Kusagi e Shohei #7


Shohei adentrou a casa com algumas sacolas na mão, deixando-as de lado, perto da porta da cozinha e observou o outro, deitado em sua cama improvisada com o pequeno box de macarrão em uma das mãos. Ajeitou o cigarro sobre os lábios, tragando-o e abriu um pequeno sorriso.
- Hey, sabe que eu fui comprar umas roupas hoje e uma coisa me chamou bastante atenção numa loja. É uma história bem engraçada. - Falou a ele e pegou o pequeno catálogo dentro da sacola, com várias páginas, expondo a ele. - Olha esse cara, Deus do céu, esse volume... Tem que ser falso.
Kusagi o fitou ao adentrar. Cumprimentou-o com um breve ruído vocal, nada muito nítido já que tinha a comida dentro da boca. Ouviu-o falar e desviou a atenção ao rapaz, escutando sua breve história cotidiana. Antes que ingerisse a comida ainda no hashi, o riso soltou pelos lábios, abafado e negativou, evitando as fotos. E era ele, Kusagi, no catálogo de roupas íntimas, o que Shohei não sabia ainda, era que ele estava trabalhando como modelo.
Shohei se sentou na cama, tragando o cigarro apenas a sustentá-lo na boca e virou a revista ao contrário, observando-a atentamente.
- Puta-que-pariu.

- Ah, sai daqui com isso, Sho. - Disse, empurrando a revista. - Vai com ela pro banheiro.
- Por que? Tem nojo de mim? Posso fazer aqui mesmo, já estou ficando duro mesmo. Olha esse peitoral plano... Essas pernas, esse braço forte... Olha isso.
Kusagi se voltou a ele, e tirou o cigarro de sua boca, colocando-o no cinzeiro, tão logo, calou sua boca a enfiar uma porção da comida dentro dela. Shohei se assustou com a comida e riu, mastigando-a meio desajeitado.
- Hum... Que macarrão gostoso. Mas esse cara, é mais.

O moreno mastigou a comida, meio de qualquer jeito, e puxou a revista, tomando-a e colocou-a atrás das costas, sentando-se em cima dela.
- NÃÃO! Porra! - O outro falou ao vê-lo puxar e jogou-se em cima dele, puxando o travesseiro a tentar pegar a revista de volta. - Devolve! Como eu vou me masturbar agora?!
- Com a mão, filho da puta. Me deixa comer em paz.
- Porra, mas nem estava te enchendo o saco... Bom, não tem problema, vou pegar a outra que eu trouxe pro Yuki.
- Ah, porque seu namorado prefere se masturbar com outro cara que não o namorado dele.
- Nem ligo, esse cara é gostoso mesmo.
Kusagi sorriu.
- Deixa eu comer, depois você me enche o saco.

- Ta ok. - Shohei murmurou e pegou a outra revista, observando-a em silêncio e logo aproximou-se dele na cama. - Você pode me dar um autógrafo?
- Não. Principalmente se ficar me alugando. Vai me dizer que não sabia dessa merda?
- Dessa revista não.
- Ah vá. Como se já não me visse pelado.
- Por isso mesmo eu sei que esse volume não é edição. - Virou a revista novamente. - Posição interessante.
- São toda simples, não invente moda.
Shohei riu.
- Não vai autografar?

- Não vou agora, estou comendo.
- Ta bom então, vou ter que deixar as folhas grudentas primeiro
- Pode ir deixar. Só não demais, senão não vê a foto novamente.
- Fique tranquilo, eu não vou. - Riu.
Algum tempo depois o menor voltou do banheiro e deixou a revista sobre o móvel, sorrindo a ele e piscou com um dos olhos.
- Ah... Pronto.

- Você goza bem cheiroso pro meu gosto. Tire esse condicionador daí.
Shohei riu.
- Tomei banho também, idiota.

- Sei.
Kusagi pegou a revista abaixo de si e a assinou como ele queria, de qualquer jeito e jogou-a para ele.

- Obrigado. - Sorriu. - O que foi que está de mal humor?
- Não estou de mau humor.
- Então?
- O que? - Disse e deitou-se, ajeitando-se na cama improvisada.
- Então por que parece emburrado?
- Não estou, só estou curtindo uma preguiça.
- Uhum. Está gostando de sair com o Yuki, essa semana só saiu com ele.
- Ele gosta de sair.
Shohei assentiu e deixou a revista sobre o móvel, obviamente estava se roendo de ciúme, mas não diria a ele, na verdade, queria que ele gostasse de si, mas era o contrário do que parecia naquele dia.
- Vou deixar você a sós.

- Não precisa. Deite aqui.
Disse o maior e ergueu uma parte do cobertor, dando espaço para ele. Shohei a
rqueou uma das sobrancelhas a observá-lo e assentiu, seguindo para sua cama e sentou-se a seu lado e assim como ele, só usava roupa intima.
- Eu mandei deitar. Por que está sentado?
- Porque estou ponderando ir ou ficar, você parece grosseiro.
- Não estou, deite, Shohei, desde quando é sentimental?
- Desde ontem, acordei meio gay hoje.
O menor falou a ele e deitou-se a seu lado, pegando o maço de cigarros ao lado da cama.

- Hum, acho que o Yuki contagiou você, será?
Disse e pegou um dos cigarros assim como ele. Shohei s
orriu e guiou o cigarro à boca, acendendo-o assim como o outro, e já era o décimo que fumava no dia, e ainda era cedo.
- Talvez.

Kusagi acendeu o cigarro e deu uma boa tragada no tabaco, sentindo um sabor fresco na garganta.- O que estava vendo? Filme pornô?
- Não curto pornô, japoneses não transam direito e americanos são porcos.
- Olha, detonou os atores pornôs do nosso país. - Riu. - Como está no emprego, Usagi?
- Você sabe que transam mal. Ou você gosta de algum? Bem, e o seu? Escrevendo mais contos eróticos?
- Contos eróticos? Ha ha. Estou escrevendo o mesmo de sempre, sem romances melosos. - Falou e suspirou. - Gosto de alguns.
- Gosta da fodinha café com leite.
- Ah, não seja idiota.
- Quer fazer um pornô?
- Mas o que?
- Caseiro.
- Hum, não é uma má ideia, podemos ficar ricos.
- Ou excitar ou emputecer o Yuki.
- Não vai ficar puto, também transa com você.
- Mas não significa que goste de que façamos sexo.
- Ora essa. É só ele não ver o filme.
- Você gosta da ideia. - Kusagi riu, divertindo-se e tragou mais do cigarro.
- Gosto, ora. - Shohei riu e tragou o cigarro igualmente. - Seria melhor do que os orientais, certo?
- Caseiro com certeza.
- Quer dar uma?
- Depois do cigarro.
- Hum. - O menor tragou o cigarro, numa tragada bem longa e tossiu logo após.

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