Kaname e Shiori #1 (+18)


Os olhos atentos do garoto,  já quase não tinham cor, o negro novamente tomava conta deles, infectava, sugava a cor vermelha como se nunca existisse ali. Os passos levavam a si pelas ruas, porém andava nas sombras, nos becos, procurando por alguém, alguém que estivesse fazendo algo inapropriado em algum local, ou algo do tipo. Já havia muito tempo desde que fora transformado em vampiro, porém sempre andou a beira da morte mesmo sendo imortal, não gostava do que fazia, não gostava de matar humanos, ver o sangue deles escorrer sempre pareceu horrível para si, embora a própria vida tivesse sido salva quando foi transformado, preferia que a morte levasse a si. Observava as pessoas que passavam pela rua aquela hora da madrugada, era tão tarde que não haviam mais famílias no local, e gostava de vê-las, perdia boa parte do próprio tempo observando as crianças e seus pais, mas agora somente homens ou adolescentes andavam pelas ruas, era o melhor horário para si, afinal, os homens que por ali passavam sempre pareciam ser pessoas ruins, o que tornava ainda mais fácil matá-los.
Escondeu-se na sombra de um beco escuro, observando um homem que se aproximava do local de modo suspeito e ergueu o corpo para que pudesse pegá-lo quando ele passasse, porém, de repente, sentiu a enorme dor que tomou o corpo e ajoelhou-se no chão, afastando-se da claridade a levar uma das mãos sobre a barriga, doía, sentia o corpo todo doer, já não tinha mais forças. Abaixou a cabeça e fechou os olhos a sentir a lágrima escapar dos mesmos que logo tornou a abrir, desviando o olhar a observar a rua já vazia, havia perdido a refeição afinal. Suspirou, levantando-se e seguiu devagar o caminho pela rua, apoiando-se na parede e ergueu a cabeça a observar o céu, era uma noite bonita, não parecia que ia chover, então não precisava se preocupar por hora. O olhar desceu pelo prédio a frente, não se lembrava daquele lugar, não esteve ali antes, todas as janelas se encontravam fechadas, exceto uma. Uniu as sobrancelhas, talvez fosse arriscado demais subir até lá, mas que opção tinha?
A própria agilidade ajudou a si a chegar ao andar, porém, tornou ainda mais forte a dor pelo corpo. Abaixou-se, já em frente a porta aberta e andou 
devagar para dentro do quarto, sem notar demais movimentos no local ou pessoas nele, porém, logo viu o corpo abaixo do cobertor, era um homem, bonito e de cabelos longos e negros, e dormia tão tranquilamente e tão silencioso, que até ficou com pena de lhe incomodar o sono, por mais imbecil que esse pensamento pudesse ser. Aspirou o aroma do outro, aproximando-se a lhe observar a face, apreciando a beleza dele e abaixou-se, em silencio já a expor as presas tão próximas de seu pescoço.
O moreno voltou as íris de cinza pálido ao ponteiro do relógio comprido no canto do quarto. Marcava pouco mais de duas horas da manhã. O clima não parecia rigoroso a escolher entre quais pontos permaneceria, se o resto de noite cálida seria ou tomaria um tempo gélido pela brisa leve dos ventos que sacolejavam as cortinas de cor azul marinho, próximas as portas que permaneceram abertas, dando por assim passagem à extensa varanda na zona frontal da moradia. Numa figura semi nua, sentava-se à beira da cama espaçosa, revestida pelo tecido felpudo de longas cerdas macias num cobertor que não precisava de muito para aquecer. Usava apenas uma roupa íntima, de sedoso e fino tecido, e que não dava limitação à região masculina, gostava da liberdade que sentia. As vistas haviam se voltado a caixa de fumo, porém desdenhou sua presença diante do cansaço cujo a cama cedia um tentador convite. Soltou por fim os longos fios lisos e negros de cabelo, antes presos por apenas um acessório qualquer, e dado o espaço necessário no macio colchão que descobriu do espesso cobertor, acomodou a esguia figura, confortada entre travesseiro e tecidos impecáveis em limpeza, deitando-se a expelir um sopro silencioso e sem rastro da voz, onde daquela maneira se ajeitou a dormir, debruçado num espaço pessoal em bel-prazer. Sem luz, apenas os postes exteriores davam a agradável e propícia iluminação ao quarto, e daquela forma permitiu permanecer com a varanda aberta, sentindo oxigênio transitar pelo cômodo onde o leito, como todas as noites anteriores. Sequer foram necessários minutos corridos, para que o pré sono desse presença, entre pensamentos desconexos e sem sentido, quase alcançava a inércia de uma noite de sono bem ou mal dormida. Se não fosse pelos ruídos que se deram na varanda, num astuto ato que rompeu o sono real, porém sem se importar com quaisquer causadores de tal, permaneceu despreocupadamente jogado pelos tecidos na cama. O peso que se instalou no colchão, quase nem sequer chegou afundá-lo. Uma respiração pesou contra o pescoço, e não foi necessário demasiado feito a que os mesmos empalidecidos olhos fitassem os longos caninos prestes a desferirem grandes orifícios na zona jugular do pescoço, e quase chegou eriçar a cútis a sentir o hálito frígido tocar indiretamente a epiderme, e quando se fez o toque da arcada dentária, arremessou a mão em seus corados lábios, num ato abrupto em que jogou o corpo para a cama, detendo-o onde antes apreciava o conforto. Um gemido rouco abandonou os lábios e puxou a mão agora ferida por seus dentes. Deveras já acima de seu corpo magro, sentado a prendê-lo numa jaula pessoal criada com as pernas e coxas à sua volta, estas, que aos poucos foram tonalizadas com espessas gotas de sangue, vindos dos orifícios na mão.
Os dentes do pequeno, direcionados ao pescoço dele haviam sido cravados em sua mão, arrancando gotas de sangue quente e tão gostoso para si, o sangue que precisava. Sentiu a cama abaixo de si, mas já nem tinha mais forças para se livrar do outro, apenas lambeu os lábios, apreciando o pouco sangue que havia neles e tentou observá-lo com a vista já embaçada pelos dias sem comer, sem saber o que ele faria consigo, com aquele ladrão de sangue entrando por sua janela.

Silencioso minuto se estendeu. O maior quase chegava a ouvir os estalos das gotas de sangue que alcançavam a pele, respingando vagarosamente mesmo pelo antebraço, e fora uma mordida funda, podia ver leve camada do tecido carnal. Os orbes regressaram em sua figura, encarando a mancha de sangue sugada de seus lábios por sua língua, rastejando a ponta fina de seu canino pelo músculo que buscava encontrar qualquer rastro do rubro líquido.
- Uh... - O murmuro se fez num vocal abafado e desdenhoso.

Shiori, o pequeno, retomou a visão aos poucos e desviou o olhar a pele dele, manchada pelo sangue e o único alimento que tivera em dias. Os olhos aos poucos já se tornavam rubros devido a fome. Tentou se mover de qualquer maneira, com as últimas forças que tinha para alcançar o sangue que escorria do local, gemendo sutil ao senti-lo prender a si, era vampiro, mas naquele estado não podia fazer nada, somente esperar que ele fosse de alguma forma, bonzinho.
Um suspiro notório deixou com despreocupação as narinas do moreno, e manchou o branco tecido da cama com o sangue visto que apoiou a mão na peça. No móvel ao lado buscou a caixa de fumo, e um dos cilindros finos e marrons levou as lábios, usando um zippo metálico e ornamental cravado com escrituras a dar brasa na ponta. Sugou vigorosamente a fumaça, que dispersou minuto após numa neblina cinzenta, abandonada pela boca.
Shiori desviou o olhar ao outro, observando-o por alguns segundos, em silêncio, desviando o olhar ao corpo dele em seguida e inconscientemente sentiu o arrepio percorrer a pele, unindo as sobrancelhas.
- O que... O que vai fazer comigo?

- Oh. - O outro bradou imediato a retrucá-lo. - Então a sanguessuga fala.
Obteve o tom sarcástico e expôs tal fato. Sentia a mão fria pelos respingos, abandonado boa quantidade de sangue no tempo em que os gotejos ainda eram contínuos. O cigarro era tonalizado, escurecido pelo sangue que o tocava. O eriçar de sua pele sutilmente existente, fez-se no calor do pequeno cilindro de nicotina, visto que o havia abaixado, prestes a tê-lo tocado em sua pele.
- Então você queria me furar, morcego. Tenho cara de alimento?

O pequeno observou o cigarro nas mãos do outro, fixamente e uniu as sobrancelhas, conhecia muito bem aquele tipo de queimadura, tinha marcas dela nos braços, marcas que não queria se lembrar. Desviou o olhar ao cigarro assim que ele abaixou o mesmo, gemendo sutil no susto e logo desviou o olhar a face dele novamente, sutilmente tremulo, embora fraco demais.
- E-Eu... Eu estou... Estou com fome...
- Ah, é mesmo?
Retrucou o maior e logo o silêncio se fez em somente observá-lo. As íris encararam desde seu pescoço e peito amplo, coberto por uma roupa qualquer e não expunha qualquer volume, ainda assim bem denotava os moldes que analisou meticulosamente, mesmo que não tivesse demasiado interesse.
- Uh, acho que sou eu quem vai comer essa noite.
Shiori uniu as sobrancelhas, observando-o e arregalou os olhos ao ouvi-lo, encolhendo-se mesmo sem saber sobre o que ele falava, talvez fosse um canibal.
- Eh?

O maior o encarou altivo e mais um trago no cigarro, expelindo o bolo de fumaça cinzenta que vagarosamente se dissipava pelo ar. E deixou ao lado, pelo cinzeiro pesado de vidro, adornando a mobília escura. Movimento sem esforço foi capaz de virar a figura sobre a cama, e sobre suas nádegas se sentou, não limitando o peso mesmo que seu corpo detivesse um porte magro.
- Você queria me furar, ah? - Inclinou-se por seu corpo, onde fizera questão de insinuar o cheiro de sangue próximo de suas narinas. - Mas, sou eu quem vai furar você. Posso não ter caninos longos, mas tenho algo maior pra entrar em você.

O menor se virou de costas a ele, apertando sutilmente o lençol entre os dedos. Aspirou o aroma de sangue e uniu as sobrancelhas, sabia que se pudesse beber, escaparia dos braços dele em um segundo, mas daquele modo não podia nem mover o corpo.
- H-Hum... P-Por favor... E-Eu estou morrendo... Não faça isso...

- Uhn? Uh...
O riso soou abafado e leve dos lábios do maior. Tal como a abruptidão que teve em virá-lo pela cama, tivera a abaixar suas vestes inferiores, expondo as nádegas firmes e tão pálidas quanto o resto de sua cútis.
- Acaso pensou se eu estaria ou não morrendo enquanto sugaria meu sangue? Não me venha com essa, não sou piedoso, você entrou no quarto errado e agora, vou me servir.
Bradou suavemente as palavras em sua audição, por fim afastou-se a observá-lo notando sua zona íntima, e que, masculina.
- Ah, então com essa carinha você é um garoto.

- E-Eu não queria matar você... - Shiori murmurou e o gemido sutil deixou os lábios ao senti-lo abaixar a própria roupa. - S-Sou... Sou um garoto... Você não vai querer ficar com um garoto, não é? Por favor... - Murmurou a sentir as lágrimas nos olhos, visto que impossibilitado de se mover ou fugir. - Me deixe ir embora...
E falava abafado pelo lençol e com a voz sutil de choro, encolhendo-se ainda mais na cama.

- Ah, para sorte de ambos nós, eu não me importo se você é um garoto. Vou te rasgar.
O maior tornou dizê-lo num sussurro para sua audição, e mesmo não próximo era bem audível. Shiori o
uviu o outro, cada palavra e gemeu sutil ao ouvir a última, incomodado, já sabendo da dor que provavelmente sentiria e fechou os olhos com certa força a deixar escorrer a lágrima pela própria face. Talvez ele estivesse só blefando, não podia fazer aquilo, faria? Ou havia entrado pela janela de um estuprador?
- P-Por favor... E-Eu nem sei o seu nome... E...E eu sou... Virgem. - Murmurou.
- É mesmo? Minha mão também era bem virgem.
- M-Mas foi um acidente... Era pra acertar o pescoço...
- Por sorte, ele ainda está virgem.
- Mas você não ia sentir... Eu não ia matá-lo, eu só queria ter força suficiente pra voltar pra casa...
- Hum, vou ter forças no meu quadril.
Shiori uniu as sobrancelhas, tentando se salvar de alguma forma.
- Não! E-Eu nunca mais volto aqui... Eu juro...

- Depois que eu lhe furar, tenha certeza que não vai voltar.
- ... - Suspirou, sentindo a própria respiração acelerada pelo medo que sentia. - T-Ta bem... Ta bem... Só... Só me dá um pouco de sangue? Por favor, algumas gotas... Não precisa me dar muito.
O maior deslizou a ponta dos dedos num rastro dolosamente vagaroso até seu pescoço. Mesmo que ali não houve causado quaisquer lesões ou atos rudes, afim de provê-lo de alguma dor física, talvez mental. Os finos dígitos lhe engrenhou os fios de cabelo, tão negros quanto os próprios, onde segurou firme ante sua face acomodada lado ao travesseiro fofo na cama. E impudicamente lhe tocou a nádega, não havendo impasse a que os dedos lhe dedilhassem a zona mais íntima do corpo, visto que o próprio sangue havia lubrificado cada pedaço de pele onde o tocou anteriormente.
O pequeno gemeu sutilmente ao sentir o toque na pele, arrepiando-se e fechou os olhos com certa força, sentia o aroma de sangue tão forte, mas não podia se quer sentir o gosto, e era um sabor tão bom, queria poder apreciar novamente aquele sangue dele. Tremia sutilmente sobre a cama, talvez fosse o medo ou talvez fosse a fome que sentia sendo torturado com o aroma do sangue. Sentiu o toque no local tão intimo e uniu as sobrancelhas, abrindo os olhos.
- Iie!

- Uh... Continue, sanguessuga.
O dígito médio do moreno se instalou entre elas, e correu a volta de seu orifício sem violá-lo, não ainda. O toque morno do sangue corria mínimo, tingindo ainda a pele já tonalizada pelo sangue. Sangue este que o tocou na entrada, servindo sem propósito como um modo de facilitar a penetração em seu corpo, e assim fez, enquanto o dígito maior corria para dentro de seu corpo, alargando sua parede íntima.

Shiori se moveu no local, deixando escapar o gemido alto e a mão apertou o lençol da cama como pôde, fazendo força para se levantar, porém sentindo os braços tão fracos ainda que nem podia mexer, e aquele maldito cheiro de sangue. O grito rasgou a garganta ao senti-lo adentrar o corpo, mesmo com ajuda do lubrificante, era mesmo virgem, por isso doía sentir-se aberto por ele, e aquilo para si não era comum.
- Me solte!

O maior pressionou-o de modo ainda veemente sobre a cama, visto que a insistência de seus movimentos na inútil tentativa de se levantar do lugar. Inseriu o dígito até que nenhum milímetro do mesmo estivesse para fora, e pôde sentir todo seu frio interior, de modo atípico, um pouco estranho.
- Hum... - O pequeno murmurou, voltando a se deitar e uniu as sobrancelhas ao ter-se empurrado. - S-Se você não me soltar eu vou gritar...
- Isso você vai realmente fazer, quando eu colocar outra coisa.
O dedo médio do outro deslizou de seu corpo para fora, e sua zona íntima assistiu a se contrair conforme abandonada, como se houvesse um alívio perante o feito. No entanto, a mesma mão, que ousou sujar o fino tecido da vestimenta inferior, como única peça embaixo e usada no corpo, deslizou pelo quadril e parou nas coxas, expondo de fato, a parcial nudez de forma íntima, no sexo expostamente pronto a violá-lo. Shiori u
niu as sobrancelhas novamente ao ouvi-lo e gritou como havia ameaçado, puxando o lençol da cama para si e tentou erguer-se novamente, tornando a gritar, de alguma forma, qualquer forma, precisava de soltar antes que aquilo acontecesse.
- Socorro!

O maior empurrou-lhe a face contra o travesseiro, abafando seu vocal pelo estofado limitando a dispersão de seu grito.
- Uh, não pense que vou deixar uma criança vampira me furar. Se pensa que pode, eu o furo primeiro. Te deixarei ainda mais sem forças.
Provocativo, roçou o ventre contra suas nádegas, permitindo-o sentir o falo crescido entre estas, num movimento roçado a deslizar sem delongas o músculo enrijecido e posicionar abruptamente o início sexual em sua entrada suja pelo sangue. Não foi necessário minuto a mais, direto ao fim de seu corpo o mesmo desligou num movimento vagarosamente doloso, e agora sim, era uma dor física. Meteu-se para dentro num ato contínuo, mesmo que não rápido, foi preciso. Sentiu toda sua intimidade se comprimir a volta do sexo, apertando-o prazerosamente em suas frias paredes mórbidas, e o sangue agora dispersado, não era os poucos gotejos que o haviam lubrificado, e vinham no fim de sua virgindade.

O pequeno fechou os olhos a sentir as lágrimas que escorriam pelo rosto, tendo a face pressionada contra o travesseiro daquela maneira. Suspirou e ainda podia sentir o corpo tremer ao ouvi-lo, mantendo-se em silêncio já que nem gritar podia, ele não conhecia a si, não sabia quem era e nem o quão bondoso era, se tomava aquela atitude, fora apenas por estar morrendo mesmo. Sentia-o se roçar a si, e aquilo não era nojento, até porque não era hétero, mas também nunca havia tido relações com homens, mas naquele momento, era apavorante. Era vampiro, sabia que iria se curar em algumas horas assim que bebesse o sangue, mas não deixava de ser um estímulo aterrorizante para si, estar nas mãos de alguém sem saber o que aconteceria. O grito deixou os lábios novamente, rasgando a garganta ao senti-lo adentrar o corpo, sem piedade alguma, o sangue não era suficiente para lubrificar, e apertou com toda a força que pôde o lençol, mordendo a fronha do travesseiro a perfurá-la com os caninos afiados. E o choro aumentou ainda mais a molhar o tecido, soluçando sutilmente a sentir a dor que tomou o corpo de forma mais intensa por estar sem forças.
- A-Ah...
- Ah... Viu só como dói ter algo rasgado?
O moreno falou baixo, porém foi suficiente para ser audível àquela criança. Quando os cinzentos orbes se dirigiram em direção do quadril, notou o sexo que voltava sujo por seu sangue escuro, porém sem delongas novamente enterrado em seu corpo e estalou no contato do quadril contra suas nádegas. Logo os dedos haviam tomado posse de suas mãos, segurando-as contra o lençol. O peso do corpo decaiu em sua figura abaixo, conforme debruçado acima dela, mesmo que o peito ainda tivesse alguma distância e pudesse encarar o vaivém do sexo que estuprava seu corpo sem piedade.

Shiori fechou os olhos, mantendo-os desse modo  e tentou mover as mãos, sem poder fazer muita coisa, logo sentindo-o segurar as mesmas e impossibilitando a si ainda mais. Gemeu sutil a perder qualquer esperança que ainda tivesse de se levantar, não era mais necessário agora que já estava sendo estuprado por ele. Os gemidos altos deixavam os lábios a cada movimento dele contra o próprio corpo e estremecia sutilmente em meio aos braços dele. Ergueu a face, desviando o olhar em direção a porta, notando todas as luzes apagadas do local, a vista já embaçava sutilmente, sem poder ver corretamente o cômodo e gemeu alto, dessa vez fazendo com que a voz soasse alta pelo quarto, afinal não tinha mais o travesseiro para tampar os lábios, esperando que alguém fora do quarto pudesse ouvir a si.
- Não tenha tantas esperanças, no mínimo te deixarei sair daqui quando terminar. Isso se não deixá-lo inconsciente enquanto o exploro à meu bel-prazer, e o coloco na rua pela manhã. Oh, me diga que você realmente é sensível com a claridade, uh?
O maior dizia-o em sussurros roucos, num tom grave porém num leve rastro de suavidade. Ainda impossibilitava o movimento de suas mãos, apenas quanto soltou uma delas, que ainda assim desprovida de algum ato afetivo a si, fora em que direcionou a mão ferida próxima e fronte seu rosto, certamente num cheiro provocativo, assim como para um humano que sente o cheiro da carne quando tem fome.

O menor repousou a face sobre a cama ao ouvi-lo, sabendo que certamente não iria aguentar muito tempo do modo como estava. Manteve-se em silêncio, sem concordar nem discordar do outro, apenas encolheu-se pouco na cama e uniu as sobrancelhas ao sentir o aroma tão atrativo para si e tão próximo, o que podia salvar a própria vida naquele momento. Ergueu a face, levando uma das mãos sobre a dele e puxou-a para si a tentar alcançá-la.
O maior sentiu o toque frio, expondo a necessidade de tal, e claro que o feito era em propósito do mesmo ato. Deslizou pela cama, como se o pequeno vampiro realmente detivesse alguma força a puxar a zona cujo sangue já secava sobre a pele, e tão próximo de seus lábios chegava a sentir o sopro forte de sua respiração, vinda dos lábios e narinas, pesava. Movia-se de modo que já havia tomado o compasse, num ritmo preciso, vigoroso, e seu corpo já chegava a responder, fosse lubrificado de sangue ou algum prazer, enquanto os espasmos de sua entrada, provia ao sexo ainda mais do êxtase.
O pequeno apenas sentiu os movimentos do outro, gemia, é claro, visto que dolorido, mas nada podia fazer sobre eles, e era atacado pela tortura que ele dava a si colocando a mão tão próxima para que pudesse sentir o cheiro. Viu-o a deslizar a mão pela cama e ainda a segurava com a própria, mesmo sem energia alguma. Aproximou a face do braço dele, esticando-se o máximo que pôde a expor as presas afiadas e o gemido sutil deixou os lábios entre o choro.
- Ah, você não vai querer usar esses dentinhos em mim. Tenho ótimos alicates como ferramenta.
O outro sussurrou o restante da frase contra sua audição, previamente a que deslizasse a língua em sua orelha. Virou-o num ato preciso, puxando-o por suas pernas a postá-lo defronte consigo e tornou enterrar o sexo em seu corpo visto que as mãos tomaram posse de seus quadris e puxou-o para baixo, no igual ritmo que causava um vigoroso atrito com sua figura. E a volta do corpo os negros fios de cabelo caiam com uma vaga cortina ilusória criada pelas madeixas. A roupa ainda nas pernas não alterava a precisão com que se jogava àquele corpo, na frenesi do ritmo estalado. Uma das mãos deslizou em seu peito, mesmo coberto por uma roupa qualquer a que não deu atenção e questão fez de limpar a mão na vestimenta, assim como deslizar os dedos em seus lábios numa tortura tênue.
- Até que você é bonitinho.

O pequeno assentiu ao ouvi-lo, mantendo os lábios fechados apenas a sentir cada um dos movimentos que machucavam a si, porém tranquilo, sabia que aquelas feridas não doeriam por muito tempo, isto é, se conseguisse o alimento. Virou-se de frente a ele como o outro havia imposto e ambas as mãos descansaram na cama ao lado da face, uma delas apertou o lençol novamente, gemendo em bom tom ainda a cada investida dele contra si, sentindo o caminho todo do membro dele a se colocar e se retirar do corpo e o cheiro de sangue que fazia doer o estomago e todas as partes do corpo já fraco. Uniu as sobrancelhas, observando-o com a vista sutilmente embaçada, e ele também era muito bonito.
- Por favor... Eu não te fiz nada...

- Não fez porque não foi capaz. Uh.
O murmuro risonho do maior soou num sopro nasal, porém não era divertido realmente. Tateou seus lábios frígidos e empalidecidos com a ponta dos dedos, permitindo-o sentir o gosto do ferimento causado por seus dentes compridos e de pontas afiadas. 
Shiori expôs a língua a lamber os dedos do outro e sugou um dos mesmos, porem, não havia mais sangue no local, já estava seco. Gemeu sutil, baixo e sentiu a lágrima escorrer pela face novamente, incômodo, dolorido em todo o corpo, mas se fazia maior o buraco no estômago.
- Você está buscando no lugar errado, criança. Não foi aí onde mordeu.
O pequeno o observou apenas e segurou a mão sutilmente, devagar a guiá-la aos próprios lábios e o observava atentamente antes de fazer qualquer coisa, esperando pela autorização.
- Uh.
O maior murmurou e empurrou a mão sob a boca do intruso, no entanto não pôde deixar de grunhir ruidoso diante da fenda aberta na palma da mão.
-  Supõe-se que deveria ser um predador, é só uma criança que não sabe nem como viver sozinha.
Bradou a frase e em sua conclusão, a vigorosidade do movimento se fez em brusca sequência e não houve demora onde fez-se farto do ato, e gozou naquele corpo qualquer, tomado numa igual noite se importância. Gemeu num grunhido leve, e desta vez, não foi por dor.
O menor c
ravou as presas no local a sugar o sangue para si, apreciando cada gota do mesmo, fechando os olhos a concentrar-se no sangue que descia pela garganta, nem se importando com os últimos atos do outro, e apenas um gemido baixo deixou os lábios ao senti-lo gozar no próprio interior, mas nem por isso soltou sua mão que agora já segurava com força.
O rapaz desfez seu toque, mesmo que ainda detivesse alguma força anormal em seu tamanho, era ainda magro demais. Desvencilhou no ato, e mesmo silencioso estalou na expressão pela leve fisgada que recebeu a puxar a mão. Tal como cessou a sucção alheia na pele, afastou-se de seu corpo e encarou-o de cima, ajeitando a única peça de roupa existente no corpo, puxando-a de onde anteriormente, na altura das pernas ao quadril. Voltou-se à cama, sentando-se na beira e pegou o cigarro já desfeito em cinzas.
Shiori sentiu o puxão feito pela mão do outro e abriu os olhos já inteiramente rubros a observá-lo, deixando que o pequeno rasgo na pele fosse feito pelos dentes afiados. Observou-o por alguns segundos e ajeitou a própria roupa, levantando-se devagar e ajoelhou-se com cuidado em frente a ele, retirando do bolso o pequeno vidrinho que espirrou no local do ferimento, fazendo com que amortecesse o local da ferida e talvez passasse pouco da dor. Mexeu no bolso da jaqueta novamente e retirou a faixa branca que ajeitou cuidadoso ao redor da mão do outro, fazendo um pequeno nó a prende-la no local e mostrando a ele que não era de fato tão ruim como ele pensava.
O rapaz cedeu a mão à vontade do garoto. E sobre o móvel do lado buscou mais um dos cigarros a levá-lo na boca e acendê-lo com o mesmo zippo usado hora antes. Um trago no fumo contaminou os pulmões, a logo deixar somente a presença insignificante do resto de nicotina com uma cinzenta fumaça que rapidamente se dissipou. Observou o curativo feito pelo intruso na moradia, que ainda sobre a cama e deu de ombros a fitá-lo seguidamente.
- Já tem força suficiente pra caminhar, ah?

Shiori assentiu, levantando-se.
- Acho que o suficiente para chegar em casa...
Fez uma pequena reverência, meio desajeitado e sutilmente dolorido, o sangue era suficiente para se levantar, mas não para curar todos os ferimentos feitos por ele pelo corpo.

- Vá logo, antes que eu resolva brincar com o cigarro também.
- Não precisa, já sei como dói.
O pequeno ergueu a manga da jaqueta a mostrar o braço coberto pelas marcas de cigarro e haviam sido feitas após ter se tornado um vampiro, porque não cicatrizaram, estavam ali, marcadas, entranhadas e dificilmente cicatrizavam marcas feitas por fogo.
- Adeus.
Murmurou, meio tímido. Seguiu em direção à sacada e aproximando-se da beira do local, pulou.

Compartilhe:

DEIXE UM COMENTÁRIO

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário