lado a lâmina e negativou consigo mesmo, nada. Era um vazio de sentimentos, de dor, um vazio de tudo. Por que Deus havia feito aquilo consigo? Por que? O suspiro pesado deixou os lábios novamente e guardou a lâmina na pequena caixinha de música, rapidamente ao ouvir as batidas na porta.
- Sim? 

- Posso entrar?
- Não, estou sem roupas!
- Ah... Senhor... Kazuma está aqui. O Sakurai.
O menor ouviu-a dizer e ponderou por alguns instantes, abrindo um pequeno sorriso nos lábios, pensar em vê-lo, pensar nele, era agradável.
- Eu já vou descer!

- Sim senhor. - Disse a ele e desceu as escadas em passos rápidos. - Ele já vem, senhor.
Kazuma a fitou e viu sumir das próprias vistas ao ter a ordem atendida e seguir a busca ao padre. Por lá mesmo esperou o religioso, tirou o quepe e tipicamente cruzou os braços atrás do corpo, fitando a todo o adornado salão.

O padre se levantou em meio ao desespero de ter sido chamado e colocou uma faixa ao redor do pulso, escondendo, ou tentando as marcas, que mancharam de sangue a faixa branca. Colocou de volta a batina, de mangas compridas por sorte e seguiu em direção a saída do quarto, vendo caído ali o pequeno lenço o qual pegou na mão novamente e seguiu para o andar de baixo, avistando-o ali.
- Senhor Sakurai.

Voltou a direção visual ao padre ao ouvir sua saudação vocal. Encaminhou-se até o rapaz e cumprimentou-o com um maneio da cabeça de um modo típico.
- Padre. - Disse em retruque. - Trouxe uma nova criança, parece que ele gosta de grudar nas pessoas. - Disse ao religioso e mostrou-lhe o pequenino ainda consigo. - Quero que me mostre os quartos disponíveis hoje, quero saber como está o estoque de alimentação, o quanto eles estão usando, tem sido suficiente?

Asahi assentiu ao ouvi-lo, parece que só aparecia para dar mais trabalho a si, mais nada. Segurou o pequeninho, sorrindo a ele e acariciou seus cabelinhos loiros.
- Olá pequeno. - Murmurou, sorrindo em seguida e logo desviou o olhar a ele. - Está tudo certo, temos quartos e comida o suficiente, obrigado.

- E como tem acomodado as crianças? Quantas consegue por quarto?
- Duas ou três, no máximo.

- Entendo. - Disse em compreensão e voltou a colocar o quepe sobre a cabeça. - Bem, acredito que existam quartos suficientes. Trouxe mais suprimentos médicos e algumas coisas para as crianças. Roupas, estão precisando?
- Não, eles também tem roupas que foram deixadas aqui... Senhor Sakurai, isso é seu?
Disse o menor e estendeu o pequeno lenço em direção a ele. Kazuma assentiu junto a seu comentário e no entanto voltou a direção visual ao lenço em suas mãos, normalmente levado no bolso pequeno e frontal da farda.
- Ah, foi aqui onde caiu. - Disse e aceitou o fino tecido. - Provavelmente fora da igreja pela sujeira, logo você saiu.

Asahi viu-o puxar o pequeno lenço e uniu as sobrancelhas, não queria devolvê-lo, é claro.
- ... Quis tomar um ar.

- Fiquei sabendo que teve problemas com um dos soldados. Identifique quem foi, porém digo que devem ficar nos limites do pátio e somente quando tiver cessado qualquer tipo de briga lá fora.
- Não há porque castigar o soldado, eu estou bem.
- ... Desculpe me meter senhor, já parou de sangrar?
- Eh?
- A boca.
- Já sim, tudo certo, obrigado Emi.
 - Hai... Devia limpar sua batina, tem sangue pingando no chão.
O menor desviou o olhar e assentiu em agradecimento, negativando logo em seguida a erguer o braço, poderia ter dito em qualquer hora, mas precisava ser na frente dele? Pff.
- ... Se importa se eu ficar com... O lenço?

- Estou mandando identificá-lo. Como pretende acabar com esse tipo de soldado, do qual até mesmo reclamou noutro dia enquanto tomávamos vinho, se deixa passar os pequenos problemas?
Kazuma indagou e no entanto se voltou a enfermeira o qual trouxera si mesmo alguns dias atrás. Fitou o jovem padre, mesmo seu braço escondido pelos trajes mas via suavemente em sua pele uma linha avermelhada dirigida até a mão, em respingos.
- Você é de papel?
Indagou diante da fragilidade do homem, porém em sua pergunta acabava desviando a atenção ao outro assunto, fitou o lenço sem entender o pedido, mas entregou o tecido a ele.
- Pra que quer? Está sujo e tem iniciais de outra pessoa.

- Não... Não sou de papel... Eu... Só me machuquei, estou bem. - Asahi murmurou e observou o tecido, pegando-o de volta rapidamente e apertá-lo nos dedos. - Não... Eu só acho ele elegante.
- Elegante?
O outro indagou sem realmente querer resposta junto ao um sorriso de canto, uma opção discreta para o riso evitado. 

- É... Não sei explicar. - Riu baixinho.
- Tudo bem, você pode ficar. Talvez seja melhor você cuidar desse ferimento.
- Não se preocupe, isso... Não é de tamanha importância.
- Bem, talvez possamos conversar por hoje. Mas aconselho que peça a Emi que arrume um curativo.
- Ficará... Para conversar comigo?
- Algum tempo, espero conferir se o Hiroaki tem feito um bom papel como cozinheiro.
- Hum, vou pedir que prepare alguma coisa.
Asahi murmurou e sorriu a ele, esperando-o acompanhar a si e com o suave vento que bateu contra ambos, sentiu seu cheiro fresco de banho, sabonete e shampoo e suspirou, esperando sentir mais daquele aroma agradável.

Junto ao rapaz, Kazuma seguiu direção ao cômodo o qual seguiria, se não fosse sua breve parada analítica que não soube dizer sobre o que, afinal, tinha-o de costas, do contrário talvez pudesse notar o fato de que aspirava algo do ar. E ao ter o caminho inconscientemente interrompido por ele, parou a segurar seus ombros evitando de "atropelá-lo".
- Padre?

O maior uniu as sobrancelhas ao senti-lo segurar os ombros e devagar virou-se a observá-lo, de fato, sentia o toque dele de forma diferente dos demais, o que era estranho.
- Desculpe... Estou sentindo um cheiro gostoso de banho.

- Ah, talvez seja porque eu tomei banho pouco antes.
Disse o general, esperando-o retomar seu caminho. Asahi o o
bservou-, sentindo a face se corar aos poucos e assentiu.
- Ah... Desculpe...

- Pff, desculpe o que. Apenas vamos, o que vocês comeram durante as últimas semanas?
- Ah, sopa, arroz e peixe, o que podíamos com nossos suprimentos. Ele cozinha bem, não posso negar.
- Hum, os soldados são exigentes, costumam comer muito também. O farão hoje?
- Hum. - Assentiu. - Fico feliz de recebê-lo aqui. - Sorriu meio de canto.
- Parece que gosta de companhia, padre.
Asahi riu baixinho.
- Não recebo muitas visitas, como vê.

- Mas agora tem muitos hóspedes, suponho que sirvam como companhia.
- Mas nenhuma é realmente boa, digo... Tem uma conversa agradável.
- Não é como se tivéssemos conversas muito extensas.
- Ah, mas sua companhia é agradável, o senhor é inteligente.
- Por que acha isso?
- Tem opiniões divergentes de seus companheiros militares.
- Bem, talvez pré requisito para ser um padre seja acreditar em quem não se conhece direito.
- Para alguns padres sim, para os mais experientes, nem tanto. - Riu.
- Você parece fazer parte de alguns. Você é jovem.
- Ora, obrigado. - Sorriu.
- Quantos anos tem, padre?
- Vinte e seis. - Falou e desviou o olhar. - Você?
- Vinte seis, parece um pouco mais novo. Quanto você acha que eu tenho?
- Uns... Vinte e oito?
O riso soou entre os dentes, embora sutil em esboço. Kazuma fitou o jovem padre e não respondeu no entanto.
- Vamos, espero poder conferir o jantar antes do meu horário de partir. O que não vai se demorar.

- Certo, sem problemas. Quer mais vinho?
- Como um acompanhamento para o jantar seria bom.
O maior assentiu e sorriu a ele meio de canto.
- O senhor tem interesse em comparecer na igreja para as missas? Eu voltei a fazer agora aos domingos.
- Ah, agora tem seu pequeno grupo para isso? - Disse sem realmente pedir resposta. - Talvez algum dia, padre.

Asahi sorriu.
- Vou aguardá-lo.

Fora a primeira vez que apreciara realmente um jantar, era agradável estar ao lado dele, saber suas ideias e compartilhá-las. Era um homem realmente extraordinário, com senso de justiça, querendo defender os outros. Os idosos e crianças, pareciam felizes de tê-lo por perto, como um pai de família e até chegou a rir ao pensar nisso. Logo após a refeição, a qual não comeu muito, se despediu dos demais, que se uniram na igreja na parte de baixo para uma pequena brincadeira e oferecendo mais vinho a ele, permaneceu a observá-lo, ainda com seu cheiro bom de banho.
- Senhor Sakurai, a casa do senhor está de portas abertas sempre que quiser passar por aqui.

Kazuma se levantou quando finalmente satisfeito do jantar, portando em mãos a taça com vinho e um fino biscoito amanteigado que ganhou como sobremesa e devorou numa bocada só. Ao se retirar da mesa continuou a portar a bebida que degustava aos poucos enquanto seguia numa caminhada pelos salões da igreja, conhecendo as acomodações junto ao padre. 
- Venha, eu gostaria de te mostrar o andar de cima, onde as crianças estão dormindo, está tudo bem certinho aqui, espero que goste.
- Mesmo que elas dormissem no chão do salão da igreja certamente estariam muito melhores do que lá fora.
O maior disse, embora tivesse tomado rumo junto ao rapaz. Asahi s
orriu a ele, meio de canto e assentiu, de fato ele estava certo. Abriu algumas das portas, dando vasão a ele para dentro do quarto e indicando as acomodações, camas, não muito confortáveis dos padres anteriores, mas suficientes para ajudá-los por algum tempo e por fim abriu a última porta, meio por acidente, distraído com ele e deu a visão do próprio quarto, o qual fechou logo em seguida.
- Desculpe... Eu não devia... Mostrar o meu quarto...
Kazuma seguiu pelo corredor observando os quartos modestos embora com um ar bastante acolhedor, talvez por culpa do tom na madeira, passando o aconchego, fazendo com que os quartos simples parecessem quentes. E quando chegou ao último quarto, fitou como parecia um pouco mais cheio de detalhes ou itens que os anteriores, indicando que era ocupado, constado por ele em seguida que pertencia a si.
- Se parece com os anteriores. - Comentou em descontração a mais um gole de vinho. 

Asahi assentiu, esperando que ele não pudesse ver o interior do local, o espelho e alguns objetos meio inusitados, que um padre normalmente não teria. Observou o fim do corredor, a janela com pouca iluminação pelo vitral colorido e abriu um pequeno sorriso de canto.
- Acho que... Deveríamos descer e pegar mais vinho.

- Um pouco mais pode ser bom.
O maior disse ao louro e não tivera muito tempo a reparar nos possíveis objetos inusitados em seu quarto. Ao vê-lo fechar, seguiu posteriormente atrás dele e no entanto fora interrompido com sua freada inesperada, já era a segunda. O menor h
avia parado bruscamente, e porque achou ter visto algo passar em frente a si. Virou-se, rapidamente, não queria que ele tropeçasse, embora fosse tarde demais e a taça já havia atingido o chão, havia parado com a face colada a dele e uniu as sobrancelhas, meio desconfortável, sem saber o que fazer.
Kazuma tentou segurar a taça que no entanto deslizou pelos dedos e ressoou no piso de madeira. As mãos como na primeira vez descansou em seu ombro, segurando-o já que praticamente se colava a si, mesmo seu rosto cuja altura não pareceu significativamente diferente naquele momento.
- Padre.

O menor se manteve a observá-lo, em silêncio, um silêncio meio estranho devido a proximidade e por algum motivo, observou sua boca, e só conseguia olhar para ela, desviava o olhar para os olhos dele e logo se voltava ao mesmo lugar, incessantemente, sem saber o que dizer.
Kazuma disse e no entanto não teve resposta, mas notou seus ombros um pouco encolhidos entre as mãos por onde o segurava.  Por um momento deu uma tênue arqueada na sobrancelha, analisando o que pensava ser a atitude do mais novo, tinha certeza de que encarava os próprios lábios e pelo modo como permanecia por perto, parecia querer o que por fim lhe deu. Abaixou-se tocando seus lábios sem delongas, roçando a ponta da língua entre o meio de seus lábios.
O menor observou-o ali, ainda tão perto e podia jurar que o coração havia batido com mais força no peito, como uma martelada. Sentiu os lábios quentes dele sobre os próprios e não entendia nada, não entendia porque ele estava fazendo aquilo, não entendia porque resolveu beijar a si, nunca havia sentido aquele toque, mas droga, como parecia bom, fora por isso e pela curiosidade que o retribuiu no pequeno selo dos lábios, sentindo em sua língua o gosto de vinho.
O maior sentiu sob os lábios o toque dos seus, tinha temperatura fria e pôde sentir tal como ele mesmo, o sabor de uva e álcool. Se não era ele quem pensava sobre sua religião, não seria a si quem pensaria sobre isso. E assim deslizou a língua em sua boca, invadindo-a sem recato.
Asahi era um homem de Deus, e assim pensava, mas naquele momento, não pensava em nada. A mente estava conturbada devido a guerra, a devastação, as perdas, tudo, estava confuso, essa era a verdade e ele, ali consigo, era algo que não conseguia entender e nem processar, não conseguia entender porque o queria, porque queria retribuí-lo, porque queria tanto aqueles lábios, por Deus, era um padre, mas deixaria essa preocupação para outro dia. Os lábios tocaram os dele de mesmo modo e sentiu sua língua quente adentrar a boca, não pensou para retribuí-lo, estava sozinho, ninguém podia ver, então por que não? Roçou a língua na dele e por fim, meio desajeitado, afinal, era o primeiro beijo que dava na vida e ainda no general do exército.
Kazuma sentiu a retribuição sem delongas, o que podia surpreender se não fosse o fato de tê-lo visto encarar os lábios como se pedisse por ser beijado. E com a língua dentro de sua boca dançava num ritmo vigoroso, não era muito delicado. As mãos que antes em seus ombros desceram em suas costas, sentindo o tecido penteado que vestia, sua batina, repousaram a altura dos quadris num toque firme. 
O menor sentiu o toque de seu corpo, contra o próprio naquela imposição estranha e tão atrativa por algum motivo. O cheiro de banho dele ainda inebriava a si, aquele perfume, a pele dele, tudo nele parecia chamar a si, e o próprio coração, quase pulava do peito. Despercebido, deu um passo para trás e atingiu a porta do próprio quarto, quando foi que havia rodado com ele daquele modo? Nem havia percebido.
O maior pressionou os dedos em sua cintura, onde o segurava firmemente. E podia ainda sentir sob os dedo o tecido macio de sua roupa. A língua era tão firme sobre a sua quanto os dedos ao tocá-lo e conforme se moviam pelo corredor reabriu os olhos a fitar seu rosto próximo somente quando o ruído na porta constou onde ambos já estavam. Podia ver seus pequenos olhos enrugados conforme tão vigorosamente apertados e que não abriu mesmo ao se acomodar contra a porta de seu quarto.
As mãos do padre, mesmo inconscientemente, tatearam a porta de madeira, e não cessou o toque, não o observou, não pensou em mais nada, na verdade, nem sabia bem o que estava fazendo quando finalmente abriu a porta a dar passagem para ele para dentro, deixando-o observar o local onde dormia, a cama desarrumada com o edredom pesado, a penteadeira com a pequena caixa aberta e as lâminas e tesouras a mostra, algumas faixas, curativos, quase parecia um hospital ao invés de um quarto e ele não teria muito tempo para analisar isso, se não descolasse os lábios dos seus, e se o fizesse, se daria conta do que fazia e de quem era, e certamente desistiria. Tinha uma promessa feita quando se tornou padre, nunca deixaria ninguém se deitar consigo na própria cama com segundos interesses, não beijaria, tocaria, cobiçaria e o estava fazendo agora. Puxou-o consigo e até esbarrou no criado mudo próximo a cama, ressoando o barulho de uma das lâminas manchadas de sangue ao bater no chão.
Naturalmente o moreno pensaria em levá-lo para cama, mas não realmente era o que pensava em fazer quando por fim o impôs junto a porta de seu quarto, que por ele mesmo aberta, dando vazão ao interior do cômodo parcialmente visto, porém o qual não detinha qualquer interesse senão seu próprio dono. Era levado pelas mãos do próprio religioso, e se mesmo um padre tomava atitude, não era o tipo de homem que o faria refletir sobre seus atos, contrário, induziria-o. Sentiu o aparte repentino ao esbarrar contra o móvel, desviou a atenção de soslaio, notando os finos objetos metalizados que tilintaram ao cair de sua penteadeira, denunciando o gosto do padre para com os objetos cortantes e quase deu um sorriso, soando num sopro nasal, mas não suficiente para despertar o interesse do rapaz que continuava o beijo e parecia leve, e certo de que talvez aquela fosse a primeira vez com que estivera com alguém. Não se ateve no entanto e deslizou a mão em suas costas, cintura, até o zíper atrás de sua peça o qual deslizou e deliberadamente seu abertura em sua roupa.
O loiro suspirou e a porta fora fechada por ele ao passar, então não precisava se preocupar com isso, na verdade, estava tão leve, tão concentrado, que não tinha nenhuma preocupação naquele momento. Manteve-o junto a si, ignorando os instrumentos derrubados no chão e cessou o toque finalmente, ao senti-lo tocar o zíper da roupa nas costas, deslizando-o para baixo e não iria recusá-lo agora, mas também não queria olhá-lo, sentia vergonha não do fato de ser um padre e estar com ele, mas sim do fato de ter sido descoberto na própria atividade vergonhosa e acabou desviando o olhar, abaixando a cabeça enquanto o sentia retirar a própria roupa. A respiração já estava ofegante e encolheu-se de modo suave ao ter o corpo exposto, coberto apenas pela roupa intima branca e no pescoço o crucifixo que não fora retirado.
Kazuma encarou o rapaz quando finalmente dera aparte do beijo, embora somente pudesse ver o topo de seus cabelos curtos e louros enquanto abaixava sua cabeça em pudor ou talvez na tentativa de esconder-se, do alto notava-se o tom róseo de suas maçãs do rosto, mas o que mais voltava a atenção era na palidez de sua pele revelada, a roupa íntima de tecido fino ainda lhe permanecia nos quadris. Em seu antebraço o gaze escondia onde a pele ferida, manchando o pequeno tecido em vermelho com sutileza, mas não dava importância, imaginava que aquilo fazia parte do que acreditava em sua religião, já havia visto crenças demais por aí, suficiente para não se importar ou estranhar quaisquer que fossem. Percebeu depois de muito que ainda permanecia com o quepe, e ao retirá-lo, deixou sobre o móvel onde junto de suas lâminas. A distância que obteve foi suficiente para tirar o casaco militar, evitando qualquer mancha na peça do uniforme, já o restante das roupas não se preocupou em fazê-lo, desafivelou o cinto e baixou o zíper da calça, no entanto não expunha até então a parte do corpo que já estava pronta para tê-lo.
Asahi observou o quepe deixado ao lado e ainda não o observava diretamente, até que ele retirou o casaco e abriu a calça, só então erguera a face a observá-lo e novamente os lábios tocaram os dele, sem hesitar. Perguntava-se mudamente, se ele costumava fazer aquilo sempre com homens, já que fora tão fácil iniciar aquele toque. Estremeceu, perceptivelmente e já podia sentir abaixo das próprias roupas o sexo respondendo de mesmo modo, e estava confuso, nunca havia sentido atração por mulheres, mas era igual por homens. E o toque dele, as mãos dele, pareciam diferentes de tudo que já havia sentido antes, era fluido, era suave, era sutil, era quente, agradável. Como aquilo poderia ser errado?
Ao erguer a direção visual, o general teve-se novamente beijado, tomada por vez a atitude pelo próprio rapaz. Penetrou sua boca em junção a seu próprio toque e ao deslizar as mãos por sua pele já nua, trouxe-o consigo entre os braços com um toque mais firme, de modo que pôde facilmente sentir sua ereção contra a virilha, o que o faria sentir do mesmo modo contra seu corpo e arqueou-se a tocá-lo mais vigorosamente com o sexo excitado, friccionando o corpo junto ao do rapaz e somente então desocupou uma das mãos em sua pele, levou até a calça já aberta e baixou a vestimenta inferior, desnudando a ereção cujo até então apertada nos limites da roupa íntima, e não esperava que pudesse fazê-lo tocar o membro imponente sobre o ventre, mas voltou posteriormente a mão ao seu próprio e apalpou seu sexo sem rodeios, sentindo o músculo duro sob o tecido macio de sua última peça vestida, e pôde perceber o quanto ele parecia nunca ter conseguido uma ereção ou quem sabe já o tivesse, mas certamente nunca um toque no membro excitado o que fazia aquilo soar tão mais excitante e trazer em si o interesse voraz de devorá-lo e ensinar o que era sexo a seu corpo virgem.
O loiro sentiu seu corpo novamente, tão perto do próprio, gostoso, embora não devesse achar e havia se assustado com aquele toque incomum, embora não o achasse ruim, se quer havia esboçado alguma reação diferente, o máximo fora o suave som solto pelos lábios com o susto. Nunca havia sentido aquele toque, aquele modo roçado como ele fazia tão despudorado e queria aprender, queria aprender com ele o que era aquilo, e porque se sentia tão bem com isso. Aquele arrepio pelo corpo, aquela sensação gostosa que nunca havia sentido, algo novo, algo interessante, algo que dava alguma graça a própria vida já que era não possuía a dor. Sentiu o toque sobre o sexo, tão tão direto quanto poderia ser, mas mesmo assim suficiente para sobressaltar a si mais uma vez, ninguém nunca havia tocado a si ali, nem a si mesmo com algum tipo de malícia, mas o corpo pareceu implorar por mais imediatamente, e o gemido suave escapou dos lábios, e empurrou o quadril suavemente contra a mão dele, por sorte, ou talvez azar, ninguém poderia ouvir a si dali de cima, com as paredes abafadas e o espaço tão vasto da igreja.

Os dedos do maior emolduraram seu órgão já excitado, abraçando com os dedos o músculo firme com uma boa apertada e que não se demorou para rapidamente tornar-se invasivo dentro de sua roupa de tecido não muito justo, com um elástico que tornava o espaço de fácil acesso, e pôde sentir sob o toque o contato sedoso e cálido de sua pele, dando a ele um pouco mais daquele toque que o fazia saltar e ruir num tênue gemido, mas suficiente para denunciar seu deleite, a sensibilidade de sua nova descoberta. Quase podia sentir o rapaz derreter entre os braços e segurou-o com o que até então desocupado, já que tratava de afagar seu membro excitado, numa apertado que não era muito gentil mas não era descuidado.
O padre se manteve parado, sem esboçar uma reação muito diferente com o sexo segurado entre seus dedos, não conseguia explicar como aquele toque quente era gostoso, como aquilo parecia bom para si, era virgem, novo, nunca havia feito algo como aquilo, por isso tudo parecia tão gostoso, tão... Único. Uma sensação nova que não havia sentido antes tomava lugar de tudo o que conhecia agora, estar ali com ele naquele momento era tudo o que queria. Gemeu baixo novamente ao sentir o aperto, dolorido demais e desviou o olhar, em silêncio, observando o sexo sufocado entre seus dedos e nem havia percebido, fora dolorido, o que fez desviar o olhar a face dele de olhos meio arregalados, embora ele talvez não fosse compreender e guiou a mão sobre a dele, apertando novamente o local e arrancou de si mesmo mais um gemido, ao contrário do que parecia, prazeroso.
Kazuma arqueou sutilmente a sobrancelha ao perceber seu olhar atento demais, como se estivesse assustado. Não pararia embora aquela expressão fizesse parecer que havia se dado conta de que estavam prestes a fazer um sexo totalmente improvisado, imprevisto. No entanto teve seus dedos sobre os próprios, revestido, e por ele mesmo apertou-os em sua ereção, talvez constando para si novamente seu breve fetiche por sentir dor, assim como as lâminas no móvel onde esbarravam pouco antes. E voltou a apertá-lo quando finalmente solto de seu toque, descobrindo se como pensava era o religioso um homem fetichista. 
Asahi uniu as sobrancelhas, e não adiantava olhar daquele modo para ele, ele não entenderia, só a si, só si poderia entender o que passava pela cabeça e pelo corpo. E aquela dor, era tão boa, que quase tinha um orgasmo com os apertos para muitos doloridos. Gemeu, rouco, prazeroso ao senti-lo apertar a si, deliciosamente mais uma vez e droga, como aquilo era bom, não poderia descrever para ninguém em palavras, mas perguntava-se o que ele pensava de si, por gostar daquilo. O arrepio percorria o corpo, arrepiando a pele visivelmente e o olhar percorreu todo o corpo dele, o tórax, abdômen até o baixo ventre, e mordeu o lábio inferior ao notá-lo ereto como a si.
- Você gosta disso?
Kazuma indagou sem realmente pedir uma resposta e voltou a asfixiar sua ereção, notando como os dedos pareciam se afundar em seu músculo, e com isso fazia-o grunhir de prazer como não havia pensado ouvir a voz suave que tinha o cristão. E não deixava de perceber o olhar lascivo do louro sobre o corpo, embora tivesse provido das roupas, tinha algo bem disposto a utilizá-lo e já livre do impasse da calça, ereto e descansado contra o ventre junto ao elástico da roupa íntima que ainda o segurava e quando pensava ser suficiente de toda aquela delonga, levou os dedos a própria roupa e arreou a calça junto a peça inferior a altura das coxas, livrando o membro que tomou entre os dedos e afagou num vaivém firme, porém não tanto quanto o que lhe dava. Ao se soltar, com um movimento rápido puxou o padre pelos quadris, virando seu corpo magro de costas e puxou o tecido de sua roupa íntima fazendo ressoar num ruído seco ao danificar a peça, rasgando-a a revelar suas nádegas macias, sua pele branca onde desejou marcar com qualquer coisa, com a mão ou talvez com um cinto.

Asahi assentiu, ao ouvi-lo e não tinha pudor ao dizê-lo, contrário do que ele podia pensar, mas não disse nada, tinha medo de começar a pensar sobre o que estava fazendo e desistir, a mente estava limpa, e era assim que queria manter. O outro gemido mais alto deixou os lábios com o toque sobre o sexo e mordeu novamente o lábio inferior, com força demais, já que sentia o local inchar e sentiu o gosto de sangue facilmente, que expôs a ele por acidente ao erguer a face e observá-lo, não sentia os próprios machucados, mas os que ele causava em si, sentia e nem se quer sabia porque. Observou seu corpo bonito, agora livre das calças e quase sentiu seu toque ao redor de seu membro, embora não soubesse ao certo o que ele faria com ele, já que era homem, e ele também, via aquilo como uma descoberta apenas, não como se fossem levar adiante, mas parecia que ele sabia exatamente o que fazer, já que havia virado a si de costas e franziu o cenho ao ouvir o som da roupa se rompendo. Apoiou-se na cama, abaixando a cabeça a sentir os fios loiros e curtos caírem sobre a face e gemeu sutilmente, mantendo os quadris empinados como ele havia deixado e apenas aguardou em silêncio o que ele faria.
O maior levou a mão até suas nádegas e acariciou a pele em movimento circular, como se preparasse a cútis para desferir um tapa e ao afastar-se dela, como se estivesse prestes a voltar vigorosamente para ela, voltou em menção mas não fez, não ainda. Deslizou os dedos como se tateasse teclas, mas encaminhou ao meio, em seu âmago e sentiu entre suas nádegas sua intimidade quente onde entraria, suspirou em expectativa e ao chegar mais perto dele, colou o ventre contra seu corpo, roçou a ereção no mesmo lugar onde tocava com os dedos e tomando o sexo entre eles, friccionou-o em sua pele sensível, o deixando sentir do próprio corpo e sua temperatura.
Asahi sentiu o toque gentil sobre as nádegas e ao se afastar, sabia o que viria em seguida, e por ser um militar, sabia que ele não seria nada delicado, mas ao contrário do que qualquer um faria, esperou ansioso pelo tapa, quase empinando ainda mais o quadril para trás, porém nada veio. Suspirou, abaixando a cabeça a agarrar-se ao lençol da cama e estremeceu visivelmente ao sentir seu sexo entre as nádegas, nunca achou que estaria numa situação como aquela, ainda mais pelo fato de que não sabia o que ele faria sendo meio ingênuo, mas pelo local onde tocava, talvez fosse meio óbvio o que faria e sabia pela roçada, ele não teria dó em tomar a si. O problema era que não sentia dor, não tinha uma noção prévia do que era isso e não fora ensinado sobre, não sabia onde as pessoas sentiam dor, então aquela situação era inusitada duas vezes, sabia que aquele local era apertado, mas talvez pudesse dar espaço a ele sem problemas.
Visto que a situação não era planejada, no máximo que podia fazer seria levar os dedos até a boca e umedecê-los com um pouco de saliva, o que não servia de muita ajuda, porém teria de ser suficiente àquele modo. Delineou-o com os dedos, umedecendo-o superficialmente, porém notava seus quadris cada vez mais sutilmente empinados o que trazia a si uma sensação maior de urgência em penetrá-lo e não se ater aquelas pequenas delongas, mas visto que era um padre, imaginava que era virgem ou quem sabe não o fosse realmente, já que embora sensível, não tinha muita sutileza em insinuar a seu corpo que respondia facilmente aos toques e com o dígito polegar circulou sua entrada, apoiando os dedos sem uso sobre suas nádegas, tão logo empurrou para dentro dele, não era muito gentil mas também não fora o mais brutal que poderia ter sido.
Asahi se m
anteve agarrado ao lençol, sem muito o que fazer aquela altura, imaginava que se dissesse a ele que sentia medo ou qualquer coisa parecida, não deixaria a si sair daquele quarto de qualquer forma, afinal, ele também estava necessitado. E também, não tinha nenhuma intenção de se livrar dos toques dele, parecia agradável para si, descobrir mais, saber mais, aprender mais e sentir aquilo que não conseguia fora dali. Sentiu-o circular o corpo e sobressaltou-se, mas não inicialmente por seu toque, talvez por um medo próprio daquela sensação, de que ela fosse boa demais para si, mas fora somente o barulho de um trovão do lado de fora, anunciando a chuva que já começava, e isso certamente ajudaria a abafar ainda mais os sons pela igreja, não seriam facilmente ouvidos pelos demais. Suspirou, sentindo o clima propício, a iluminação baixa do quarto, iluminada pelo único vitral ali presente, dando o relance dos corpos nas gotas de chuva que batiam ferozes contra a janela e mais uma vez se sobressaltou, porém dessa vez, era óbvio, fora pela penetração rude do outro no corpo tão estreito e virgem que tinha. O gemido alto deixou os lábios, dolorido e aquela dor sim era desconfortável, mas nem sabia que poderia ser pior. O problema é que para si, não era de todo mal, mesmo machucando a si, mesmo maltratando o próprio corpo, de alguma forma, gostava de sentir aquelas sensações, e gostava tanto que ao senti-lo mover o dedo dentro de si pela primeira vez, rude como fora ao adentrar, empurrando-se para dentro, o gemido mais alto rasgou a garganta e sem o mínimo toque e também sem entender a reação do corpo, atingiu o ápice e derramou-se sobre o lençol da cama, apertando-o em si em pequenos espasmos comuns ao corpo, embora não comuns para si e envergonhado, abaixou a cabeça, embora não tivesse muito tempo para pensar sobre o que havia feito pela primeira vez e gemeu baixinho, aliviado e também, ansiando por mais daqueles toques.
Kazuma ouviu o barulho da chuva ensurdecer qualquer ruído lá de fora, enquanto violentamente caía sobre o telhado da igreja e escorria pelas janelas expostas sem uma cortina, tornando o escuro do quarto suficiente para continuar a vê-lo, mesmo sua leve silhueta com a suave luminosidade dos postes de luz ou mesmo da noite em si. E ainda que escurecido podia ver com clareza a expressão que tomou a face do padre, dadas suas costas não era suficiente para ser capaz de esconder totalmente seu rosto, podia vê-lo pela lateral somado ao fato de que se arqueou enquanto o dedo tão recém colocado era apertado por seu corpo úmido e quente, na junção de seu gemido dolorido e fraquejado, denunciando com cada contração de seu corpo que sentia o prazer tão precoce e sujava os lençóis bagunçados em seu leito não generosamente confortável. No entanto, não era suficiente para interromper ou permitir que o rapaz se jogasse ao colchão, contrário, moveu iniciando um vaivém que não durou em seu corpo, saiu e voltou a entrar para novamente abandoná-lo, já estava preparo o bastante já que a dor lhe era conveniente, não via motivos para prolongar os estímulos superficiais, tão logo o membro até então abandonado em desconforto tornou levar para suas nádegas, roçar e lubrificar com leves gotejos escapados pela glande e não demorar a corromper seu corpo, deslizar e preencher seu íntimo com toda excitação que a si ele causava.
O loiro s
entiu o corpo extasiado, um calor forte que havia e apossado dele e terminara num arrepio que tomou a si, essa era a sensação do ápice que nunca havia sentido, e era tão boa que entendia agora o porque era considerava um pecado, um pecado que já havia se afundado completamente, o prazer estava estampado nos olhos semicerrados, nos lábios entreabertos dando espaço para a voz que se guiava gostosa e suave para fora, ecoando pelo quarto e os arrepios, que mesmo após todo aquele êxtase ainda sentia percorrer o corpo, fora como se o mundo tivesse se passado em câmera lenta por aquele pequeno tempo. Ele excitava a si, de uma forma, que não conseguiria descrever, e se aquilo era pecado, então iria direto para o inferno, já que estava envolvido até o pescoço com a luxúria exposta naquele corpo tão perfeito que se roçava ao próprio. Sentia o sexo dele entre as nádegas e só fizera com que o quadril se empinasse ainda mais, ansioso por senti-lo corromper o corpo e arrancar de si os últimos resquícios de pureza que podia ter. Ele não parecia ter delongas ao fazê-lo e tão logo sentiu-o rasgar o corpo, como havia feito com o dedo anteriormente, mas agora, era algo ainda maior e não pensou que ele fosse simplesmente se empurrar com tanta força para dentro de si, não havia notado que ficara tão evidente para ele a própria vontade pela dor, o problema era que não conhecia os próprios limites, não sabia até onde podia aguentar e aquela sensação, o íntimo quente, provavelmente o aquecendo em sangue, pulsando ao redor dele, o apertando era a reação do próprio corpo de que algo estava errado, mas parecia tão certo, parecia tão prazeroso, parecia tão bom estar ali com ele, como podia ser errado? O gemido rasgou a garganta novamente, dessa vez, bem mais alto que os anteriores e ao perceber que talvez fosse tão alto que não pudesse conter, guiou um dos pulsos aos lábios, onde cravou os dentes e abafou o tom vocal, deixando bem evidente ali a mordida firme que havia dado, que nem fizera cócegas perto daquela sensação de tê-lo em si até o fundo, até sentiu as vistas escurecerem por um pequeno tempo e teve que piscar algumas vezes para expulsar o torpor de si.
Embora para ele talvez as sensações fossem tão intensas como pareciam, contendo seu gemido alto, só não mais alto por abafá-lo com cada gota vigorosa no teto da igreja, Kazuma não podia imaginar com que exatidão o jovem padre sentia aquela investida que mesmo única, fez com que o corpo tomasse todo seu interior e fosse emoldurado pelas paredes de seu íntimo apertado. Teve de gemer diante da sensação prazerosa que subiu pelo ventre e quase sentia um leve formigamento tomar posse da ereção aprofundada em seu corpo estreito, com o tom de voz que naturalmente grave, tornava-se rouco mas era um tanto suave, visto que sem evidência diante do vigor com que ele mesmo gemia. Os dedos se afundavam em suas macias nádegas ao segurá-lo, marcando em sua pele alva onde os dedos haviam estado e com um aperto, como uma pesada massagem, afastava-as onde podia dar um espaço e fitar a ereção que o deflorava, lubrificava em vermelho pelo mesmo líquido cujo odor enferrujado era bem conhecido, mas infelizmente não era motivo para interromper a virilidade que talvez falasse mais alto do que a consideração e num movimento não muito rápido, porém não vagaroso, deu-lhe uma primeira estocada. Fechou os olhos a esconder as íris cinzentas que até então fitavam o jovem cristão de quatro, empinado e nem um pouco recatado sobre sua cama, dando maior atenção a seu interior estreito e úmido por onde sem delongas logo iniciou um ritmo de vaivém que gradativamente seguia aumentando.
O menor agarrou-se à cama, ouvindo os dedos estalarem tamanha fora a força que o fez ao ouvir aquele gemido fraco saído dos lábios dele e logo o sentiu se empurrar contra si, só então podia entender porque o companheiro e mais jovem padre não conseguira suportar o abuso por outro militar. Ele nem estava sendo rude consigo e já sentia as lágrimas que escorriam pela própria face, pela primeira vez, pela dor e ainda assim, parecia agradável, estranhamente. Sentiu a pequena liga de saliva se colar aos lábios ao soltar o braço mordido, expondo a marca que duraria alguns dias, e meio arroxeada desde já e gemeu novamente, ao senti-lo se mover, embora não fosse o suficiente para abaixar os quadris ou pedir, nenhuma vez para que ele parasse.

O maior não muito durou com os olhos fechados embora perder o sentido visual tornasse o sexo ainda mais sensitivo, tornou a olhar o louro debruçado em sua cama e mesmo a marca em seu braço feita por seus dentes que talvez tentassem conter a dor que sentia nos quadris ou quem sabe sufocar o gemido que deveras nada discreto. Agora conseguia imaginar que talvez o jovem padre estivesse ali justamente por seus desejos sexuais, afinal, gostava de um sexo intenso mas era um militar e não um padre. Mas era ingênuo se podia pensar que reprimir-se era melhor do que aceitar e aproveitar o tipo de fetiche que podia ter, e um breve riso soou nasal, sutil, embora notável não o suficiente para ter a atenção do outro. E com os dedos que tomavam firmemente sua pele deslizou de suas coxas, marcando-as por onde a ponta dos dígitos passavam, e não precisava de unhas compridas para fazer aquilo. Não se demorou para que a investida branda tomasse abruptidão e passou a mover o quadril em um vaivém frenético tornando audível a pele que ressoava ao encontrar a sua, como batidas secas, como uma sequência de tapas estalados. E a mão que antes somente havia ameaçado, deu-lhe um tapa sobre a coxa, parcialmente atingindo a nádega do lado direito de seu corpo. 
Asahi fechou os olhos e assim se manteve ao sentir seus movimentos, sentia o cheiro de sangue, nada agradável, costumeiro, já que tinha muitas feridas para cuidar todo o tempo, mas achava que talvez isso não fosse muito atraente para ele em meio ao sexo. Perguntou-se por um momento se ele era homossexual mesmo, ou se fora a primeira vez dele em que ficava com um homem, era assim que via a si naquele momento, um homem, não um clérigo qualquer. Gemeu, em bom tom, porém não menos prazeroso, era bom, era muito bom senti-lo daquele modo dentro de si, mesmo dolorido mesmo queimando as paredes íntimas, como se algo se acendesse em si e não dizia uma palavra, não tinha o que dizer a ele, não podia, só apreciava seus sutis gemidos que soavam como um estímulo a mais. Manteve-se em silêncio por todo aquele tempo, até sentir o tapa que certamente havia marcado e avermelhado a perna com a marca de seus dedos, e como ardeu, tanto, que chegou a fraquejar, quase caindo sobre a cama, e é claro, mordeu o lábio inferior e fechou os olhos novamente, já sentindo a nova ereção que havia se formado.
O olhar de Kazuma percorreu o corpo do outro, descobrindo em sua feição fraca a dor que sentia e que não era suficiente para interromper o sexo ainda que suas pernas falhassem, mas tinha força suficiente para sustentá-lo e manter seus joelhos a postos, seus quadris erguidos e até mesmo a ereção que notou novamente entre suas pernas ao resvalar os dedos entre suas coxas e tocar o músculo que parecia gostar de cada pequeno toque mais rude, cada toque dolorido em sua pele. E ao tocá-lo novamente, envolveu a ereção já gotejada por seu clíomax anterior, apalpou entre os dedos que já não eram tão gentis como os toques típicos em seus ombros, e tornou apertar sob a pele macia que tinha, o músculo não tão macio assim e com a firmeza com que o tomava contra os dedos e palma da mão, deu-lhe uma suave puxada na base ereta e desceu um tanto mais abaixo, numa região mais sensível e maleável, sentindo a glândulas escondidas por uma camada de pele retesada onde o apalpou mas teve alguma consideração, sabia o quão sensível podia ser aquela parte em um homem, ainda que tomasse-as entre os dedos e massageasse com a firmeza com que o fazia naquele momento, mas quando finalmente fez-se satisfeito com a leve provocação em seu órgão sexual, levou as mãos em seus quadris e o puxou por lá a medida em que empurrava-se sem sutilezas e trazia-o fortemente para si, sentindo todo o caminho de fora para o fundo de seu corpo.
O menor sentiu o toque sobre o membro, estranho novamente, sem o costume do toque e novamente gemeu, dolorido com seu aperto sem muita piedade daquela parte, e sabia que embora ele provocasse a si daquela forma, tinha o mínimo de cuidado em seus atos, o que achava estranho, podia machucar a si, podia simplesmente puxar pelos quadris, bater, machucar, espancar, qualquer soldado seria louco por fazer isso, mas ele não, parecia preocupado apenas de interessado, como em todos os seus outros atos. Sobressaltou-se novamente e fora outro trovão e outra apalpada estranha, dessa vez, na parte de baixo do sexo e dessa vez sim sentiu a face se corar sutilmente, embora não chamasse a atenção dele para tal vergonha, tentou fazer com que ele desse atenção para outra parte ao invés daquela e empurrou o quadril contra o dele, deixando-o bater fortemente contra o próprio corpo e novamente gemeu dolorido, rouco com a apalpada no local sensível, mas tão gostoso... Tão dolorido. Ah... Gemia até em pensamento, pedia por mais internamente, embora não dissesse a ele, não precisava, estava estampado no rosto o quanto queria mais e ao senti-lo se empurrar contra si, finalmente, repousou o tronco contra a cama, fraquejando com os braços a apoiar-se ali e empinou ainda mais os quadris.
O sexo se iniciou calado e terminaria daquele modo. O moreno não conhecia quem era o padre, e nem mesmo sabia seu nome. Talvez houvessem falado mais sobre os quartos de igreja do que sobre o ato em si ou talvez somente tivesse preferência por transar sem nada a dizer com a impressão que se ao falar fizesse o louro tomar ciência do que, como padre, não deveria estar fazendo e preferia tê-lo ali, entregue, salivando de prazer ao sentir dor, transando sem a delicadeza de uma mulher à ter que segurá-lo enquanto esperneava pedindo para parar. Ainda que gostasse de sexo firme, não tinha paciência para ser insistente ou ser negado ao que desejava fazer e se ele havia começado aquilo, se tornava responsável pelo término quando estivesse satisfeito. Ao deslizar os dedos por sua coluna, tateou a espinha dorsal e podia sentir sua pele eriçar sob os dedos até que alcançasse seus cabelos louros e curtos os quais eram suficientes para enlaçar meio aos dedos e firmar os fios contra o topo de sua cabeça, puxá-lo a medida em que o fazia vir ao próprio encontro e colocar-se entre suas nádegas que colidiam as coxas e enrubesciam a pele.
- Uff...
O sopro soou pelos lábios com um tênue rastro de voz por falta de palavras durante o ato. Forçava-o pender o pescoço para trás, direção a suas costas a medida em que continuava a segura-lo, consequente ao puxa-lo e trazer com insistência contra o ventre. Podia notar o movimento trépido de suas nádegas a cada vez que as encontrava com as coxas e embora o rapaz sentisse a dor cortar seu ventre a cada investida dentro dele, arqueava cada vez mais sua coluna para frente e trazia ainda mais suas nádegas para trás, empinando-as de modo que intensificava o atrito e tornava o toque mais profundo assim como dava evidência aos dedos marcados em sua pele branca com o tapa que lhe dera antes, o que consequentemente chamou o segundo e marcou sua pele onde antes a palidez se destacava oposta ao tapa, estalando de modo que sentiu a palma da mão arder e gemeu em satisfação desejando usar o cinto que tilintava no passador da calça a cada investida que lhe dava e com um suspiro vindo pesado da garganta, precisou de duas ou três investidas mais até que abandonasse da garganta a voz rouca, audível embora sem altura, gozou e não tentou sequer estar fora dele, deixando o prazer ser liberado dentro de seu corpo cálido e arqueado, debruçado contra sua cama.
Asahi sentiu os cabelos puxados e inclinou o pescoço para trás como imposto, doía, como tudo feito por ele, rude como era, mas era gostoso, era excitante, e ainda não sabia porque, tentava entender como ele havia percebido isso desde o início, que gostava de sentir quele toque mais rude, que gostava de sentir arder, de sangrar nas mãos dele, ah, se ele soubesse, se ele ao menos desconfiasse da própria condição física entenderia, mas nunca diria a ele, era orgulhoso demais para falar sobre aquele assunto.  Ocorrido naquele quarto, não sairia dali, seja sexo, dor, toques quaisquer ou até mesmo as lâminas jogadas pelo chão não queria falar sobre depois, era errado, sabia disso, era um padre, fizera votos, não devia transar, muito menos com um homem, mas era humano, e não resistia a ele, havia pecado, o suficiente para perder o lugar na igreja, mas naquele momento, só o que importava eram as batidas de seu corpo contra o próprio e o calor que sentia percorrendo a si. Empurrou-se, ajudando-o com os movimentos, prazerosos e doloridos, ferindo a si, por dentro e por fora e o gemido alto novamente rasgou a garganta ao sentir o tapa e os olhos até se encheram de lágrimas, não sabia nenhuma palavra baixa para dizer a ele, mas se soubesse, ah, teria gritado algo naquela hora, teria pedido mais, teria pedido que metesse com mais força, embora soubesse que ele provavelmente iria partir a si em dois se o fizesse, mas gritava por dentro, e era isso que importava, também sabia que deixava isso bem evidente nas expressões que tinha estampadas na face. Estremeceu, novamente devido a dor incessante que atingia o corpo virgem, violado por ele e não aguentava mais, era uma delícia, mas até onde o corpo podia aguentar, se ele não aguentasse, não era a mente que iria mantê-lo em pé e já sentia-se fraquejando novamente, os quadris na dor quase insuportável, puxados contra ele numa batida seca a cada vez que se enterrava em si até o fundo, e por um momento, sentiu o arrepio percorrer o corpo, firme, prazeroso e gostoso o suficiente para agarrar o lençol novamente. O sentia tocar o ponto tão sensível no próprio interior, impondo-se a ele, firme, forte e não iria aguentar, se não havia aguentado nem a primeira vez sem aquele toque, na segunda não seria diferente, e finalmente, atingiu o ápice, junto dele, sujando-se e sujando os lençóis pela segunda vez na noite e o gemido prazeroso deixou os lábios, junto do suspiro excitado que se seguiu, o corpo não se mantinha mais, estava extasiado, dolorido e se contorcia de prazer pela segunda vez.
O moreno permaneceu imóvel quando finalmente concluíra o ápice, sentindo-se imerso em seu corpo morno. A essa altura já o havia sentido estremecer vigorosamente em prazer e concluir seu clímax pela segunda vez, sensível como era. Soltou seus curtos cabelos  e deslizou ambas as mãos por suas costas até que atingissem seus quadris sensíveis pelos tapas desferidos na pele que antes branca e agora vermelha. Afastou-se vagarosamente, deixando seu corpo lascivo e tão receptivo sobre sua cama, de algum modo, até mesmo o havia ajudado a se colocar numa melhor posição em seu colchão e de modo cuidadoso voltou a vestir a roupa, buscando não atingi-la com resquícios de sexo, trajava-se enquanto observava o padre sobre sua cama.
Manteve-se ali, parado até senti-lo soltar os próprios cabelos e o gemido baixinho e dolorido viera logo em seguida, junto de seu sexo que deslizou para fora do corpo, estava tão cansado, tão dolorido, que não conseguia nem se mexer sem desmontar sobre a cama. A dor de Asahi perdurava, quando fazia isso consigo, não sentia se quer uma pequena fisgada, mas agora, estava ali deitado sentindo todo o corpo pulsar, dolorido com algumas pontadas. Gemeu novamente, aconchegado graças a ele com a cabeça sobre o travesseiro e agarrou-se ao mesmo com uma das mãos, fechando os olhos, recuperando a respiração pesada e obviamente, estava de costas a ele, mantendo-se a ouvir o barulho da chuva, e tremia ao sentir o corpo perder a temperatura quente e dar lugar ao frio, envergonhado demais para dizer alguma coisa, fazer alguma coisa, e dolorido demais para se limpar ou se cobrir.
Quando finalmente Kazuma se trajou alinhando o uniforme sobre o corpo, fechou os últimos botões do casaco por cima e segurou o quepe abaixo do braço. Observou o padre de costas, suas nádegas marcadas e lambeu sutilmente com a ponta da língua, o lábio inferior. Com a mão ainda desocupada, levou o dorso dos dedos em sua pele afetada pelos tapas e deslizou brevemente a delinear cada dedo marcado, quando se deu satisfeito e colocou seu próprio edredom acima de seu corpo nu, já que ele parecia impossibilitado de escolher por si mesmo.
- Até logo, Padre. - Disse-lhe antes de tomar rumo a saída de seu quarto.
O loiro ouviu seus movimentos, e somente os ouviu. Gostaria muito de tê-lo visto de vestir, como o viu retirar as roupas, o achava tão elegante de uniforme, mas conseguia fechar os olhos e imaginar cada um de seus movimentos pelo quarto. Quando sentiu sua mão percorrer o corpo, por um momento esperou por um novo tapa e até chegou a se encolher sutilmente, embora o quisesse, não sabia se conseguiria aguentar mais dor naquele momento, mas por fim, fora somente uma carícia sutil. Sentiu o edredom sobre o corpo, cobrindo a si, escondendo a nudez que impossibilitado, não podia fazer e não o respondeu, a voz não deixou a garganta, mas sorriu para si mesmo, mesmo de canto, fechando os olhos em seguida.

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1 comentários:

  1. Scrrrrrr, morri aqui. Estou completamente morta! To até tremendo, essa foi o lemon mais perfeito que eu já li em toda a minha life!! To ansiosa pro próximo ><

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