Nowaki e Tadashi #8


- Hamada Tadashi.
A mulher chamou, notando o nome da ficha, esperando pelo próximo paciente, finalizada a consulta do anterior. Levou a mão até os cabelos louros, levando a mecha atrás da orelha, enquanto observava sua ficha, analisando seu perfil. Era a médica, a tal esposa de Nowaki, e tinha um porte bonito, cabelos loiros, olhos azuis, tudo que o garoto não era, o que certamente, acabaria com ele ao perceber. 
Tadashi suspirou ao ouvir o chamado e levantou-se, seguindo até a sala da médica que na verdade queria estrangular e em silêncio se sentou sobre o sofá, observando-a. E era realmente bonita, o que fez pensar que não tinha chances contra ela para o outro.
- Oi. - Disse ela junto a um sorriso. Observando o rapaz. - Me fale sobre você, Hamada.
- Meu nome é Tadashi, e você não vai gostar de mim.
- Seu nome eu sei. E por que eu não gostaria de você?
- Porque eu gosto de uma coisa que é sua.
- Me conte.
- Seu maridinho.
- Nowa?
- Ki.
- Hum, então você gosta dele?
- E ele de mim.
Ela sorriu, achando graça em sua provocação.
- Ah, ele gosta? Não me falou sobre isso. Mas falou que tem um paciente bem difícil. Seria você?

Ele sorriu a ela.
- Uhum.

- Bem, o Nowaki não é gay, então suponho que você está confundindo a atenção dele como um médico.
- Como tem tanta certeza que ele não é gay, querida?
Era evidente que o garoto queria provocá-la, e mais evidente ainda que tinha transtornos de personalidade, já que na frente do outro, jamais diria algo assim.

- Bom, eu não sou um homem. - Sorriu a ele, mas deu de ombros. - De todo modo, me fale de você.
Ele arqueou uma das sobrancelhas.
- Fachadas são bem óbvias, não?

- Tudo bem, Hamada. Você pode gostar dele, isso é natural. Mas fale outras coisas.
- Não quero falar com você, especificamente.
- Mas nós precisamos conversar, pra eu ajudar você. Diga o que você gosta no Nowaki.
- Você não pode me ajudar. - Sorriu a ela. - Tudo.
- Tudo o que? Cite pra mim. Quando você o vê, o que sente?
O outro desviou o olhar.
- Meu coração bate mais rápido.

- Hum... - Murmurou, tentando não rir, achando fofo. - Gosta de se sentir assim?
Ele suspirou e assentiu.
- Te dá satisfação?
- Hai...
- Costumava se sentir assim no passado?
Tadashi desviou o olhar a ela novamente, arqueando uma das sobrancelhas, e percebera que se divertia a observar a si, era obvio, era mulher dele.
- Vá pro inferno.

- Não seja agressivo, quero saber se sentir isso te faz feliz.
- Obviamente.
- E acha que teria conhecido esse sentimento se estivesse sem sentidos?
- Quer me ensinar como cuidar da minha vida agora?
- Quero que se dê conta de que está feliz porque tem sanidade pra isso. De que sentir amor, é porque não está jogado numa cama, afetado pelos efeitos da droga.
- E de que essa merda adianta se a pessoa que eu amo não sente o mesmo?
- Claro que adianta, se isso te faz feliz, então adianta.
- Me faz feliz? Haha. Isso me destrói.
- Bom, quando você ama alguém, estar perto é suficiente para ser tão feliz.
- Sim, e aí você acordou desse seu sonho na Disney, não é?
Ela riu.
- Bem, você sente seu coração disparar de amor, então...

- É, talvez eu seja a bela adormecida, ele vai me beijar quando eu estiver morto por causa da heroína.
- Você quer voltar a usar heroína?
- Eu não sei, não sei, inferno.
- Sabe que o Nowaki se decepcionaria com isso?
- Ele se quer liga.
- Se ele não ligasse, não cuidaria de você, dos pacientes. Ele podia ter escolhido qualquer área da medicina e escolheu ficar na clínica.
- Esse é o problema, querida. Saber que eu sou só um jovem ridículo que ele quer tirar da rua por satisfação própria. Eu não significo nada!
- Ora, você não disse que ele gostava de você? - Disse, junto a um sorriso.
Tadashi desviou o olhar a ela por alguns segundos, processando as piadinhas sutis feitas por ela, que nada mais pareciam a si do que deboche e pulou do sofá sobre ela, tentando agarra-la pelo pescoço.
- Opa, opa!
Ela disse, pressionando o botão ao lado, no pedido de ajuda enquanto segurava uma seringa com tranquilizante. Tão logo contemplada pela chegada dos enfermeiros que o seguraram.
- Ah, mas o Nowaki não vai ficar muito feliz com isso, Hamada. Saber que você atacou a mulher dele, ele não vai gostar de você assim. - Disse enquanto arrumava os cabelos.

O outro se levantou, e realmente estava puto, ia a psicóloga para melhorar e tinha vontade de matá-la ao invés disso. Puxou os braços, tentando se soltar de qualquer maneira e atacá-la novamente.
- Me solta! Inferno! Sua vagabunda! Maldita!

- Sh sh, calma senão vou ter que medicar você. Vamos finalizar nossa consulta por hoje, mas deixe-me dizer, sabe por que o Nowaki não gosta de você? Além do fato de você ser homem, claro - Disse mais para si do que para ele. - Se deve ao fato de você se recusar a ser alguém melhor. Mostre a ele que quer mudar, que quer melhorar e ele com certeza vai ser mais gentil com você.
O rapaz estreitou os olhos a ouvi-la e sorriu, porém apoiou-se nos braços já que segurado e chutou-a no estômago. Com o chute no estômago é claro que ela não conseguiu ruir. Perdeu a voz tal como o fôlego e curvou-se, apoiando-se sobre a mesa.  Entregou ao enfermeiro o tranquilizante, que foi aplicado no rapaz, que certamente ficaria algum tempo solitário e preso em seu quarto.
- Iie! Eu me comporto... Eu me comporto!
Tadashi gritou ao ver o rapaz se aproximar de si, tentando soltar os braços ainda, porém obviamente não foi ouvido e aos poucos perdeu a consciência.

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