Ikuma e Taa #2


Taa havia saído da gravadora, já era tarde e o sol já havia se posto, iria para casa, mas achou melhor parar por um segundo, comprar algo para tomar e fumar um cigarro, já que sozinho em casa ou na rua, não fazia diferença. Comprou um refrigerante e o maço de cigarros que queria e retirou o isqueiro do bolso, sentando-se num banco próximo, onde pretendia acender o cigarro, se não fosse pela voz irritante que veio logo em seguida, constatando quem era.
- Lagarta-tinha!
O vocalista arqueou uma das sobrancelhas, desviando o olhar e revirou os olhos, tinha que aparecer bem agora? Bem, teria de aturá-lo, poderia ser pior.

- Oi, princesinha.
- Como vai, lagartixa?
Ikuma segurou uma das mãos alheias, esta que buscou sem permissão e curvou-se sutil em breve reverência, dando-lhe um beijo sobre o dorso. Após o feito, soltou-o e voltou a postura, com um meio sorriso, travesso, proferiu.
- Tipicamente uma pele muito fria, Lagartixa.

Taa puxou a mão para si, limpando-a no jaleco que usava novamente sobre o corpo.
- Frio, hã. Vem cá que eu te mostro o frio.

- Já senti. Aliás, espero que o senhor tenha se higienizado após fazer sexo com teus machos, não quero ter beijado uma mão infectada.
- Pelo menos eu tenho alguém com quem fazer sexo, não é? Alguém suporta você a ponto de dar pra você, hum? Alias, a ponto de te comer?
Disse o outro, já entrando na brincadeira dele.

- Claro. Tenho namorada para isso já te falei.
- Aham. Não acreditei nem por um minuto.
- Eu a apresentaria, se não fosse tão inconveniente. Mas não devo satisfação a uma lagartixa... Afinal, porque estou falando com uma? .,. Ah, mas deixando de lado, previna-se Doutor, acho que está magro demais, um pouco de cabelo faltando. Deve ter aids.
- É, tenho Aids, já passo pra você se não parar de me irritar. E não precisa me mostrar sua namoradinha, não quero conhecer, deve ser tão irritante quanto você.
- Não, não... Não irá passar, não vou comer você e muito menos te beijar, então, certamente não pegarei isso.
- Como se eu quisesse beijar essa coisinha ridícula.
- Então... é o que estou dizendo, Senhora Taaís.. Não há como passar sua doença para mim.
- Bom certamente passaria por te comer, não é? Afinal, você está no cio, não é?
- Você? Comer? - Gargalhou. - Cara, você sequer aguenta...
Taa estreitou os olhos.
- Vai pro inferno.

- Já estou nele, olhando para o capeta.
- Você não tem um espelho a sua frente, sou eu. Vou fazer uns exames pra ver se está raciocinando direito.
- Exatamente por isso que acho que estou no inferno.  Taa... - Murmurou.- ... Você é tão feio.
- Obrigado.
O maior pegou o cigarro novamente em mãos e ofereceu a ele.

- Iie.
Ikuma recusou e cruzou os braços em frente ao peito, observando o outro. O outro d
eu de ombros e guardou os cigarros, pegando o isqueiro em seguida e o acendeu, tragando-o.
- Algum problema?

- Continuo de achando feio.
- Eu também não te acho lá essas coisas.
- Oh, que bom! Sendo assim seremos amigos, não corro o risco de ter um viado apaixonado por mim.
- Eu nunca me apaixonaria por um idiota como você. Alias... Eu não vou me apaixonar nunca mais. - Dissse o maior, tragando o cigarro novamente.
- Como eu disse, isso é ótimo. Mas é meio impossível não se apaixonar nunca mais. Ao invés de dizer isso, deveria ser mais persistente.
- Não, estou bem assim... Amor é uma droga.
- Amor não existe, existe prazer carnal, isso é fácil de conseguir, paixão faz parte do prazer da carne, nada além de noite luxuriosas de sexo. Amor... Tsc... Amor... - Riu.
- Enfim, foda-se. O que interessa é que não quero mais.
- É, seria ótimo poupar alguém de um tratamento de Aids, não?
Taa estreitou os olhos, mas por um lado, achou bom estar perto de alguém que fazia a si rir um pouco dos problemas.
- Vá se foder.
Tragou o cigarro novamente, expelindo a fumaça e ergueu o olhar a ele, o fitando.

- Taaís, você é tão chata. Se for assim com ele, certamente não o agradaria em nada.
- Vamos mudar de assunto, hum?
- Uh, tanto faz.
- O que anda fazendo, princesinha?
- Compondo, ensaiando, saindo, comendo, bebendo.., Vivendo. E você, lagarta?
- Eu sou uma pessoa extremamente entediada, ensaiando, ficando em casa.... E acho que só... - Suspirou.
- Que vida desgraçada hein, rapaz. Mas bem, uma hora suas asas vão aparecer e você voa, borboleta.
Taa levou uma das mãos à face.
- Puta que pariu... O que eu fiz pra merecer você?

O riso do menor fora súbito e gargalhou com vontade ao ouvi-lo. 
- Ta rindo do que, ô bichinha?
- Ah, lagarta...  - Ikuma evou uma das mãos à face alheia, tocando-o novamente sem permissão e sequer importava-se com tal. - Não me chame de bicha, sabe muito bem que é a bicha aqui. - Tornou a baixar a mão anteriormente sobre a pele alheia. - Ah, frio, e... Aidético.
- Vou te dar um soco se encostar em mim de novo.
O maior estreitou os olhos, jogando o cigarro no chão. Ikuma a
rqueou uma das sobrancelhas, e certamente a expressão na face, era tão desafiadora quanto os olhos claros, enfeitados por lentes azuis. Erguera a mão e tocou-o novamente na face.
- Vá em frente.

Taa suspirou e a mão foi de encontro à face do outro mas lhe deu um tapa leve apenas.
- Cadê o soco?
Ikuma apertou a face dele em meio aos dedos e o maior r
esmungou e segurou a mão dele, apertando-a.
-Tira a mão de mim

- Iie. - Apertou-o ainda mais, impossibilitando-o de tirar a mão do local. - Vai se machucar, Doutor.
Taa puxou com mais força a mão dele, e assustado percebeu que não era capaz de fazê-lo, gemendo baixo em seguida, frustrado.
- Pare!

O sorriso satisfatório nasceu no canto dos lábios do loiro, conjunto ao riso único que soou em meio aos lábios unificados. Soltou-o.
- Cão que late não morde.

- Eu não vou bater em você... Depois eu vou ter que concertar sua cara.
- Ah, então vamos ver.
Num ato copiado ao anterior, Ikuma tornou a segurar a face alheia em meio aos dedos e apertava-a sem delicadeza, porém a força era medida. Puxou-o do banco e empurrou-o de encontro ao concreto lado ao local onde se sentava.
- Bate!

Taa fechou os olhos com força e ergueu a mão, levando-a até a face do outro e acertou-o em sua mandíbula num soco que ecoou uma barulho seco, estreitando os olhos. Ao receber o toque brusco na face, o loiro sentiu somente a abruptidão e o modo indelicado como a mão alheia encontrava o rosto. Esta, fez com que desse um leve impulso e virasse a face para o lado oposto em qual o recebeu, porém logo os olhos azulados foram direcionados a face defronte a própria. Os lábios, quais que nasceram um sorriso a lhes adornar, foram delineados com a língua e umedecê-los.
- Hum... Tenho pena de você.

Taa estreitou os olhos, não era muito de lutar, na verdade, não gostava.
- Ah... É tão ruim estragar esse seu rostinho lindo, princesa... Não devia me pedir pra fazer isso.

- Porque não tenta de novo? Essa carícia não me deixou nem com tesão.
- Imbecil. Não vou te bater de novo.
- É uma bicha mesmo, depois eu quem sou a princesa. Mas é digno de ser chamado de lagartixa, afinal, é algo que qualquer um vai poder pisar, não?
- Não me encha o saco, Ikuma.
O maior se desencostou e afastou-se do outro, caminhando numa direção qualquer, quem sabe para casa.

- Hum, fraco...
Comentou o menor ao encostar-se no local, onde anteriormente o rapaz mais alto se encostava. 

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